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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 313
21 de Março de 2007
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ÁGUA GELADA NO PÓLO SUL DE MARTE

Novos estudos da região polar Sul de Marte indicam a presença extensiva de água gelada. A região polar contém suficiente água para cobrir todo o planeta com uma camada líquida de aproximadamente 11 metros. Um instrumento a bordo da sonda europeia Mars Express providenciou estes dados.

Esta nova estimativa vem da medição da espessura do gelo. O radar da Mars Express fez mais de 300 cortes virtuais pelas camadas dos depósitos cobrindo o pólo de modo a mapear o gelo. O radar consegue ver pelas camadas de gelo até aos limites mais profundos, que se situam pelos 3.7 km abaixo da superfície.


Este mapa mostra a espessura dos depósitos sedimentares da região polar Sul de Marte, uma unidade geológica rica em gelo que foi estudada pelo radar MARSIS a bordo da sonda Mars Express.
Crédito: NASA/JPL/ASI/ESA/Univ. de Roma/MOLA Science Team/USGS
(clique na imagem para ver versão maior)

"Os depósitos sedimentares do pólo Sul de Marte cobrem uma área maior que o Texas. A quantidade de água que contêm já tinha sido estimada antes, mas nunca com um nível tão grande de confiança que este radar torna possível," disse Jeffrey Plaut do JPL da NASA em Pasadena, Califórnia. Plaut é investigador co-principal para o radar e o autor de um novo artigo acerca destes achados publicados na edição online de 15 de Março da revista Science.

O instrumento, de nome MARSIS (Mars Advanced Radar for Subsurface and Ionospheric Sounding), também está a mapear a espessura de depósitos sedimentares semelhantes no pólo Norte de Marte.

"O nosso radar está a fazer o seu trabalho extremamente bem," disse Giovanni Picardir, professor na Universidade de Roma, "La Sapienza," e investigador principal do instrumento.

"O MARSIS está a provar ser uma ferramenta muito poderosa para sondar o interior de Marte, e está mostrando como os objectivos da nossa equipa, tais como o estudo dos depósitos sedimentares polares, estão sendo atingidos com êxito," disse Picardi. "Não apenas nos está a providenciar com as primeiras observações de Marte subsuperficial àquelas profundezas, como também os detalhes que estamos vendo são verdadeiramente espectaculares. Esperamos ainda maiores resultados quando tivermos concluído um sofisticado aperfeiçoamento em curso dos nossos métodos de processamento dos dados. Estes permitir-nos-ão compreender ainda melhor a superfície e a composição da subsuperfície."


O pólo Sul de Marte, visto pelo instrumento OMEGA a bordo da sonda Mars Express.
Crédito: ESA

Os depósitos sedimentares polares contêm a maioria da água conhecida do moderno Marte, embora outras áreas do planeta pareçam ter sido cobertas por água algumas vezes no passado. Compreender a história e o destino da água em Marte é essencial para saber se Marte alguma vez foi capaz de suportar vida, dado que todas as formas de vida que conhecemos dependem de água líquida.

Os depósitos sedimentares polares extendem-se para lá e por baixo de uma calote polar branca de dióxido de carbono gelado e água no pólo Sul de Marte. A poeira escurece muitas das camadas. No entanto, a força do eco que o radar recebe da superfície rochosa por baixo dos depósitos sedimentares sugere que a composição dos mesmos é pelo menos 90% água gelada. Uma área com uma reflexão especialmente brilhante da base dos depósitos confunde os cientistas. Parece-se com o que uma fina camada de água líquida pareceria ao instrumento de radar, mas as condições são tão frias que a presença de água de água líquida é muito improvável.

A detecção da forma da superfície rochosa por baixo dos depósitos de gelo dá-nos informações acerca de estruturas ainda mais profundas de Marte. "Não sabíamos com certeza onde estava o limite dos depósitos," disse Plaut. "Agora podemos ver que a crosta não foi pressionada para baixo devido ao peso do gelo, tal como seria na Terra. A crosta e o manto superior de Marte são mais rígidos que os da Terra, provavelmente porque o interior de Marte é muito mais frio."

Links:

Notícias relacionadas:
Comunicado de imprensa (NASA)
ESA
SPACE.com
Washington Post
EARTHtimes.org

Mars Express:
ESA
Wikipedia

MARSIS:
Página oficial

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Google Mars

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
  Foto  
Lua Crescente azul vista do espaço - Crédito: Tripulação da Expedition 13, International Space Station, NASA
O que está a acontecer à Lua? Vagueando em torno da Terra em Julho de 2006, os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) capturaram a Lua Crescente flutuando para lá do horizonte. A imagem do lado é interessante porque parte da Lua aparece azul, e porque parte da Lua simplesmente não aparece. Estes dois efeitos são criados pela atmosfera da Terra. As moléculas de ar espalham mais eficientemente a luz azul, tornando o céu do dia azul para os observadores terrestres, e o horizonte azul para os astronautas. Além de reflectir a luz solar, estas moléculas atmosféricas também deflectem a luz lunar, fazendo a parte de baixo da Lua parecer estar a "apagar-se". à medida que olhamos cada vez mais para cima na fotografia, a cada vez mais fina atmosfera parece desaparecer.
Ver imagem em alta-resolução
 
 
 
  ESPAÇO ABERTO 2007:  
 
Observação astronómica, dia 24 de Fevereiro de 2007, na açoteia do CCVAlg, entre as 21:30 e as 23:30. Acesso pelo portão do jardim. Entrada gratuita.
Observação dependente das condições atmosféricas
 
 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 21/03: 80º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1901 é observada a primeira brilhante nova do século XX. É também a primeira a ser estudada espectralmente e fotometricamente, atingindo uma magnitude de 0.2 a 23 de Fevereiro. O astrónomo amador T. D. Anderson foi o seu primeiro observador. Durante o declínio do brilho, mais ou menos 100 dias, este flutuou com um período de 4 dias e uma amplitude de magnitude e meia.
Observações: Aproveite o final do dia para observar o planeta Vénus, também chamado estrela da tarde. Acima encontra-se uma finíssima Lua Crescente.

Dia 22/03: 81º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1799 nascia F.W.A. Argelander, compilador de catálogos estelares que estudou as estrelas variáveis e criou a primeira organização astronómica internacional.
Em 1995, o cosmonauta Valeryiv Polyakov regressa à Terra depois de quebrar o recorde do maior tempo passado na estação espacial Mir: 438 dias.
Em 1996, lançamento da missão STS-76 do vaivém Atlantis. O seu objectivo era acoplar com a Mir, e transferir Shannon Lucid, que se torna na primeira mulher a fazer parte da tripulação de uma estação espacial.
Observações: Mercúrio encontra-se na sua maior elongação, a 28º do Sol.

Dia 23/03: 82º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1840 era tirada a primeira fotografia (daguerreótipo) da Lua.
Em 1912 nascia Wenher Von Braun. Foi um importante pioneiro no desenvolvimento dos foguetões e um campeão da exploração espacial entre os anos 30 e 70.
Em 1965, os EUA lançavam a Gemini 3 até à órbita da Terra transportando os astronautas Virgil (Gus) Grissom e John W. Young. Grissom e Young orbitaram a Terra três vezes. A nave Gemini era maior que as cápsulas Mercury, com um peso de 4,200 kg, e transportava dois astronautas em vez de um. A Gemini 3 era a primeira missão tripulada do programa Gemini, depois de dois testes de voo não-tripulados.
Em 2001, a estação Mir, com 15 anos, é removida de órbita e trazida até à Terra num espectáculo de fogo e fumo, para descansar nas profundezas do Oceano Pacífico. Testemunhas oculares contaram que ouviram "booms" sónicos atribuidos aos restos estimados de 20 a 25 toneladas da Mir.
Observações: Depois do pôr-do-Sol, procura a Oeste pelo brilhante Vénus. À medida que anoitece, olhe para um terço da distância entre a Lua e este planeta, para encontrar M45 (Plêiades). Quão cedo consegue avistar este enxame no cada vez mais profundo azul escuro do céu?

 
 
  CURIOSIDADES:  
 
O norte americano Robert Haag tornou-se a primeira pessoa no mundo presa por contrabando de meteoritos. Aconteceu na Argentina quando tentava transportar para fora do país um meteorito de 37 toneladas.
 
 
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