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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 340
8 de Agosto de 2007
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DESCOBERTO O MAIOR EXOPLANETA (ATÉ AGORA)

Uma equipa internacional de astrónomos descobriu o exoplaneta com o maior raio e a menor densidade, de entre os já descobertos até agora (nos quais se conhecem a massa e o raio). É um gigante gasoso com cerca do dobro do tamanho de Júpiter, e tem provavelmente uma cauda curvada tipo-cometa. Tem o nome de TrES-4, que indica que é o quarto planeta detectado pela rede telescópica TrES (Trans-atlantic Exoplanet Survey).

TrES-4 situa-se na constelação de Hércules e é o 19.º planeta descoberto (até agora) que transita a sua estrela. Orbita a estrela catalogada como GSC02620-00648, que se situa a cerca de 440 parsecs (1435 anos-luz) da Terra.


Uma simulação computacional de TrES-4, com a sua estrela-mãe à direita. Esta é maior e mais quente que o Sol, e cerca de dez vezes maior que o próprio exoplaneta. Os astrónomos especulam que o grande tamanho e a baixa densidade de TrES-4 possa fazer com que uma pequena fracção da sua atmosfera superior possa escapar à sua gravidade e formar um envelope, ou uma espécie de cauda cometária em torno do planeta.
Crédito: Jeffrey Hall, Observatório Lowell
(clique na imagem para ver versão maior)

Um planeta em trânsito é um que passa directamente em frente da sua estrela-mãe, do ponto de vista terrestre. Quando um planeta passa entre a estrela e a Terra, o planeta bloqueia alguma da luz da sua estrela, de uma maneira semelhante à Lua quando passa entre o Sol e a Terra durante um eclipse solar. No caso de TrES-4, isto reduz a luz estelar em cerca de um percento, um efeito pequeno, mas detectável.

O planeta TrES-4 é importante pois tem um raio 1,67 vezes maior que o de Júpiter, e no entanto uma massa apenas 0,84 vezes a de Júpiter, o que resulta numa extremamente baixa densidade de 0,222 g cm-3. Em comparação, Júpiter tem uma densidade de 1,3 g cm-3. A densidade de TrES-4 é tão baixa que o planeta poderia flutuar em água (Saturno tem também uma densidade inferior à da água de 0,687 g cm-3).

"Continuamos a ficar surpreendidos com o tamanho que estes gigantes podem atingir", diz Francis O'Donovan, estudante licenciado em Astronomia no Instituto de Tecnologia da Califórnia que opera um dos telescópios da rede TrES. "Mas se conseguirmos explicar os tamanhos deste planetas gigantes nos seus ferozes ambientes, isto poderá ajudar-nos a melhor compreender os planetas do nosso próprio Sistema Solar e a sua formação."

O líder do estudo, Georgi Mandushev do Observatório Lowell no Arizona, EUA, refere os desafios que planetas tão grandes apresentam às teorias de formação e evolução planetária: "Esta descoberta oferece um novo puzzle para os astrónomos que modelam a estrutura e atmosferas dos planetas gigantes. Sublinham a diversidade das propriedades físicas entre os planetas gigantes em torno de outras estrelas e indicam que podemos esperar descobrir mais exoplanetas raros e enigmáticos num futuro próximo."

O TrES é uma rede global de três pequenos telescópios utilizando na sua maioria componentes astronómicos amadores e lentes de câmaras com quatro polegadas: O telescópio Sleuth no Observatório Palomar do Caltech em San Diego; o PSST (Planet Search Survey Telescope) no Observatório Lowell; e o telescópio STARE (STellar Astrophysics and Research on Exoplanets) nas Ilhas Canárias.


Os três pequenos telescópios que compõem a rede TrES.
Crédito: Caltech
(clique nas imagens para ver versão maior)

O planeta TrES-4 completa uma volta em torno da sua estrela a cada 3,55 dias, e por isso um ano neste planeta é menor que uma semana cá na Terra. O planeta está a mais ou menos sete milhões de quilómetros da sua estrela-mãe -- dez vezes mais perto que Mercúrio está do Sol -- e por isso é aquecido pela intensa luz estelar até uns 1600 K (1327 Celsius).

Em termos de massa e distância à sua estrela, TrES-4 é semelhante a HD209458b, e tal como esse planeta, pode ter uma extensa atmosfera exterior. Os astrónomos teorizam que as camadas superiores da sua atmosfera possam ser capazes de escapar à gravidade do planeta e formar uma cauda curvada, tal como um cometa.

Para procurar trânsitos, os pequenos telescópios estão automatizados para tirar exposições de campo-largo do céu no maior número possível de noites. Quando uma "temporada" de observação chega ao fim para um campo em particular -- normalmente ao fim de um período aproximado de dois meses -- os dados são percorridos através de um software que procura e corrige várias fontes de distorção e ruído.


Curva de luz de uma estrela durante um trânsito planetário.
Crédito: Caltech

O resultado final é uma "curva de luz" para cada uma das milhares de estrelas no campo. Se o software detectar variações regulares na curva da luz para uma estrela individual, então os astrónomos estudam-na um pouco mais para concluír se a fonte da variação é de facto um planeta em trânsito. Uma possível alternativa é que o objecto passando em frente da estrela possa também ser outra estrela, mais ténue e pequena.

De modo a medir com precisão o tamanho e outras propriedades de TrES-4, os astrónomos usaram o telescópio de 0,8 metros do Observatório Lowell, o telescópio de 1,2 metros do Observatório Whipple (ambos no estado americano do Arizona) e o telescópio de 10 metros, Keck, no Hawaii.

As observações foram levadas a cabo entre Setembro de 2006 e Abril de 2007.

O artigo acerca da descoberta deste planeta extrasolar foi aceite para publicação pelo Astrophysical Journal.

Links:

Notícias relacionadas:
Comunicado de imprensa (Caltech)
Observatório Lowell
Observatório Keck
SPACE.com
New Scientist
FOX News
Science Daily
BBC News
Publico.pt

Rede TrES:
Página oficial
Wikipedia

TrES-4:
Artigo científico (ainda não disponível)
Wikipedia

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
Catálogo de planetas extrasolares vizinhos (PDF)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net
Extrasolar Visions

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
  Foto  
As dunas manchadas de Marte - Crédito: Malin Space Science Systems, MOC, MGS, JPL, NASA
O que causa estes pontos negros nas dunas marcianas? À medida que a Primavera nascia no Hemisfério Norte de Marte em 2004, as dunas de areia perto dos pólos começavam a descongelar. As regiões mais finas de gelo tipicamente descongelam primeiro, revelando areias cuja escuridão é banhada em luz solar e acelera o degelo. O processo pode envolver a explosão de alguns jactos arenosos entre o fino gelo. Com o chegar do Verão, as manchas expandem para envolver dunas inteiras que estiveram completamente congeladas e escuras. O dióxido de carbono e a água gelada actualmente sublimam na fina atmosfera directamente para gás. Tirada em meados de Julho, a imagem do lado mostra um campo de dunas polares manchadas, cobrindo uma área de cerca de 3 km perto do pólo Norte marciano. Hoje, o futuro dos rovers marcianos Spirit e Opportunity parece incerto, enquanto tempestades de areia continuam a impedir a recolha do seu tão necessário combustível solar.
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Até 15 de Setembro, todos os dias excepto às segundas-feiras, na açoteia do Centro Ciência Viva do Algarve.
Observações dependentes das condições atmosféricas.
 
 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 08/08: 220º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1989 era lançado o STS-28. A quarta missão secreta do Departamento de Defesa americano. Tempo de duração: 5 dias, 1 hora, 0 minutos e 8 segundos.
Observações: Espere até por volta das 22:30, e encontrará (à medida que Vega atravessa o zénite) que a constelação de Outono e Inverno, Cassiopeia, já subiu bastante no céu a Nordeste, enquanto que a constelação de Primavera e Verão, Ursa Maior, desceu a Noroeste. Entre as duas, um pouco mais acima, está a estrela Polar, que aponta para Norte.

Dia 09/08: 221º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1973 era lançada a sonda soviética Mars 7. A 6 de Março de 1974 o orbiter/lander falha a entrada na órbita de Marte. A órbita torna-se assim solar.
Observações: Aproveite a noite para vir observar Júpiter através de um telescópio à açoteia do Centro Ciência Viva do Algarve.

Dia 10/08: 222º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1945, morria Robert Goddard, um homem de visão que propôs que se enviasse foguetões à Lua já nos anos 20.
Em 1966 era lançado o Lunar Orbiter 1, missão de estudo para a série Apollo.
Em 1999 os Sistemas de Ciência Espacial Malin anunciam a confirmação que descreve o nosso vizinho Marte como um local de mudanças meteorológicas e geológicas ao longo do tempo. Um planeta activo é mais provável de conter vida.
Em 2000, uma equipa liderada por astrónomos da Universidade de Columbia descobrem o mais jovem pulsar, nascido de uma explosão há cerca de 700 anos atrás. Situado no lado oposto da Via Láctea, possui características invulgares que podem forçar os cientistas a reconsiderar como os pulsares são criados e evoluem.
Observações: O pico da chuva de meteoros Perseídas é apenas daqui a duas noites. Não perca a oportunidade de observar estrelas cadentes este fim-de-semana. Não há luar para interferir.

 
 
  CURIOSIDADES:  
 
Astrofobia - medo das estrelas e do espaço celestial.
 
 
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