Impressão de artista do trio de asteróides, com o Sol no pano de fundo distante.
Crédito: ESO
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Foi descoberto o primeiro asteróide triplo do Sistema Solar, suportando as previsões que tais sistemas resultam de colisões entre asteróides. Cerca de 20 asteróides "binários" - compostos por dois asteróides orbitando-se um ao outro - foram descobertos na cintura de asteróides entre Marte e Júpiter. Agora, um terceiro objecto foi avistado em torno de um destes pares, que inclui um dos maiores asteróides da cintura.
De nome 87 Sylvia, um asteróide em forma de batata com 280 km de comprimento, situa-se a cerca de 3.5 UA do Sol. Os astrónomos descobriram uma lua com 18 km orbitando este último a uma distância de aproximadamente 1360 km em 2001. A recém-descoberta lua situa-se a cerca de metade desta distância, mais ou menos 710 km, e mede apenas 7 km de comprimento.
Imagem do asteróide Sylvia e das suas pequenas luas.
Crédito: Franck Marchis et al., UC Berkeley, ESO
A equipa de cientistas, liderada por Franck Marchis da Universidade da Califórnia em Berkeley, EUA, descobriu a pequena lua usando uma câmara de infravermelhos e ópticas adaptivas em um de quatro telescópios de 8 metros que compõem o Very Large Telescope (VLT) no Chile. Ópticas adaptivas é uma técnica usada para corrigir a turbulência atmosférica da Terra.
"Há muito que se procura por sistemas de asteróides múltiplos, devido aos asteróides binários serem comuns," diz Marchis. "Nem conseguia acreditar que tínhamos descoberto um."
Deram o nome Remo à nova lua e Rómulo à previamente conhecida, os nomes dos gémeos mitológicos que fundaram Roma antiga. 87 Sylvia já tinha nome, Rhea Sylvia, a mãe dos gémeos.
As órbitas das luas permitiram à equipa calcular a massa e densidade de Sylvia, que é aproximadamente 20% maior do que a da água. É provavelmente constituída por uma mistura de água gelada e rocha, e parece conter entre 25% e 60% de espaço vazio.
Uma série de imagens indica o percurso dos dois asteróides em órbita de Sylvia.
Crédito: Marchis et al., UC Berkeley, ESO
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Isto sugere que Sylvia é um amontoado frouxo de detritos, resultantes de uma colisão de asteróides. As duas luas orbitam Sylvia no mesmo plano e na mesma direcção, sugerindo que são provavelmente também detritos da mesma colisão. Podem ter-se acomodado nestas órbitas depois da coalescência de Sylvia - um cenário anteriormente previsto por teóricos e observado em modelos computacionais.
"A maioria dos asteróides da cintura principal com companheiros têm uma estrutura não muito firme," diz Marchis. "Devido aos cenários das suas formações, contamos encontrar mais asteróides múltiplos como este."
A equipa espera conseguir obter imagens do sistema triplo com os poderosos telescópios Keck e Gemini no Hawaii para observar a evolução do sistema com o passar do tempo. Já observaram a oscilação das órbitas das luas, devido à forma não-esférica de Sylvia.
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Notícias relacionadas:
http://news.nationalgeographic.com/news/2005/08/0810_050810_tripleasteroid.html
http://www.physorg.com/news5735.html
http://www.space.com/scienceastronomy/050810_asteroid_trio.html
http://washingtontimes.com/upi/20050810-032734-5709r.htm
http://www.abc.net.au/news/newsitems/200508/s1435201.htm
http://msnbc.msn.com/id/8893896/
http://www.berkeley.edu/news/media/releases/2005/08/10_sylvia.shtml
http://dsc.discovery.com/news/briefs/20050808/tripleasteroid.html
http://www.usatoday.com/tech/science/space/2005-08-10-triple-asteroid-combo_x.htm
Franck Marchis:
http://astron.berkeley.edu/~fmarchis/
Asteróides:
http://en.wikipedia.org/wiki/Asteroid
http://www.solarviews.com/eng/asteroid.htm
http://www.nineplanets.org/asteroids.html
http://nssdc.gsfc.nasa.gov/planetary/planets/asteroidpage.html |