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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 302
7 de Fevereiro de 2007
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PRIMEIROS MAPAS DAS NUVENS NOCTURNAS DE MARTE

De acordo com um novo estudo levado a cabo pela Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) e pela NASA, nuvens nocturnas de água gelada foram mapeadas em Marte pela primeira vez. A pesquisa deverá esclarecer um pouco mais acerca do ciclo de água do Planeta Vermelho.

A existência de nuvens nocturnas em Marte tem sido um mistério, pois as nuvens são apenas visíveis durante o dia marciano, quando reflectem luz do Sol. "As observações de nuvens durante o dia providenciam uma descrição incompleta, e possivelmente errada, da actividade das nuvens marcianas," escrevem os autores.

De facto, os cientistas viram pela primeira vez a possível existência de nuvens nocturnas nos últimos anos através de uma surpreendente leitura de temperatura pela agora perdida sonda da NASA, a Mars Global Surveyor. As temperaturas nocturnas à superfície nos trópicos durante o Verão no Hemisfério Norte eram 20º C mais quentes do que os modelos previam.

Agora, cientistas liderados por R. John Wilson, um climatólogo do Laboratório Geofísico de Dinâmica de Fluídos da NOAA em Princeton, New Jersey, EUA, fizeram simulações computacionais que mostram que a cobertura de nuvens poderá explicar o aquecimento da temperatura à superfície. De acordo com os seus modelos, as nuvens nocturnas previnem o calor de escapar para o espaço, através de uma espécie de efeito de estufa.


Nuvens simuladas cobrem as secções médias à noite (cima), mas as nuvens encontram-se principalmente em torno de vulcões durante o dia (baixo).
Crédito: R. Wilson

A equipa analisou as nuvens nocturnas ao longo de três anos marcianos, usando o altímetro a laser da Mars Global Surveyor, que fazia saltar um pulso de luz da superfície do planeta. A luz era espalhada quando encontrava nuvens, no entanto, permitindo à equipa mapear a sua localização. As suas medições confirmaram que as regiões mais quentes eram também os locais onde se encontravam as nuvens.

Os pesquisadores também descobriram que as nuvens nocturnas são muito mais extensas que as suas homólogas diurnas, e cerca de cinco vezes mais espessas. Situam-se relativamente baixas na atmosfera, quase como uma espécie de nevoeiro, e formam cinturas em torno do equador durante o Verão no Hemisfério Norte.

A maioria delas dissipa-se durante o dia. Isto é porque, ao contrário da Terra, Marte não tem um oceano para moderar as temperaturas, e por isso fica muito frio à noite - descendo 100º C em comparação com as temperaturas de dia. À medida que o ar arrefece durante as noites de Verão, a água que tinha evaporado da calote polar Norte (rica em água), transforma-se em nuvens.

Aí, a luz solar aquece as nuvens e fá-las dissipar e subir, e apenas as restantes durante o dia tendem a estar a altas altitudes, onde pairam em torno de vulcões. Depois do pôr-do-Sol, as nuvens descem em altitude e ficam mais espessas.

A equipa planeia incorporar as influências radiativas das nuvens em simulações do passado de Marte, quando se pensa que tinha uma atmosfera muito mais espessa. "É provável que no passado, as nuvens de água gelada possam ter tido uma grande influência na superfície e nas temperaturas atmosféricas, e por isso, também no clima," diz Wilson.

Links:

Notícias relacionadas:
SPACE.com

NOAA:
GFDL (NOAA)

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
  Foto  
Tempestade solar: ejecção de masa coronal - Crédito: SOHO Consortium, ESA, NASA
O que está a acontecer com o nosso Sol? Outra Ejecção de Massa Coronal (CME)! A sonda solar SOHO já tirou fotos de muitos filamentos em erupção da superfície activa do Sol e de enormes bolhas de plasma magnético, libertadas para o espaço. A luz directa do Sol é bloqueada na parte interior da imagem do lado, tirada em 2002, e substituída por uma imagem em simultâneo em radiação ultravioleta. O campo de visão extende-se por mais de dois milhões de quilómetros. As CME's foram descobertas por sondas no princípio dos anos 70, e esta dramática imagem é parte de um registo detalhado do desenvolvimento desta CME. Perto do mínimo de actividade solar, as CME's ocorrem cerca de uma vez por semana, mas perto do máximo solar, podem acontecer até uma ou duas vezes por dia. As fortes CME's podem profundamente influenciar o tempo espacial. Aquelas direccionadas ao nosso planeta podem causar efeitos sérios.
Ver imagem em alta-resolução
 
 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 07/02: 38º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1991, a nave Salyut 7 despenha-se pela atmosfera sobre a Argentina.
Em 2001, lançamento da missão STS-98, do vaivém Atlantis, com o módulo "Destiny" da Estação Espacial Internacional. O lançamento ao pôr-do-Sol é descrito por muitos observadores experientes como um dos lançamentos mais bonitos que alguma vez viram.
Observações: Mercúrio encontra-se na sua maior elongação, 18º Este do Sol. Um telescópio poderá mostrar o pequeno disco (cintilante e enevoado por estar tão baixo no horizonte) faseado de Mercúrio.

Dia 08/02: 39º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1986 regressava o cometa Halley.
Em 1994, voo inicial do CZ-3A (China).

Dia 09/02: 40º dia do  calendário gregoriano.
Observações: Esta é a altura do ano em que a Ursa Maior fica em pé da sua "pega" a Nordeste durante a noite.

 
 
  CURIOSIDADES:  
 
A astronauta Sunita Williams, actualmente a bordo da ISS, quebrou o recorde do maior tempo passado em passeio espacial por uma mulher: 22 horas e 27 minutos. Este recorde deverá ser outra vez quebrado dia 9, quando saír novamente para um terceiro e final passeio espacial.
 
 
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