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Edição n.º 1431
24/11 a 27/11/2017
 
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EFEMÉRIDES

Dia 24/11: 328.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1639 (calendário juliano), Jeremiah Horrocks observa um trânsito de Vénus, um evento que tinha previsto.

Em 1969, o módulo de comando da missão Apollo 12 cai no Oceano Pacífico, terminando assim a segunda viagem tripulada à Lua.
Observações: Mercúrio na sua maior elongação este, pelas 02:51.
Quando Fomalhaut atravessa o meridiano a sul, o que faz pelas 19:10 esta semana, as primeiras estrelas de Orionte estão prestes a nascer a este. E as estrelas-guia da Ursa Maior estão na vertical, apontando para norte, mesmo para baixo da Estrela Polar.

Dia 25/11: 329.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1915, Albert Einstein apresenta as equações da relatividade geral à Academia de Ciências da Prússia.
Em 1999, observações terrestres de um vulcão em erupção em Io, uma lua de Júpiter

Observações: A pequena "frigideira" da Ursa Menor desce no céu a norte durante esta altura do ano, para baixo ou para baixo e para a esquerda da Polar. Pelas 23 horas está mesmo para baixo da Estrela Polar.

Dia 26/11: 330.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1937, nascia Boris Borisovich Yegorov, cosmonauta e físico. Torna-se no primeiro físico a fazer um voo espacial.
Em 1965, a França lança o seu primeiro satélite, o Astérix. Torna-se na terceira nação a entrar no espaço.
Em 1990, o foguetão Delta II (7000) levanta voo pela primeira vez.
Em 2011, é lançado para o espaço o Mars Science Laboratory, que tem a bordo o rover Curiosity.

Observações: Lua em Quarto Crescente, pelas 17:03.
Ainda estamos na época do Triângulo de Verão. A estrela mais brilhante do Triângulo, Vega, está razoavelmente alta a oeste-noroeste antes da hora de jantar. A estrela mais brilhante para cima de Vega é Deneb. A terceira estrela do Triângulo, Altair, está para a esquerda de Vega.

Dia 27/11: 331.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1701 nascia Anders Celsius, astrónomo, físico e matemático sueco. Fundou o Observatório Astronómico de Uppsala em 1741, e em 1742 propôs a escala de temperatura que tem o seu nome.
Em 1871 nascia Giovanni Giorgi, engenheiro eléctrico italiano que inventou o sistema de medição Giorgi, o percursor do SI (Sistema Internacional). 
Em 1971, a sonda soviética Mars-2, apesar do seu falhanço, torna-se no primeiro objeto feito pelo Homem a atingir Marte.

Em 2001, é descoberta, pelo Hubble, uma atmosfera de hidrogénio e sódio no planeta extrasolar HD 209458 (Osiris), a primeira atmosfera detetada num planeta extrasolar.
Observações: Alguma astronomia pré-telescópica: algures entre as 19:30 e as 20:00 de hoje, dependendo da zona onde vive, a brilhante Vega descendo a noroeste e Capella subindo a nordeste estarão exatamente à mesma altura. Consegue cronometrar precisamente a hora a partir de onde se encontra? Um astrolábio ajuda.

 
CURIOSIDADES


Um ano em Mercúrio corresponde a menos de 2 dias em Mercúrio.

 
FLUXOS RECORRENTES MARCIANOS: AREIA, NÃO ÁGUA?
Esta encosta interior de uma cratera marciana tem várias características escuras chamadas RSL ("recurrent slope linae") que um artigo de novembro de 2017 interpreta como fluxos granulares, em vez de escurecimento devido a fluxos de água. A imagem foi obtida pela HiRISE a bordo da sonda Mars Reconnaissance Orbiter da NASA.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UA/USGS
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Características escuras em Marte, anteriormente consideradas evidências de fluxos subterrâneos de água, são interpretadas numa nova investigação como fluxos granulares, onde grãos de areia e poeira escorregam monte abaixo para fazer marcas escuras, em vez da infiltração da água escurecer o solo.

O estudo continuado destas ainda perplexas marcas escuras e sazonais com uma câmara poderosa a bordo da sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) da NASA mostra que existem apenas em declives íngremes o suficiente para os grãos secos descerem como o fazem nas dunas ativas.

Os resultados publicados esta semana na Nature Geoscience argumentam contra a presença de água líquida suficiente para a vida microbiana prosperar nesses locais. No entanto, ainda não foi explicado exatamente como é que estes numerosos fluxos começam e crescem gradualmente. Os autores do artigo propõem várias possibilidades que incluem o envolvimento de pequenas quantidades de água, indicadas pela deteção de sais hidratados observados em alguns dos locais de fluxo.

Estas características provocaram fascínio e controvérsia desde a sua descoberta em 2011, como possíveis marcas inesperadas de água líquida ou salmoura num planeta de outra forma seco. São marcas escuras que se estendem gradualmente monte abaixo nas estações quentes, que depois desaparecem no inverno e reaparecem no ano seguinte. Na Terra, só se conhecem estes comportamentos nas infiltrações de água, mas ainda não está claro como se formam no seco ambiente marciano.

Muitos milhares dessas características marcianas, chamadas coletivamente de RSL ("recurring slope lineae", ou "linhagens de declive recorrente"), foram identificadas em mais de 50 áreas de declive rochoso, desde o equador até cerca de meio caminho até aos polos.

"Pensámos nas RSL como possíveis fluxo de água líquida, mas as encostas são mais como o que esperamos da areia seca," afirma Colin Dundas do Centro Científico de Astrogeologia do USGS (United States Geological Survey), em Flagstaff, no estado norte-americano do Arizona. "Esta nova compreensão das RSL suporta outras evidências que mostram que Marte está hoje muito seco."

Dundas é o autor principal do artigo, que tem por base observações da câmara HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment) a bordo da MRO. Os dados incluem modelos tridimensionais da inclinação das encostas usando pares de imagens para informações estéreo. Dundas e coautores examinaram 151 RSL em 10 locais diferentes.

As RSL estão quase todas restritas a encostas mais íngremes que 27 graus. Cada fluxo termina numa inclinação que corresponde ao "ângulo de repouso" dinâmico visto nas areias secas de dunas em Marte e na Terra. Um fluxo devido a água líquida devia estender-se a encostas menos íngremes.

"As RSL não percorrem encostas menos inclinadas e os seus comprimentos estão tão intimamente correlacionados com o ângulo de repouso dinâmico, que não pode ser uma coincidência," afirma Alfred McEwen, investigador principal do instrumento HiRISE, na Universidade do Arizona em Tucson, coautor do novo artigo.

Pensou-se que as marcas escuras e sazonais pudessem ser evidências de água líquida biologicamente significativa - água suficiente para vida microbiana - embora fosse um desafio explicar como tanta água líquida podia existir à superfície do ambiente moderno de Marte. Uma explicação de fluxo granular para as RSL encaixa no entendimento anterior de que a superfície do Marte moderno, exposta a uma fria e fina atmosfera, não possui água corrente. Um artigo de 2016 também lançou dúvidas sobre possíveis fontes de água subterrânea nos locais das RSL. A água líquida no planeta Marte de hoje pode estar limitada a vestígios de humidade dissolvida da atmosfera e a camadas finas, que são ambientes desafiadores para a vida como a conhecemos.

No entanto, as RSL permanecem intrigantes. As propriedades que têm explicações incertas incluem o crescimento gradual, o reaparecimento sazonal, o seu rápido desvanecimento quando inativas e a presença de sais hidratados, que possuem moléculas de água ligadas à sua estrutura cristalina.

O novo artigo descreve possíveis ligações entre essas propriedades e a formação das RSL. Por exemplo, os sais podem tornar-se hidratados puxando vapor de água da atmosfera e este processo pode formar gotas de água salgada. As mudanças sazonais na hidratação de grãos salgados podem resultar em algum mecanismo de "gatilho" para fluxos granulares das RSL, como a expansão, contração ou libertação de alguma água. O escurecimento e o desvanecimento podem resultar de mudanças na hidratação. Se o vapor de água atmosférico é um gatilho, então podemos perguntar porque é que as RSL aparecem em algumas encostas, mas não noutras.

"As RSL provavelmente formam-se por algum mecanismo que é exclusivo do ambiente de Marte," comenta McEwen, "de modo que representam uma oportunidade para aprender mais sobre o comportamento de Marte, que é importante para a futura exploração da superfície."

"A compreensão completa das RSL provavelmente dependerá da investigação 'in situ' destas características," afirma Rich Zurek, cientista do projeto MRO no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia. "Embora o novo estudo sugira que as RSL não sejam suficientemente molhadas para favorecer a vida microbiana, é provável que a investigação direta nesses locais ainda exija procedimentos especiais para proteger contra a introdução de micróbios da Terra, pelo menos até serem definitivamente caracterizados. Em particular, ainda nos escapa uma explicação completa de como estas características enigmáticas escurecem e desaparecem. A deteção remota em diferentes momentos do dia poderá fornecer pistas importantes."

Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
02/08/2016 - "Gullies" marcianas não são provavelmente formadas por água líquida
29/09/2015 - NASA confirma evidências de fluxos de água líquida no planeta Marte do presente
17/04/2015 - Dados meteorológicos do Curiosity reforçam existência de salmoura
11/02/2014 - Sondas marcianas vêm pistas de possíveis fluxos de água
13/12/2013 - Sonda marciana revela um Planeta Vermelho mais dinâmico
08/07/2009 - Resultados da Phoenix apontam para ciclos climáticos em Marte
20/02/2009 - Água líquida poderá ter sido avistada em Marte
13/12/2006 - Imagens sugerem breves fluxos de água em Marte

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Nature Geoscience
Science
SPACE.com
Universe Today
Science alert
PHYSORG
New Scientist
CNN
spaceref
The Verge
ars TECHNICA

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Fluxos sazonais em encostas marcianas (Wikipedia)

MRO:
NASA 
JPL 
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Alnitak, Alnilam, Mintaka
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Mohammad Nouroozi
 
Alnitak, Alnilam e Mintaka são as estrelas brilhantes azuladas de este para oeste (parte inferior à direita até cima à esquerda), ao longo da diagonal nesta linda paisagem cósmica. Também conhecida como Cintura de Orionte, estas três supergigantes azuis são mais quentes e muito mais massivas que o Sol. Estão situadas a 800-1500 anos-luz de distância, nascidas nas bem estudadas nuvens interestelares de Orionte. Na verdade, as nuvens de gás e poeira à deriva nesta região têm formas intrigantes e surpreendentemente familiares, incluindo a Nebulosa Cabeça de Cavalo e a Nebulosa da Chama perto de Alnitak em baixo e à direita. A famosa Nebulosa de Orionte está para a direita deste rico e colorido campo estelar. Este bem enquadrado mosaico composto por dois paineis abrange cerca de 4 graus no céu.
 

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