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Edição n.º 1110
28/10 a 30/10/2014
 
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04/11/14 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS
20:30 – 22:30 - Apresentação sobre tema de astronomia, seguida de observação astronómica nocturna com telescópio (dependente de meteorologia favorável).
Público: Público em geral
Local: CCVAlg
Preço: 2€ - adultos, 1€ jovens/ estudantes/ reformados (crianças até 12 anos grátis)
Pré-inscrição: info@ccvalg.pt ou 289 890 922

 
EFEMÉRIDES

Dia 28/10: 301.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1971 a Grã-Bretanha lança o Prospero, o seu primeiro satélite. 
Em 1974, lançamento da sonda Luna 23.
Em 2009, a NASA lança com sucesso a sua missão Ares I-X, o único lançamento do cancelado programa Constellation

Observações: Ao cair da noite, aviste Marte por baixo da Lua.

Dia 29/10: 302.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1991, a sonda Galileu faz a sua maior aproximação de 951 Gaspra, a primeira a visitar um asteróide.
Em 1998 o vaivém espacial Discovery partia para o espaço na missão STS-95, levando a bordo o astronauta John Glenn de 77 anos.

Glenn, que fora o primeiro norte-americano a orbitar a Terra em 1962, tornou-se deste modo a pessoa mais velha a alguma vez ter estado no espaço.
Observações: Aproxima-se o "Halloween", ou a Noite das Bruxas. Isto significa que Arcturo, a estrela que pisca baixa a Oeste-Noroeste ao lusco-fusco, toma o seu lugar como "o Fantasma dos Sóis de Verão". O que é que isto quer dizer? Durante os vários dias que rodeiam o dia 29 de Outubro cada ano, Arcturo ocupa um lugar muito especial acima do horizonte. Marca o local onde o Sol esteve à mesma altura, praticamente à mesma hora, durante os quentes meses de Junho e Julho - em pleno dia, claro. Por isso, nos últimos dias de Outubro, podemos considerar Arcturo como um pequeno "fantasma" que assinala a partida do Sol de Verão.

Dia 30/10: 303.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1985, o vaivém espacial Challenger é lançado na STS-61-A, a sua última missão bem sucedida.

Observações: Use binóculos ao anoitecer e aviste, para cima da Lua, Alpha Capricorni (Algedi), uma estrela dupla bonita e amarelada. Para baixo e para a esquerda de Alpha está Beta Capricorni (Dabih), um binário mais íntimo e mais difícil de observar com binóculos; a estrela secundária, neste caso, é mais ténue.

 
CURIOSIDADES


Todos os planetas cabem dentro da distância média entre a Terra e a Lua.

 
OBSERVATÓRIO CHANDRA IDENTIFICA IMPACTO DE CAOS CÓSMICO NO NASCIMENTO ESTELAR
Observações do Chandra dos enxames galácticos de Perseu e de Virgem, que sugerem que a turbulência pode estar a impedir o gás quente de arrefecer, respondendo à questão de longa data do porquê dos grandes enxames galácticos não formarem um grande número de estrelas.
Crédito: NASA/CXC/Stanford/I. Zhuravleva et al
(clique na imagem para ver versão maior)
 

De acordo com um novo estudo que usa dados do Observatório de raios-X Chandra da NASA, o mesmo fenómeno que faz com que uma viagem de avião seja acidentada, turbulência, pode ser a solução para um mistério de longa data acerca do nascimento das estrelas, ou da sua ausência.

Os enxames de galáxias são os maiores objectos do Universo, mantidos juntos pela gravidade. Estes colossos contêm centenas ou milhares de galáxias individuais que estão imersas em gás com temperaturas de milhões de graus.

Este gás quente, que é o maior componente dos enxames galácticos sem contar com a matéria escura invisível, brilha em raios-X que o Chandra consegue detectar. Ao longo do tempo, o gás nos centros destes enxames arrefece o suficiente para que as estrelas se formem a taxas incríveis. No entanto, não é o que os astrónomos observam em muitos enxames de galáxias.

"Nós sabíamos que de alguma forma o gás nos enxames está a ser aquecido para evitar com que arrefeça e forme estrelas. A questão era exactamente como," afirma Irina Zhuravleva da Universidade de Stanford em Palo Alto, no estado americano da Califórnia, que liderou o estudo publicado na última edição online da revista Nature. "Pensamos que encontrámos evidências de que o calor é canalizado a partir de movimentos turbulentos, que nós identificámos de assinaturas registadas em imagens de raios-X."

Estudos anteriores mostram que buracos negros supermassivos, centrados em grandes galáxias no meio de enxames galácticos, bombeiam grandes quantidades de energia ao seu redor em poderosos jactos de partículas energéticas que criam cavidades no gás quente. O Chandra e outros telescópios de raios-X já tinham detectado anteriormente estas cavidades gigantes.

A pesquisa mais recente por Zhuravleva e colegas fornecem novas informações sobre o modo como a energia pode ser transferida a partir destas cavidades até ao gás circundante. A interacção destas cavidades com o gás pode estar gerando turbulência, ou movimento caótico, que depois se dispersa para manter o gás quente durante milhares de milhões de anos.

"Quaisquer movimentos de gás a partir da turbulência acabarão por decair, libertando a sua energia para o gás," afirma o co-autor Eugene Churazov,do Instituto Max Planck para Astrofísica, em Munique, Alemanha. "Mas o gás não vai arrefecer se a turbulência for forte o suficiente e se for criada regularmente."

A evidência da turbulência vem de dados do Chandra sobre os dois enormes enxames galácticos de Perseu e Virgem. Ao analisar dados de observação de cada enxame, a equipa foi capaz de medir flutuações na densidade do gás. Esta informação permitiu-lhes estimar a quantidade de turbulência no gás.

"O nosso trabalho dá-nos uma estimativa de quanta turbulência é gerada nestes enxames," comenta Alexander Schekochihin da Universidade de Oxford no Reino Unido. "Pelo que determinámos até agora, existe turbulência suficiente para balançar o arrefecimento do gás."

Estes resultados suportam o modelo "feedback" que envolve buracos negros supermassivos nos centros de aglomerados de galáxias. O gás arrefece e cai na direcção do buraco negro a um ritmo acelerado, fazendo com que o buraco negro aumente o "output" dos seus jactos, o que produz cavidades e impulsiona a turbulência no gás. Esta turbulência eventualmente dissipa-se e aquece o gás.

Apesar de uma fusão entre dois enxames galácticos também produzir turbulência, os investigadores pensam que as erupções de buracos negros supermassivos são a principal fonte desta agitação cósmica nos centros densos de muitos enxames.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Observatório de raios-X Chandra (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Nature
PHYSORG
TIME

Buraco negro supermassivo:
Wikipedia

Enxame de Perseu:
Wikipedia

Enxame de Virgem:
Wikipedia

Observatório Chandra:
Página oficial (Harvard)
Página oficial (NASA)
Wikipedia

 
O "PERFUME" DO COMETA 67P/CHURYUMOV-GERASIMENKO

Desde o início de Agosto que o instrumento ROSINA (Rosetta Orbiter Sensor for Ion and Neutral Analysis) tem "cheirado" o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko com os seus dois espectrómetros de massa.

Apesar do cometa estar ainda a mais de 400 milhões de quilómetros do Sol, a mistura de moléculas detectadas na cabeleira do cometa é já surpreendentemente rica. Antes de alcançarmos o cometa 67P/C-G, a equipa do ROSINA pensava que a estas grandes distâncias do Sol, a sua relativamente baixa intensidade libertaria apenas as suas moléculas mais voláteis através de sublimação, especificamente dióxido de carbono e monóxido de carbono.

Mosaico de quatro imageuns do Cometa 67P/C-G, usando imagens capturadas no dia 19 de Setembro. Crédito: ESA/Rosetta/NAVCAM
(clique na imagem para ver versão maior)
 

No entanto, o instrumento ROSINA detectou muito mais moléculas. De facto, no relatório da equipa datado de 11 de Setembro, o inventário de gases detectados no cometa continha:

  • Água (H2O);
  • Monóxido de carbono (CO);
  • Dióxido de carbono (CO2);
  • Amónia (NH3);
  • Metano (CH4);
  • Metanol (CH3OH).

Agora a equipa também anunciou a detecção dos seguintes compostos:

  • Formaldeído (CH2O);
  • Sulfeto de hidrogénio (H2S);
  • Cianeto de hidrogénio (HCN);
  • Dióxido de enxofre (SO2);
  • Dissulfeto de carbono (CS2).
Espectro de alta resolução do DMFS (Double Focusing Mass Spectrometer) do ROSINA, obtido no dia 10 de Outubro a uma distância de 10 km do centro do cometa. O gráfico mostra a detecção do sulfeto de hidrogénio e do isótopo mais pesado de enxofre, 34S, que é um fragmento de todas as espécies que contêm enxofre. O gráfico mostra a intensidade vs. o rácio massa-para-carga.
Crédito: K. Altwegg, Universidade de Berna
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Se pudéssemos cheirar o cometa, provavelmente gostaríamos de não o ter feito. Kahrin Altwegg, investigadora principal do ROSINA, afirma: "o perfume de 67P/Churyumov-Gerasimenko é bastante forte, com o odor a ovos podres (sulfeto de hidrogénio), a estábulos de cavalos (amónia), e ao pungente e sufocante odor de formaldeído. Isto tudo misturado com o ténue e amargo aroma semelhante a amêndoa do cianeto de hidrogénio. Adicione um pouco de álcool (metanol) à mistura, junte o aroma avinagrado do dióxido de enxofre e uma pitada do doce e aromático sulfeto de carbono, e chegamos ao 'perfume' do nosso cometa."

Embora este perfume seja provavelmente pouco atraente, há que lembrar que a densidade destas moléculas é muito baixa, e que a parte principal da cabeleira é composta de água e dióxido de carbono, misturados com monóxido de carbono.

No entanto, o ponto-chave é que uma análise detalhada desta mistura e do modo como varia à medida que o cometa 67P/C-G se torna mais activo permitirá aos cientistas determinar a composição do cometa. Os trabalhos vão mostrar como este cometa se compara com outros, por exemplo, ao revelar diferenças entre os cometas originários da Cintura de Kuiper (como 67P/C-G) e cometas oriundos da distante nuvem de Oort (como o Cometa Siding Spring, que passou recentemente por Marte). O objectivo é obter mais informações sobre a composição química da nebulosa solar a partir do qual o nosso Sistema Solar e, em última análise, a própria vida surgiu.

Links:

Cobertura da missão Rosetta pelo Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
17/10/2014 - ESA confirma local de aterragem do Philae
30/09/2014 - Philae com aterragem prevista para 12 de Novembro
16/09/2014 - Está escolhido o local de aterragem do Philae
26/08/2014 - Onde é que o Philae vai aterrar?
08/08/2014 - A nave Rosetta chega ao seu cometa de destino
05/08/2014 - Sonda Rosetta chega a cometa esta semana
01/04/2014 - Philae está acordado!
17/01/2014 - O despertador mais importante do Sistema Solar
13/07/2010 - Rosetta triunfa no asteróide Lutetia
13/11/2009 - Será que o "flyby" da Rosetta indica uma nova física exótica? 
06/11/2009 - Rosetta faz último "flyby" pela Terra a 13 de Novembro 
06/09/2008 - Rosetta passa por Steins: um diamante no céu 
03/09/2008 - Contagem decrescente para "flyby" por asteróide 
28/02/2007 - A semana dos "flybys" 
01/06/2004 - Primeira observação científica da Rosetta 
12/03/2004 - Escolhidos os dois asteróides para aproximação da Rosetta 
09/03/2004 - Sonda Rosetta finalmente lançada

Notícias relacionadas:
ESA (blog Rosetta)
PHYSORG
SpaceRef
Discovery News
Gizmodo

Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko:
Wikipedia
ESA

Sonda Rosetta:
ESA
Blog da Rosetta - ESA
NASA
Twitter
Wikipedia
Philae (Wikipedia)

 
TAMBÉM EM DESTAQUE
  Executivo da Google quebra recorde de queda livre (via StratEx)
Alan Eustace, de 57 anos, quebrou o recorde do austríaco Felix Baumgartner de 2012, ao saltar a partir dos 38.969 metros de altura. Ler fonte
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Manchas Solares e Eclipse Solar
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Michael Bolte (UCSC)
 
A Lua Nova entrou no grupo de manchas solares AR 2192 para escurecer o brilhante disco solar durante o eclipse parcial de passada Quinta-feira. Visível de grande parte da América do Norte, a silhueta da Lua é aqui capturada neste instantâneo fotográfico perto do eclipse máximo a partir de Santa Cruz, no estado americano da Califórnia. Com o tamanho de Júpiter, o notável grupo AR 2192 escurece por si só uma fracção do Sol, perto do centro e para baixo do limbo lunar. À medida que o grupo de manchas solares gira lentamente pelo Sol e para fora da nossa vista, a sua actividade é difícil de prever. Mas os eclipses solares são mais fáceis de prever. O próximo eclipse solar será total e terá lugar no dia 20 de Março de 2015. Em Portugal, o eclipse será parcial.
 

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