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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 276
28 de Outubro de 2006
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COMETA SWAN TORNOU-SE SUBITAMENTE VISÍVEL

O cometa SWAN, que apenas tinha sido um modesto cometa visível com binóculos, tornou-se esta semana visível a olho nu.


O cometa Swan fotografado a 25 de Outubro quando teria uma magnitude de cerca de 4,6.
Crédito: Paolo Candy

(clique na imagem para ver maior)

Trata-se de um cometa relativamente fácil de ver à vista desarmada, com a cauda a apresentar alguma diferenciação. Durante a noite da última quinta-feira e até à noite de ontem o cometa pareceu perder já algum do seu brilho, pelo que não é claro o que os astrónomos deverão esperar do cometa.

Este cometa, também catalogado como C/2006 M4, encontra-se neste momento já relativamente alto no céu, na direcção das constelações de Hércules e da Coroa Boreal.


Posição do cometa SWAN no céu no final de Outubro e início de Novembro.
Crédito: SPACE.com
(clique na imagem para ver maior)

Os cometas são restos gelados da formação do Sistema Solar. A maioria orbita o Sol em órbitas que passam para além de Neptuno, mas alguns fazem aproximações ao Sol relativamente frequentes. Sempre que um cometa se aproxima do Sol, a radiação solar provoca a sublimação do material gelado da superfície do planeta. A reflexão da luz solar por este material libertado da superfície é o que provoca o brilho do cometa. O cometa brilha mais intensamente nas proximidades do material gelado formando-se uma região em torno dele que se chama a cabeleira (coma) que se espraia para trás numa cauda ou duas. A visualização da cauda no caso do cometa SWAN só pode ser feita com binóculos ou com o auxílio de um pequeno telescópio.

Como acontece com a maior parte dos cometas, este parece-se como uma estrela desfocada. No entanto, de acordo com a SPACE.com, que parafraseia opinião de astrónomos, a coloração esverdeada que possui indica uma grande quantidade de gás cianogénico e carbono diatómico.


O cometa Swan a 11 de Outubro.
Crédito:
Richard Miles
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Sam Storch, um astrónomo amador de Nova Iorque, disse que o cometa parece "muito mais verde do que alguma vez viu em qualquer objecto celeste, até mesmo em nebulosas planetárias."

A cerca das suas observações utilizando ampliações superiores os astrónomos italianos F. Montanucci, G. Sostero e E. Guido escreveram, "A cabeleira interior deste cometa revela alterações notáveis. A visibilidade de vários jactos fortaleceu-se com (uma estrutura característica aponta para SE). A condensação central é bastante estranha, com a forma de um amendoim. Várias emissões apontam para a cauda iónica."

O cometa SWAN foi descoberto o ano passado e o nome que lhe foi atribuído está relacionado com o instrumento que o descobriu a câmara Solar Wind ANisotropies que se encontra a bordo da sonda SOHO.

O cometa SWAN fez ontem a sua maior aproximação à Terra. Ninguém sabe ao certo por quanto tempo mais brilhará animando as noites dos astrónomos.

Links:

Fotos e Curva de Brilho Esperada:
Seiichi Hoshida

Outras imagens e dados do cometa
Gary W. Kronks Cometography

Notícias relacionadas:
Sky & Telescope
SPACE.com

 
 

NA PISTA DO HÉLIO DESAPARECIDO

O modelo cosmológico padrão (teoria do Big Bang) permite calcular as quantidades dos isótopos helio-4, do hélio-3, do deutério e do lítio, quando comparadas com a do hidrogénio-1 (prótio).

As razões das massas dos isótopos previstas pela teoria do Big Bang seriam de cerca de 0,25 para a razão 4He/H, cerca de 10-3 para  2H/H, cerca de 10-4 para a razão 3He/H e cerca de 10-9 for 7Li/H.

No entanto, a quantidade de hélio-3 detectada no Universo é (tal como do litio primordial) bastante inferior àquela que é detectada pela cosmologia padrão e pelas teorias de evolução estelar. Peter Eggleton, investigador do Laboratório nacional de Lawrence Livermore nos EUA e os seus colegas da Universidade de Monash na Austrália calcularam que quando as estrelas de pequena massa envelhecem e se tornam gigantes vermelhas, puxam para o seu interior a grande quantidade de hélio-3 que produziram o que resulta na sua queima.


Abundâncias relativas dos isótopos dos elementos leves (padrão-hidrogénio) em função da densidade do Universo.
Crédito: Departamento de Física da Universidade de Oregon

(clique na imagem para ver maior)

O isótopo hélio-3, conjuntamente com o isótopo hélio-4 e os isótopos do hidrogénio e do lítio, é um dos raros elementos criados pelo Big Bang. Os restantes elementos só terão sido criados mais tarde no interior das estrelas. No entanto, quantidades suplementares de hélio-3 são também produzidas nas estrelas de pequena massa (com uma a duas massas solares) quando queimam o hidrogénio nos seus núcleos.

Mas depois da estrela ter consumido todo o seu hidrogénio, vai expandir-se até se tornar uma gigante vermelha e nessa altura as suas camadas mais exteriores vão tornar-se turbulentas. Anteriormente acreditava-se que essa turbulência levaria à emissão de grandes quantidades de hélio-3 para o espaço com os ventos estelares, o que deveria resultar na observação de uma quantidade de hélio-3 observada superior à que resulta directamente do modelo do Big Bang, o que não se verificava.

No entanto, a equipa de Eggleton modelou o interior estelar a 3 dimensões e demonstrou que o hélio-3 estará provavelmente a ser transportado pela forte convecção para o interior da estrela e a ser queimado de modo a formar hélio-4 e hidrogénio. Fica deste modo, explicado.

"O problema aparente do Big Bang foi resolvido," disse John Lattanzio da Universidade de Monash . "O hélio-3 do Universo provém do Big Bang e das estrelas de pequena massa que, embora o produzam, não o libertam para o espaço porque o destroem."

Links:

Notícias relacionadas:
Science Express (Artigo Original)
Physics Web (Nota de Imprensa)

Relacionado-Resolução recente do problema do lítio primordial
Nature
Physics Web

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
 

Foto

 
Compósito do Caranguejo - Crédito:NASA - X-ray: CXC, J.Hester (ASU) et al.;
Optical: ESA, J.Hester and A.Loll (ASU); Infrared: JPL-Caltech, R.Gehrz (U. Minn).
A Nebulosa do Caranguejo é catalogada como M1, o primeiro objecto do famoso catálogo de Charles Messier de objectos que não são cometas. Sabe-se hoje que a Nebulosa do Caranguejo é um resto de supernova que se expande a partir do local onde se deu a explosão da estrela. Esta imagem de cores falsas intrigante combina imagens dos observatórios espaciais Chandra, Hubble e Spitzer, de modo a apresentar a a nuvem dos restos nos raios-X (azul-roxo), visível (verde), e infravermelho (vermelho). Um dos objectos mais exóticos, o pulsar do Caranguejo, uma estrela de neutrões que gira 30 rotações por segundo é o ponto brilhante próximo do centro. Com um diâmetro de cerca de 12 anos-luz, a nebulosa do Caranguejo encontra-se a cerca de 6.500 anos-luz na direcção da constelação de Touro.
Ver imagem em alta-resolução
 
 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 28/10: 301º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1971 a Grã-Bretanha lança o seu primeiro satélite.
Em 1974, lançamento do Luna 23.
Observações: Não perca a oportunidade de observar o cometa SWAN.
Não se esqueça que esta noite muda a hora legal para a hora de Inverno. Às 2h (hora local) deverá atrasar o seu relógio 60 minutos. A hora local passa agora a estar certa com o Tempo Universal.

Dia 29/10: 302º dia do calendário gregoriano.
História:  Em 1998 o Space Shuttle Discovery partia para o espaço levando a bordo o astronauta John Glenn de 77 anos. Glenn, que fora o primeiro norte-americano a orbitar a Terra em 1962, tornou-se deste modo a pessoa mais velha a alguma vez ter estado no espaço.
Observações: Lua Nova às 22h14 (hora local). Mercúrio estacionário às 0h (hora local). Neptuno estacionário às 7h (hora local).

Dia 30/10: 303º dia do  calendário gregoriano.
Observações: Neptuno a 3ºN da Lua às 14h (hora local).

Dia 31/10: 304º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1998 era lançada a sonda Deep Space 1 na sua missão de estudo de asteróides/cometas.
Observações: Deve reconhecer a constelação de Cassiopeia facilmente. Mas será que é capa de encontrar o enxame NGC 7789 que se encontra no lado Oeste da constelação?

 
 
  CURIOSIDADES:  
 
No século XIX acreditava-se que as nuvens moleculares escuras eram buracos no céu.
 
 
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Tem alguma dúvida sobre Astronomia no geral que gostaria de ver esclarecida? Pergunte-nos! Tentaremos responder à sua questão da melhor maneira possível.
 
 
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