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NEBULOSAS ESCURAS
Uma nebulosa escura é uma grande nuvem que aparece em regiões pobres em estrelas, onde o pó do meio interestelar parece estar concentrado. Estas podem ser vistas a obscurecer parte de uma nebulosa de emissão ou reflexão (por exemplo, a Nebulosa Cabeça de Cavalo), ou ao bloquearem as estrelas de fundo (por exemplo, a Nebulosa Saco de Carvão).

A forma destas nuvens escuras é muito irregular: nao têm limites claramente definidos e por vezes tomam formas serpenteadas. As maiores nebulosas escuras sao visíveis a olho nu, aparecendo como manchas escuras em frente do brilho de fundo da Via Láctea.

O hidrogénio destas opacas nuvens escuras encontra-se na forma de hidrogénio molecular. As maiores nebulosas deste tipo, as chamadas nuvens moleculares gigantes, têm mais de um milhão de vezes a massa do Sol. Contêm muita da massa do meio interestelar, têm mais ou menos 150 anos-luz de tamanho, uma densidade média de 100 a 300 moléculas por centímetro cúbico e uma temperatura interna entre apenas os 7 e 15 K. As nuvens moleculares consistem principalmente de gás e poeira mas contêm também muitas estrelas. Os núcleos nebulares estao completamente escondidos de observação e seriam indetectáveis se nao fosse a emissão de microondas das suas moléculas constituintes. Esta radiação nao é absorvida pela poeira e rapidamente escapa da nuvem. O material dentro das nuvens varia muito de tamanho, algumas nuvens tendo apenas a massa de umas quantas estrelas individuais, outras zonas com cerca de um ano-luz de diâmetro. As nuvens têm um campo magnético interno que dá apoio contra a sua própria gravidade.

As grandes nuvens moleculares desempenham um importante papel na dinâmica da Galáxia: quando uma estrela passa perto de uma destas nuvens, a considerável força gravítica perturba a órbita da estrela. Depois de alguns encontros próximos, uma estrela de idade média terá componentes de velocidade em todas as direcções, em vez de uma órbita quase circular como uma estrela recém-nascida (isto porque a jovem estrela herda a órbita circular da nuvem onde nasceu). Isto dá aos astrónomos uma outra ferramenta para estimar as idades das estrelas, e ajuda a explicar a espessura do disco galáctico.

Nas regioes interiores das nebulosas escuras, acontecimentos importantes têm lugar: a formação de estrelas.


Figura 1 - A Nebulosa Cabeça de Cavalo.
Crédito: Robert Gendler

 
GALERIA DE NEBULOSAS ESCURAS
     
 
Figura 2 - Difícil de ver em telescópios, a Nebulosa Cabeça de Cavalo foi aqui capturada nesta imagem do Telescópio Espacial Hubble. Esta incrivelmente detalhada foto de IC 434 foi anunciada aquando do 11.º aniversário do observatório espacial. A Nebulosa Cabeça de Cavalo encontra-se mesmo a Sul de Zeta Orionis, a estrela mais a Este da cintura de Orionte.
Crédito: NASA, NOAO, ESA, Hubble Heritage Team (STScI / AURA)
 
 
Figura 3 - Ligando a Nebulosa do Cachimbo à brilhante estrela Antares está uma nuvem escura com a alcunha de Rio Escuro. A obscuridade do Rio Escuro é provocada pela absorção da luz estelar do fundo pela poeira, embora a nebulosa contenha na sua maioria hidrogénio e gás molecular. Antares, a mais brilhante estrela da foto, está embebida nas nuvens coloridas de Rho Ophiuchi. O Rio Escuro, no lado esquerdo da imagem, tem 20 vezes o diâmetro angular da Lua e está localizado a 500 anos-luz de distância. Outros tipos de nebulosa visíveis aqui incluem nebulosas de emissão vermelhas e nebulosas de reflexão azuis.
Crédito: Loke Kun Tan (StarryScapes)
 
 
Figura 4 - Imensos e vastos campos estelares no plano da nossa Via Láctea são ricos em nuvens de poeira e gás. Em primeiro lugar, visível na imagem do lado estão milhões de estrelas, muitas das quais parecidas com o Sol. A seguir, gigantescos filamentos de poeira interestelar escura percorrem a imagem e bloqueiam a luz de outras milhões de estrelas ou mais. À direita da imagem está a pitoresca nebulosa de emissão IC 1283, flanqueada por duas nebulosas de reflexão, NGC 6589 e NGC 6590. Estes objectos são visíveis com um pequeno telescópio na direcção da constelação de Sagitário.
Crédito: Fred Calvert & Adam Block, NOAO, AURA, NSF
 
 
Figura 5 - A Nebulosa Saco de Carvão é a nebulosa escura mais proeminente do céu, facilmente observável à vista desarmada como uma mancha negra na parte Sul da Via Láctea. Era já conhecida desde a pré-história no Hemisfério Sul e foi observada por Vicente Yanez Pinzon em 1499. Está localizada a uma distância aproximada de 600 anos-luz, na direcção da constelação do Cruzeiro do Sul.
Crédito: Matt BenDaniel
 
 
Figura 6 - Já alguma vez teve um daqueles dias em que parecia que uma nuvem escura estava a seguir-lhe para todo o lado? Para o enxame aberto NGC 6520, todos os dias são assim. Para a esquerda da imagem estão muitas das estrelas azuis de NGC 6520. Formaram-se há apenas uns quantos milhões de anos - muito mais recentemente que o nosso Sol que se formou há milhares de milhões de anos atrás. À direita está uma nebulosa de absorção, a nuvem molecular Barnard 86, a partir da qual as estrelas de NGC 6520 nasceram. Esta nebulosa contém muita poeira opaca que bloqueia a luz de muitas estrelas que seriam visíveis no fundo. Em redor de NGC 6520 está parte do tremendamente denso campo estelar do centro da nossa Via Láctea, o extenso halo de estrelas que rodeia o núcleo da nossa Galáxia. NGC 6520 tem cerca de 10 anos-luz de diâmetro e situa-se a mais ou menos 5,500 anos-luz de distância na direcção da constelação de Sagitário.
Crédito: Jean-Charles Cuillandre (CFHT), Hawaiian Starlight, CFHT
 
 
Figura 7 - Uma nuvem cósmica estende-se pela rico campo estelar nesta espectacular imagem na direcção da constelação Coroa Austral. Provavelmente a menos de 500 anos-luz e a bloquear com eficácia luz de estrelas mais distantes na Via Láctea, as partes mais densas da nuvem escura medem cerca de 8 anos-luz. Na sua ponta (canto inferior esquerdo) está uma série de bonitas nebulosas de reflexão azuis catalogadas como NGC 6726, 6727, 6729 e IC 4812. O magnífico enxame globular NGC 6723 é aqui visto para baixo a para a esquerda das nebulosas. NGC 6723 pode parecer mesmo para lá da Coroa Austral na constelação de Sagitário, está na realidade a quase 30,000 anos-luz de distância, bem longe da nuvem escura de Coroa Austral.
Crédito: Loke Kun Tan (StarryScapes)
 
 
Figura 8 - O enxame NGC 6823 está pronto para o seu grande plano. O centro do enxame aberto, visível no canto superior direito, formou-se há apenas cerca de dois milhões de anos atrás e é dominado em brilho por um grupo de jovens estrelas azuis. As partes mais exteriores do enxame, visíveis no centro da imagem por entre os pilares da nebulosa de emissão NGC 6820, contêm estrelas ainda mais jovens. As grandes estruturas de gás e poeira provavelmente recebem a sua forma elongada pela erosão da radiação quente emitida pelas estrelas mais brilhantes do enxame. Os espantosos glóbulos escuros de gás e poeira são também visíveis na parte de baixo da foto. O enxame aberto NGC 6823 cobre uma área de mais ou menos 50 anos-luz e situa-se a 6,000 anos-luz de distância na direcção da constelação de Vulpécula (Raposa).
Crédito: Telescópio Canadá-França-Hawaii, J.-C. Cuillandre (CFHT)
 
 
Figura 9 - Ricos campos de estrelas e hidrogénio brilhante formam densas e opacas nuvens de gás interestelar, vistos aqui neste grande plano de IC 2944, pelo Telescópio Espacial Hubble. É uma brilhante região de formação estelar em Centauro, a 5,900 anos-luz de distância. O maior destes glóbulos escuros, vistos pela primeira vez pelo astrónomo da África do Sul A. D. Thackeray em 1950, deve ser na realidade duas nuvens sobrepostas, cada uma com mais de um ano-luz de comprimento. Combinadas, as nuvens contêm material equivalente a 15 vezes a massa do Sol, mas irão elas colapsar e formar estrelas massivas? Em conjunto com outros dados, as detalhadas imagens do Hubble indicam que os glóbulos de Thackeray são fracturados e são resultado de intensa radiação ultravioleta proveniente de jovens e quentes estrelas já energizando e aquecendo a brilhante nebulosa de emissão. Estes e outros glóbulos escuros similares associados com outras regiões de formação estelar podem no fim ser dissipadas pelo seu meio-ambiente hóstil - tal como bocados cósmicos de manteiga numa e quente gigante frigideira.
Crédito: Hubble Heritage Team (STScI/AURA)
 
 
Figura 10 - Para onde foram todas as estrelas? O que já foi considerado um buraco no céu é agora conhecida pelos astrónomos como uma nuvem molecular escura. Aqui, uma alta concentração de poeira e gás molecular absorvem praticamente toda a luz visível emitida das estrelas de fundo. Os arredores escuros ajudam a fazer do interior das nuvens moleculares um dos locais mais frios e isolados do Universo. Uma destas mais notáveis nebulosas escuras de absorção é uma nuvem na direcção da constelação de Ofiúco conhecida como Barnard 68, na imagem do lado. Não há estrelas visíveis no centro, o que indica que a relativamente próxima Barnard 68, poderá estar a cerca de 500 anos-luz e medir meio ano-luz. Não se sabe com exactidão como é que as nuvens moleculares do tipo de Barnard 68 se formam, mas sabe-se que estas nuvens são locais de formação estelar. É possível observar o seu conteúdo através da luz infravermelha.
Crédito: FORS Team, Telescópio Antu de 8.2 metros, ESO
 
 
Figura 11 - As nebulosas escuras serpenteiam ao longo de uma grande área de céu nesta imagem na direcção da bonita constelação de Ofiúco e no centro da nossa Via Láctea. De facto, a forma em S central é conhecida como Nebulosa da Serpente. Também é catalogada como Barnard 72 (B72), uma entre 182 marcas escuras do céu catalogadas no início do século XX pelo astrónomo E. E. Barnard. Ao invés das brilhantes nebulosas de emissão e enxames estelares, as nebulosas de Barnard são nuvens escuras interestelares de gás e poeira. As suas formas são apenas visíveis porque se situam no pano de frente dos vastos campos estelares e dos berçários de estrelas da nossa Galáxia. Muitas das nebulosas escuras de Barnard são até locais de futura formação estelar. Barnard 72 mede apenas uns quantos anos-luz de comprimento e situa-se a cerca de 650 anos-luz de distância.
Crédito: Gary Stevens
 
 
Figura 12 - Algumas correntes de escuridão são bem notáveis na constelação de Águia. Esta nebulosa escura em particular é conhecida como Nebulosa E, devido à sua forma evocativa, ou B142 e B143, no catálogo de nebulosas escuras compilado por Barnard. A nebulosa E expande-se mais ou menos o diâmetro da Lua Cheia e situa-se a cerca de 2,000 anos-luz. Pode ser vista com binóculos e é particularmente visível durante os meses de Verão no Hemisfério Norte da Terra. As nebulosas escuras também são chamadas de nebulosas de absorção, pois absorvem eficazmente a luz visível emitida por trás delas, e nuvens moleculares, pois frequentemente obtêm temperatura suficientemente baixas para outros diferentes tipos de moléculas estáveis poderem existir. As baixas temperaturas destas nuvens interestelares facilitam a formação de densos nós de gás que podem depois colapsar para formar brilhantes estrelas.
Crédito: Chris Cook
 
 
Figura 13 - Nesta imagem, uma nuvem escura de material salta à vista no rico e luminoso campo estelar da Via Láctea. Catalogada como Feitzinger e Stuwe objecto "1-457", esta nebulosa interestelar está relativamente próximo - possivelmente a apenas 1,000 anos-luz de distância. O seu núcleo é denso o suficiente para bloquear quase toda a luz de inúmeras fontes estelares mais distantes visíveis no centro galáctico. Além de grãos de poeira, as nebulosas escuras que habitam o plano da nossa Galáxia também contêm gás interestelar e representam a potencial matéria bruta de futuras formações estelares.
Crédito: Two Micron All Sky Survey Project (IPAC / U. Mass.)
 
Última actualização: 2012-07-06
 
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