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GIRAFA

Se lhe perguntassem para dizer todas as criaturas de quatro patas no céu, Carneiro ou Touro seriam logo dos primeiros de que se lembrava, tal como a Ursa e o Cão (ambos com Maior e Menor). Com mais um bocado de tempo, poderia lembrar-se da Lebre ou do Unicórnio. Talvez se lembrasse que existe uma Raposa ou um Lobo. Ah, e poderia haver um camelo?
Não, Camelo não é nenhuma constelação. "Camelopardalis" significa Girafa. Às vezes escreve-se Camelopardus, embora se escreva correctamente CAMELOPARDALIS. O nome foi mal traduzido para "Girafa" no processo de folclore, talvez devido à palavra latina para "camelo" se parecer tanto com a palavra "girafa". A constelação realmente parece-se com uma girafa (um bocado). No meses de Inverno a Girafa aparece ao contrário. É melhor estudar Girafa no Verão, quando está bem colocada.

Camelopardalis foi provavelmente inventada por Petrus Plancius (1552-1622), um holandês que marcou o seu nome na cartografia enquanto trabalhava para a Companhia Holandesa Este da Índia. Os seus mapas do mundo de 1592 e 1594 tornaram-se muito populares. As suas contribuições para os mapas estelares aconteceram em 1624 quando Girafa foi incluída por Jakob Bartsch no seu livro sobre constelações (alguns historiadores dizem que foi Bartsch que inventou a constelação).

Daqui a aproximadamente 40.000 anos, a sonda Voyager 1 passará 1,6 anos-luz da estrela AC+793888, localizada nesta constelação.

ESTRELAS DUPLAS


Mapa da constelação de Girafa.
Crédito: UAI, Sky & Telescope
(ver formato PDF)
 

Foto astronómica da constelação de Girafa.
Crédito: Naoyuki Kurita

Girafa tem alguns sistemas binários pequenos e pouco conhecidos, mas no entanto muito atraentes:

  • Struve 485 é um espantoso binário rodeado por hóspedes de cintilantes estrelas de 10.ª e 11.ª magnitudes que compõem o enxame aberto NGC 1502. É um binário grande e fácil, e muito bonito.
  • NGC 1502 encontra-se entre alpha e beta Camelopardalis, e a cerca de 55 arco-minutos Oeste. A estrela mais brilhante neste grupo é a primária Struve 485, situada no centro: 6.1, 6.2.
  • Quase no mesmo local encontra-se um segundo binário, Struve 484, que é muito mais ténue: 9.0, 9.5.
  • Struve 1051 é um maravilhoso sistema triplo de estrelas similares: 6.5, 7.7. Este bonito sistema encontra-se numa região desolada: 7h26m35s; +73º4'58". Vale bem a pena o desvio.
  • Struve 1694 é um grande par de estrelas quase iguais: 5.0, 5.5.
  • Beta Camelopardalis tem uma primária amarela-pálida e uma companheira muito mais ténue, um bocado afastada: 4.0, 9.0. Esta última tem uma companheira mais próxima, chamada "b", uma estrela de magnitude 11.

ESTRELAS VARIÁVEIS

  • R Camelopardalis é uma variável tipo Mira com um período de 270.22 dias entre magnitudes 7.0-14.4, o que faz com que seja uma variável telescópica durante todo o seu ciclo.
  • VZ Camelopardalis é uma semi-regular com um período médio de 23.7 dias, variando entre magnitude 4.80 e 5. É muito popular para binóculos.

OBJECTOS DE CÉU PROFUNDO

Embora não hajam objectos do catálogo de Messier em Girafa, existem muitas galáxias e enxames (a maioria dos quais muito ténues).

 

  • NGC 1502 é o melhor enxame estelar, um pequeno grupo de talvez quinze estrelas com os binários Struve 484 e Struve 485 no seu centro (ver acima). A Cascada de Kemble é uma fila de estrelas de 8ª magnitude (que se vêm em binóculos) que parecem "mergulhar" no enxame. Foi assim chamado pelo Padre Lucian Kemble, um Franciscano e astrónomo amador canadiano que sobressaiu em meados dos anos 70 (o padre Luc morreu de ataque cardíaco nas primeiras horas do dia 21 de Fevereiro de 1999).
  • NGC 2403 é uma bonita galáxia espiral a cerca de 10 milhões de anos-luz de distância. Com uma magnitude de 9, é facilmente visível com telescópios médios, embora em instrumentos maiores sejam obtidos mais detalhes.
  • NGC 2523 é uma galáxia espiral extremamente ténue com muitas características curiosas. Com uma magnitude visual de 13, é apenas acessível com grandes telescópios.
 
 
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