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NOTÍCIAS ASTRONÓMICAS - N.º 136
21 de Junho de 2005
arrow O TRIÂNGULO DE VERÃO thingy

O Verão começou oficialmente às 07:46 de 21 de Junho. E à medida que escurece esta semana, o famoso "Triângulo de Verão" pode ser encontrado baixo no céu a Este.

Este grande, quase isósceles triângulo é composto por três das mais brilhantes estrelas do céu, cada uma a estrela mais brilhante da sua própria constelação.


O Triângulo de Verão.
Crédito: T. Credner & S. Kohle, AlltheSky.com
(clique na imagem para ver versão maior)

Começamos pela azul-esbranquiçada Vega (a estrela de onde saíam os sinais de rádio extraterrestres do livro de Carl Sagan, mais tarde passado para filme, "Contacto"), em Lira. É a quinta estrela mais brilhante do céu, bastante próxima de nós, a 26 anos-luz de distância. O seu tempo de vida será de apenas mil milhões de anos, um décimo da vida do Sol. É duas vezes e meia massiva que o Sol e cinquenta vezes mais energética. Nos anos 80 descobriu-se que à sua volta existe um disco de poeira e gás, indicando a provável existência de planetas ou pelo menos as condições para a sua formação. Por volta do ano 14,000, Vega será a Estrela Polar, devido à precessão dos equinócios. Foi, em 1850, a primeira estrela a ser fotografada, e em 1872, a primeira a ter o seu espectro analisado.

Seguidamente temos a branca-amarelada Altaír em Águia. A 17 anos-luz da Terra, é uma das mais próximas estrelas visíveis a olho nu. O nome "Altaír" vem do árabe "águia voadora". Tem uma rotação bem rápida; o seu equador completa uma rotação em apenas seis horas e meia. O nosso Sol, por exemplo, demora pouco mais que 26. Devido a este efeito, a estrela é achatada nos pólos: o seu diâmetro equatorial é pelo menos 14% maior que o seu diâmetro polar.

Finalmente, a branca Deneb em Cisne. Com uma magnitude absoluta de -7.2, é uma das estrelas mais luminosas conhecidas. É ainda incerta a sua distância. Várias fontes dizem que se situa entre os 1,600 e os 3,200 anos-luz. O número exacto é difícil de calcular porque estrelas a essas distâncias têm uma paralaxe quase inexistente. Estimativas da luminosidade de Deneb variam entre as 60,000 vezes o brilho do Sol (se a 1,600 anos-luz) e 250,000 vezes (se a 3,200 anos-luz). Se Deneb fosse um ponto de luz à distância do Sol, seria bem mais brilhante que a maioria dos lasers industriais; gera mais luz num dia que o Sol em 140 anos. O seu diâmetro deverá ser entre 200 ou 300 vezes o do Sol: se estivesse no seu lugar, Deneb alcançaria a órbita da Terra.

O Triângulo de Verão é uma das partes favoritas do céu para a maioria dos observadores, talvez devido à sua simplicidade em contraste com a grande abundância de estrelas brilhantes presentes no céu de Inverno. Se está só agora a começar na Astronomia, e especialmente se procura as primeiras estrelas a poderem ser observadas mesmo depois do pôr-do-Sol durante as próximas semanas, não é provável confundir o Triângulo de Verão com qualquer outra coisa.

E, dado que esta área do céu está bem afastada do Zodíaco, por onde os brilhantes planetas vagueiam, não tem estranhas "estrelas" temporariamente a alterar o seu padrão familiar, tal como Saturno tem feito a Gémeos nos últimos dois anos.

Se tiver a sorte de se poder deslocar para um local escuro numa noite limpa e sem Lua, verá a grande mancha estrelada conhecida como a Estrada de S. Tiago, ou simplesmente Via Láctea, passando por entre Vega e Altaír, Deneb saltando à vista no meio deste rio de estrela que cruza os nossos céus. Embora todas as estrelas que vejamos no céu pertençam à nossa Via Láctea, este termo refere-se à zona mais brilhante do disco galáctico, onde inúmeros Sóis congregam numa corrente enevoada de estrelas.

Depois de aprender a observar o Triângulo de Verão (e suas respectivas constelações), porque não seguir o caminho lácteo para Sudeste, e observar com binóculos os inúmeros objectos presentes no centro da nossa Galáxia, por entre as constelações de Sagitário e Escorpião? Nestas noites quentes de Verão, o céu está a nosso favor e é sempre uma delícia perdermo-nos por entre nebulosas e enxames, na praia, no campo, ou se tiver de ser, até na cidade.

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arrow TRIBUTO DA SMART-1 A CASSINI thingy



Cratera Cassini na Lua, vista pela SMART-1.
Crédito: ESA/Space-X Space Exploration Institute
(clique na imagem para ver versão maior)

Esta imagem da SMART-1 foi dedicada à equipa da missão Cassini-Huygens durante a conferência da União Europeia de Geociência em Viena no passado mês de Abril, quando os novos resultados de ambas as missões foram apresentados.

A cratera Cassini na Lua tem o nome de Giovanni Domenico Cassini, um dos mais importantes cientistas dos séculos XVII e XVIII. A sonda da NASA/ESA/ASI, que se encontra actualmente em órbita de Saturno, tem o seu nome.

Esta cratera lunar tem um diâmetro de 57 km e está localizada a 40º Norte do limite de Mare Imbrium. Está parcialmente inundada por lava que mais tarde encheu a grande bacia do mar. As três crateras mais pequenas (duas dentro da Cassini e uma outra fora) formaram-se depois da cheia de lava.

Mare Imbrium é a segunda maior bacia no lado visível da Lua, com um diâmetro de 1250 km, e é um dos mares mais jovens (o mais jovem é Mare Orientale), com uma idade entre os 3700 e 3900 milhões de anos.

Está rodeada por três anéis concêntricos de montanhas, criados pelo grande impacto. Algumas terras altas são aqui visíveis a Noroeste da cratera Cassini (canto superior esquerdo).

A imagem foi tirada com a compacta e leve câmara AMIE a bordo da sonda SMART-1. AMIE significa "Advanced Moon Micro-Imager Experiment".

Links:

Giovanni Domenico Cassini:
http://en.wikipedia.org/wiki/Giovanni_Domenico_Cassini

Cratera Cassini:
http://en.wikipedia.org/wiki/Cassini_%28Lunar_crater%29

Missão Cassini-Huygens:
http://en.wikipedia.org/wiki/Cassini-Huygens_Mission
http://saturn.jpl.nasa.gov/

SMART-1:
http://www.esa.int/SPECIALS/SMART-1/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Smart-1

União Europeia de Geociência:
http://www.copernicus.org/EGU/EGU.html

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arrow ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS thingy
     
Foto  
Nuvens noctilucentes - Crédito: Pekka Parviainen
Por vezes é de noite no chão mas de dia no ar. À medida que a Terra gira para eclipsar o Sol, o pôr-do-Sol nasce do horizonte. Por isso, a luz solar ainda ilumina as altas nuvens. Sobre circunstâncias comuns, pode ser observado um bonito pôr-do-Sol, mas as invulgares nuvens noctilucentes flutuam tão alto no céu que podem ser vistas bem depois do anoitecer. Na imagem, uma rede de nuvens desenha um colorido e misterioso tom visível na escuridão. Embora se pense que sejam compostas por pequenas partículas geladas, muito há ainda que aprender sobre elas. Estudos recentes indicam que certas nuvens noctilucentes resultam do vapor de água provocado pelos vaivéns espaciais.
Ver imagem em alta-resolução
     
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BREVEMENTE

 
 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 21/06: 172º dia do  calendário gregoriano.
Observações: Solstício de Verão, 07:46. Começa o Verão astronómico para o Hemisfério Norte, e o Inverno para o Sul.

Dia 22/06: 173º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1675 era fundado o Observatório Real de Greenwich.
Em 1978 James Christy, do Observatório Naval dos Estados Unidos em Flagstaff, Arizona, descobre o satélite de Plutão, Caronte, acerca do qual quase nada se sabia mais de uma década depois. Plutão foi também descoberto em Flagstaff (no Observatório Lowell) em 1930.
Observações: Lua Cheia, às 05:14.
Vénus, Saturno e Mercúrio formam oficialmente um trio - três objectos celestes que cabem dentro de um círculo com 5º. O trio continuará até 29 de Junho.

Dia 23/06: 174º dia do  calendário gregoriano.
Observações: Aproveite a noite para observar, com binóculos, os inúmeros enxames das constelações de Escorpião, Sagitário e Escudo (M4, M6, M7, M8, M11, M16, M17, M20, M21 e M22.

 
 
  CURIOSIDADES:  
 
Há uma semana atrás fizémos referência à abertura da segunda antena do radar MARSIS da sonda Mars Express. No dia 14, esta foi libertada com sucesso. Até se diz que pode começar hoje o estudo por água subterrânea em Marte.
 
 
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