Problemas ao ver este e-mail?
Veja no browser

 
 
  Arquivo | CCVAlg - Astronomia
Agora também com o apoio do Centro Ciência de Tavira
   
 
  Astroboletim #1567  
  15/03 a 18/03/2019  
     
 
15/03/19 - Noites Astronómicas em Tavira
20:00 - Sessão de Noites Astronómicas em Tavira no Forte do Rato. Esta sessão terá no seu foco reforçar os conhecimentos adquiridos do céu noturno das últimas sessões e observarmos o movimento aparente das estrelas que se apresenta ao longo destes três meses. Esta atividade é gratuita. A realização desta atividade está dependente das condições atmosféricas e está sujeita a um número mínimo de participantes.
Local: Forte do Rato
Pré-inscrição obrigatória
Telefones: 281 326 231; 924 452 528
E-mail: geral@cvtavira.pt
 
     
 
29/03/19 - Observação Noturna + palestra - MUDANÇA DA HORA
21:30 - Este evento inclui uma apresentação sobre um tema astronómico, seguida de observação astronómica noturna com telescópio no nosso maravilhoso terraço (dependente de meteorologia favorável).
Local: CCVAlg
Adultos: 2€ | Jovens: 1€
Pré-inscrição: siga este link
Telefone: 289 890 920
E-mail: info@ccvalg.pt
 
     
 
Efemérides

Dia 15/03: 74.º dia do calendário gregoriano.
História:
Em 1713, nascia Nicolas Lacaille, cujas medições confirmaram o bojo equatorial da Terra; deu nome a 14 constelações do Hemisfério Sul.

Em 1972, a NASA anunciava o seu programa do Vaivém Espacial.
Em 2004, foi anunciada a descoberta de 90377 Sedna, um dos objetos naturais mais longínquos já observados no Sistema Solar (além dos cometas de longo-período).
Em 2009, lançamento da missão STS-119
Observações:
Mercúrio em conjunção inferior, pelas 01:51.
Arcturo nasce cerca de meia-hora mais cedo do que na semana passada. Procure a estrela muito baixa a este-nordeste à hora de jantar, e mais alta a este com o passar da noite. Tem magnitude 0, uma das estrelas mais brilhantes do céu.

Dia 16/03: 75.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1750, nascia Caroline Herschel, astrónoma e irmã de William Herschel, com quem trabalhou. A sua maior contribuição para a astronomia foi a descoberta de vários cometas e em particular o cometa periódico 35P/Herschel-Rigollet. Foi a primeira mulher a ser remunerada pela sua contribuição à ciência e recebeu vários prémios e honras internacionais.
Em 1918, nascia Frederick Reines, físico americano que recebeu em 1995 o Prémio Nobel da Física pela sua co-deteção do neutrino juntamente com Clyde Cowan. Pode muito bem ser o único cientista na história "tão intimamente ligado à descoberta de uma partícula elementar e consequente investigação das suas propriedades fundamentais".
Em 1926, o foguete lançado pelo físico Robert H. Goddard torna-se no primeiro a combustível líquido; demonstra a praticabilidade dos foguetões e convence Goddard que um dia estes serão capazes de fazer aterrar seres humanos na Lua. 

Goddard lança o seu aparelho num voo de dois segundos e meio a partir de um campo pertencente à sua tia Effie perto de Auburn, Massachusetts. EUA. Viaja 56 metros a uma velocidade de 96,6 km/h e alcança uma altitude de apenas 12,5 metros.
Em 1942, primeiro lançamento de teste do foguetão V-2. Explode na descolagem. 
Em 1966 era lançada a Gemini 8 - o primeiro acoplamento de dois veículos espaciais no espaço (com Agena).
Em 1999, a equipa da Lunar Prospector no Centro de Pesquisa Ames da NASA anuncia descobertas que confirmam que a massa da Lua é na sua maioria material ejetado da Terra aquando do impacto com um objeto do tamanho de Marte.
Em 2005, a sonda Cassini descobre a atmosfera de Encélado.
Observações: A Ursa Maior brilha alta a nordeste por estas noites, apoiando-se na sua "pega". Provavelmente já sabe que as duas estrelas que formam a frente da "frigideira" são as estrelas-guia: apontam para a Estrela Polar, atualmente para a sua esquerda.
E provavelmente também sabe que se seguir a curva da "pega da frigideira" de Ursa Maior vai ter a Arcturo, da constelação de Boieiro.
Mas sabe que se seguir as estrelas-guia na direção oposta, chega a Leão?
Desenhe uma linha diagonal que passa o início da "pega da frigideira" da Ursa Maior e continue até chegar a Gémeos.
Forme uma linha com as duas estrelas que formam a abertura da "frigideira" e chega a Capella.

Dia 17/03: 76.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1958 era lançada a primeira sonda a energia solar, a Vanguard 1.

Transportava um sensor de medição de temperatura e um transmissor de rádio. O seu sistema de energia parou em 1964, embora se pensasse que continuaria a orbitar a Terra e a transmitir dados durante 1000 anos.
Em 2013, o maior meteorito (desde que a NASA começou a observar a Lua em 2005) atinge a Lua.
Observações: Antes do amanhecer, aviste Saturno a este, na direção da constelação de Sagitário, e Júpiter, a sul-sudeste, na direção da constelação de Ofíuco.
Esta noite, a Lua encontra-se entre Castor e Pollux (Gémeos) e Régulo e Algieba (Leão).

Dia 18/03: 77.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1781, Charles Messier redescobre o enxame globular M92.
Em 1965, Aleksei Leonov torna-se o primeiro homem a passear no espaço após sair durante 12 minutos no exterior da Voskhod 2.

Em 1980, um foguetão Vostok preparado para uma missão de reabastecimento explode na rampa de lançamento, no Cosmódromo de Plesetsk, matando 50 pessoas.
Em 2011, inserção orbital da sonda MESSENGER em Mercúrio.
Observações: A Lua deslocou-se para mais perto de Régulo e Algieba (Leão), comparativamente a ontem.

 
     
 
Curiosidades


Encélado mede apenas 505 km de diâmetro, mais pequena que o Reino Unido (em comprimento).

 
 
   
Investigadores confirmam que estrela de hipervelocidade foi expulsa do disco da Via Láctea
 
Usando um dos Telescópios Magalhães no Chile, bem como dados da missão espacial Gaia da ESA, os cientistas recriaram a trajetória de uma estrela massiva de hipervelocidade. A trajetória mostra que a estrela foi expelida do disco da Via Láctea, não do Centro Galáctico como se pensava anteriormente.
Crédito: Kohei Hattori
 

De acordo com investigadores da Universidade de Michigan, uma estrela veloz pode ter sido ejetada do disco estelar da Via Láctea por um enxame de estrelas jovens. Os cientistas dizem que a estrela não teve origem no meio da Galáxia, como pensavam anteriormente.

"Esta descoberta muda drasticamente a nossa visão da origem das estrelas em movimento rápido," disse Monica Valluri, professora no Departamento de Astronomia da Faculdade de Literatura, Ciência e Artes da Universidade de Michigan. "O facto de que a trajetória desta estrela massiva e veloz tem origem no disco, e não no Centro Galáctico, indica que os ambientes muito extremos necessários para expelir estrelas em movimento rápido podem surgir noutros locais que não em redor de buracos negros supermassivos."

É necessária muita energia para produzir uma estrela em rápido movimento, normalmente situadas em ambientes extremos, disse Valluri.

A Via Láctea contém dezenas de milhares de milhões de estrelas, a maioria das quais encontram-se distribuídas numa estrutura semelhante a uma pizza chamada disco estelar. Em 2005, os astrónomos descobriram estrelas em movimento rápido que se movem duas vezes mais depressa que a maioria das outras estrelas - a 500 km/s, em comparação com o resto da Galáxia onde as estrelas têm uma velocidade média de pouco mais de 200 km/s.

Até agora foram descobertas menos de 30 destas estrelas extremamente rápidas (geralmente chamadas "estrelas de hipervelocidade").

Quando estrelas binárias - um par de estrelas que se orbitam uma à outra enquanto se deslocam por uma galáxia - passam demasiado perto de um buraco negro, este captura uma das estrelas do binário e a outra é lançada numa "fisga gravitacional". A fim de produzir os tipos de velocidades que os astrónomos medem para as estrelas de hipervelocidade, o buraco negro tem que ser muito massivo.

Como existem evidências da existência de um buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea, muitos astrónomos pensam que a maioria das estrelas de hipervelocidade foram ejetadas por este buraco negro supermassivo.

Valluri e o investigador pós-doutorado Kohei Hattori, da mesma universidade, estavam interessados em traçar a trajetória de LAMOST-HVS1, uma estrela massiva e veloz que está mais perto do Sol do que qualquer outra estrela de hipervelocidade, para identificar o seu local de expulsão na Via Láctea. Usaram um dos Telescópios Magalhães no Chile para determinar a distância e a velocidade da estrela.

Hattori juntou-se então a um grupo internacional de cientistas que se reuniram em Nova Iorque no ano passado para participar numa "hackatona" para fazer download, partilhar e analisar dados da missão espacial Gaia da ESA, uma missão de astrometria espacial que está a construir o maior e mais preciso mapa tridimensional da Via Láctea.

Usando a posição atual e a velocidade atual da estrela derivada a partir do Gaia e do Magalhães, os astrónomos conseguiram rastrear o seu percurso, ou órbita. Para sua surpresa, parece que a estrela foi ejetada do disco estelar, e não do centro da Via Láctea.

"Nós pensávamos que esta estrela vinha do Centro Galáctico. Mas se analisarmos a sua trajetória, fica claro que não está relacionada com o Centro Galáctico," disse Hattori. "Temos que considerar outras possibilidades para a origem da estrela."

Os autores teorizam que a expulsão desta estrela massiva, do disco estelar, pode ser o resultado de uma estrela que sofreu um encontro próximo com múltiplas estrelas massivas ou com um buraco negro de massa intermédia num enxame estelar.

Embora já se conheçam há muito tempo estrelas grandes e fugitivas, expulsas de enxames estelares com velocidades de 40-100 km/s, nenhuma tem a velocidade extrema de LAMOST-HVS1. Os modelos teóricos para estrelas fugitivas que incluem estrelas múltiplas e massivas também produzem muito raramente velocidades tão extremas, sugerindo uma possibilidade mais exótica - um buraco negro de massa intermédia.

O percurso calculado da estrela tem origem num local do braço espiral de Norma que não está associado a enxames estelares massivos anteriormente conhecidos. No entanto, caso este hipotético aglomerado estelar exista, pode estar escondido por trás da poeira no disco estelar. Se for encontrado, proporcionará a primeira oportunidade de descobrir diretamente um buraco negro de massa intermédia no disco estelar da Via Láctea.

Além disso, o facto de que esta estrela pode ter sido ejetada de um enxame massivo de estrelas sugere a possibilidade de que muitas outras estrelas em movimento rápido também possam ter sido expulsas deste tipo de objeto, dizem os cientistas.

Tanto a Via Láctea quanto a Grande Nuvem de Magalhães (uma pequena galáxia separada, em órbita da Via Láctea) são conhecidas por terem alguns enxames estelares que podem ter um papel importante na expulsão de estrelas velozes, contrariando a visão amplamente aceite de que foram expelidas por interações com os buracos negros centrais nestas galáxias.

Os investigadores dizem que isto também levaria a novas informações sobre as interações das estrelas e sobre a possível formação de buracos negros de massa intermédia em enxames estelares.

// Universidade de Michigan (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (The Astrophysical Journal)

 


Saiba mais

CCVAlg - Astronomia:
05/10/2018 - Gaia avista estrela a voar entre galáxias

Notícias relacionadas:
PHYSORG
New Atlas

Estrelas de hipervelocidade:
Wikipedia

Via Láctea:
CCVAlg - Astronomia
Wikipedia
SEDS

Buracos negros:
Wikipedia
Buraco negro de massa intermédia (Wikipedia)
Buraco negro supermassivo (Wikipedia)

Telescópio Magalhães:
Observatório Las Campanas
Instituto Carnegie
Universidade do Arizona
Wikipedia

Gaia:
ESA
ESA - 2
Arquivo de dados do Gaia
Como usar os dados do Gaia
Recursos VR
SPACEFLIGHT101
Wikipedia

 
   
O que os cientistas descobriram depois de "peneirar" poeira no Sistema Solar

Assim como a poeira se acumula nos cantos e nas estantes das nossas casas, a poeira também se acumula no espaço. Mas quando a poeira assenta no Sistema Solar, é muitas vezes em anéis. Existem vários anéis de poeira em torno do Sol. Os anéis traçam as órbitas dos planetas, cuja gravidade puxa a poeira para o espaço em redor do Sol, à medida que se desloca a caminho do centro do Sistema Solar.

A poeira consiste de remanescentes esmagados da formação do Sistema Solar, há cerca de 4,6 mil milhões de anos - entulho de colisões de asteroides ou "migalhas" de cometas. A poeira encontra-se dispersada por todo o Sistema Solar, mas acumula-se em anéis granulosos sobrepostos às órbitas da Terra e Vénus, anéis que podem ser vistos com telescópios na Terra. Ao estudar esta poeira - a sua composição, origem e como se desloca pelo espaço - os cientistas procuram pistas para entender o nascimento dos planetas e a composição de tudo o que vemos no Sistema Solar.

Dois estudos recentes relatam novas descobertas de anéis de poeira no Sistema Solar interior. Um estudo usa dados da NASA para traçar evidências de um anel de poeira, em redor do Sol, na órbita de Mercúrio. Um segundo estudo da NASA identifica a provável fonte do anel de poeira na órbita de Vénus: um grupo de asteroides nunca antes detetados em co-órbita com o planeta.

"Não é todos os dias que descobrimos algo novo no Sistema Solar interior," comentou Marc Kuchner, autor do estudo de Vénus e astrofísico do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado norte-americano de Maryland. "Está na nossa vizinhança."

 
Nesta ilustração, vários anéis de poeira rodeiam o Sol. Estes anéis formam-se quando as gravidades dos planetas puxam grãos de poeira para órbita em torno do Sol. Recentemente, os cientistas detetaram um anel de poeira na órbita de Mercúrio. Outros teorizam que a fonte do anel de poeira de Vénus é um grupo de asteroides co-orbitais ainda não detetados.
Crédito: Centro de Voo Espacial Goddard da NASA/Mary Pat Hrybyk-Keith
 

Outro anel em redor do Sol

Guillermo Stenborg e Russell Howard, ambos cientistas solares no Laboratório de Pesquisa Naval em Washington, DC, não se propuseram encontrar um anel de poeira. "Encontrámo-lo por acaso," disse Stenborg, rindo. Os cientistas resumiram as suas descobertas num artigo publicado na revista The Astrophysical Journal de dia 21 de novembro de 2018.

Eles descrevem evidências de uma fina neblina de poeira cósmica sobre a órbita de Mercúrio, formando um anel com aproximadamente 15 milhões de quilómetros de largura. Mercúrio - com menos de 4880 km de diâmetro - percorre esta vasta trilha de poeira enquanto orbita o Sol.

Ironicamente, os dois cientistas tropeçaram no anel de poeira enquanto procuravam evidências de uma região livre de poeira perto do Sol. A certa distância do Sol, de acordo com uma previsão já com décadas, o poderoso calor da nossa estrela deveria vaporizar a poeira, varrendo completamente toda uma extensão do espaço. A determinação desta fronteira pode dizer aos cientistas mais sobre a composição da própria poeira e fornecer pistas de como os planetas se formaram no Sistema Solar jovem.

Até agora, não foi encontrada nenhuma evidência de espaço livre de poeira, mas isso é em parte porque seria difícil de detetar a partir da Terra. Independentemente de como os cientistas observem a partir da Terra, toda a poeira entre nós e o Sol fica no caminho, enganando-os a pensar que talvez o espaço mais perto do Sol possua mais poeira do que realmente tem.

Stenborg e Howard pensaram que podiam contornar este problema construindo um modelo baseado em imagens do espaço interplanetário obtidas pela missão STEREO (Solar and Terrestrial Relations Observatory).

Em última análise, os dois queriam testar o seu novo modelo em preparação para a Parker Solar Probe da NASA, atualmente numa órbita altamente elíptica em torno do Sol, passando cada vez mais perto do Sol ao longo dos próximos sete anos. Queriam aplicar a sua técnica às imagens que a Parker envia para a Terra e ver como a poeira perto do Sol se comporta.

Os cientistas nunca trabalharam com dados recolhidos neste território inexplorado, tão perto do Sol. Modelos como o de Stenborg e Howard fornecem um contexto crucial para a compreensão das observações da Parker Solar Probe, além de informar em que tipo de ambiente espacial a nave se encontra - limpo ou "sujo".

 
Os cientistas pensam que os planetas começam como meros grãos de poeira. Emergem a partir de discos gigantes de gás e poeira que rodeiam estrelas jovens. A gravidade e outras forças fazem com que o material dentro do disco colida a coalesça (ilustração).
Crédito: NASA/JPL
 

As imagens das STEREO mostram dois tipos de luz: luz da atmosfera externa do Sol - chamada coroa - e a luz refletida por toda a poeira que flutua no espaço. A luz solar refletida desta poeira, que orbita lentamente o Sol, é cerca de 100 vezes mais brilhante do que a luz coronal.

"Na verdade, não somos 'pessoas da poeira'," comentou Howard, que também é o líder científico das câmaras das STEREO e da Parker Solar Probe que tiram fotos da coroa. "A poeira perto do Sol aparece simplesmente nas nossas observações e, geralmente, descartamo-la." Os cientistas solares como Howard - que estudam a atividade solar para fins como previsão da meteorologia espacial iminente, incluindo gigantescas explosões de material solar que o Sol às vezes expele na nossa direção - passam anos a desenvolver técnicas para remover os efeitos desta poeira. Somente depois de removerem a leve contaminação da poeira, é que podem realmente ver o que a coroa está a fazer.

Os dois cientistas construíram o seu modelo como uma ferramenta para os outros se "livrarem" da poeira nas imagens da missão STEREO - e, eventualmente da Parker Solar Probe -, mas a previsão do espaço livre de poeira permanecia no fundo das suas mentes. Se pudessem inventar um modo de separar os dois tipos de luz e isolar o brilho da poeira, podiam descobrir quanta poeira existe realmente lá. Se descobrissem que toda a luz numa imagem vinha apenas da coroa, por exemplo, isso podia indicar que finalmente haviam encontrado uma região do espaço sem poeira.

O anel de poeira de Mercúrio foi um achado fortuito, um subproduto do trabalho de modelagem de Stenborg e Howard. Quando usaram a sua nova técnica nas imagens STEREO, notaram um padrão de brilho aprimorado ao longo da órbita de Mercúrio - mais poeira, isto é -, na luz que planeavam descartar.

"Não foi uma coisa isolada," disse Howard. "Em redor do Sol, independentemente da posição da nave, podíamos ver o mesmo aumento de 5% no brilho da poeira, ou densidade. Isso disse-nos que havia algo aqui, algo que rodeia todo o Sol."

Os cientistas nunca consideraram a existência de um anel ao longo da órbita de Mercúrio, talvez razão pela qual não tenha sido detetado até agora, realçou Stenborg. "As pessoas pensavam que Mercúrio, ao contrário da Terra ou de Vénus, era demasiado pequeno e estava demasiado perto do Sol para capturar um anel de poeira," disse. "Esperavam que o vento solar e as forças magnéticas do Sol 'soprassem' qualquer excesso de poeira na órbita de Mercúrio."

Com uma descoberta inesperada e uma nova ferramenta sensível, os investigadores ainda estão interessados na zona livre de poeira. À medida que a Parker Solar Probe continua a sua exploração da coroa, o seu modelo pode ajudar outras pessoas a revelar quaisquer outras regiões de poeira à espreita perto do Sol.

 
Os asteroides representam os blocos de construção dos planetas rochosos do Sistema Solar. Quando colidem, na cintura de asteroides, libertam poeira que é espalhada por todo o Sistema Solar, que os cientistas podem estudar em busca de pistas do início da história do Sistema Solar (ilustração).
Crédito: Laboratório de Imagens Conceptuais do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA
 

Asteroides escondidos na órbita de Vénus

Esta não foi a primeira vez que os cientistas encontraram um anel de poeira no Sistema Solar interior. Há 25 anos atrás, os cientistas descobriram que a Terra orbita o Sol no interior de um gigantesco anel de poeira. Outros descobriram um anel semelhante perto da órbita de Vénus, primeiro usando dados de arquivo das sondas Helios em 2007, e depois confirmando-o em 2013 com dados da missão STEREO.

Desde então, os cientistas determinaram que o anel de poeira na órbita da Terra vem em grande parte da cintura de asteroides, a vasta região em forma de donut entre Marte e Júpiter, onde vivem a maioria dos asteroides do Sistema Solar. Estes asteroides rochosos batem constantemente uns nos outros, soltando poeira que vagueia para mais perto do Sol, a menos que a gravidade da Terra coloque a poeira na órbita do planeta.

Ao princípio, parecia provável que o anel de poeira de Vénus tivesse uma origem parecida ao anel da Terra, poeira produzida noutras partes do Sistema Solar. Mas quando o astrofísico Petr Pokorny, de Goddard, modelou a poeira que espirala em direção ao Sol a partir da cintura de asteroides, as suas simulações produziram um anel que combinava com as observações do anel da Terra - mas não com o de Vénus.

Esta discrepância fê-lo questionar: se não é a cintura de asteroides, então de onde vem a poeira em órbita de Vénus? Após uma série de simulações, Pokorny e o seu parceiro de investigação Marc Kuchner teorizaram que vem de um grupo de asteroides nunca antes detetados que orbitam o Sol ao lado de Vénus. O seu trabalho foi publicado na edição de 12 de março de 2019 da revista The Astrophysical Journal Letters.

"Eu acho que a coisa mais interessante sobre este resultado é que sugere uma nova população de asteroides que provavelmente contém pistas sobre a formação do Sistema Solar," disse Kuchner. Se Pokorny e Kuchner os puderem observar, esta família de asteroides poderá lançar luz sobre o início da história da Terra e de Vénus. Vistos com as ferramentas certas, os asteroides também podem desvendar pistas sobre a diversidade química do Sistema Solar.

Dado que está disperso ao longo de uma órbita maior, o anel de poeira de Vénus é muito maior do que o anel recém-detetado em Mercúrio. Com quase 26 milhões de quilómetros de espessura e quase 10 milhões de quilómetros de largura, o anel está repleto de poeira, cujos grãos maiores são aproximadamente do tamanho daqueles presentes na lixa (o papel usado para polir). Tem cerca de 10% mais densidade do que o espaço em redor. Ainda assim, é difuso - se juntássemos toda a poeira, só obteríamos um asteroide com pouco mais de 3 km em diâmetro.

Usando uma dúzia de ferramentas de modelagem para simular como a poeira se move pelo Sistema Solar, Pokorny modelou todas as fontes de poeira que podia imaginar, procurando um anel de Vénus simulado que correspondesse às simulações. A lista de todas as fontes que tentou assemelha-se com uma lista de todos os objetos rochosos no Sistema Solar: asteroides da cintura principal, cometas da Nuvem de Oort, cometas da família de Júpiter, colisões recentes na cintura de asteroides.

"Mas nenhum deles funcionou," afirmou Kuchner. "De modo que começámos a criar as nossas próprias fontes de poeira."

Talvez, pensaram os dois cientistas, a poeira viesse de asteroides muito mais próximos de Vénus do que a cintura de asteroides. Poderia haver um grupo de asteroides co-orbitando o Sol com Vénus - o que significa que partilham a órbita de Vénus, mas ficam longe do planeta, muitas vezes do outro lado do Sol. Pokorny e Kuchner raciocinaram que um grupo de asteroides, na órbita de Vénus, podia ter passado despercebido até agora, porque é difícil apontar telescópios terrestres naquela direção, tão perto do Sol, sem a interferência da luz estelar.

Os asteroides em co-órbita são um exemplo do que é chamado de ressonância, um padrão orbital que bloqueia diferentes órbitas, dependendo de como as suas influências gravitacionais se encontram. Pokorny e Kuchner modelaram muitas ressonâncias potenciais: asteroides que orbitam o Sol duas vezes por cada três órbitas de Vénus, por exemplo, ou nove vezes por cada dez de Vénus, e uma para uma. De todas as possibilidades, apenas um grupo produziu uma simulação realista do anel de poeira de Vénus: um grupo de asteroides que ocupa a órbita de Vénus, correspondendo às viagens de Vénus em redor do Sol, uma a uma.

Mas os cientistas não podiam ficar com apenas uma solução hipotética. "Nós achámos que tínhamos descoberto esta população de asteroides, mas tínhamos que provar e mostrar que funcionava," explicou Pokorny. "Ficámos animados, mas depois pensámos: 'Ah, há muito trabalho a fazer.'"

Eles precisavam mostrar que a própria existência dos asteroides fazia sentido no Sistema Solar. Seria improvável, perceberam, que os asteroides nestas órbitas especiais e circulares perto de Vénus tivessem tido origem noutro lugar, como na cintura de asteroides. A sua hipótese faria mais sentido se os asteroides estivessem aí desde o início do Sistema Solar.

Os cientistas construíram outro modelo, desta vez começando com um aglomerado de 10.000 asteroides vizinhos de Vénus. Deixaram a simulação avançar rapidamente 4,5 mil milhões de anos de história do Sistema Solar, incorporando todos os efeitos gravitacionais de cada um dos planetas. Quando o modelo chegou ao presente, cerca de 800 dos seus asteroides simulados sobreviveram ao teste do tempo.

Pokorny considera esta taxa de sobrevivência como otimista. Indica que os asteroides podem ter-se formado perto da órbita de Vénus, no caos do início do Sistema Solar, e alguns podem ainda existir hoje em dia, alimentando o anel de poeira nas proximidades.

O próximo passo é descobrir e observar os asteroides elusivos. "Se existir algo aí, devemos ser capazes de os encontrar," disse Pokorny. A sua existência pode ser verificada com telescópios espaciais como o Hubble, ou talvez com naves espaciais interplanetárias como as STEREO. Os cientistas terão, então, mais perguntas para responder: quantos existem, e qual é o seu tamanho? Estão a libertar poeira constantemente, ou houve apenas um evento de desintegração?

Anéis de poeira em torno de outras estrelas

 
Nesta ilustração, um asteroide é quebrado pela poderosa gravidade de LSPM J0207+3331, uma anã branca localizada a cerca de 145 anos-luz de distância. Os cientistas pensam que esta desintregração de asteroides alimenta os anéis de poeira em torno da estrela velha.
Crédito: Centro de Voo Espacial Goddard da NASA/Scott Wiessinger
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Os anéis de poeira que Mercúrio e Vénus pastoreiam estão a apenas um ou dois planetas de distância, mas os cientistas detetaram muitos outros anéis de poeira em sistemas estelares distantes. Vastos anéis de poeira podem ser mais fáceis de avistar do que os exoplanetas propriamente ditos, e podem ser usados para inferir a existência de planetas escondidos e até mesmo as suas propriedades orbitais.

Mas a interpretação de anéis de poeira extrassolares não é simples. "Para modelar e ler com precisão os anéis de poeira em redor de outras estrelas, primeiro temos que entender a física da poeira no nosso 'quintal cósmico'," comentou Kuchner. Com o estudo dos anéis vizinhos de poeira em Mercúrio, em Vénus e na Terra, onda a poeira traça os efeitos duradouros da gravidade no Sistema Solar, os cientistas podem desenvolver técnicas de leitura entre os anéis de poeira próximos e distantes.

// NASA (comunicado de imprensa)
// Artigo científico - Stenborg, Stauffer & Howard (The Astrophysical Journal)
// Artigo científico - Pokorny & Kuchner (The Astrophysical Journal Letters)
// Anel de poeira de Vénus (NASA via YouTube)

 


Saiba mais

CCVAlg - Astronomia:
26/11/2013 - Anel gigante de poeira descoberto perto da órbita de Vénus

Notícias relacionadas:
SPACE.com
EurekAlert!
ScienceDaily
PHYSORG

Mercúrio:
CCVAlg - Astronomia
Wikipedia

Vénus:
CCVAlg - Astronomia 
Wikipedia

Sistema Solar:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

Formação e evolução do Sistema Solar:
Wikipedia

Sondas STEREO:
NASA
NASA - 2
Wikipedia

Parker Solar Probe:
NASA
Wikipedia

Helios:
Instituto Max Planck
Wikipedia

 
   
Bennu, o alvo da missão OSIRIS-REx, gira mais depressa ao longo do tempo

No final de 2018, a sonda OSIRIS-REx (Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, Security-Regolith Explorer) chegou a Bennu, o asteroide que vai estudar durante os próximos anos.

Agora, uma nova investigação publicada na revista Geophysical Research Letters da União Geofísica Americana mostra que Bennu está a girar mais depressa com o passar do tempo - uma observação que vai ajudar os cientistas a entender a evolução dos asteroides, a sua potencial ameaça à Terra e se os seus recursos podem ser minados.

Bennu está a 110 milhões de quilómetros da Terra. À medida que se move pelo espaço a mais ou menos 101.000 km/h, também gira, completando uma rotação completa a cada 4,3 horas.

 
Esta série de imagens da MapCam foi obtida durante 4 horas e 19 minutos no dia 4 de dezembro de 2018, pela OSIRIS-REx, quando fez a sua primeira passagem pelo polo norte do asteroide. As imagens foram captadas quando o orbitador se aproximava de Bennu, antes da maior aproximação ao polo do asteroide. À medida que o asteroide gira e se torna maior no campo de visão, a distância ao centro de Bennu encolhe de 11,4 para 9,3 km. Esta foi a primeira de cinco passagens pelos polos e equador de Bennu que a OSIRIS-REx realizou durante o seu estudo preliminário do asteroide.
Crédito: NASA/Goddard/Universidade do Arizona
 

A nova investigação descobriu que a rotação do asteroide está a acelerar cerca de 1 segundo por século. Por outras palavras, o período de rotação de Bennu está a diminuir cerca de 1 segundo a cada 100 anos.

Embora o aumento na aceleração possa não parecer um valor elevado, ao longo do tempo pode traduzir-se em mudanças dramáticas na rocha espacial. Segundo os autores do estudo, à medida que gira cada vez mais depressa, com o passar de milhões de anos, pode perder fragmentos ou até desfazer-se.

A deteção da subida na rotação ajuda os cientistas a compreender os tipos de mudanças que podem ter ocorrido em Bennu, como deslizamentos ou outras mudanças a longo prazo, que a missão OSIRIS-REx vai analisar.

"À medida que o período de rotação diminui, as coisas devem mudar, por isso vamos procurar essas coisas e a deteção desta aceleração dá-nos algumas pistas sobre os tipos de coisas que devemos procurar," comenta Mike Nolan, investigador do LPL (Lunar and Planetary Laboratory) da Universidade do Arizona em Tucson, EUA, autor principal do novo artigo e líder da equipa científica da missão OSIRIS-REx. "Temos que procurar evidências de algo diferente no passado recente e é possível que as coisas ainda estejam a mudar."

A missão OSIRIS-REx está programada para trazer uma amostra de Bennu para a Terra em 2023. A compreensão das alterações rotacionais de Bennu pode ajudar os cientistas a descobrir o que os asteroides nos podem dizer sobre a origem do Sistema Solar, quão provável é o seu papel como ameaça para os seres humanos e se os seus recursos podem ser extraídos.

"Se quisermos fazer estas coisas, temos que saber o que está a afetá-lo," acrescenta Nolan.

Detetando uma mudança

A fim de entender a rotação de Bennu, os cientistas estudaram dados do asteroide, obtidos a partir da Terra em 1999 e 2005, juntamente com dados recolhidos pelo Telescópio Espacial Hubble em 2012. Quando examinaram os dados do Hubble é que notaram que a velocidade de rotação do asteroide em 2012 não correspondia às suas previsões com base nos dados anteriores.

"Os três conjuntos de dados não encaixavam corretamente," explicou Nolan. "E foi aí que surgiu a ideia de que tinha que estar a acelerar."

Segundo Nolan, a ideia de que a rotação dos asteroides pode acelerar com o tempo foi prevista inicialmente em meados de 2000 e detetada pela primeira vez em 2007. Até à data, esta aceleração só foi detetada num punhado de asteroides.

A mudança na rotação de Bennu pode ser devida a uma alteração na sua forma. Tal como os patinadores de gelo aceleram ao colocar os braços junto ao corpo, um asteroide pode acelerar à medida que perde material.

Nolan e coautores sugerem que a razão para a diminuição do período de rotação de Bennu é mais provavelmente devida a um fenómeno conhecido como efeito YORP. A luz solar que atinge o asteroide é refletida para o espaço. A mudança na direção da luz que entra e sai empurra o asteroide e pode fazê-lo girar mais depressa, dependendo da sua forma e rotação.

A missão OSIRIS-REx vai determinar, este ano e de forma independente, a rotação de Bennu, o que vai ajudar os cientistas a descobrir o motivo da aceleração. Tendo em conta que as naves espaciais nunca irão visitar a grande maioria dos asteroides, as medições também vão ajudar os cientistas a aprender quão bem as medições obtidas no solo são capazes de analisar estes objetos distantes.

"Ao testarmos estas previsões, com alguns casos, vamos melhorar significativamente a nossa confiança nas previsões feitas para outros objetos," escrevem os autores do estudo.

A medição da aceleração de Bennu, combinada com a chegada da OSIRIS-REx ao asteroide, dá aos cientistas uma grande oportunidade para validar os resultados do novo estudo e testar teorias sobre o efeito YORP, disse Desiree Cotto-Figueroa, professora assistente de física e eletrónica na Universidade de Porto Rio em Humacao, que não esteve envolvida no novo estudo.

"Esta é, no geral, uma grande oportunidade, tendo esta medição e tendo a sonda OSIRIS-REx a observar o asteroide 'in situ', para nos ajudar a entender melhor este efeito, que é um mecanismo dominante na evolução dos asteroides," conclui.

// União Geofísica Americana (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Geophysical Research Letters)
// Artigo científico (arXiv.org)

 


Saiba mais

Cobertura da missão OSIRIS-REx pelo CCVAlg - Astronomia:
14/12/2018 - Recém-chegada OSIRIS-REx já descobriu água no asteroide Bennu
28/08/2018 - OSIRIS-REx da NASA começa campanha de observações do asteroide
27/12/2016 - OSIRIS-REx vai procurar asteroides raros
06/09/2016 - NASA prepara-se para lançar a sua primeira missão de recolha e envio de amostras de um asteroide

Notícias relacionadas:
SPACE.com
EurekAlert!
Space Daily
PHYSORG

OSIRIS-REx:
Página oficial
NASA
Facebook
Twitter
YouTube
Instagram
Wikipedia

Asteroide Bennu:
NASA 
Wikipedia

Efeito YORP:
Wikipedia

Sistema Solar:
CCVAlg - Astronomia
Wikipedia

Formação e evolução do Sistema Solar:
Wikipedia

 
   
Álbum de fotografias - Panorama de Perseverance Valley
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: NASAJPL-CaltechCornell ASU
 
O panorama de despedida do rover Opportunity, a partir de Perseverance Valley, abrange 360 graus neste mosaico a cores falsas. A cena é composta por 354 imagens individuais gravadas através de 3 diferentes filtros pela câmara panorâmica do rover entre 13 de maio e 10 de junho de 2018. No entanto, algumas exposições no canto inferior esquerdo permanecem a preto e branco. Essas foram captadas apenas com um filtro mesmo antes de uma tempestade de poeira engolir Marte em junho de 2018, encerrando a missão de 15 anos do rover pioneiro movido a energia solar. Mesmo à direita do centro, a anotação identifica o ponto de entrada do Opportunity em Perseverance Valley ao longo da borda oeste da cratera Endeavour. As marcas do rover começam aí, estendendo-se a partir do horizonte à direita e até ao local de descanso final no Planeta Vermelho.
 
   
Arquivo | Feed RSS | Contacte o Webmaster | Remover da lista
 
       
       
   
Centro Ciência Viva do Algarve
Rua Comandante Francisco Manuel
8000-250, Faro
Portugal
Telefone: 289 890 922
E-mail: info@ccvalg.pt
Centro Ciência Viva de Tavira
Convento do Carmo
8800-311, Tavira
Portugal
Telefone: 281 326 231 | Telemóvel: 924 452 528
E-mail: geral@cvtavira.pt
   

Os conteúdos das hiperligações encontram-se na sua esmagadora maioria em Inglês. Para o boletim chegar sempre à sua caixa de correio, adicione noreply@ccvalg.pt à sua lista de contactos. Este boletim tem apenas um caráter informativo. Por favor, não responda a este email. Contém propriedades HTML e classes CSS - para vê-lo na sua devida forma, certifique-se que o seu cliente de webmail suporta este tipo de mensagem, ou utilize software próprio, como o Outlook ou outras apps para leitura de mensagens eletrónicas.

Recebeu esta mensagem por estar inscrito na newsletter de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve e do Centro Ciência Viva de Tavira. Se não a deseja receber ou se a recebe em duplicado, faça a devida alteração clicando aqui ou contactando o webmaster.

Esta mensagem destina-se unicamente a informar e está de acordo com as normas europeias de proteção de dados (ver RGDP), conforme Declaração de Privacidade e Tratamento de dados pessoais.

2019 - Centro Ciência Viva do Algarve | Centro Ciência Viva de Tavira

ccvalg.pt cvtavira.pt