Concepção de Artista de Plutão e Caronte vistos de uma das recentemente descobertas luas de Plutão.
Crédito:
David Aguilar/Center for Astrophysics
O Sistema Solar para além de Neptuno é pouco conhecido e ainda muito misterioso. Para além de Plutão e Caronte existem pedaços de rocha quase planetários como Sedna e o recentemente descoberto 2003UB313, bem como uma enorme quantidade de asteróides e cometas residentes na Cintura de Kuiper e para lá da mesma. Determinar quais destes objectos podem ou não ser considerados planetas tem sido uma questão controversa nos trabalhos da União Astronómica Internacional (IAU). Alguns astrónomos defendem que Caronte mereceria a designação de planeta de um sistema duplo pois tem metade da dimensão de Plutão e poderia ter uma atmosfera semelhante
Um novo estudo, que vem apresentar estimativas mais exactas para o diâmetro da lua Caronte, sugere que este satélite provavelmente não possuirá qualquer atmosfera.
Caronte é a lua conhecida que possui a maior dimensão quando comparada com a do seu planeta principal. Possui cerca de metade do diâmetro de Plutão e cerca de um oitavo da sua massa. As novas observações vêm colocar o diâmetro de Caronte entre os 1,207 e os 1,212 quilómetros.
Caronte é 1.71 vezes mais denso que a água, o que sugere que a sua composição é cerca de 50% rochosa. Tem, no entanto, cerca de menos 10% por unidade de massa de material rochoso que Plutão.
Ironicamente, a densidade de Caronte passou agora a ser conhecida com maior precisão que a densidade de Plutão.
Para medir Caronte, os astrónomos usaram três telescópios para observar uma ocultação na qual Caronte eclipsou uma estrela de fundo durante cerca de um minuto. Até agora, apenas tinha sido possível uma observação destes acontecimentos relativamente raros.
Sabe-se que Plutão tem uma atmosfera, precisamente a partir de outras observações de ocultações. No caso de Caronte, se possui alguma a sua pressão deverá ser menos de um sexto de milionésimo da pressão à superfície da Terra, o que significa menos de um centéssimo da pressão à superfície de Plutão.
"Comparando Plutão e Caronte, parecemos cruzar uma fronteira ténue entre um planeta que poderá ter atmosfera e outro que não a terá," disse Olivier Hainaut do Observatório Europeu do Sul (ESO).
A teoria mais aceite para a formação do sistema Plutão, Caronte e das duas luas recentemente descobertas é que um objecto terá colidido com outro e o sistema resultou da coalescência dos restos.
Amanda Gulbis, investigadora do MIT, que é a primeira autora de um dos artigos apresentados sobre esta investigação que foi descrita detalhadamente na revista Nature de 5 de Janeiro de 2006 referiu que "as nossas observações mostram que não existe uma atmosfera substancial em Caronte, o que é consistente com este cenário de formação. Eu diria que Caronte não pode definitivamente ser considerado um planeta principal ".
LINKS:
Scientific American
SPACE.COM
Nature, nº 439 (onde foram publicados 2 artigos- acesso restrito)
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