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NEBULOSAS DE REFLEXÃO
As nebulosas de reflexão são nuvens de poeira que simplesmente estão a reflectir a luz de uma ou mais estrelas vizinhas. Estas não são quentes o suficiente para provocar a ionização no gás da nebulosa como as nebulosas de emissão, mas são brilhantes o suficiente para tornarem o gás visível. Por isso, o espectro das nebulosas de reflexão é semelhante ao das estrelas que as iluminam. Por entre as partículas microscópicas responsáveis pela dispersão estão compostos de carbono (por exemplo, pó de diamante) e de outros elementos, em particular ferro e níquel. Estes últimos dois estão muitas vezes alinhados com o campo magnético e fazem com que a luz dispersa seja ligeiramente polarizada. A distinção entre estes dois tipos de nebulosas foi feita por Hubble em 1922.

São regularmente azuis devido à dispersão ser mais eficiente na luz azul que na vermelha (é o mesmo processo que dá a cor azul ao céu e os tons vermelhos do pôr-do-Sol).

As nebulosas de reflexão e as nebulosas de emissão são muitas vezes observadas juntas e são por vezes referidas como nebulosas difusas. Um exemplo disto é a Nebulosa de Orionte.

Conhecem-se cerca de 500 nebulosas de reflexão. Umas das mais famosas nebulosas de reflexão é a que rodeia as estrelas das Plêiades. Uma nebulosa de reflexão azul pode também ser vista na mesma área do céu que a Nebulosa da Trífida. A gigante estrela Antares, que é muito vermelha (classe espectral M1), é rodeada por uma grande nebulosa de reflexão vermelha.

As nebulosas de reflexão são muitas vezes locais de formação estelar.


Figura 1 - M20, uma nebulosa difusa com zonas de emissão (a vermelho) e zonas de reflexão (a azul).
Crédito: Todd Boroson/NOAO/AURA/NSF
 
Em 1922, Edwin Hubble publicou o resultado das suas investigações sobre as nebulosas. Uma parte do seu trabalho diz respeito à lei de luminosidade de Hubble para as nebulosas de reflexão que relacionam o tamanho angular (R) da nebulosas e a magnitude aparente (m) da estrela associada:

5 log (R)= -m+k

onde k é uma constante que depende da sensibilidade da medição.

 
GALERIA DE NEBULOSAS DE REFLEXÃO
     
 
Figura 2 - Antares (canto superior esquerdo) é uma gigantesca estrela. Pertencente a uma classe chamada supergigante vermelha, Antares tem aproximadamente 700 vezes o diâmetro do nosso Sol, é 15 vezes mais massiva e 10,000 vezes mais brilhante. Antares é a estrela mais brilhante da constelação de Escorpião e uma das mais brilhantes do céu nocturno. Antares é aqui vista rodeada por uma nebulosa de gás que ela própria expeliu. A radiação da companheira estelar azul de Antares faz o gás nebular brilhar, como visto na foto do lado. Antares está localizada a cerca de 500 anos-luz de distância. A luz azul da estrela Rho Ophiuchi e suas vizinhas reflectem-na mais eficientemente que a luz vermelha. As nuvens estelares de Rho Ophiuchi, bem em frente do enxame globular M4, são mais coloridas que o olho humano consegue observar - as nuvens emitem em comprimentos de onda que variam entre o rádio e os raios-gama.
Crédito: Adam Block (Programa de Visitantes do KPNO), NOAO, AURA, NSF
 
 
Figura 3 - Talvez o mais famoso enxame estelar do céu, as Plêiades podem ser observadas à vista desarmada até mesmo dentro da cidade. Também conhecida como as Sete Irmãs ou M45, as Plêiades é um dos mais brilhantes e próximas enxames abertos. Contém mais de 3,000 estrelas, situa-se a cerca de 400 anos-luz de distância, e cobre uma área de apenas 13 anos-luz. Bem evidente na imagem do lado está a azul nebulosa de reflexão que rodeia as estrelas mais brilhantes do enxame. Também aqui foram encontradas ténues anãs castanhas de pouca massa.
Crédito: Robert Gendler
 
 
Figura 4 - Na vasto complexo da Nuvem Molecular de Orionte, algumas nebulosas de reflexão azuis são particularmente aparentes. Aqui estão duas das mais proeminentes nebulosas de reflexão - nuvens de poeira iluminadas pela luz reflectida de brilhantes estrelas embebidas. A nebulosa mais famosa é M78, no canto superior direito, catalogada há mais de 200 anos atrás. No canto inferior esquerdo está a menos conhecida NGC 2071. Os astrónomos continuam a estudar estas nebulosas de reflexão para melhor compreender como é que as estrelas no seu interior se formam. O complexo de Orionte situa-se a uma distância de 1,500 anos-luz, contém as Nebulosas de Orionte e da Cabeça de Cavalo, e cobre grande parte da constelação de Orionte.
Crédito: Daniel Verschatse (Observatório Antilhue)
 
 
Figura 5 - NGC 1333 é uma região na direcção da constelação de Perseu que contém estrelas recém-formadas com menos de um milhão de anos. A densidade do gás e poeira nesta região é grande o suficiente para provocar muitos diferentes efeitos de iluminação e emissão. No lado esquerdo da imagem a luz da brilhante estrela é espalhada e parece principalmente azul. Outras estrelas quase que nem mostram a sua presença devido às nuvens de gás e poeira que bloqueiam a luz. Existem ainda outros fluxos estelares das estrelas bebés nesta imagem e as regiões onde o gás brilha em tons de vermelho são devidas às grandes quantidades de radiação que estas estrelas libertam.
Crédito: Jay Lavine e Ali Huang/Adam Block/NOAO/AURA/NSF
 
 
Figura 6 - As nebulosas de reflexão reflectem a luz de uma estrela vizinha. Muitos grãos pequenos de carbono na nebulosa reflectem a luz. A típica cor azul das nebulosas de reflexão é devida à luz azul ser mais eficientemente dispersada pela poeira de carbono que a luz vermelha. O brilho da nebulosa é determinada pelo tamanho e pela densidade dos grãos, e pelo cor e brilho da(s) estrela(s) vizinha(s). NGC 1435, na imagem do lado, rodeia Merope (23 Tau), uma das mais brilhantes estrelas das Plêiades (M45). A nebulosidade das Plêiades é provocada por um encontro entre um enxame aberto de estrelas e uma nuvem molecular.
Crédito: Robert Gendler
 
 
Figura 7 - Neste espectacular agrupamento de nebulosas de reflexão temos NGC 1977, NGC 1975 e NGC 1973, em Orionte. Não são muito conhecidas porque a Nebulosa de Orionte (M42) fica com a fama toda. Situadas ao longo da espada de Orionte mesmo a norte de M42, estas nebulosas estão também associadas com a nuvem molecular gigante de Orionte, localizada a 1,500 anos-luz de distância, mas são dominadas pela característica cor azul da poeira interestelar que reflecte a luz de jovens e quentes estrelas. Nesta imagem uma porção de M42 aparece ao longo da parte de baixo, com o enxame da nebulosa de reflexão no centro. NGC 1977 está situada mesmo abaixo do centro, separada de NGC 1973 (acima e para a direita) e NGC 1975 (acima e para a esquerda) por regiões escuras com ténues emissões vermelhas oriundas dos átomos de hidrogénio. Vistas juntas, as regiões escuras sugerem a muitos a forma de um homem a correr.
Crédito: Robert Gendler
 
 
Figura 8 - Uma brilhante e poeirenta nebulosa contrasta dramaticamente com uma nebulosa escura nesta imagem do Telescópio Espacial Hubble, registada pouco tempo depois da missão orbital de serviço de Dezembro de 1999. A nebulosa, catalogada como NGC 1999, é uma nebulosa de reflexão, que brilha ao reflectir a luz de uma estrela vizinha. Ao contrário das nebulosas de emissão, cujo brilho avermelhado deriva dos átomos excitados do gás, as nebulosas de reflexão têm um tom azulado pois a poeira interestelar preferencialmente reflecte a luz estelar azul. Embora a nebulosa de reflexão mais famosa seja a que rodeia o enxame estelar aberto das Plêiades, a iluminação estelar de NGC 1999 provém da estrela variável V380 Orionis, vista aqui mesmo para a esquerda do centro. Extendendo-se para a direita do centro, a nebulosa escura é na realidade uma condensação de uma nuvem molecular de gás frio e poeira tão espessa e densa que bloqueia a luz. Da nossa perspectiva situa-se em frente da brilhante nebulosa, tendo como pano de fundo o brilho fantasmagórico da nebulosa. De certo que se irão formar novas estrelas dentro da nuvem escura, chamada glóbulo de Bok, à medida que a sua gravidade continua a comprimir o denso gás e poeira. A nebulosa de reflexão NGC 1999 situa-se a 1,500 anos-luz de distância na direcção da constelação Orionte, a Sul da bem conhecida nebulosa de emissão, M42.
Crédito: Hubble Heritage Team (STScI) e NASA
 
 
Figura 9 - Nesta espantosa imagem celeste, a nebulosa NGC 2170 brilha no canto superior esquerdo. Reflectindo a luz das jovens e quentes estrelas vizinhas, NGC 2170 é acompanhada por uma outra nebulosa de reflexão azul e uma região compacta de emissão, povoada por algumas estrelas. As nuvens de gás, poeira e quentes estrelas aqui também vistas são regularmente encontradas perto de uma nuvem molecular de formação estelar. A nuvem molecular gigante, Mon R2, está bastante perto, a aproximadamente 2,400 anos-luz. A esta distância, este quadro reflece cerca de 15 anos-luz de comprimento.
Crédito: Stefan Seip
 
 
Figura 10 - A nebulosa de reflexão NGC 2023 é uma das mais brilhantes fontes fluorescentes de hidrogénio molecular do céu. É iluminada por uma estrela de classe B, HD 37903, a mais brilhante de um enxame de jovens estrelas iluminando a face da frente da nuvem molecular Lynds 1630 (Barnard 33) em Orionte B (complexo de Orionte). NGC 2023 forma uma cavidade na superfície da nuvem, a uns 450 parsecs de distância, produzindo não só uma brilhante nebulosa de reflexão, como também uma região ultravioleta excitada. NGC 2023 situa-se perto da famosa Nebulosa Cabeça de Cavalo em Orionte.
Crédito: Robert Gendler
 
 
Figura 11 - O que provoca a variação na Nebulosa Variável de Hubble? Esta estranha nebulosa muda a sua aparência notavelmente em apenas algumas semanas. Descoberta há 200 anos atrás e posteriormente catalogada como NGC 2661, esta espantosa nebulosa tem o nome do famoso astrónomo Edwin Hubble, que a estudou no princípio do século XX. A Nebulosa Variável de Hubble é uma nebulosa de reflexão constituída por gás e poeira fina expelidos pela estrela R Monocerotis. A ténue nebulosa mede cerca de um ano-luz de comprimento e situa-se a aproximadamente 2,500 anos-luz na direcção da constelação de Unicórnio. Uma explicação bastante aceite para NGC 2261 explica que os densos nós de poeira opaca perto de R Mon provocam sombras em movimento no pó reflectivo visto no resto da nebulosa.
Crédito: William Sparks (STScI), Sylvia Baggett (STScI) et al., & the Hubble Heritage Team (AURA/ STScI/ NASA)
 
 
Figura 12 - A nebulosa em torno da estrela S Mon está cheia de pó escuro e gás brilhante. Estas estranhas formas são originárias do fino pó interestelar reagindo de complexas maneiras com a luz energética e o gás quente expelido pelas jovens estrelas. A região mesmo por baixo de S Mon, a estrela mais brilhante da imagem do lado, tem o nome de Nebulosa Pêlo de Raposa, devido à sua cor e textura. Os tons avermelhados resultam de emissão, onde a luz estelar ioniza o hidrogénio gasoso. As áreas cor-de-rosa são iluminadas por uma combinação dos dois processos. S Mon faz parte de um jovem enxame aberto de estrelas chamado NGC 2264, a cerca de 2,500 anos-luz de distância na direcção da constelação de Unicórnio, a Norte da Nebulosa do Cone.
Crédito: Russell Croman
 
 
Figura 13 - NGC 6188 é um carrossel interestelar de jovens estrelas azuis, gás vermelho e quente, e poeira escura e fria. A uns 4,000 anos-luz no disco da nossa Galáxia, NGC 6188 é o lar da associação Ara OB1, um grupo de jovens e brilhantes estrelas cujo núcleo forma o enxame aberto NGC 6193. Estas estrelas são tão brilhantes que parte da sua luz azul é reflectida pela poeira interestelar formando o tom azul difuso na parte de cima da imagem. O enxame NGC 6193 formou-se há aproximadamente três milhões de anos a partir do gás dos arredores, e parece irregularmente rico em próximos sistemas estelares binários. O brilho vermelho visível por toda a foto deriva do hidrogénio gasoso aquecido pelas brilhantes estrelas em Ara OB1. O pó escuro que bloqueia uma parte da luz de NGC 6188 foi provavelmente formado nas atmosferas exteriores de estrelas mais frias e em material ejectado por supernovas.
Crédito: Astrostudio
 
 
Figura 14 - O que provoca as cores nesta linda nebulosa em Sagitário? Com os nomes de NGC 6589 e NGC 6590, as cores da nebulosa são provocadas pelo gás e pela poeira. A cor azul da nebulosa mais perto das estrelas brilhantes deriva da reflexão da poeira interestelar. O pó emite por si próprio muito pouca luz visível - na ausência de uma estrela vizinha o pó aparecia escuro, bloqueando a luz das estrelas do fundo. A cor avermelhada da nebulosa mais afastada das brilhantes estrelas é provocada pelo hidrogénio gasoso brilhante. A luz energética das estrelas centrais ionizam o hidrogénio - que brilha com um tom avermelhado quando se recombina com os electrões locais.
Crédito: Astro Vision
 
 
Figura 15 - Tal como delicadas pétalas cósmicas, estas nuvens de poeira interestelar e gás floresceram a 1,300 anos-luz de distância nos férteis campos estelares da constelação de Cefeu. Por vezes chamada Nebulosa da Íris ou catalogada como NGC 7023, esta não é única nebulosa no céu a evocar a imagem de flores. Mesmo assim, esta linda imagem mostra a colecção de cores de NGC 7023 e suas simetrias com um detalhe impresssionante. Dentro da Íris, o material nebular rodeia uma jovem, quente e massiva estrela. Os filamentos centrais de pó cósmico brilham com um tom vermelho à medida que outros efectivamente convertem a radiação ultravioleta da estrela em luz vermelha visível. No entanto, a cor dominante da nebulosa é azul, característica de poeira reflectindo a luz estelar. Nuvens escuras de poeira e gás molecular estão também presentes e podem levar o olho a tomar formas fantásticas. Observações no infravermelho indicam que esta nebulosa pode conter complexas moléculas de carbono conhecidas. A Nebulosa da Íris cobre uma área de aproximadamente seis anos-luz.
Crédito: Brian Lula
 
 
Figura 16 - Esta sugestiva nebulosa de reflexão assemelha-se bastante à face de uma bruxa, não é? IC 2118 está associada com a brilhante estrela Rigel na constelação de Orionte. Também conhecida como Nebulosa da Cabeça da Bruxa, brilha principalmente devido à luz reflectida de Rigel, situada para fora da imagem no canto superior direito. A fina poeira na nebulosa reflecte a luz. A cor azul não é provocada apenas pela cor azul de Rigel mas também devido aos grãos de poeira reflectirem com mais eficiência a cor azul do que a vermelha. Os mesmos processos físicos fazem com que o céu da Terra apareça azul, embora quem disperse a luz na atmosfera da Terra sejam as moléculas de nitrogénio e oxigénio. A nebulosa está localizada a 1,000 anos-luz de distância.
Crédito: Gary Stevens
 
 
Figura 17 - As densas nuvens de IC 4603 fazem lembrar uma pintura impressionista. O efeito não é criado com truques digitais mas por imensas quantidades de poeira interestelar. Esta é dispersada à medida que a estrela morre e cresce. As densas nuvens são opacas à luz visível e podem esconder completamente o que está por trás delas. Nas nuvens menos densas, a capacidade do pó preferencialmente reflectir a luz estelar azul torna-se importante, efectivamente florescendo a luz das estrelas e marcando a poeira dos arredores. As emissões gasosas, regularmente em tons avermelhados, podem combinar para formar áreas que mais parece terem saído da imaginação de um pintor. Na imagem do lado temos as nebulosas IC 4603 e IC 4604 perto da brilhante estrela Antares, na direcção da constelação de Escorpião.
Crédito: Volker Wendel e Bernd Flach-Wilken
 
 
Figura 18 - Um grupo fotogénico de nebulosas pode ser encontrada na constelação de Camaleão, visível predominantemente nos céus nocturnos a Sul do equador da Terra. Os objectos celestes aqui visíveis incluem as nebulosas azuis de reflexão iluminadas pelas brilhantes estrelas no centro da imagem. No topo e no canto inferior direito, as escuras nuvens moleculares entrelaçadas com o pó espesso bloqueiam a luz das estrelas no fundo. A nuvem molecular Camaleão I encontra-se a cerca de 450 anos-luz da Terra.
Crédito: Equipa FORS, Telescópio Antu de 8.2-metros do VLT, ESO
 
 
Figura 19 - Ondas de pó preenchem o espaço entre as estrelas. Esta poeira é regularmente invisível, subtilmente atenuando a luz das estrelas mais distantes. Por vezes esta poeira é espessa e proeminente em brilhantes nebulosas de emissão. Outras vezes pode ser observada ao reflectir a luz de estrelas vizinhas. Devido ao facto das estrelas brilhantes terem cores mais azuladas, e também porque o pó reflecte a luz azul mais facilmente que a vermelha, a nebulosa de reflexão resultante normalmente aparece azul. Na foto do lado temos a nebulosa de reflexão Sharpless 2-1 na constelação de Escorpião.
Crédito: G. Greaney
 
Última actualização: 2012-07-06
 
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