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NOTÍCIAS ASTRONÓMICAS - N.º 140
<dia> de <mês> de 2005
arrow "DEEP IMPACT" É UM SUCESSO EXPLOSIVO! thingy

A sonda Deep Impact colidiu com o cometa Tempel 1, produzindo uma explosão de luz que deixou em estado de choque a sala de controlo da missão no JPL da NASA na Califórnia, EUA. O clima era de uma alegria imensa, com vivas e aplausos.


Imagem que mostra o material ejectado, resultante da colisão do "Impactor" com o cometa, 16 segundos depois do impacto.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD

Os cientistas saltaram de alegria, cerraram os punhos e abraçaram-se uns aos outros. A sua missão deliberadamente colidiu com um cometa pela primeira vez de um modo perfeito.

"E pensávamos que seria subtil," dizia o triunfante cientista do JPL Don Yeomans, um dos membros da equipa da Deep Impact. "Foi consideravelmente mais brilhante, e tem muito mais material a saír do que se esperava," disse.

"Estamos completamente extáticos," disse o director do JPL, Charles Elachi, acerca do sucesso da missão de 330 milhões de dólares. "Valeu todos os cêntimos gastos."


A câmara de média resolução a bordo da Deep Impact tirou esta imagem às 07:52 de 4 de Julho, durante o encontro da missão com o cometa 9P/Tempel 1.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD

O objectivo da colisão cósmica era fazer um buraco na superfície do cometa de modo a libertar material de dentro, revelando detalhes acerca do interior dos cometas. Estes corpos de gelo e poeira com alguns quilómetros de tamanho acredita-se que contenham material primordial, preservado desde a formação do Sistema Solar no gélido espaço profundo.

Uma razão para a espectacular explosão poderá ser que a fracturada crosta do cometa tenha libertado pressão à sub-superfície, permitindo uma pluma bem maior do que seria de esperar, disse Yeomans.

No entanto, será só através de análises detalhadas que poderemos confirmar com exactidão o que aconteceu a 133 milhões de quilómetros da Terra. "Como um aparelho com o tamanho de uma máquina de lavar roupa pode ter produzido tão grande distúrbio levará ainda algum tempo a explicar," disse Yeomans.

Mesmo antes da colisão, as sondas gémeas - o próprio "Impactor" e a sonda "Flyby" que observou o evento de uma distância segura - estavam ambas a enviar imagens bem mais detalhadas do que quaisquer anteriores do núcleo de um cometa. A cerca de 28 cm, a resolução máxima das imagens é quase 100 vezes melhor que as anteriores melhores imagens de um cometa, tiradas em 2004 pela missão Stardust.


Imagem do cometa Tempel 1 tirada pela sonda Impactor da Deep Impact.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD

As imagens mostram inúmeras características perfeitamente circulares, que podem ser crateras de impacto ou buracos de escoamento. Mostram também longas características lineares, uma topografia variada de áreas ásperas e de uma região lisa - "tudo o que um geólogo iria adorar", afirma Yeomans.

Dúzias de observatórios na Terra, bem como quatro em órbita, estiveram também a observar o cometa na altura do impacto, durante o qual este aumentou seis vezes de brilho (duas magnitudes), em relação ao nível anterior à colisão. Levará dias a recolher os dados e a analisar todas as medições, diz o investigador principal da Deep Impact, Michael A'Hearn.


Sequência de imagens tiradas pelo Hubble do cometa Tempel 1, antes e depois do impacto.
Crédito: NASA, ESA, P. Feldman (Universidade John Hopkins) e H. Weaver (Laboratório de Física Aplicada da Universidade John Hopkins)
(clique na imagem para ver versão maior)


Imagens do cometa Tempel 1 tiradas pelo observatório XMM-Newton. As primeiras duas imagens foram tiradas antes do impacto, e as seguintes têm o seu brilho aumentado devido à colisão.
Crédito: ESA/MSSL/Optical Monitor Team
(clique na imagem para ver uma animação)


Comparação (antes e depois) feita pelo Telescópio Faulkes Norte em Maui, Hawaii.
Crédito: Telescópio Faulkes
(clique na imagem para ver versão maior)


Imagem do cometa Tempel 1 tirada pela sonda Rosetta.
Crédito: ESA/Consórcio OSIRIS
(clique na imagem para ver uma animação em Flash)

Mas é já claro que existem algumas características espectrais não identificadas na luz reflectida pelo material ejectado, o que significa que o objectivo da missão, o de aprender coisas novas sobre a composição interna do cometa, será completamente atingido.

E as incríveis imagens (tendo em conta o problema no foco a que fizémos referência numa notícia anterior) já enviadas pela sonda imediatamente depois do impacto representam apenas 10% do total registado (os dados espectrais são os que irão demorar mais tempo a serem enviados, cerca de quatro dias), adicionou A'Hearn: "Existem muitas mais espectaculares imagens." Convém também dizer que as imagens aqui presentes do cometa são "raw", isto é, ainda não foram tratadas. Após a sua modificação, deverão ficar muito mais bem definidas.


Imagem do cometa Tempel 1 tirada pela câmara de alta-resolução a bordo da sonda Deep Impact.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD

A equipa da Deep Impact não ficou apenas deliciada com o sucesso do impacto, mas também pela sobrevivência da sonda rasante depois de ter sido salpicada por detritos da cauda (ou coma) do cometa.

"Está completamente intacta," diz Keyur Patel, sub-gerente do projecto Deep Impact. E as imagens enviadas desde aí mostram que as ópticas da sonda também sobreviveram, escapando ilesas aos perigos.

Mas existe um lado negativo para a espectacular pluma produzida pelo impacto, diz Yeomans. A quantidade de poeira foi tão grande, brilhante e duradoura, que pode ter bloqueado as tentativas da sonda rasante de tirar imagens da cratera resultante.


Outra imagem do impacto da Impactor com o cometa Tempel 1.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD

A sonda tinha apenas uma janela de 13 minutos para registar tais imagens. "A poeira que levantámos tornou isto mais complicado - é bem opaca," diz.

Os cientistas do projecto tinham tantas incertezas acerca dos efeitos do impacto que até faziam apostas acerca do tamanho da cratera - um dos indicadores mais importantes da estrutura do núcleo de um cometa.


Última imagem tirada pela sonda de impacto antes de colidir com a superfície do cometa.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD

Pode-se ver aqui (em formato Quicktime) um filme da aproximação da Deep Impact até ao cometa Tempel 1 entre 1 de Maio e 2 de Julho, dois dias antes do impacto. É constituído por imagens da câmara de resolução média da sonda e mostra três proeminências de gás e poeira.

Os dados, resultados e imagens no Tempel 1 irão continuar a ser enviados durante as próximas horas e os próximos dias. Estes, por exemplo, irão ser usados ao planear a aterragem da sonda Rosetta num cometa daqui a uma década. Espera-se também que se aprenda muito mais sobre a origem do Sistema Solar.

ACTUALIZAÇÃO DE ÚLTIMA HORA:

XMM-Newton detecta água no cometa Tempel 1


Imagens ultravioletas tiradas pelo Observatório XMM-Newton nos dias 3 e 4 de Julho.
Crédito: ESA/MSSL/equipa Optical Monitor. Imagem por Charo Gonzales e Pedro Rodriguez, ESAC (Espanha)
(clique na imagem para ver versão maior)

As imagens mostram as emissões dos iões de hidróxilo, o produto do decaímento directo da água.

Cerca de 1.5 horas depois do impacto, o brilho dos groupos de hidróxilo aumentou por um factor de aproximadamente cinco. Mais tarde, cerca de 4.5 horas do impacto, a emissão ultravioleta diminui novamente, o que indica que o pico deverá ter passado.

A presença de água no cometa Tempel 1 é consistente com as medições preliminares da composição do cometa feitas na semana passada pelo instrumento ALICE da sonda da ESA, Rosetta.

Links:

Filme do voo suicida da sonda "Impactor" da missão Deep Impact (em formato Quicktime):
http://photojournal.jpl.nasa.gov/archive/PIA02125.mov

Notícias relacionadas:
http://skyandtelescope.com/news/article_1541_1.asp
http://www.esa.int/SPECIALS/Rosetta/SEMM0Y5DIAE_0.html
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1227426&idCanal=10
http://dsc.discovery.com/news/briefs/20050704/deepimpacthit.html
http://www.physorg.com/news4920.html
http://www.physorg.com/news4918.html
http://www.physorg.com/news4922.html
http://www.physorg.com/news4926.html
http://www.physorg.com/news4927.html
http://www.space.com/missionlaunches/050704_deepimpact_success.html
http://www.space.com/missionlaunches/050704_deepimpact_update.html
http://www.space.com/deepimpact/
http://science.slashdot.org/science/05/07/04/082236.shtml?tid=160&tid=14
http://www.timesonline.co.uk/article/0,,1-1680269,00.html
http://www.theregister.co.uk/2005/07/04/comet_tempel_hit/
http://news.bbc.co.uk/go/click/rss/1.0/-/2/hi/talking_point/4648647.stm
http://www.wired.com/news/space/0,2697,68085,00.html?tw=wn_tophead_2
http://www.nytimes.com/2005/07/04/science/04cnd-comet.html?hp
http://news.bbc.co.uk/1/shared/spl/hi/pop_ups/05/sci_nat_deep_impact/html/1.stm
http://www.cbsnews.com/stories/2005/07/04/tech/main706090.shtml
http://www.cbc.ca/story/science/national/2005/07/04/comet050704.html
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=10000103&sid=an1ZPEelpTgE&refer=us
http://english.aljazeera.net/NR/exeres/3E144D67-4995-4167-B553-96BA5F3D7B26.htm
http://www.foxnews.com/story/0,2933,161479,00.html
http://msnbc.msn.com/id/8458183/
http://edition.cnn.com/2005/TECH/space/07/04/deep.impact/
http://www.universetoday.com/am/publish/hubble_deep_impact.html
http://www.universetoday.com/am/publish/deep_impact_smash.html
http://www.sciencedaily.com/releases/2005/07/050703230308.htm
http://www.sic.pt/online/noticias/vida/20050704+-+Projectil+lancado+por+sonda+Deep+Impact+colidiu+com+cometa.htm
http://dn.sapo.pt/2005/07/04/sociedade/sonda_nasa_contra_cometa.html
http://tsf.sapo.pt/online/ciencia/interior.asp?id_artigo=TSF162547
http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=556379
http://www.rtp.pt/index.php?article=185394&visual=16
http://online.expresso.clix.pt/1pagina/artigo.asp?id=24752277

Deep Impact:
http://www.nasa.gov/mission_pages/deepimpact/main/index.html?skipIntro=1
http://deepimpact.jpl.nasa.gov/home/index.html
http://www.nasa.gov/mission_pages/deepimpact/images/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Deep_Impact_%28space_mission%29

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arrow ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS thingy
     
Foto  
Cascata de Kemble - Crédito: Walter MacDonald
Uma cadeia pitoresca de estrelas sem relação pode ser observada com uns bons binóculos na constelação de Girafa. Conhecida como a Cascata de Kemble, o asterismo contém cerca de 20 estrelas quase em fila, esticando-se quase cinco vezes o diâmetro de uma lua Cheia. Tornada famosa pelo entusiasta da Astronomia Lucian Kemble (1922 - 1999), estas estrelas aparecem como uma fila apenas na nossa direcção na Via Láctea. A fotografia do lado da Cascata de Kemble foi registada com um pequeno telescópio no Novo México, EUA. O brilhante objecto perto do canto inferior esquerdo é o relativamente compacto enxame aberto de estrelas conhecido como NGC 1502.
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BREVEMENTE

 
 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 05/07: 186º dia do  calendário gregoriano.
História: 
Em 1687, era publicado o Philosophiae Naturalis Principia Mathematica de Isaac Newton em que pela primeira vez era dada uma explicação para a causalidade do movimento dos planetas e satélites.
Em 1998, o Japão lança uma sonda para Marte e junta-se à lista de países que participam na exploração espacial. Devido a vários problemas com a Nozomi cerca de um ano depois, a missão foi abandonada. No entanto, a sonda ainda está activa.
Observações: A Terra encontra-se no afélio, o ponto da sua órbita mais longe do Sol (3.3% mais longe que o periélio em Janeiro).

Dia 06/07: 187º dia do calendário gregoriano.
Observações: Lua Nova, exactamente às 13:02.

Dia 07/07: 188º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1988, era lançada a sonda soviética Phobos 1. Infelizmente a sonda perdeu-se no caminho até Marte devido a uma má actualização do software a 29/30 de Agosto. Este erro impediu o alinhamento correcto dos painéis solares com o Sol, o que gastou a bateria.
Observações: Aproveite o anoitecer para observar os planetas Vénus e Mercúrio, bem perto um do outro (1.4º), baixos no céu a Oeste-Noroeste

 
 
  CURIOSIDADES:  
 
O japonês Akira Haraguchi, de 59 anos, quebrou recentemente o recorde do maior número de Pi recitado de cabeça. Recitou 83,431 dígitos de "Pi" durante uma maratona de 13 horas, quase o dobro do recorde anterior, 42,195 dígitos pelo também japonês Hiroyuki Goto. Também existem classificações para o maior número de dígitos memorizados de "e" e da raíz quadrada de 2.
 
 
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