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  Astroboletim #1781  
  02/04 a 05/04/2021  
     
 
 

Exploração dos Espaços - via ZOOM

Em abril celebra-se a exploração espacial, e faremos uma viagem por algumas destas descobertas fora deste mundo.

Realizadas mensalmente, estas sessões tentam focar num tema de relevância à data da atividade, devido a algum acontecimento astronómico ou oportunidade de observação, ou alguma notícia recente de astronomia que motive a atividade.

Data: 8 de abril de 2021
Hora: 21:00 horas

INSCRIÇÃO OBRIGATÓRIA - seguir este link
Telefone: 289 890 920
E-mail: info@ccvalg.pt

 
     
 
Efemérides

Dia 02/04: 92.º dia do calendário gregoriano.
História:
Em 1618 nascia Francesco Maria Grimaldi, matemático e físico italiano, bem como padre jesuíta.

Investigou a queda livre de objetos e calculou a constante gravitacional ao registar oscilações num pêndulo. Construiu e usou instrumentos para medir montanhas na Lua bem como a altura de nuvens. Foi o primeiro a fazer observações precisas da difração da luz.
Em 1964, lançamento da soviética Zond 1.
Observações: Nesta altura do ano, depois da hora de jantar, Arcturo, a Estrela da Primavera, que sobe a este, está tão alta quanto Sirius, a Estrela de Inverno mais brilhante que desce a sudoeste (para observadores a latitudes médias norte). Estas são as duas estrelas mais brilhantes do céu neste momento. Mas Capella não fica muito atrás de Arcturo! Aviste-a alta a noroeste.

Dia 03/04: 93.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1966, o Luna 10, o primeiro orbitador lunar da União Soviética, foi colocado numa órbita selenocêntrica e torna-se no primeiro satélite artifical da Lua. Lançado no dia 31 de março de 1966, concluiu a sua missão e enviou dados valiosos sobre emissões de raios-gama da superfície lunar.
Em 1984, o líder de esquadrão Rakesh Sharma é lançado a bordo de um Soyuz T-11, e torna-se o primeiro indiano no espaço.

Observações: O grande e brilhante Hexágono de Inverno ainda é visível ao início da noite, preenchendo o céu a sudoeste e oeste.
Comece com Sirius a sudoeste, o canto inferior esquerdo do Hexágono. Bem acima de Sirius temos Procyon. Daí, olhe para cima e para a direita para Pollux e Castor (alinhadas quase na horizontal), para baixo e para a direita de Castor até Menkalinan e depois para a brilhante Capella, para baixo e para a esquerda até Aldebarã (passando por Marte), para baixo e para a esquerda até Rigel na parte inferior de Orionte e de volta a Sirius.
O Hexágono é um pouco distendido. Mas se desenhar uma linha pelo seu meio de Capella a Sirius, o "Hexágono" é razoavelmente simétrico em relação ao seu eixo.

Dia 04/04: 94.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1968, era lançada a Apollo 6
Em 1983, o vaivém espacial Challenger fazia o seu voo inaugural no espaço (STS-6).

Em 1996, o cometa Hyakutake é observado pela NEAR.
Observações: Antes do amanhecer, observe a Lua por entre as estrelas da constelação de Sagitário, que está baixa a sul-sudeste.
Lua em Quarto Minguante, pelas 10:02.

Dia 05/04: 95.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1804 é registada a primeira queda de um meteorito na Escócia, em Possil.
Em 1935 nascia Donald Lynden-Bell, astrofísico inglês conhecido pelas suas teorias de que as galáxias albergam buracos negros gigantes nos seus centros, e que estes buracos negros são a fonte principal de energia nos quasares
Em 1979 a sonda Pioneer 11 faz as primeiras observações diretas de Saturno e estuda as partículas energéticas da helioesfera exterior. A missão Pioneer 11 termina a 30 de setembro de 1995, quando a última transmissão da sonda foi recebida. Com a sua fonte de energia exausta, não pode operar mais nenhum dos seus instrumentos científicos, nem apontar a sua antena para a Terra. A Pioneer viaja na direção da constelação de Escudo.
Em 1991 era lançado o Observatório de Raios-Gama Compton.

O objetivo desta missão era obter medições de raios-gama de toda a esfera celeste, com uma resolução angular bem melhor e com um aumento de sensibilidade em relação às anteriores missões espaciais de raios-gama. O Compton foi retirado de órbita e reentrou na atmosfera da Terra no dia 4 de junho do ano 2000.
Em 2009, a Coreia do Norte lança o seu polémico satélite Kwangmyŏngsŏng-2. Passou por cima do Japão, o que despoletou de imediato reações da ONU e de vários países.
Observações: Agora que a primavera já chegou, Orionte adopta a sua postura de início de primavera a sudoeste durante a noite. Inclina-se para oeste, e a sua Cintura de três estrelas torna-se horizontal.
Quando é que a Cintura de Orionte fica mesmo na horizontal? Isso depende de onde o observador vive. Consegue determinar a hora do evento?

 
 
   
Descobertos raios-X em Úrano

Os astrónomos detetaram raios-X em Úrano pela primeira vez, usando o Observatório de raios-X Chandra da NASA. Este resultado pode ajudar os cientistas a aprender mais sobre este enigmático planeta gigante de gelo no nosso Sistema Solar.

Úrano é o sétimo planeta a contar do Sol e tem dois conjuntos de anéis em torno do seu equador. O planeta, que tem quatro vezes o diâmetro da Terra, gira de lado, o que o torna diferente de todos os outros planetas do Sistema Solar. Dado que a Voyager 2 foi a única nave espacial a passar por Úrano, os astrónomos atualmente contam com telescópios muito mais próximos da Terra, como o Chandra e o Telescópio Espacial Hubble, para aprender mais sobre este planeta frio e distante que é composto quase inteiramente por hidrogénio e hélio.

 
Composição ótica e de raios-X (a cor-de-rosa) de Úrano.
Crédito: raios-X - NASA/CXO/University College London/W. Dunn et al; ótico - Observatório W.M. Keck
 

No novo estudo, os investigadores usaram observações do Chandra feitas em 2002 e novamente em 2017. Viram uma deteção clara de raios-X na primeira observação, apenas analisada recentemente, e um possível surto de raios-X naquelas obtidas quinze anos depois. A imagem mostra uma exposição de Úrano pelo Chandra, obtida em 2002 (a cor-de-rosa) sobreposta a uma fotografia ótica do Telescópio Keck-I obtida num estudo separado em 2004. Esta última mostra o planeta aproximadamente na mesma direção a que estava durante as mesmas observações do Chandra em 2002.

O que pode fazer com que Úrano emita raios-X? A resposta: principalmente o Sol. Os astrónomos observaram que tanto Júpiter quanto Saturno espalham os raios-X emitidos pelo Sol, de forma semelhante ao modo como a atmosfera da Terra espalha a luz do Sol. Embora os autores do novo estudo sobre Úrano inicialmente esperassem que a maioria dos raios-X detetados também fossem da dispersão, existem pistas tentadoras de que pelo menos uma outra fonte de raios-X está presente. Se mais observações confirmarem isto, podem ter implicações intrigantes para a compreensão de Úrano.

Uma possibilidade é que os próprios anéis de Úrano estão a produzir raios-X, o que é o caso dos anéis de Saturno. Úrano é cercado por partículas carregadas, como eletrões e protões no seu ambiente espacial próximo. Se estas partículas energéticas colidirem com os anéis, podem fazer com que os anéis brilhem em raios-X. Outra possibilidade é que pelo menos alguns dos raios-X venham de auroras em Úrano, um fenómeno que já foi observado neste planeta noutros comprimentos de onda.

 
Composição obtida pelo Chandra em 2017 com um provável surto de raios-X, e dados do Keck, juntamente com duas imagens individuais.
Crédito: raios-X - NASA/CXO/University College London/W. Dunn et al; ótico - Observatório W.M. Keck
 

Na Terra, podemos ver espetáculos coloridos de luz no céu chamadas auroras, que ocorrem quando partículas altamente energéticas interagem com a atmosfera. Os raios-X são emitidos nas auroras da Terra, produzidos por eletrões energéticos depois de viajarem pelas linhas do campo magnético do planeta até aos seus polos e diminuem de velocidade graças à atmosfera. Júpiter também tem auroras. Os raios-X das auroras em Júpiter vêm de duas fontes: eletrões que viajam pelas linhas do campo magnético, como na Terra, e átomos e moléculas carregadas positivamente que "chovem" nas regiões polares de Júpiter. No entanto, os cientistas têm menos certeza sobre o que causa as auroras em Úrano. As observações do Chandra podem ajudar a descobrir este mistério.

Úrano é um alvo especialmente interessante para observações em raios-X por causa das orientações invulgares do seu eixo de rotação e do seu campo magnético. Embora os eixos de rotação e do campo magnético dos outros planetas do Sistema Solar sejam quase perpendiculares ao plano da sua órbita, o eixo de rotação de Úrano é quase paralelo ao seu percurso em torno do Sol. Além disso, apesar de Úrano estar inclinado de lado, o seu campo magnético tem uma inclinação diferente e parece estar deslocado do centro do planeta. Isto pode fazer com que as suas auroras sejam extraordinariamente complexas e variáveis. A determinação das fontes dos raios-X de Úrano pode ajudar os astrónomos a melhor entender como objetos mais exóticos no espaço, sejam buracos negros em crescimento ou estrelas de neutrões, emitem raios-X.

// NASA (comunicado de imprensa)
// Chandra/Harvard (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (JGR Space Physics)
// Um rápido olhar a: Úrano (Observatório de raios-X Chandra via YouTube)

 


Saiba mais

Notícias relacionadas:
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Úrano:
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Observatório de raios-X Chandra:
NASA
Universidade de Harvard
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Observatório W. M. Keck:
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Primeiro cometa interestelar pode ser o mais puro alguma vez encontrado

Novas observações obtidas com o VLT (Very Large Telescope) do ESO indicam que o cometa 2I/Borisov, o segundo e mais recente visitante interestelar detetado no nosso Sistema Solar, é um dos mais puros alguma vez observados. Os astrónomos suspeitam que, muito provavelmente, o cometa nunca passou perto de uma estrela, o que faz dele uma relíquia intacta da nuvem de gás e poeira que lhe deu origem.

O cometa 2I/Borisov foi descoberto pelo astrónomo amador Gennady Borisov em agosto de 2019, tendo-se confirmado que este objeto vinha de fora do Sistema Solar algumas semanas mais tarde. "O 2I/Borisov pode bem representar o primeiro cometa verdadeiramente puro alguma vez observado," disse Stefano Bagnulo do Observatório e Planetário Armagh, Irlanda do Norte, Reino Unido, que liderou o novo estudo publicado na revista Nature Communications. A equipa acredita que o cometa nunca passou perto de nenhuma estrela antes de passar pelo Sol em 2019.

 
Esta imagem foi obtida pelo instrumento FORS2 montado no VLT (Very Large Telescope) do ESO no final de 2019, quando o cometa 2I/Borisov passou perto do Sol.
Como o cometa viajava à enorme velocidade de cerca de 175 mil km por hora, as estrelas de fundo aparecem-nos como traços de luz, uma vez que o telescópio seguia a trajetória do cometa. As cores nestes traços dão à imagem um ar de discoteca e resultam da combinação de observações em diferentes bandas de comprimentos de onda, destacados pelas várias cores nesta imagem composta.
Crédito: ESO/O. Hainaut
 

Bagnulo e colegas usaram o instrumento FORS2 montado no VLT (Very Large Telescope) do ESO, no norte do Chile, para estudar o 2I/Borisov com todo o detalhe, através de uma técnica chamada polarimetria. Uma vez que esta técnica é regularmente usada para estudar cometas e outros pequenos corpos do nosso Sistema Solar, a equipa pôde assim comparar o visitante interestelar aos nossos cometas locais.

A equipa descobriu que o cometa 2I/Borisov tem propriedades polarimétricas distintas das dos cometas do Sistema Solar, com exceção do Hale-Bopp. O cometa Hale-Bopp despertou grande interesse no público no final da década de 1990, altura em que se via facilmente a olho nu, sendo também um dos cometas mais puros que os astrónomos tinham observado até à data. Antes da sua mais recente passagem pelo Sol observada por nós, pensa-se que o Hale-Bopp tenha passado perto do nosso Sol apenas uma vez, o que significa que estaria pouco afetado pelo vento e radiação solares, tratando-se por isso de um cometa bastante puro, com uma composição muito semelhante à nuvem de gás e poeira que lhe deu origem (assim como ao resto do Sistema Solar) há cerca de 4,5 mil milhões de anos atrás.

Ao analisar a polarização juntamente com a cor do cometa para aprender mais sobre a sua composição, a equipa concluiu que o 2I/Borisov é, na realidade, ainda mais puro que o Hale-Bopp, o que significa que traz consigo assinaturas imaculadas da nuvem de gás e poeira que lhe deu origem.

"O facto dos dois cometas serem notavelmente semelhantes sugere que o meio que deu origem ao 2I/Borisov não é assim tão diferente, em termos de composição, do meio do Sistema Solar primordial," explicou Alberto Cellino, um dos coautores do estudo do Observatório Astrofísico de Torino, INAF (Instituto Nacional de Astrofísica), Itália.

Olivier Hainaut, astrónomo do ESO na Alemanha que estuda cometas e outros objetos próximos da Terra, mas que não esteve envolvido neste novo estudo, concorda. "O resultado principal — que o cometa 2I/Borisov não é igual a nenhum outro cometa excepto o Hale-Bopp — é bastante forte," diz Hainaut, acrescentando que "é muito plausível que ambos os cometas se tenham formado em condições muito semelhantes."

 
Esta imagem artística mostra como poderá ser a superfície do cometa 2I/Borisov.
O 2I/Borisov foi um visitante vindo de outro sistema planetário que passou pelo nosso Sol em 2019, permitindo aos astrónomos observar de maneira única um cometa interestelar. Apesar dos telescópios no solo e no espaço terem obtidos imagens deste cometa, não temos observações de perto do 2I/Borisov. Cabe por isso aos artistas criarem as suas próprias ideias de como a superfície do cometa poderá ser, sempre baseados na informação científica que temos do objeto.
Crédito: ESO/M. Kormesser
 

"A chegada do 2I/Borisov do espaço interestelar deu-nos a primeira oportunidade para estudar a composição de um cometa de outro sistema planetário e verificar que o material desde cometa é de algum modo diferente da nossa variedade local," explica Ludmilla Kolokolova, da Universidade de Maryland, EUA, que esteve envolvida neste trabalho.

Bagnulo espera que os astrónomos tenham mais uma, e melhor ainda, oportunidade para estudar um cometa deste tipo antes do final desta década. "A ESA está a planear o lançamento do Comet Interceptor em 2029, o qual terá a capacidade de chegar a outro visitante interestelar, se se descobrir um numa trajetória adequada," explica Bagnulo, referindo-se a uma futura missão da ESA.

Uma estória de origens escondida na poeira

Mesmo sem uma missão espacial, os astrónomos podem usar os muitos telescópios colocados no solo terrestre para aprenderem mais sobre as diferentes propriedades dos cometas exteriores ao Sistema Solar como o 2I/Borisov. "Imaginem a sorte que tivemos por um cometa vindo de um sistema a anos-luz de distância de nós se ter simplesmente lembrado de fazer uma viagem até à porta da nossa casa," disse Bin Yang, astrónoma do ESO no Chile, que também aproveitou a passagem do 2I/Borisov pelo Sistema Solar para estudar este misterioso cometa. Os resultados da sua equipa foram publicados na revista Nature Astronomy.

Yang e a sua equipa usaram dados do ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, do qual o ESO é um parceiro, assim como o VLT do ESO, para estudarem os grãos de poeira do 2I/Borisov com o intuito de saberem mais sobre o nascimento do cometa e as condições presentes no seu sistema.

 
Esta imagem artística mostra como poderá ser a superfície do cometa 2I/Borisov. O 2I/Borisov foi um visitante vindo de outro sistema planetário que passou pelo nosso Sol em 2019, permitindo aos astrónomos observar de maneira única um cometa interestelar. Apesar dos telescópios no solo e no espaço terem obtidos imagens deste cometa, não temos observações de perto do 2I/Borisov. Cabe por isso aos artistas criarem as suas próprias ideias de como a superfície do cometa poderá ser, sempre baseados na informação científica que temos do objeto.
Crédito: ESO/M. Kormesser
 

A equipa descobriu que a coma do 2I/Borisov — um invólucro de poeira que rodeia o corpo principal do cometa — contém pedrinhas compactas, grãos com cerca de um milímetro ou mais de tamanho. Adicionalmente, a equipa descobriu que as quantidades relativas de monóxido de carbono e água no cometa mudaram drasticamente à medida que este se aproximou do Sol. A equipa, que também inclui Olivier Hainaut, explica que este facto indica que o cometa é constituído por materiais que se formaram em diferentes locais do seu sistema planetário.

As observações de Yang e colegas sugerem que a matéria existente no sistema planetário de origem do 2I/Borisov se encontrava misturada aquando da formação do cometa, desde as zonas próximas da estrela progenitora até às mais afastadas. Uma explicação seria a existência de planetas gigantes cuja forte gravidade faria movimentar o material neste sistema. Os astrónomos acreditam que um processo similar tenha ocorrido nas fases iniciais do nosso próprio Sistema Solar.

Apesar do 2I/Borisov ter sido o primeiro cometa vindo de fora do Sistema Solar a passar pelo Sol, não se tratou do nosso primeiro visitante interestelar. O primeiro objeto interestelar que vimos passar pelo Sistema Solar foi 'Oumuamua, outro objeto estudado com o auxílio do VLT em 2017. Originalmente classificado como cometa, 'Oumuamua foi mais tarde reclassificado como asteroide já que não possuía uma coma cometária.

// ESO (comunicado de imprensa)
// Observatório ALMA (comunicado de imprensa)
// Universidade de Barcelona (comunicado de imprensa)
// Artigo científico #1 (Nature Communications)
// Artigo científico #1 (PDF)
// Artigo científico #2 (Nature Astronomy)
// Artigo científico #2 (PDF)
// ESOcast 236: Primeiro cometa interestelar pode ser o mais puro alguma vez encontrado (ESO via YouTube)

 


Saiba mais

CCVAlg - Astronomia:
24/04/2020 - ALMA revela composição invulgar do cometa interestelar 2I/Borisov
01/10/2019 - Astrónomos detetam moléculas de gás em 2I/Borisov
27/09/2019 - Novo visitante interestelar já tem nome: 2I/Borisov
17/09/2019 - Cometa recém-descoberto é provavelmente visitante interestelar

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2I/Borisov:
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'Oumuamua:
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Buraco negro de massa intermédia é a chave para os gigantes nos centros das galáxias

Um novo buraco negro quebra o recorde - não por ser o mais pequeno ou o maior - mas por estar bem no meio.

O recém-descoberto buraco negro faz parte de um elo perdido entre duas populações de buracos negros: os buracos negros de massa estelar e os buracos negros supermassivos nos núcleos da maioria das galáxias.

Num esforço conjunto, investigadores da Universidade de Melbourne e da Universidade Monash descobriram um buraco negro com aproximadamente 55.000 vezes a massa do Sol, um lendário buraco negro de "massa intermédia".

O artigo que relata a descoberta foi publicado na revista Nature Astronomy.

 
O novo buraco negro foi descoberto através da deteção de uma explosão de raios-gama ampliada gravitacionalmente.
Crédito: Carl Knox, OzGrav
 

O autor principal e estudante de doutoramento da Universidade de Melbourne, James Paynter, disse que esta última descoberta lança uma nova luz sobre como os buracos negros supermassivos se formam. "Embora saibamos que estes buracos negros supermassivos se escondem nos núcleos da maioria, senão de todas as galáxias, não entendemos como estes gigantes são capazes de crescer tanto estando limitados à idade do Universo," disse.

O novo buraco negro foi descoberto através da deteção de uma explosão de raios-gama ampliada gravitacionalmente.

Observou-se que a explosão de raios-gama, um flash de meio segundo de luz altamente energética emitida por um par de estrelas em fusão, teve um "eco" revelador. Este eco é provocado pelo buraco negro de massa intermédia, que desvia o percurso da luz no seu caminho para a Terra, de modo que os astrónomos vêm o mesmo flash duas vezes.

Um poderoso software desenvolvido para detetar buracos negros a partir de ondas gravitacionais foi adaptado para estabelecer que os dois flashes são imagens do mesmo objeto.

"Este buraco negro recém-descoberto pode ser uma relíquia antiga - um buraco negro primordial - criado no início do Universo antes da formação das primeiras estrelas e galáxias," disse o coautor do estudo, o professor Eric Thrane da Escola de Física e Astronomia da Universidade Monash e investigador do OzGrav (ARC Centre of Excellence for Gravitational Wave Discovery).

"Estes primeiros buracos negros podem ser as sementes dos buracos negros supermassivos que vivem no coração das galáxias hoje."

A professora Rachel Webster, da Universidade de Melbourne, pioneira em lentes gravitacionais e coautora do estudo, disse que os achados têm potencial para ajudar os cientistas a fazer avanços ainda maiores.

"Usando este novo candidato a buraco negro, podemos estimar o número total destes objetos no Universo. Previmos que isto poderia ser possível há 30 anos, e é emocionante ter descoberto um exemplo forte."

Os investigadores estimam que existem cerca de 46.000 buracos negros de massa intermédia nas proximidades da nossa Galáxia, a via Láctea.

// Universidade de Melbourne (comunicado de imprensa)
// OzGrav (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Nature Astronomy)

 


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Notícias relacionadas:
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Buracos negros:
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Buraco negro de massa estelar (Wikipedia)
Buraco negro de massa intermédia (Wikipedia)
Buraco negro supermassivo (Wikipedia)

GRB (explosão de raios-gama):
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Álbum de fotografias - A Nebulosa da Medusa
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Josep Drudis
 
Filamentos de gás brilhante, trançado e serpenteado, sugerem o nome popular desta nebulosa, a Nebulosa da Medusa. Também conhecida como Abell 21, esta Medusa é uma nebulosa planetária velha a 1500 anos-luz de distância na direção da constelação de Gémeos. Tal como o seu nome mitológico, a nebulosa está associada com uma transformação dramática. A fase de nebulosa planetária representa o estágio final da evolução de estrelas de massa baixa como o Sol, à medida que se transformam de gigantes vermelhas em anãs brancas e no processo libertam as suas camadas exteriores. A radiação ultravioleta da estrela quente alimenta o brilho nebular. A estrela transformada da Medusa está perto do centro da brilhante forma em crescente. Nesta impressionante imagem telescópica, filamentos mais ténues são claramente vistos a estenderem-se para cima e para a direita da região crescente e brilhante. A Nebulosa da Medusa tem um tamanho estimado de mais de 4 anos-luz.
 
   
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