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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 351
22
de Setembro de 2007

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FORMAÇÃO DE ESTRELAS NA CAUDA DE GALÁXIA

Os astrónomos encontraram evidências de que estrelas "perdidas" por uma galáxia estão a produzir uma enorme cauda gasosa. Esta descoberta sugere que estas órfãs podem ser mais duradouras que o que se pensava anteriormente.

A cauda cometária foi observada nos raios-X pelo telescópio espacial de raios-X Chandra e no óptico pelo telescópio Southern Astrophysical Research (SOAR) localizado no Chile. A cauda estende-se por mais de 200.000 anos-luz e foi criada à medida que o gás foi sendo arrancado da galáxia ESO 137-001 que se desloca para o centro do enxame gigante de galáxias conhecido como Abell 3627.

"Esta é uma das maiores caudas que já foram observadas," disse Ming Sun da Michigan State University, que lidera o estudo. "E parece ser uma gigantesca onda de criação e não de destruição."

Exemplo de fotografia e respectiva legenda
Nesta imagem composta, a galáxia ESO 137-001encontra-se no campo do centro do enxame de galáxias Abell 3627.
Crédito: NASA/CXC/MSU/M. Sun et al.
(Clique na imagem para ver maior)

As observações indicam que a cauda gasosa já formou milhões de estrelas. Devido à elevada quantidade de gás e poeiras habitualmente necessários para formar estrelas nas galáxias, os astrónomos sempre acharam que seria improvável a formação de grandes quantidades de estrelas fora da galáxia.

"Esta não é a primeira vez que existem estrelas que parecem formar-se entre galáxias," disse Megan Donahue, um outro elemento da equipa e também da Michigan State University. "No entanto, o número de estrelas aqui formadas não tem precedente."

As evidências da formação estelar nesta cauda incluem 29 regiões de hidrogénio ionizado emitindo luz visível que se pensa ser de estrelas jovens. Estas regiões estão todas na proximidade do final da cauda. As fontes de raios-X do Chandra também se encontram nesta região, o que também parece indicar a ocorrência de formação. Os investigadores acreditam que as estrelas "órfãs" tenham sido criadas nos últimos 10 milhões de anos.

As estrelas da cauda desta galáxia de movimento rápido que se encontra já a uma distância de 220 milhões de anos-luz de distância estão muito mais isoladas do que o que se verifica na vasta maioria das galáxias.

"Pelos nossos padrões galácticos, estas estrelas estão extremamente isoladas," disse Mark Voit, outro membro da equipa também da Michigan State University. "Se a vida se formasse num planeta dentro de poucos milhares de milhões de anos, observaria um céu extremamente escuro."

O gás que formou as estrelas "órfãs" foi removido da galáxia pela pressão induzida pelo movimento da galáxia através do gás coronal (com muitos milhões de graus celsius de temperatura) que permeia o espaço intergaláctico dos enxames de galáxias.

Este processo pode ser um processo importante na transformação de galáxias. Embora aparentemente raras na actualidade, as caudas de gás e as estrelas "órfãs" podem ter sido comuns há alguns milhares de milhões de anos quando as galáxias eram mais jovens e mais ricas em gás capaz de gerar a formação de estrelas.

Estes resultados serão publicados na edição de 10 de Dezembro da revista The Astrophysical Journal.

Links:
CHANDRA (Nota de Imprensa)
Universe Today
SPACE

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
  Foto  

O Cruzeiro do Norte -Crédito:Robert Gendler
Esta imagem foi tirada na direcção da constelação de Cisne, resultando da soma de 20 imagens, o que permite observar um campo do céu com uns incríveis 12º de largura. Na parte superior ao centro vê-se a brilhante estrela Deneb que é a estrela alfa desta constelação e que faz parte de dois asterismos: é a estrela do cimo do Cruzeiro do Norte, aqui representado, e é um dos vértices do Triângulo de Verão. Na imagem são ainda visíveis NGC 7000, a Nebulosa da América do Norte, IC 5070 e a Nebulosa do Pelicano,no canto superior esquerdo, para além de diversas outras estrelas e nebulosas espalhadas pela imagem.
Ver imagem em alta-resolução

 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 22/09: 265º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 2001, numa passagem arriscada, a sonda da NASA Deep Space 1 navega com êxito pelo Cometa Borrelly, dando aos cientistas o melhor olhar de dentro do núcleo denso e gelado de pó e gás (até à data).
Observações: Mercúrio a 0,09º N da estrela Espiga (constelação de Virgem) às 10h (hora local).

Dia 23/09: 266º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1846, Johann Galle do Observatório de Berlim observa e identifica o planeta Neptuno pela primeira vez.
Em 1999, a NASA anunciava ter perdido o contacto com a Mars Climate Orbiter.
Observações: O Outono começa às 11h (hora local). Neptuno a 1,4º N da Lua às 19h (hora local).

Dia 24/09: 267º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1970, a primeira sonda não-tripulada, a soviética Luna 16, regressa da Lua com mais de um quilograma de material lunar.
Observações: Máximo brilho de Vénus, às 24h (hora local).

Dia 25/09: 268º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1644, nascia Ole Romer, um astrónomo dinamarquês que foi responsável pela demonstração de que a velocidade da luz era finita contrariamente ao que se pensava à data.
Observações: Ainda é possível observar Júpiter no início da noite.

 
 
  CURIOSIDADES:  
 

É possível calcular a idade de cada pessoa em diferentes planetas no seguinte link:

Idade noutros planetas

 
 
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