28/06/19 - Noites Astronómicas em Tavira
22:00 - No dia 28 de junho, no Forte do Rato, realiza-se mais uma sessão de Noites Astronómicas em Tavira. Nesta sessão será possível identificar algumas constelações que nos farão companhia nas noites quentes de Verão. Teremos a oportunidade de observar os planetas gigantes gasosos do nosso sistema solar, Júpiter e as suas luas galileanas assim como Saturno e os seus anéis. Esta atividade é gratuita. Local:Forte do Rato Informações e incrições: 281 326 231; 924 452 528; geral@cvtavira.pt (pré-inscrição obrigatória; a realização desta atividade está dependente das condições atmosféricas e está sujeita a um número mínimo de participantes)
Efemérides
Dia 04/06: 155.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 781 AC era registado pela primeira vez um eclipse solar total na China.
Em 1769, um trânsito de Vénus é seguido cinco horas depois de um eclipse solar total, o intervalo de tempo mais curto para tais eventos na História.
Em 1783, os irmãos Montgolfier elevavam-se pela primeira vez no ar a bordo do seu balão de ar quente.
Em 1996, primeiro lançamento do Ariane 5, que explode após 20 segundos de voo. Transportava o satélite Cluster.
Em 2000, chega ao fim a missão do Observatório Compton, quando reentra na atmosfera da Terra. Os detritos restantes caem no Oceano Pacífico.
Em 2010, voo inaugural do Falcon 9, o foguetão da companhia SpaceX, lançado a partir do Complexo de Lançamento Espacial 40, em Cabo Canaveral. Observações: Cerca de 30 ou 40 minutos depois do pôr-do-Sol, procure muito baixa a oeste-noroeste a finíssima Lua. Está cerca de 4º para a direita do planeta Mercúrio. É necessário um horizonte desimpedido.
Ceres, o maior asteroide, já passou a oposição e tem esta semana magnitude 6,8. Está alto a sul pelas 23-24 horas, em Ofíuco, 9º N de Antares.
Dia 05/06: 156.º dia do calendário gregoriano. História: Em 1819, nascia John Couch Adams, astrónomo e matemático inglês. É famoso por prever a existência e posição de Neptuno usando apenas a matemática. Os cálculos foram feitos para explicar as discrepâncias entre a órbita de Úrano e as leis de Kepler e Newton. Ao mesmo tempo, para seu desconhecimento, os cálculos foram também feitos por Urbain Le Verrier, que ajudaria à localização do planeta em 1846.
Em 1965, nascia Michael E. Brown, cuja equipa descobriu muitos objectos trans-neptunianos, incluindo o planeta anão Éris, o único objeto desta categoria mais massivo que Plutão.
Refere-se a ele próprio como o homem que "matou Plutão", pois ajudou à sua demoção de planeta principal para anão.
Em 1995, é criado pela primeira vez um concentrado Bose-Einstein.
Em 2012, começa o último trânsito de Vénus do século XXI. Observações: Trânsito da sombra de Ganimedes, entre as 00:21 e as 03:08.
Trânsito de Ganimedes, entre as 01:00 e as 03:35.
Trânsito da sombra de Io, entre as 01:28 e as 03:42.
Trânsito de Io, entre as 01:35 e as 03:52.
Eclipse de Io, entre as 22:35 e as 00:52 (já de dia 6).
Ocultação de Io, entre as 22:43 e as 00:59 (já de dia 6).
Dia 06/06: 157.º dia do calendário gregoriano. História: Em 1580, nascia Godefroy Wendelin, astrónomo da Flandres (norte da Bélgica), que mediu a distância entre a Terra e o Sol usando o método de Aristarco de Samos (que resultou em 60% do valor verdadeiro) e que reconheceu que a terceira lei de Kepler também se aplicava aos satélites de Júpiter.
Em 1966, aterragem da Gemini 9.
Em 1971 era lançada a Soyuz 11, a primeira e única missão tripulada que acoplou com a primeira estação espacial, a Salyut 1.
A missão acabou em desastre a 30 de junho, quando a cápsula ficou despressurizada durante a reentrada, matando os cosmonautas a bordo.
Em 1983, lançamento da Venera 16, com destino Vénus. Observações: Trânsito da sombra de Io, entre as 19:57 e as 22:12.
Trânsito de Io, entre as 20:02 e as 22:19.
A brilhante e amarelada Arcturo, de magnitude 0, brilha bem alto a sul por estas noites. A forma de papagaio-de-papel de Boieiro estende-se para cima e para a esquerda de Arcturo. O papagaio-de-papel é estreito, ligeiramente torto e mede 23º de altura: cerca de dois punhos à distância do braço esticado.
Para este (esquerda) de Boieiro está Coroa Boreal. A sua estrela mais brilhante, Alphecca, é uma pedra preciosa montada na frente da coroa.
Curiosidades
Plutão tem menos de 24% da massa da Terra e tem aproximadamente 66% do diâmetro da Lua
Uma nova visão dos exoplanetas com o futuro Telescópio Webb
Embora conheçamos atualmente milhares de exoplanetas - planetas em torno de outras estrelas -, a grande maioria do nosso conhecimento é indireto. Ou seja, os cientistas não tiraram ainda muitas fotos dos exoplanetas e, devido aos limites da tecnologia atual, só podemos ver esses mundos como pontos de luz. No entanto, o número de exoplanetas observados indiretamente está a crescer com o tempo. Quando o Telescópio Espacial James Webb da NASA for lançado em 2021, abrirá uma nova janela para esses exoplanetas, vendo-os em comprimentos de onda nunca antes observados e obtendo novas informações sobre a sua natureza.
Os exoplanetas estão próximos de estrelas comparativamente muito mais brilhantes, de modo que a sua luz é geralmente dominada pela luz das estrelas hospedeiras. Os astrónomos costumam encontrar um exoplaneta inferindo a sua presença com base no escurecimento da luz da estrela-mãe quando o planeta passa à sua frente - um evento chamado de "trânsito". Às vezes, um planeta puxa a estrela, fazendo a estrela balançar levemente.
Esta ilustração mostra um exoplaneta em órbita da sua estrela muito mais brilhante. O Webb vai permitir com que os cientistas observem exoploanetas em comprimentos de onda infravermelhos nunca antes estudados.
Crédito: NASA, ESA e G. Bacon (STScI)
Em alguns casos, os cientistas capturaram fotos de exoplanetas usando instrumentos chamados coronógrafos. Estes dispositivos bloqueiam o brilho da estrela da mesma maneira que podemos usar a nossa mão para bloquear a luz do Sol. No entanto, encontrar exoplanetas com esta técnica provou ser muito difícil. Tudo isto vai mudar com a sensibilidade do Webb. Os seus coronógrafos a bordo permitirão com que os cientistas observem exoplanetas em comprimentos de onda infravermelhos nunca antes tentados para este tipo de objeto astronómico.
As capacidades únicas do Webb
Os coronógrafos têm algo importante em comum com os eclipses. Durante um eclipse, a Lua bloqueia a luz do Sol, permitindo-nos ver estrelas que normalmente seriam ofuscadas pelo brilho da nossa. Os astrónomos aproveitaram este facto durante o eclipse de 1919, fez dia 29 de maio 100 anos, a fim de testar a teoria da relatividade geral de Albert Einstein. Da mesma forma, um coronógrafo age como um "eclipse artificial" para bloquear a luz de uma estrela, permitindo ver planetas que de outra forma ficariam perdidos no brilho estelar.
"A maioria dos planetas que detetámos até agora são aproximadamente 10.000 a 1 milhão de vezes mais fracos do que a sua estrela-mãe," explicou Sasha Hinkley da Universidade de Exeter. Hinkley é o investigador principal de um dos primeiros programas de observação do Webb para estudar exoplanetas e sistemas exoplanetários.
"Há, sem dúvida, uma população de planetas que são ainda mais fracos, que têm maiores rácios de contraste e que estão, possivelmente, mais afastados das suas estrelas," comentou Hinkley. "Com o Webb, podemos ver planetas que são 10 milhões, ou otimisticamente, 100 milhões de vezes mais fracos." Para observar os seus alvos, a equipa vai usar imagiologia de alto contraste, que distingue essa grande diferença de brilho entre o planeta e a estrela.
O Webb terá a capacidade de observar os seus alvos no infravermelho médio, que é invisível ao olho humano, mas com sensibilidade muito superior a qualquer outro observatório já construído. Isto significa que o Webb será sensível a uma classe de planetas ainda não detetada. Especificamente, podem estar ao alcance do Webb planetas semelhantes a Saturno em grandes separações orbitais das suas estrelas hospedeiras.
"O nosso programa está a olhar para planetas jovens e recém-formados e para os sistemas que habitam," explicou a coinvestigadora principal Beth Biller, da Universidade de Edimburgo. "O Webb vai permitir fazer isto com muito mais detalhe e em comprimentos de onda que nunca explorámos antes. Por isso, será vital entender como estes objetos se formam e como são estes sistemas."
Testando as águas
As observações da equipa farão parte do programa Científico Discricionário Inicial do Diretor, que fornece tempo para projetos selecionados no início da missão do telescópio. Este programa permite que a comunidade astronómica aprenda rapidamente a melhor maneira de usar as capacidades do Webb, ao mesmo tempo que produz ciência robusta.
"Com o nosso programa, estaremos realmente a 'testar as águas' para entender como o Webb se comporta," disse Hinkley. "Precisamos realmente da melhor compreensão dos instrumentos, da estabilidade, da maneira mais eficaz de pós-processar os dados. As nossas observações vão informar a comunidade da maneira mais eficiente de usar o Webb."
Os alvos
A equipa de Hinkley vai usar todos os quatro instrumentos do Webb para observar três alvos: um exoplaneta descoberto recentemente; um objeto que é ou um exoplaneta ou uma anã castanha; e um anel bem estudado de poeira e planetesimais em órbita de uma jovem estrela.
Exoplaneta HIP 65426b: este exoplaneta recém-descoberto e fotografado diretamente tem uma massa entre seis e 12 vezes a de Júpiter e está em órbita de uma estrela que é mais quente e que tem o dobro da massa do nosso Sol. O exoplaneta está aproximadamente 92 vezes mais distante da sua estrela do que a Terra está do Sol. A grande separação entre este jovem planeta e a sua estrela hospedeira significa que as observações da equipa serão muito menos afetadas pelo brilho estelar. Hinkley e a sua equipa planeiam usar o conjunto completo de coronógrafos do Webb para visualizar este alvo.
Companheiro de massa planetária VHS 1256b: um objeto algures entre o limite planeta/anã castanha, VHS 1256b também está a uma grande distância da sua anã vermelha hospedeira - cerca de 100 vezes a distância a que a Terra está do Sol. Dada a sua grande separação, as observações deste objeto serão provavelmente muito menos afetadas pela luz indesejada da estrela. Além de imagens de alto contraste, a equipa espera obter um dos primeiros espectros "não corrompidos" de um corpo semelhante a um planeta em comprimentos de onda onde estes objetos nunca antes foram estudados.
Disco circum-estelar de detritos: há mais de 20 anos que os cientistas estudam um anel de poeira e planetesimais em órbita de uma jovem estrela chamada HR 4796A, que tem cerca de duas vezes a massa do nosso próprio Sol. Os astrónomos pensam que a maioria dos sistemas planetários, inicialmente, provavelmente pareciam-se muito com HR 4796A e com o seu anel de detritos, tornando este um alvo particularmente interessante de estudar. A equipa usará imagiologia de alto contraste dos coronógrafos do Webb para ver o disco em diferentes comprimentos de onda. O seu objetivo é ver se as estruturas do disco parecem diferentes de comprimento de onda para comprimento de onda.
Um dos alvos que o James Webb vai estudar é o bem conhecido e gigante anel de poeira e planetesimais em torno de uma jovem estrela chamada HR 4796A. Esta fotografia pelo Telescópio Espacial Hubble mostra uma vasta e complexa estrutura de poeira que envolve a estrela HR 4796A (a luz de HR 4796A e a luz da sua companheira estelar, HR 4796B, foram bloqueadas para revelar a estrutura de poeira muito mais ténue). Um anel interno de poeira, estreito e brilhante, que rodeia a estrela, pode ter sido encurralado pela atração gravitacional de um planeta gigante invisível.
Crédito: NASA, ESA e G. Schneider (Universidade do Arizona)
Planeando o programa
Para planear este programa Científico Inicial, Hinkley perguntou ao maior número possível de membros da comunidade científica a simples pergunta: se quiser planear um levantamento para procurar exoplanetas, quais são as perguntas para as quais precisa de respostas?
"O que nós desenvolvemos foi um conjunto de observações que pensamos vai responder a essas perguntas. Vamos dizer à comunidade que é assim que o Webb funciona neste modo, que é este o tipo de sensibilidade que temos, que é este o tipo de contraste que alcançamos. E precisamos rapidamente de informar a comunidade para que os astrónomos possam preparar, de maneira igualmente rápida, as suas propostas."
A equipa está ansiosa por ver os seus alvos em comprimentos de onda nunca antes observados, e para partilhar os seus conhecimentos. De acordo com Biller, "já tínhamos noção, há anos, que para alguns dos planetas descobertos, o Webb seria realmente transformador."
O Telescópio Espacial James Webb será o principal observatório de ciências espaciais do mundo quando for lançado em 2021. O Webb resolverá mistérios no nosso Sistema Solar, olhará mais além para mundos distantes em redor de outras estrelas e investigará as misteriosas estruturas e origens do nosso Universo e o nosso lugar nele. O Webb é um programa internacional liderado pela NASA com os seus parceiros, a ESA e a Agência Espacial Canadiana.
Cometa fornece novas pistas para as origens dos oceanos da Terra
O mistério de porque é que a Terra tem tanta água, permitindo que o nosso "mármore azul" suporte uma variedade incrível de vida, ficou mais claro com novas investigações sobre cometas. Os cometas são como bolas de neve de rocha, poeira, gelo e outras substâncias químicas congeladas que se evaporam à medida que se aproximam do Sol, produzindo as caudas que vemos nas imagens. Um novo estudo revela que a água em muitos cometas pode partilhar uma origem comum com os oceanos da Terra, reforçando a ideia de que os cometas tiveram um papel fundamental em trazer água ao nosso planeta há milhares de milhões de anos.
Ilustração de um cometa, de grãos de gelo e dos oceanos da Terra. O SOFIA descobriu pistas, no grãos de gelo do Cometa Wirtanen, que sugerem que a água nos cometas e nos oceanos da Terra podem partilhar uma origem comum.
Crédito: NASA/SOFIA/L. Cook/L. Proudfit
O SOFIA (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy), o maior observatório aéreo do mundo, observou o Cometa Wirtanen quando fez a sua maior aproximação à Terra em dezembro de 2018. Os dados recolhidos pelo observatório indicam que este cometa contém água "semelhante à do oceano". Comparando isto com informações sobre outros cometas, os cientistas sugerem, num novo estudo, que muitos mais cometas do que se pensava anteriormente podem ter distribuído água à Terra. Os resultados foram publicados na revista Astronomy & Astrophysics Letters.
"Nós identificámos um vasto reservatório de água semelhante à da Terra nos confins do Sistema Solar," disse Darek Lis, cientista do JPL da NASA em Pasadena, no estado norte-americano da Califórnia, autor principal do estudo. "A água foi crucial para o desenvolvimento da vida como a conhecemos. Não queremos apenas entender como a água da Terra foi entregue, mas também se esse processo pode funcionar noutros sistemas planetários."
Bolas de neve sujas
Os planetas formam-se a partir de detritos situados num disco em órbita de uma estrela; pedaços pequenos de detritos podem aglomerar-se e crescer ao longo do tempo. Detritos remanescentes permanecem em regiões do nosso Sistema Solar como a Cintura de Kuiper, para lá de Neptuno, ou como a Nuvem de Oort, muito além de Plutão. Os cometas vêm destas áreas, mas só podemos vê-los quando as suas órbitas os aproximam do Sol. O calor do Sol faz com que parte da neve suja se vaporize, criando o halo difuso ou "cabeleira" de vapor de água, poeira e grãos de gelo vistos nas imagens dos cometas.
Os cientistas preveem que a água nos oceanos da Terra veio de corpos que transportavam água no início do Sistema Solar, que colidiram com o nosso planeta, de modo idêntico aos asteroides e cometas ricos em gelo de hoje. Mas os cientistas não sabem de que local do disco de formação planetária tiveram origem.
Tipos de água
A água também é conhecida pela sua designação química H2O porque é composta por dois átomos de hidrogénio e um átomo de oxigénio. Mas, usando instrumentos especiais, os cientistas podem detetar dois tipos: água comum, H2O, e água pesada, HDO, que tem uma partícula neutra extra, chamada neutrão, dentro de um dos átomos de hidrogénio. Os cientistas comparam a proporção de água comum e pesada nos cometas. Se os cometas tiverem a mesma proporção destes tipos de água que os oceanos da Terra, isso indica que a água em ambos pode partilhar uma origem comum.
Mas a medição desta relação é difícil. Os telescópios terrestres e espaciais só podem estudar este nível de detalhe em cometas quando passam perto da Terra, e as missões que visitam cometas, como a Rosetta, são raras. Os cientistas só ainda puderam estudar este rácio em cerca de uma dúzia de cometas desde a década de 1980. Adicionalmente, é difícil estudar a água de um cometa a partir do solo porque a água na atmosfera da Terra bloqueia as suas assinaturas.
Novas observações
O SOFIA, observando a altas altitudes acima de grande parte da água atmosférica da Terra, conseguiu medir com precisão a proporção de água comum e água pesada no Cometa Wirtanen. Os dados mostram que o rácio de água do Cometa Wirtanen é o mesmo que o dos oceanos da Terra.
Quando a equipa comparou os novos dados do SOFIA com estudos prévios de cometas, encontraram uma semelhança surpreendente. A proporção de água regular para água pesada não estava ligada à origem dos cometas - fossem eles da Nuvem de Oort ou da Cintura de Kuiper. Em vez disso, estava relacionada com a quantidade de água libertada pelos grãos de gelo na cabeleira do cometa em comparação com a superfície nevada. Isto poderá implicar que todos os cometas podem ter uma proporção de água normal-para-pesada semelhante à dos oceanos da Terra, e que podem ter fornecido uma grande fração da água do nosso planeta.
"Esta é a primeira vez que podemos relacionar o rácio de água normal-para-pesada de todos os cometas a um único fator," observou Dominique Bockelée-Morvan, cientista do Observatório de Paris e do Centro Nacional Francês para Pesquisa Científica e segunda autora do artigo. "Talvez seja necessário repensar a forma como estudamos os cometas porque a água libertada pelos grãos de gelo parece ser um melhor indicador da proporção global de água do que a água libertada do gelo à superfície."
São necessários mais estudos para ver se estas descobertas são verdadeiras para outros cometas. A próxima vez que um cometa tem visita prevista para perto da Terra - perto o suficiente para este tipo de estudo, isto é - será em novembro de 2021.
Orbitador ExoMars prepara-se para a chegada do rover Rosalind Franklin
A sonda ExoMars TGO (Trace Gas Orbiter) em Marte. Foi lançada em 2016 com o módulo demonstrador Schiaparelli de entrada, descida e aterragem. Está a procurar evidências de metano e outros gases atmosféricos que podem ser assinaturas de processos biológicos ativos ou geológicos em Marte. Também vai servir como relé de comunicações para a plataforma de superfície e para o rover Rosalind Franklin.
Crédito: ESA-D. Ducros
No dia 15 de junho, a sonda ExoMars TGO (Trace Gas Orbiter) da ESA-Roscosmos vai tomar um percurso diferente. Uma "Manobra de Mudança de Inclinação" colocará a espaçonave numa órbita alterada, permitindo com que capte sinais cruciais para o rover ExoMars, de nome Rosalind Franklin, com chegada prevista para o Planeta Vermelho em 2021.
Depois de completar uma série de manobras complexas durante 2017, o ExoMars TGO orbita agora Marte a cada duas horas, reunindo dados científicos do rover e lander da NASA (à superfície) e retransmitindo-os para a Terra. Ao mesmo tempo, o orbitador está a recolher os seus próprios dados sobre a atmosfera do planeta, abundância de água e sobre a superfície.
O rover Rosalind Franklin da ESA (plano da frente) e a plataforma científica estacionária russa (plano de fundo), com lançamento previsto para julho de 2020, chegando a Marte em março de 2021. A sonda ExoMars TGO (Trace Gas Orbiter), em Marte desde outubro de 2016, vai agir como relé de comunicações para a missão.
Crédito: ESA/ATG medialab
Mais de um ano antes do Rosalind sequer levantar voo da Terra, os especialistas em dinâmica de voo no centro de controle da missão ESOC da ESA formularam um plano a longo prazo para garantir que o ExoMars TGO possa comunicar com o novo rover e com a nova plataforma de superfície da ESA, contidos no módulo de entrada, descida e pouso.
As pequenas mudanças na órbita de uma nave têm um grande efeito ao longo do tempo, de modo que enquanto as próximas manobras alteram apenas ligeiramente a velocidade da TGO, esta estará na posição correta para comunicar com o rover até 2021.
O movimento natural da TGO
O campo gravítico desigual de Marte significa que a órbita da TGO "vagueia". Assim sendo, gira gradualmente em torno de Marte com o passar do tempo. Como ilustrado no primeiro gráfico, a sonda segue ao início o percurso preto, depois o verde, depois o vermelho - continuando até completar uma rotação em torno do planeta a cada quatro meses e meio.
O campo gravítico desigual de Marte significa que a órbita da TGO "vagueia", fazendo com que gire gradualmente em torno de Marte com o passar do tempo.
Crédito: ESA
Para manter contacto com o módulo de descida quando este penetrar na atmosfera marciana, descer e pousar à superfície, a orientação da sonda precisa de mudar.
Neste mês de junho, três manobras vão alterar a velocidade da TGO, duas vezes por 30,9 m/s e uma pequena mudança final de 1,5 m/s, aproximando-a ligeiramente dos polos marcianos.
Inclinada a voar
Graças a estas manobras, o percurso da sonda será mais parecido com o do segundo gráfico, ilustrando "instantâneos no tempo" durante a descida do novo rover em 2021.
A linha verde representa o caminho de aproximação do rover Rosalind Franklin.
A linha preta mostra a órbita da sonda TGO com a sua orientação otimizada, dois anos após as manobras deste mês.
O percurso vermelho indica a órbita original da TGO.
Crédito: ESA
A linha verde representa o caminho de aproximação do rover Rosalind Franklin.
A linha preta mostra a órbita da sonda TGO com a sua orientação otimizada, dois anos após as manobras deste mês.
O percurso vermelho indica a órbita original da TGO.
Em fase com o rover Rosalind Franklin
Assim que o orbitador TGO tenha a sua nova órbita otimizada em torno de Marte, as equipas no solo também devem garantir que estará no lado correto quando o rover chegar - "em fase" com Rosalind Franklin.
Em fevereiro de 2021, será realizada uma pequena manobra para garantir que nave TGO está no local certo, à hora certa para a chegada do "lander".
O resultado de todas estas manobras combinadas pode ser visto no terceiro gráfico.
Assim que o orbitador TGO tenha a sua nova órbita otimizada em torno de Marte, as equipas no solo também devem garantir que estará no lado correto quando o rover chegar - "em fase" com Rosalind Franklin.
A linha preta representa a órbita da TGO em torno de Marte no momento em que a Rosalind Franklin começa a descer, indicado pela linha verde.
Os pontos azuis ao longo das órbitas de ambas as espaçonaves estão ligados por linhas horizontais, ilustrando as suas posições relativas em diferentes intervalos de tempo, e como são capazes de se "ver" uma à outra a cada momento, garantindo assim que o contato de rádio possa ser mantido.
Crédito: ESA
A linha preta representa a órbita da TGO em torno de Marte no momento em que a Rosalind Franklin começa a descer, indicado pela linha verde.
Os pontos azuis ao longo das órbitas de ambas as espaçonaves estão ligados por linhas horizontais, ilustrando as suas posições relativas em diferentes intervalos de tempo, e como são capazes de se "ver" uma à outra a cada momento, garantindo assim que o contato de rádio possa ser mantido.
Desfasada
Se as equipas no controlo da missão deixassem a ExoMars TGO na sua órbita atual, sem realizar nenhuma manobra, o próprio planeta Marte mais tarde ficaria entre a nave em órbita e o novo explorador marciano.
Neste gráfico final, a linha vermelha ilustra a órbita desfasada da TGO, e novamente a linha verde mostra o percurso do rover Rosalind Franklin e os pontos azuis representam momentos no tempo para cada nave.
Neste gráfico final, a linha vermelha ilustra a órbita desfasada da TGO, e novamente a linha verde mostra o percurso do rover Rosalind Franklin.
Os pontos azuis representam momentos no tempo para cada nave e, novamente, as linhas revelam como o próprio planeta Marte bloquearia a sua visão um do outro.
Sem colocar o orbitador em fase com o rover de Marte, as duas naves permaneceriam invisíveis uma à outra no momento crucial em que o rover desce até à superfície.
Crédito: ESA
As linhas entre os pontos revelam como, neste cenário, Marte bloquearia a sua visão uma da outra.
Sem colocar o orbitador em fase com o rover de Marte, as duas naves permaneceriam invisíveis uma à outra no momento crucial em que o rover desce até à superfície.
A previsão e o planeamento a longo prazo dos especialistas da missão não só garantem a comunicação entre duas das mais importantes missões da ESA, como também poupam combustível - seria necessária uma quantidade enorme para colocar a TGO na posição certas nas semanas ou até mesmo meses antes da chegada do rover ExoMars.
Coração de galáxia solitária está repleta de matéria escura (via Observatório de raios-X Chandra)
Isolada durante milhares de milhões de anos, uma galáxia com mais matéria escura do que o esperado, no seu núcleo, foi identificada por astrónomos que usavam dados do Observatório de raios-X Chandra. A galáxia, conhecida como Markarian 1216 contém estrelas quase tão antigas quanto o próprio Universo. Os cientistas descobriram que passou por uma evolução diferente da evolução das galáxias típicas, tanto em termos das suas estrelas como da matéria escura invisível que, através da gravidade, mantém a galáxia unida. Ler fonte
ESO contribui para proteger a Terra de asteroides perigosos (via ESO)
As capacidades únicas do instrumento SPHERE montado no VLT (Very Large Telescope) do ESO permitiram obter imagens muito nítidas de um asteroide duplo que passou próximo da Terra no dia 25 de maio. Apesar deste asteroide não ser um objeto perigoso, os cientistas aproveitaram a oportunidade para testar respostas a objetos do mesmo tipo que possam constituir uma ameaça para a Terra (Objetos Próximos da Terra), mostrando assim que a tecnologia de vanguarda do ESO pode revelar-se crítica na defesa do nosso planeta. Ler fonte
Em LDN 1251 (Lynds Dark Nebula), estão a formar-se estrelas. A cerca de 1000 anos-luz de distância, e vagueando por cima do plano da nossa Via Láctea, a poeirenta nuvem molecular faz parte de um complexo de nebulosas escuras mapeadas na direção da região de Cefeu. Por todo o espectro, as explorações astronómicas das nuvens interestelares escuras revelam choques e fluxos energéticos associados com estrelas recém-nascidas, incluindo o brilho avermelhado revelador de objetos Herbig-Haro nesta imagem nítida. Também podem ser avistadas na cena distantes galáxias de fundo, visualmente enterradas por trás da região poeirenta. O campo profundo foi fotografado através de filtros de banda larga e cobre cerca de duas Luas Cheias no céu, ou 17 anos-luz à distância estimada de LDN 1251.
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