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Edição n.º 1461
09/03 a 12/03/2018
 
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29/03/18 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS + PALESTRA
19:30 - Este evento inclui uma apresentação sobre um tema de astronomia, seguida de observação astronómica noturna com telescópio no nosso maravilhoso terraço (dependente de meteorologia favorável).
Local: CCVAlg
Preço: 2€
Pré-inscrição: siga este link
Telefone: 289 890 920
E-mail: info@ccvalg.pt

 
EFEMÉRIDES

Dia 09/03: 68.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1564 nascia David Fabricius, descobridor da primeira estrela variável (Mira, ou Omicron Ceti).
Em 1934, nascimento de Yuri Gagarin, cosmonauta soviético, o primeiro humano no espaço.

Em 1955, Walt Disney apresenta pessoalmente o primeiro programa televisivo de "Man in Space", no canal norte-americano ABC. Wernher von Braun, o engenheiro aeroespacial e Walt Dinsey, o artista, usaram este novo meio de comunicação que era a televisão para mostrar que os humanos podiam ir à Lua e além com base em tecnologias futuras e o desejo de exploração e descoberta.
Em 1961, é lançado com sucesso o Sputnik 9, que transporta um boneco humano com a alcunha de Ivan Ivanovich e demonstra que a União Soviética está pronta para os voos espaciais tripulados.
Em 1974, voo rasante da sonda soviética Mars 7 por Marte.
Em 1997, observadores na China, Mongólia e partes da Sibéria têm a rara oportunidade de ver um espetáculo duplo: um eclipse permite ver o cometa Hale-Bopp durante o dia.
Em 2011, o vaivém Discovery faz a sua aterragem final após 39 voos.
Observações: Lua em Quarto Minguante, pelas 11:20.

Dia 10/03: 69.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1977, os astrónomos descobrem os anéis de Úrano.
Em 2006, a Mars Reconnaissance Orbiter chega a Marte.

Observações: Trânsito da sombra de Europa, entre as 01:25 e as 03:50.
Trânsito de Europa, entre as 03:40 e as 06:02.
Antes do amanhecer, a Lua forma um triângulo baixo e achatado com Marte e Saturno.

Dia 11/03: 70.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1811 nascia Urbain Le Verrier, que previu a existência de Neptuno usando apenas matemática. Os cálculos foram feitos para explicar as discrepâncias na órbita de Úrano recorrendo às leis de Kepler e Newton.

Le Verrier enviou as coordenadas do suposto planeta a Johann Gottfried Galle, pedindo que verificasse a existência de tal objeto. Galle descobriu Neptuno na mesma noite em que recebeu a carta, a apenas 1º da posição prevista. A descoberta de Neptuno é largamente considerada como uma dramática validação da mecânica celeste e um dos momentos científicos mais marcantes do século XIX. 
Em 1897, um meteoro entrava na atmosfera sobre New Martinsville (West Virginia, EUA) tendo-se estilhaçado sobre esta cidade, com muitos danos físicos.
Observações: Sirius está a sul logo após o lusco-fusco. É a estrela mais baixa do equilátero Triângulo de Inverno. As outras duas estrelas do Triângulo são a alaranjada Betelgeuse, para cima e para a direita de Sirius (ombro de Orionte) e Procyon para cima e para a esquerda de Sirius.

Dia 12/03: 71.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1824, nascia Gustav Kirchhoff, físico alemão que contribuíu para o conhecimento fundamental dos circuitos eléctricos, da espectroscopia e da emissão de radiação de corpo-negro por objetos aquecidos. 

Em 1881, nascia Gunnar Nordström, físico teórico finlandês, conhecido pela sua teoria da gravitação, uma competidora da relatividade geral. É por vezes designado o Einstein da Finlândia devido ao seu trabalho inovador em campos semelhantes e com métodos semelhantes aos de Einstein. 
Em 1907, nascia Ellen Dorrit Hoffleit, astrónoma americana conhecida pelo seu trabalho sobre estrelas variáveis, astronometria, espectroscopia, meteoros e pelo Catálogo de Estrelas Brilhantes, bem como tendo sido mentora de muitas jovens mulheres e gerações de astrónomos.
Em 1974, "flyby" e aterragem da soviética Mars 6. A sonda enviou dados 224 segundos durante a descida mas devido à degradação de um chip, perdeu-se a comunicação.
Em 2013, uma análise de uma rocha marciana recolhida pelo rover Curiosity da NASA mostra que o Marte do passado poderá ter tido condições que suportassem vida microbiana. 
Observações: Na divisão tradicional entre o céu de inverno e o de primavera encontra-se a ténue constelação de Caranguejo. Está entre Gémeos para oeste e Leão para este. Caranguejo tem uma característica única: o enxame do Presépio, ou M44. É visível a olho nu só em céus com pouca poluição luminosa. Procure o enxame estelar um pouco menos do caminho entre Pollux e Régulo. Binóculos ajudam.

 
CURIOSIDADES

A NASA está a convidar o público em geral a submeter os seus nomes online, para serem colocados num microchip a bordo da missão Parker Solar Probe, com lançamento previsto para o verão de 2018. A missão vai viajar através da atmosfera solar, enfrentando radiação e calor brutal. As submissões serão aceites até dia 27 de abril. Siga este link.
 
HUBBLE DESCOBRE ENORME SISTEMA DE MATERIAL EMPOEIRADO EM REDOR DA JOVEM ESTRELA HR 4796A

Os astrónomos usaram o Telescópio Espacial Hubble da NASA para descobrir uma vasta e complexa estrutura de poeira, com cerca de 240 mil milhões de quilómetros de diâmetro, envolvendo a jovem estrela HR 4796A. Um anel de poeira brilhante, estreito e interno, já é conhecido em redor da estrela e pode ter sido encurralado pela atração gravitacional de um planeta gigante invisível. Esta estrutura enorme recentemente descoberta em torno do sistema pode ter implicações no aspeto do sistema planetário ainda não visto em torno da estrela com 8 milhões de anos, que está nos seus anos formativos de construção planetária.

O campo de detritos é composto por poeira muito fina e foi provavelmente produzido a partir de colisões entre planetesimais perto da estrela, evidenciadas por um anel brilhante de detritos empoeirados vistos a 11 mil milhões de quilómetros da estrela. A pressão da luz da estrela, que é 23 vezes mais luminosa do que o Sol, expulsou a poeira para o espaço.

Mas a dinâmica não pára por aí. A estrutura exterior de poeira é como um tubo interno em forma de donut que foi atingido por um camião. É muito mais prolongado numa direção do que na outra e, portanto, parece esmagado num lado, mesmo após termos em conta a sua projeção inclinada no céu. Isto pode ser devido ao movimento da estrela hospedeira a "lavrar" através do meio interestelar, como uma onda de arco de um barco que atravessa um lago. Ou pode ser a influência de um puxão de maré da anã vermelha (HR 4796B), companheira estelar, localizada a pelo menos 87 mil milhões de quilómetros da estrela primária.

O Hubble descobriu uma vasta e complexa estrutura de poeira, com cerca de 240 mil milhões de quilómetros, envolvendo a jovem estrela HR 4796A. Um anel de poeira brilhante e estreito já era conhecido em torno da estrela, com base em imagens mais antigas do Hubble. Esta estrutura enorme recentemente descoberta pode ter implicações no aspeto deste sistema planetário ainda não visto em torno da estrela com 8 milhões de anos.
Crédito: NASA/ESA/G. Schneider (Universidade do Arizona)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"A distribuição de poeira é um sinal revelador de quão dinamicamente interativo é o sistema interno que contém o anel," comenta Glenn Schneider da Universidade do Arizona, em Tucson, EUA, que usou o instrumento STIS (Space Telescope Imaging Spectrograph) do Hubble para sondar e mapear as pequenas partículas de poeira nas fronteiras exteriores do sistema de HR 4796A, um levantamento que somente a sensibilidade do Hubble consegue realizar.

"Não podemos tratar os sistemas de detritos exoplanetários como simplesmente isolados. Os efeitos ambientais, tais como interações com o meio interestelar e forças devido a companheiras estelares, podem ter implicações a longo prazo para a evolução destes sistemas. As assimetrias brutas da poeira externa dizem-nos que estão em jogo muitas forças (além da pressão de radiação da estrela-mãe) que movem o material. Observámos efeitos como este em alguns outros sistemas, mas este é um caso em que vemos um grupo de coisas a acontecer ao mesmo tempo," explica Schneider.

Hipótese há já muito tempo, a primeira evidência de um disco de detritos em redor de uma estrela foi descoberta em 1983 pelo satélite IRAS (Infrared Astronomical Satellite) da NASA. Fotografias posteriores revelaram um disco de detritos visto de lado em torno da estrela Beta Pictoris. No final da década de 1990, os instrumentos de segunda geração do Hubble, que tinham a capacidade de bloquear o brilho de uma estrela central, permitiram que muitos outros discos fossem fotografados. Agora, pensa-se que tais anéis de detritos sejam comuns em torno das estrelas. Até à data foram fotografados cerca de 40 destes sistemas, em grande parte pelo Hubble.

O artigo de Schneider foi publicado na edição de fevereiro de 2018 da revista The Astronomical Journal.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
The Astronomical Journal
Hubblesite
Astronomy Now
PHYSORG
Gizmodo

HR 4796:
Wikipedia

Telescópio Espacial Hubble:
Hubble, NASA 
ESA
STScI
SpaceTelescope.org
Base de dados do Arquivo Mikulski para Telescópios Espaciais

IRAS:
Caltech
Wikipedia

 
COSMÓLOGOS ENCONTRAM MANEIRA DE VERIFICAR SE O UNIVERSO ESTÁ MAIS QUENTE NUMA EXTREMIDADE DO QUE NOUTRA

Um remanescente do Big Bang, o fundo de micro-ondas cósmico parece ter um gradiente pelo Universo, uma característica que intriga os cosmólogos há décadas.
Crédito: Matthew Savino
(clique na imagem para ver versão maior)

 

Observado da Terra, o Universo parece um pouco mais quente numa extremidade do que noutra, pelo menos termos do fundo de micro-ondas cósmico (em inglês, "cosmic microwave background" ou CMB). Mas a questão que preocupa os cosmólogos é saber se esse desequilíbrio no CMB é real ou se é um resultado do efeito Doppler.

Os cientistas Siavash Yasini e Elena Pierpaoli da Universidade da Califórnia do Sul em Dornsife, EUA, podem ter descoberto uma maneira de encontrar a resposta.

Tornado talvez mais famoso por Edwin Hubble, que o usou para mostrar que o Universo está a expandir-se, o efeito Doppler é a aparente mudança na frequência das ondas eletromagnéticas devido ao movimento de corpos que viajam rapidamente pelo espaço. Ondas como a radiação eletromagnética - ondas de luz raios-X, micro-ondas, etc. - parecem mudar de energia: aquelas que se movem em direção a um observador parecem ser mais altamente energéticas, ou mais quentes, do que realmente são. O contrário é verdadeiro para ondas que se afastam do observador, que parecem mais frias.

Os cientistas que olham para o céu vêm o espaço que segue atrás da Terra parecer mais frio do que o espaço adiante, mas não está claro se isso é apenas o efeito Doppler ou a observação de uma diferença verdadeira na temperatura do CMB. É um enigma que persiste há décadas.

Dado que a CMB é uma energia remanescente do Big Bang - quando todo o Universo "explodiu" a partir de um único ponto - os cosmólogos assumiram que está disperso uniformemente. A aparência de dois polos no Universo, um mais quente do que o outro, deve, portanto, ser resultado do efeito Doppler, um resultado da viagem do Sistema Solar pelo espaço.

"Nós pensamos que um lado da CMB só parece mais quente porque nos estamos a mover na sua direção e o lado oposto parece mais frio porque nos estamos a afastar," comenta Yasini, doutorando de física e astronomia.

Os astrofísicos que medem a velocidade do Sistema Solar em relação à CMB podem ajustar os seus cálculos com base neste pressuposto, assim como os cosmólogos que estudam o Big Bang e as condições pouco depois.

Mas existe, afinal de contas, a possibilidade que esse pressuposto seja um erro.

"Se realmente existir um dipolo intrínseco na CMB - isto é, se um lado do céu for realmente e parcialmente mais quente do que o lado oposto - a velocidade que atribuímos ao Sistema Solar em relação à CMB estará incorreta," acrescenta Yasini. Isto afetaria a forma como os cientistas medem a velocidade de objetos distantes, como galáxias, e as teorias sobre o que aconteceu momentos após o Big Bang podem ser abaladas.

Executando cálculos para um estudo diferente, mas relacionado, Yasini e Pierpaoli, professora de Física e Astronomia, mentora de Yasini, encontraram um detalhe interessante: o espectro de frequência da CMB, no céu e em média, diferirá caso o dipolo seja real e não apenas o resultado do efeito Doppler.

Por outras palavras, se a CMB for, de facto, mais quente numa extremidade do Universo do que noutra, a temperatura média medida em todo o céu será ligeiramente diferente do que se a CMB for realmente uniforme.

As descobertas de Yasini e Pierpaoli permitirão aos cosmólogos realizar a próxima geração de levantamentos da CMB a fim de determinar a natureza do dipolo CMB pela primeira vez, resolvendo o quebra-cabeças.

"Agora que temos uma base matemática para encontrar a resposta, só resta fazer as observações," comenta Pierpaoli.

Se se revelar que uma porção do dipolo é real e não apenas resultado do efeito Doppler, os astrofísicos e astrónomos terão que recalibrar todas as suas medições a fim de obter uma visão mais precisa do Universo observável.

Igualmente importante, os cosmólogos que estudam o Big Bang e as condições do Universo inicial terão novas direções para explorar como e porque é que a CMB está dispersa de forma desigual e como o Universo veio a ser o que agora é.

Links:

Notícias relacionadas:
USC Dornsife (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Physical Review Letters
PHYSORG

Universo:
Universo (Wikipedia)
Fundo de micro-ondas cósmico - CMB (Wikipedia)
Idade do Universo (Wikipedia)
Estrutura a grande-escala do Universo (Wikipedia)
Big Bang (Wikipedia)
Cronologia do Big Bang (Wikipedia)

 
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(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: NASAJPL-CaltechSwRIASIINAFJIRAM
 
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