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Edição n.º 1199
04/09 a 07/09/2015
 
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EFEMÉRIDES

Dia 04/09: 247.º dia do calendário gregoriano.
Observações: Maior elongação este de Mercúrio, pelas 11:00.

Dia 05/09: 248.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1977 arrancava o programa Voyager com o lançamento da sonda Voyager 1.

Em 1984, o vaivém espacial Discovery completava o seu voo inaugural.
Observações: A Lua nasce pouco depois das 00:00. Está muito perto de Aldebarã. Tão perto que pelas 05:31 o nosso satélite natural oculta essa estrela de Touro.
Vénus estacionário, pelas 10:00.
Lua em Quarto Minguante, pelas 10:54.

Dia 06/09: 249.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1892, nascia Edward Victor Appleton, físico inglês que em 1947 ganhou o Prémio Nobel da Física ao provar a existência da ionosfera em 1924.
Em 1899, era fundada a Sociedade Astronómica e Astrofísica da América, agora com o nome Sociedade Astronómica Americana.
Em 1997 era descoberta a primeira lua irregular de ÚranoCaliban, por Brett J. Galdman (Instituto Canadiano para a Astrofísica Teórica), Philip D. Nicholson (Universidade de Cornell), Joseph A. Burns (Universidade de Cornell) e JJ Kavelaars (Universidade McMaster). 

Estavam usando o telescópio Hale de 5 metros do monte PalomarÚrano tem 27 luas conhecidas. 
Observações: O padrão em forma de "W" da constelação de Cassiopeia sobe a nordeste depois do cair da noite. Por baixo da secção inferior do "W", a uma distância um pouco maior que esse segmento de reta, procure uma zona mais brilhante da Via Láctea (caso tenha acesso a um céu escuro). Binóculos mostram que é o Enxame Duplo de Perseu, mesmo num céu com alguma poluição luminosa.

Dia 07/09: 250.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1914, nascia James Van Allen, cientista americano, instrumental no estabelecimento do campo da pesquisa magnetosférica no espaço.

As cinturas de Van Allen têm o seu nome.
Em 1995, lançamento da missão STS-69 do vaivém espacial Endeavour. Foi o 100.º voo espacial bem sucedido da NASA.
Observações: Olhe para sul pouco depois do anoitecer e para bem alto. A estrela mais brilhante aí é Altair, com a mais ténue Tarazed a poucos graus de distância por cima e um pouco para a direita. Para a esquerda de Altair está a ténue mas notável constelação de Golfinho.

 
CURIOSIDADES


Os anéis de Saturno estendem-se desde os 6.630 km até aos 120.700 km acima do equador de Saturno. Têm uma espessura média de 20 metros e são compostos principalmente por água gelada.

 
EM SATURNO, UM DESTES ANÉIS NÃO É COMO OS OUTROS
O planeta Saturno, visto pela sonda Cassini durante o equinócio. Dados sobre o modo como os anéis arrefeceram durante esta altura fornecem informações sobre a natureza das partículas dos anéis.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Quando o Sol se pôs nos anéis de Saturno em agosto de 2009, os cientistas da missão Cassini da NASA assistiam de perto. Foi o equinócio - uma de duas vezes no ano de Saturno em que o Sol ilumina de lado o enorme sistema de anéis do planeta. O evento constituiu uma oportunidade extraordinária para a sonda Cassini observar mudanças de curta duração nos anéis que revelam detalhes sobre a sua natureza.

Tal como a Terra, Saturno tem o seu eixo inclinado. Ao longo da sua órbita de 29 anos, os raios do Sol movem-se de norte para sul ao longo do planeta e dos anéis - e vice-versa. A mudança da luz do Sol faz com que a temperatura dos anéis - formados por biliões de partículas geladas - varie de estação para estação. Durante o equinócio, que durou apenas alguns dias, apareceram sombras invulgares e estruturas onduladas e, durante o crepúsculo deste breve período, os anéis começaram a arrefecer.

Num estudo publicado recentemente pela revista Icarus, uma equipa de cientistas da Cassini anuncia que uma secção dos anéis parece ter tido uma ligeira "febre" durante o equinócio. A temperatura mais alta do que o esperado forneceu uma janela única para a estrutura interior das partículas dos anéis, geralmente não disponível aos cientistas.

"No geral, não podemos aprender muito sobre a composição das partículas de gelo dos anéis de Saturno mais do que um milímetro abaixo da superfície. Mas o facto de que uma parte dos anéis não arrefeceu como o esperado permitiu-nos modelar como podem ser no interior," afirma Ryuji Morishima do JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia, que liderou o estudo.

Os investigadores examinaram dados recolhidos pelo instrumento CIRS (Composite Infrared Spectrometer) da Cassini durante o ano em redor do equinócio. O instrumento essencialmente registou a temperatura dos anéis à medida que arrefeciam. Compararam então a temperatura com modelos computacionais que tentam descrever as propriedades das partículas dos anéis numa escala individual.

O que descobriram foi intrigante. Para a maior parte da gigante imensidão dos anéis de Saturno, os modelos previram corretamente o modo como arrefeceram à medida que caíram na escuridão. Mas uma secção - o mais externo dos grandes anéis principais, o denominado Anel A - ficou mais quente do que os modelos previram. O pico de temperatura foi especialmente proeminente no meio do Anel A.

A fim de abordarem esta curiosidade, Morishima e colegas realizaram uma investigação detalhada de como as partículas dos anéis com estruturas diferentes aquecem e arrefecem durante as estações de Saturno. Os estudos anteriores com base em dados da Cassini mostraram que as partículas geladas dos anéis são fofas, no exterior, como neve fresca. Este material exterior, chamado rególito, é criado com o passar do tempo, à medida que pequenos impactos pulverizam a superfície de cada partícula. A análise da equipa sugere que a melhor explicação para as temperaturas do Anel A durante o equinócio é que o anel é composto em grande parte por partículas com aproximadamente 1 metro, principalmente gelo sólido com apenas uma fina camada de rególito.

"Uma alta concentração de pedaços de gelo sólido, nesta região dos anéis de Saturno, é inesperada," afirma Morishima. "As partículas dos anéis geralmente espalham-se e tornam-se uniformemente distribuídas ao longo de uma escala de tempo de aproximadamente 100 milhões de anos."

A acumulação de partículas densas num só lugar sugere que, ou algum processo as colocou lá no passado geológico recente ou então as partículas estão, de algum modo, confinadas a essa zona. Os cientistas sugerem um par de hipóteses para explicar esta aglomeração. Uma lua poderá ter existido neste local dentro dos últimos 100 milhões de anos e terá sido destruída, talvez por um impacto gigante. Alternativamente, alegam que pequenas luas, do tamanho de pedregulhos, podem estar a transportar estas partículas geladas e densas à medida que migram para dentro do anel. Estas pequenas luas podem dispersar os pedaços de gelo no meio do Anel A enquanto quebram-se devido à influência gravitacional de Saturno e das suas luas maiores.

"Este resultado peculiar é fascinante porque sugere que o meio do anel A de Saturno pode ser muito mais jovem do que o resto dos anéis," explica Linda Spiler, cientista do projeto Cassini do JPL e coautora do estudo. "Outras partes do anel podem ser tão antigas quanto o próprio Saturno."

Durante a sua última série de órbitas próximas de Saturno, a Cassini irá medir diretamente, e pela primeira vez, a massa dos anéis principais do planeta. Os cientistas vão usar a massa dos anéis para colocar limites na sua idade.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Icarus
PHYSORG
Space Daily

Saturno:
Solarviews
Wikipedia
Anéis de Saturno (Wikipedia)

Cassini:
Página oficial (NASA)
Wikipedia

 
O QUE ACONTECEU À ANTIGA ATMOSFERA DE MARTE? NOVO ESTUDO ELIMINA UMA HIPÓTESE

Os cientistas podem estar mais perto de resolver o mistério de como Marte mudou de um mundo com água à superfície há milhares de milhões de anos atrás para o Planeta Vermelho e árido de hoje.

Uma nova análise do maior depósito conhecido de minerais de carbonato em Marte sugere que a atmosfera marciana original pode ter perdido a maior parte do seu dióxido de carbono aquando da era da formação da rede de vales.

"O maior depósito de carbonato em Marte tem, no máximo, duas vezes mais carbono do que a atmosfera atual de Marte," afirma Bethany Ehlmann do Instituto de Tecnologia da Califórnia e do JPL da NASA, ambos em Pasadena, EUA. "Mesmo que combinássemos todos os reservatórios conhecidos de carbono, ainda ficava muito longe de ser suficiente para sequestrar a espessa atmosfera que foi proposta para a época em que havia rios à superfície de Marte."

O dióxido de carbono forma a maioria da atmosfera de Marte. Esse gás pode ser puxado do ar e sequestrado para dentro do solo, através de reações químicas com rochas, para formar minerais de carbonato. Anos antes desta série bem-sucedida de missões a Marte, muitos cientistas esperavam encontrar grandes depósitos de carbonatos que continham grande parte do carbono da atmosfera original de Marte. Em vez disso, estas missões descobriram baixas concentrações de minerais de carbonato distribuídas amplamente e só apenas alguns depósitos concentrados. De longe, o maior depósito rico em minerais de carbonato conhecido em Marte está situado numa região chamada Nili Fossae.

Esta imagem combina informação de dois instrumentos numa sonda da NASA para mapear a cores a composição do solo da região de Nili Fossae em Marte. Os depósitos ricos em carbonatos (verde) contêm parte do carbono presente no dióxido de carbono da atmosfera.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/JHUAPL/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Christopher Edwards, ex-investigador do Caltech, agora do USGS (U.S. Geological Survey) em Flagstaff, no estado americano do Arizona, juntamente com Ehlmann, relatam os seus resultados e análises num artigo publicado online pela revista Geology. A sua estimativa do carbono preso no depósito mineral de Nili Fossae usa observações de várias missões a Marte, incluindo o instrumento TES (Thermal Emission Spectrometer) da sonda Mars Global Surveyor, do instrumento CRISM (Compact Reconnaissance Imaging Spectrometer for Mars) e de duas câmaras telescópicas da sonda Mars Reconnaissance Orbiter e do instrumento THEMIS (Thermal Emission Imaging System) da sonda Mars Odyssey.

Edwards e Ehlmann comparam a sua contagem de carbono preso em Nili Fossae com a que seria necessária para explicar uma antiga atmosfera marciana densa o suficiente para sustentar água à superfície durante o período em que os rios deixaram a sua marca no planeta ao esculpirem leitos e lagos. Segundo a sua estimativa, necessitariam de mais de 35 depósitos de carbonato do tamanho do da região Nili Fossae. Eles consideram improvável que tantos depósitos deste tamanho tenham permanecido por descobrir nos vários estudos detalhados do planeta a partir de órbita. Podem existir depósitos ainda mais antigos, mais profundos e melhor escondidos, mas não ajudam a resolver o enigma da fina atmosfera aquando da formação de rios e vales.

A atmosfera marciana moderna é demasiado ténue para a água líquida persistir à superfície. Uma atmosfera mais densa no passado de Marte pode ter impedido a água de evaporar. Pode também ter permitido com que algumas partes do planeta ficassem quentes o suficiente e assim manter água no estado líquido. Mas se a atmosfera já foi espessa, o que é que lhe aconteceu? Uma explicação possível é que Marte realmente teve uma atmosfera muito mais densa durante o período dos rios e lagos, perdendo-a posteriormente para o espaço a partir da secção superior da atmosfera, em vez de sequestração em minerais.

Investigadores estimam o carbono sequestrado no solo do maior depósito conhecido de minerais de carbonato em Marte usando dados de cinco instrumentos pertencentes a três diferentes sondas da NASA, incluindo propriedades físicas do THEMIS (esquerda) e informações minerais pelo CRISM (direita).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASU/JHUAPL
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Talvez a atmosfera não fosse tão espessa durante a formação dos vales, rios e lagos," comenta Edwards. "Em vez de um Marte molhado e quente, talvez fosse frio e molhado com uma atmosfera já diminuída. Quão quente precisaria de ser para a formação de vales? Não muito. Na maioria dos locais, podia haver neve e gelo em vez de chuva. A temperatura precisa de estar apenas um pouco acima do ponto de solidificação para a água derreter e fluir ocasionalmente, e isto não requer uma atmosfera muito densa."

O rover Curiosity da NASA descobriu evidências de uma perda antiga do topo da atmosfera, com base na proporção de carbono mais pesado para carbono mais leve na atmosfera moderna de Marte. Permanece a incerteza sobre quanto dessa perda ocorreu durante o período de formação dos vales; grande parte pode ter acontecido mais cedo. A sonda MAVEN, que examina a atmosfera superior de Marte desde o final de 2014, pode ajudar a reduzir essa incerteza.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
ASU (comunicado de imprensa)
Artigo científico
Geology
USGS
PHYSORG
AstronomyNow

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
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Mars Global Surveyor: 
NASA
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MRO:
NASA 
JPL 
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MAVEN:
NASA
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Rover Curiosity:
NASA
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ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Arp 159 e NGC 4725
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Stephen Leshin
 
Neste retrato cósmico estão presentes estrelas pontiagudas e galáxias peculiares, uma imagem telescópica na direção da constelação de Cabeleira de Berenice. Brilhantes o suficiente para mostrar picos de difração, as estrelas estão no plano da frente da cena, bem dentro da nossa Via Láctea. Mas as duas galáxias proeminentes estão muito para além da nossa, a cerca de 41 milhões de anos-luz de distância. Também conhecida como NGC 4747, a galáxia mais pequena e distorcida à esquerda é a 159.ª entrada do catálogo Arp de Galáxias Peculiares, com grandes caudas de maré indicativas de interações gravitacionais fortes no seu passado. Com cerca de 100.000 anos-luz de diâmetro, a sua provável companheira à direita é a muito maior NGC 4725. À primeira vista, NGC 4725 parece ser uma galáxia espiral normal, a sua região central dominada pela luz amarelada de estrelas mais frias e velhas que dão lugar a enxames azulados mais jovens ao longo da periferia espiral e empoeirada. Ainda assim, NGC 4725 parece estranha pois só tem um braço espiral.
 

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