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Edição n.º 1325
18/11 a 21/11/2016
 
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25/11/16 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS + OBSERVAÇÃO COM TELESCÓPIO
19:30 - Este evento inclui uma apresentação sobre um tema a determinar, seguido de observação astronómica noturna com telescópio (dependente de meteorologia favorável).
Local: CCVAlg
Preço: 2€ - adultos, 1€ jovens (crianças até 12 anos grátis)
Pré-inscrição: siga este link
Telefone: 289 890 922
E-mail: info@ccvalg.pt

 
EFEMÉRIDES

Dia 18/11: 323.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1923, nascia Alan Shepard, o primeiro americano no espaço.
Em 1989 a NASA lança o COBE (Cosmic Background Explorer).

Os instrumentos a bordo estudaram toda a esfera celeste a cada seis meses. As operações terminaram a 23 de dezembro de 1993. A partir de janeiro de 1994, foi transferido para o Wallops e serviu como satélite de testes. 
Em 1999, usando câmaras de vídeo, David Palmer, Brian Cudnick e Pedro Sada registam um impacto de uma Leónida na Lua. O evento torna-se no primeiro impacto cósmico lunar confirmado.
Em 2013, é lançada a MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile EvolutioN Mission) em direção a Marte
Observações: Por volta das 20:30 esta semana, bem alto a sul, o Grande Quadrado de Pégaso está nivelado. O seu lado direito (oeste) aponta bem para baixo até Fomalhaut. O seu lado esquerdo (este) aponta, mas menos diretamente, para Beta Ceti, não tão para baixo.

Dia 19/11: 324.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1711, nascia Mikhail Lomonosov, cientista russo, conhecido por ser a primeira pessoa a teorizar a existência de uma atmosfera em Vénus.
Em 1881, um meteorito aterra perto da vila de Grossliebenthal, no sudoeste de Odessa, Ucrânia.
Em 1969, a Apollo 12 faz a segunda aterragem humana na Lua. Os astronautas Pete Conrad e Alan Bean pisam solo lunar no Oceano das Tempestades.
Em 1999, a China lança a missão Shenzhou 1, não tripulada, para órbita.

Torna-se assim na terceira nação da História a lançar um veículo capaz de transportar uma pessoa até ao espaço, depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos.
Observações: A estrela mais brilhante a nordeste é Capella, de magnitude zero. Encontra-se por baixo de Perseu. Bem para a sua direita estão as Plêiades. E por baixo das Plêiades pisca a alaranjada Aldebarã.

Dia 20/11: 325.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1889 nasce Edwin Hubble, astrónomo americano.

Foi o primeiro a identificar cefeidas em M31, provando a natureza extragaláctica das nebulosas espirais (galáxias). Apoiando-se sobre o trabalho de Carl Wirtz, e com os desvios de SlipherHubble estabelece a relação distância-velocidade das galáxias (Lei de Hubble) que demonstra a expansão do Universo.
Em 1984, é fundado o Instituto SETI.
Em 1998, é lançado o primeiro módulo da Estação Espacial Internacional (ISS), o Zarya.
Observações: Orionte sobe completamente acima do horizonte pelas 21:00. Aldebarã está alta por cima de Orionte. Por cima de Aldebarã estão as Plêiades. Aldebarã e as Plêiades servem sempre como um prenúncio da chegada de Orionte.

Dia 21/11: 326.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1905, é publicado o artigo de Einstein que revela a relação entre a energia e a massa. Isto leva à fórmula da equivalência massa-energia, E=mc^2.

Em 1998, estudantes do Liceu Northfield Mount Hermon descobrem Kuiper 72.
Observações: Lua em Quarto Minguante, pelas 08:33.

 
CURIOSIDADES


Numa colisão entre galáxias existe formação e desaparecimento de estrelas. No entanto, a "colisão" é na sua maior parte entre gás e poeiras e não colisão de estrelas propriamente ditas.

 
UMA ESTRELA BEM REDONDA

As estrelas não são esferas perfeitas. Enquanto giram, tornam-se mais achatadas devido à força centrífuga. Uma equipa de investigadores liderada por Laurent Gizon do Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar e da Universidade de Gotinga conseguiu agora medir, com uma precisão sem precedentes, o achatamento de uma estrela em lenta rotação. Os cientistas determinaram o achatamento estelar usando asterossismologia - o estudo das oscilações das estrelas. A técnica foi aplicada a uma estrela a 5000 anos-luz da Terra e revelou que a diferença entre o raio equatorial e o raio polar é de apenas 3 km - um número astronomicamente pequeno quando comparado com o raio médio da estrela de 1,5 milhões de quilómetros; o que significa que a esfera gasosa é incrivelmente redonda.

A estrela Kepler 11145123 é o objeto natural mais redondo jamais medido no Universo. As oscilações estelares demonstram uma diferença entre o raio do equador e o raio dos polos de apenas 3 km. Esta estrela é significativamente mais redonda do que o Sol.
Crédito: Mark A. Garlick
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Todas as estrelas giram e são, portanto, achatadas pela força centrífuga. Quando mais rápida a rotação, mais achatada a estrela se torna. O nosso Sol gira com um período de 27 dias e tem um raio, no equador, 10 km maior do que o raio nos polos; para a Terra, essa diferença é de 21 km. Gizon e colegas selecionaram uma estrela com rotação lenta chamada Kepler 11145123. Esta estrela quente e luminosa tem mais do dobro do tamanho do Sol e gira três vezes mais lentamente do que o Sol.

Gizon e colegas selecionaram esta estrela para o seu estudo porque suporta oscilações puramente sinusoidais. As expansões e contrações periódicas da estrela podem ser detetadas nas flutuações do brilho da estrela. A missão Kepler da NASA observou as oscilações da estrela, continuamente, durante mais de quatro anos. Os diferentes modos de oscilação são sensíveis a diferentes latitudes estelares. Para o seu estudo, os autores compararam as frequências dos modos de oscilação que são mais sensíveis às regiões de baixa latitude e as frequências dos modos mais sensíveis a latitudes mais altas. Esta comparação mostra que a diferença de raio entre o equador e os polos é de apenas 3 km, com uma precisão de 1 km. "Isto torna Kepler 11145123 o objeto natural mais redondo jamais medido, ainda mais redondo do que o Sol," explica Gizon.

Surpreendentemente, a estrela é ainda menos achatada do que a sua rotação indica. Os autores propõem que a presença de um campo magnético a baixas latitudes poderá fazer a estrela parecer mais esférica para as oscilações estelares. Tal como a heliosismologia pode ser usada para estudar o campo magnético do Sol, a asterossismologia pode ser usada para estudar o magnetismo em estrelas distantes. Os campos magnéticos estelares, especialmente os campos magnéticos fracos, são notoriamente difíceis de observar diretamente em estrelas distantes.

Kepler 11145123 não é a única estrela com oscilações adequadas e medições precisas de brilho. "Pretendemos aplicar este método a outras estrelas observadas pelo Kepler e com as futuras missões espaciais TESS e PLATO. Será particularmente interessante ver como uma rotação mais rápida e um campo magnético mais forte podem mudar a forma de uma estrela," acrescenta Gizon. "Um importante campo teórico da astrofísica acaba de se tornar observacional."

Links:

Notícias relacionadas:
Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar (comunicado de imprensa)
Artigo científico (Science Advances)
SPACE.com
Science alert
PHYSORG
Gizmodo
UPI

Asterossismologia:
Wikipedia

Telescópio Espacial Kepler:
NASA (página oficial)
Arquivo de dados do Kepler
Descobertas planetárias do Kepler
Wikipedia

TESS:
NASA/Goddard
Wikipedia

PLATO:
ESA
Wikipedia

 
EQUIPA INTERNACIONAL DESCOBRE SUPERENXAME ESCONDIDO POR TRÁS DA VIA LÁCTEA

Uma equipa internacional de astrónomos descobriu uma anteriormente desconhecida grande concentração de galáxias na direção da constelação de Vela, a que chamaram de superenxame de Vela. A atração gravitacional desta grande concentração de massa na nossa vizinhança cósmica poderá ter um efeito importante no movimento do nosso Grupo Local de galáxias, incluindo a Via Láctea. Poderá também explicar a direção e amplitude da velocidade peculiar do Grupo Local em relação à Radiação Cósmica de Fundo em Micro-ondas.

Os superenxames são as maiores e mais massivas estruturas conhecidas no Universo. Consistem de enxames de galáxias e muralhas que medem até 200 milhões de anos-luz no céu. O superenxame mais famoso é o Superenxame Shapley, a cerca de 650 milhões de anos-luz, que contém duas dúzias de enxames massivos, em raios-X, onde já se mediu a velocidade de milhares de galáxias. Pensa-se ser o maior do seu tipo na nossa vizinhança cósmica.

Agora, uma equipa da África do Sul, da Holanda, da Alemanha e da Austrália, incluindo dois cientistas do Instituto Max Planck para Física Extraterrestre em Garching, Alemanha, descobriu outro grande superenxame, um pouco mais distante (800 milhões de anos-luz), que cobre uma área do céu ainda maior do que o Superenxame Shapley. O superenxame de Vela tem passado despercebido devido à sua localização, atrás do plano da Via Láctea, onde a poeira e as estrelas obscurecem as galáxias de fundo, resultando numa larga faixa sem fontes extragalácticas. Os resultados da equipa sugerem que o superenxame de Vela pode ser tão massivo quanto Shapley, o que indica que a sua influência sobre os fluxos locais de massa é comparável à de Shapley.

O superenxame de Vela no seu ambiente mais amplo: a imagem mostra a distribuição das galáxias dentro e em redor do superenxame de Vela (VSC, elipse maior). O centro da imagem, a chamada Zona de Evitação, está coberta pela Via Láctea (com os seus campos estelares e camadas de poeira em cinza), que obscurece todas as estruturas por trás. A cor indica as distâncias de todas as galáxias até 500-1000 milhões de anos-luz (tom amarelo para o pico do superenxame de Vela, verde para objetos mais próximos e laranja para objetos mais distantes). A elipse marca a extensão aproximada do superenxame de Vela, atravessando o Plano Galáctico. A estrutura foi revelada graças a um novo levantamento espectroscópico. Dada a sua proeminência em ambos os lados do plano da Via Láctea, seria altamente improvável que estas estruturas a larga-escala não estivessem ligadas através do Plano Galáctico. A estrutura pode ser similar, em massa agregada, com a Concentração Shapley (SC, elipse mais pequena), embora muito mais estendida. O chamado "Grande Atrator", localizado muito mais perto da Via Láctea, é um exemplo de uma grande estrutura em teia que atravessa o Plano Galáctico, embora seja muito mais pequeno do que o superenxame de Vela. A parte central e obscurecida por poeira do superenxame de Vela permanece por mapear. Também podem ser vistas as duas galáxias satélites da Via Láctea, a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães, localizadas para sul do Plano Galáctico.
Crédito: Thomas Jarrett (UCT)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A descoberta teve por base observações espectroscópicas multiobjecto de milhares de galáxias parcialmente obscurecidas. Observações, em 2012, com o reformado espectrógrafo do SALT (Southern African Large Telescope), confirmaram que oito novos enxames residiam dentro da área de Vela. Observações espectroscópicas subsequentes com o Telescópio Anglo-Australiano na Austrália forneceram milhares de desvios para o vermelho galácticos e revelaram a vasta extensão desta nova estrutura.

A professora Renée Kraan-Korteweg, da Universidade de Cidade do Cabo, que liderou este estudo e tem vindo a investigar esta região há mais de uma década, afirma: "Eu não podia acreditar que uma estrutura tão grande aparecesse de maneira tão proeminente," quando ela e os seus colegas analisaram os espectros do novo levantamento.

Os cientistas Hans Böhringer e Gayoung Chon do Instituto Max Planck para Física Extraterrestre estudaram a região do superenxame em busca de enxames galácticos brilhantes em raios-X e encontraram dois aglomerados gigantes na região coberta pelo levantamento de desvios para o vermelho e outros enxames massivos na vizinhança imediata. Eles confirmaram então: "Esta descoberta mostra que o superenxame de Vela tem uma densidade de matéria significativamente maior que a média, tornando-se numa estrutura grande e proeminente."

Mas ainda há muito a fazer - são necessárias observações de acompanhamento para revelar toda a extensão, massa e influência do superenxame de Vela. Até agora, esta região do céu tem sido pouco estudada, a parte mais próxima da Via Láctea ainda menos devido à grande densidade estelar e às camadas de poeira que bloqueiam a nossa visão. As observações planeadas com a nova instalação de radioastronomia MeerKAT vão, em particular, ajudar a mapear esta região obscurecida e serão obtidos novos desvios para o vermelho óticos com o novo espectrógrafo multiobjecto, Taipan, da Austrália.

O levantamento em curso de enxames luminosos em raios-X, levados a cabo pela equipa do Instituto Max Planck para Física Extraterrestre, Hans Böhringer e Gayoung Chon, foi recentemente alargado para cobrir esta região da banda da Via Láctea. A área do superenxame de Vela e o seu ambiente vão receber atenção especial. "Já temos boas indicações de que o superenxame de Vela está embebido numa grande rede de filamentos cósmicos traçados por enxames, fornecendo informações sobre a estrutura em ainda maior escala embebida no superenxame. Com o programa futuro, em vários comprimentos de onda, esperamos desvendar a sua influência total sobre a cosmografia e cosmologia," observa Gayoung Chon.

Links:

Notícias relacionadas:
Instituto Max Planck para Física Extraterrestre (comunicado de imprensa)
Monthly Notices Letters of the Royal Astronomical Society
Artigo científico (arXiv.org)
Universidade de Cidade do Cabo
COSMOS
Space Daily
UPI

Superenxame:
Wikipedia

Superenxame Shapley:
Wikipedia

SALT:
Página oficial
Wikipedia

 
"CÓDIGO DE BARRAS" DE GALÁXIA DISTANTE CONFIRMA CONSTÂNCIA DA NATUREZA
Astrónomos observaram a luz de um quasar 8,5 mil milhões de anos depois de passar por galáxias distantes.
Crédito: James Josephides e Michael Murphy
 

Astrónomos mediram com precisão uma força fundamental da Natureza numa galáxia vista 8 mil milhões de anos para o passado.

Investigadores da Universidade de Tecnologia de Swinburne e da Universidade de Cambridge confirmaram que o eletromagnetismo numa galáxia distante tem a mesma força que cá na Terra.

Observaram um quasar - um buraco negro supermassivo com um ambiente muito brilhante - localizado por trás da galáxia. Na sua viagem para a Terra, parte da luz do quasar foi absorvida por gás na galáxia há oito mil milhões de anos atrás, lançando sombras em cores muito específicas.

"O padrão de cores diz-nos quão forte é o eletromagnetismo nesta galáxia e, dado que o quasar é um dos mais brilhantes conhecidos, fomos capazes de fazer a medição mais precisa até agora," afirma o autor principal do estudo, o candidato a doutoramento de Swinburne, Srdan Kotuš.

"Descobrimos que o eletromagnetismo nesta galáxia é o mesmo que aqui na Terra, até uma parte por milhão - cerca da largura de um cabelo humano em comparação com um estádio desportivo."

O eletromagnetismo é uma das quatro forças fundamentais conhecidas da Natureza.

"O eletromagnetismo determina quase tudo sobre o nosso mundo quotidiano, como a luz que recebemos do Sol, como vemos essa luz, como o som viaja através do ar, o tamanho dos átomos e como interagem," comenta Michael Murphy, coautor do novo trabalho e professor na mesma instituição de ensino.

"Mas ninguém sabe porque é que o eletromagnetismo tem a força que tem e se deve ser constante, ou variar, e porquê."

A maioria das tentativas anteriores de medir o eletromagnetismo foram limitadas por instrumentos chamados espectrógrafos - as "réguas de luz" usadas para medir o padrão de sombras no arco-íris de cores do quasar. Os investigadores usaram espectrógrafos no VLT (Very Large Telescope) e no telescópio de 3,6 m do ESO no Chile para fazer as suas observações.

"O espectrógrafo do VLT é um pouco impreciso: é uma régua de alta-qualidade para medir a luz, mas os números dessa régua estão um pouco desalinhados. Então, para fazermos a melhor medição, também usámos o espectrógrafo do telescópio de 3,6 m a fim de fornecer números muito precisos," comenta Kotuš.

"Para mim, a descoberta de que o eletromagnetismo é constante durante mais de metade da idade do Universo só aprofunda o mistério - por que é assim? Nós ainda não sabemos," comenta Murphy.

"É incrível que as galáxias distantes forneçam uma ponta de prova tão precisa para uma pergunta tão fundamental. Com a construção em curso de telescópios ainda maiores, seremos capazes de a testar ainda melhor no futuro próximo."

Links:

Notícias relacionadas:
Universidade de Tecnologia de Swinburne (comunicado de imprensa)
Superterra GJ 536 b a orbitar a estrela GJ 536 (IAC via YouTube)
Artigo científico (arXiv.org)
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Absorção da luz de um quasar (Swinburne via YouTube)
PHYSORG

Eletromagnetismo:
Wikipedia
Forças fundamentais (Wikipedia)

Quasar:
Wikipedia

VLT:
Página oficial
Wikipedia

 
CIENTISTAS DESCOBREM UMA SUPERTERRA PRÓXIMA
Impressão de artista do exoplaneta GJ 536 b e da estrela GJ 536.
Crédito: Gabriel Pérez, SMM (IAC)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O estudante de doutoramento Alejandro Suárez Mascareño, do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC) e da Universidade de La Laguna, e os diretores da sua tese Rafael Rebolo e Jonay Isaí González Hernández descobriram uma "superterra", GJ 536 b, cuja massa ronda as 5,4 massas terrestres, em órbita de uma estrela próxima muito brilhante. O estudo foi aceite para publicação na revista Astronomy & Astrophysics e envolveu investigadores de vários países.

Este exoplaneta - o planeta que orbita a estrela GJ 536 - não está dentro da zona habitável da estrela, mas o seu curto período orbital de 8,7 dias e a luminosidade da sua estrela, uma anã vermelha bastante fria e próxima do Sol - 32,7 anos-luz da Terra -, tornam-no num candidato atraente para uma investigação da sua composição atmosférica. Durante esta pesquisa foi também descoberto um ciclo de atividade magnética, parecido com o do Sol, mas mais curto, 3 anos.

"Até agora, o único planeta que encontrámos foi GJ 536 b mas continuamos a monitorizar a estrela para ver se descobrimos outros companheiros," comenta Alejandro Suárez Mascareño, o autor principal do artigo. "Os planetas rochosos são normalmente encontrados em grupos," explica, "especialmente em redor de estrelas deste tipo, e estamos confiantes que podemos encontrar outros planetas em órbitas mais distantes da estrela, com períodos entre 100 dias até alguns anos. Estamos a preparar um programa de monitoramento para trânsitos deste novo exoplaneta a fim de determinar o seu raio e densidade média."

"Este exoplaneta rochoso está a orbitar uma estrela muito mais pequena e fria que o Sol," comenta Jonay Isaí González, "mas está suficientemente próxima e é suficientemente brilhante. Também é observável nos hemisférios norte e sul, de modo que é muito interessante para espectrógrafos futuros de alta estabilidade e, em particular, para a possível deteção de outro planeta rochoso na zona habitável da estrela."

"Para detetar o planeta", afirma Rafael Rebolo, "tivemos que medir a velocidade da estrela com uma precisão na ordem de um metro por segundo. Com a construção do novo instrumento ESPRESSO, codirigido pelo IAC, vamos melhorar essa precisão por um fator de dez e seremos capazes de estender a nossa busca para planetas com condições muito parecidas às da Terra, em redor desta e de outras estrelas vizinhas."

O planeta foi detetado num esforço conjunto entre o IAC e o Observatório de Genebra, usando o espectrógrafo HARPS (High Accuracy Radial velocity Planet Seeker) acoplado ao telescópio de 3,6 do ESO em La Silla (Chile) e o HARPS Norte, no Telescópio Nacional Galileu no Observatório Roque de los Muchachos, Garafia (La Palma).

Links:

Notícias relacionadas:
Instituto de Astrofísica das Canárias (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Universe Today
UPI

GJ 536 b:
Exoplanet.eu

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Lista de planetas (Wikipedia)
Lista de exoplanetas potencialmente habitáveis (Wikipedia)
Lista de extremos (Wikipedia)
Open Exoplanet Catalogue
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares

 
TAMBÉM EM DESTAQUE
  Descoberto grande vale em Mercúrio (via União Geofísica Americana)
Cientistas descobriram um novo e grande vale em Mercúrio, que poderá ser a primeira evidência da flambagem da concha exterior de silicatos do planeta em resposta à contração global. Os investigadores descobriram o vale usando um novo mapa topográfico de alta resolução de parte do hemisfério sul de Mercúrio criado com imagens estéreo da sonda MESSENGER da NASA. Ler fonte
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - NGC 891 vs. Abell 347
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Juan Lozano de Haro
 
As galáxias abundam neste bem escolhido campo de visão que se prolonga por aproximadamente 1 grau no céu na direção da constelação de Andrómeda. No canto superior direito está a grande espiral NGC 891, com 100 mil anos-luz de diâmetro e vista quase exatamente de lado. A cerca de 30 milhões de anos-luz de distância, NGC 891 parece-se muito com a nossa própria Via Láctea, com um disco galáctico achatado e fino. O seu disco e bojo central são cortados ao meio por nuvens escuras e obscuras. Espalhadas na parte inferior esquerda, e para lá de um primeiro plano de estrelas da Via Láctea, encontram-se membros do enxame galáctico Abell 347. A quase 240 milhões de anos-luz de distância, Abell 347 exibe as suas próprias grandes galáxias na nítida imagem telescópica. São semelhantes a NGC 891 em tamanho físico, mas estão localizadas quase 8 vezes mais longe, de modo que as galáxias de Abell 347 têm cerca de um-oitavo do tamanho aparente de NGC 891.
 

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