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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 374
De 19/12 a 21/12/2007
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  BURACO NEGRO DE GALÁXIA "ESTRELA DA MORTE" DISPARA A VIZINHA
   

De acordo com novas descobertas dos observatórios da NASA, um poderoso jacto oriundo de um buraco negro supermassivo está despedaçando uma galáxia vizinha. Este violento acto, nunca antes observado, pode ter um profundo efeito nos planetas no percurso do jacto e pode despoletar intensas formações estelares no seu rasto destrutivo.

Conhecido como 3C321, o sistema contém duas galáxias em órbita uma da outra. Os dados do Observatório de Raios-X da NASA, Chandra, mostram que ambas as galáxias contêm no seu centro um buraco negro supermassivo, mas a galáxia maior tem um jacto emanando da vizinhança do seu buraco negro. A galáxia mais pequena aparentemente deslocou-se para a corrente deste jacto.

Um poderoso jacto de um buraco negro supermassivo está colidindo como uma galáxia sua vizinha no sistema conhecido como 3C321. Esta violência galáctica, nunca antes observadas, pode ter um efeito profundo nos planetas no rasto do jacto e despoletar intensas formações estelares.
Crédito: Raios-X: NASA/ CXC/ CfA/ D.Evans et al.; Óptico/UV: NASA/ STScI; Rádio: NSF/ VLA/ CfA/ D.Evans et al., STFC/ JBO/ MERLIN
(clique na imagem para ver versão maior)

Esta galáxia "estrela da morte" foi descoberta devido a esforços combinados, tanto de telescópios orbitais como terrestres. Os telescópios espaciais Chandra, Hubble e Spitzer fizeram parte da equipa. O Very Large Array, em Socorro, Novo México, e os telescópios MERLIN (Multi-Element Radio Linked Interferometer Nertwork) no Reino Unido também foram necessários para esta descoberta.

"Já observámos muitos jactos produzidos por buracos negros, mas esta é a primeira vez que vemos um bater noutra galáxia como aqui," disse Dan Evans, cientista no Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica e líder do estudo. "Este jacto pode estar causando todo o tipo de problemas à galáxia mais pequena que está saraivando."

Os jactos dos buracos negros supermassivos produzem grandes quantidades de radiação, especialmente raios-X e raios-gama de alta energia, que podem ser letais em grandes quantidades. Os efeitos combinados desta radiação e partículas viajando quase à velocidade da luz podem deteriorar seriamente as atmosferas de planetas na corrente do jacto. Por exemplo, as camadas protectoras de ozono na atmosfera superior dos planetas podem ser destruídas.

Esta impressão de artista de 3C321 mostra a galáxia principal e a sua companheira. Um jacto de partículas criado pelo buraco negro supermassivo no centro da galáxia principal está atingindo a galáxia companheira. O jacto perturbado e deflectido pelo impacto.
Crédito: NASA/CXC/M. Weiss
(clique na imagem para ver versão maior)

Os jactos produzidos pelos buracos negros supermassivos transportam grandes quantidades de energia a enormes distâncias dos mesmos e afectam matéria em escalas muito maiores que o tamanho de um buraco negro. Aprender mais sobre os jactos é um objectivo essencial da pesquisa em Astrofísica.

"Vemos jactos por todo o Universo, mas estamos ainda a tentar compreender algumas das suas propriedades básicas," disse o co-investigador Martin Hardcastle da Universidade de Hertfordshire no Reino Unido. "Este sistema 3C321 proporcia-nos uma chance de aprender como são afectados ao colidir com algo parecido a uma galáxia e o que fazem depois."

O efeito do jacto na galáxia companheira é provavelmente muito substancial, porque as galáxias em 3C321 estsão extremamente perto a uma distância de apenas 20,000 anos-luz entre elas. Situam-se aproximadamente à mesma distância que a Terra se encontra do centro da Via Láctea.

Uma brilhante mancha em imagens do VLA e do MERLIN mostra onde o jacto colidiu com o lado da galáxia, dissipando alguma da energia do jacto. A colisão perturbou e deflectiu o jacto.

Outro aspecto único da descoberta em 3C321 é quão curto este evento é numa escala de tempo cósmica. Características observadas em imagens do VLA e do Chandra indicam que o jacto começou a impactar a galáxia há cerca de um milhão de anos, um pequena fracção do tempo de vida do sistema. Isto significa que tal alinhamento é bastante raro no Universo vizinho, o que torna 3C321 uma oportunidade importante para estudar tal fenómeno.

É possível que o evento não seja feito só de más notícias para a galáxia. O gigantesco fluxo de energia e radiação do jacto pode induzir à formação de grandes números de estrelas e planetas após a passagem inicial da onda de destruição.

Os resultados de Evans e seus colegas irão aparecer numa edição futura do Astrophysical Journal.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
HubbleSite
SPACE.com
Nature
Universe Today
New Scientist
National Geographic
Reuters
BBC News
Science Daily
Wired
Newsweek

Sistema 3C321:
Animação de 3C321 (em formato Quicktime)

Buracos negros supermassivos:
Wikipedia

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
  Foto  
Os velhos anéis de Saturno - Crédito: Cassini Imaging Team, SSI, JPL, ESA, NASA
Qual é a idade dos anéis de Saturno? Ninguém sabe com certeza. Uma possibilidade diz que os anéis formaram-se há relativamente pouco tempo na história do nosso Sistema Solar, talvez há uns 100 milhões de anos, quando um objecto do tamanho de uma lua se fragmentou perto de Saturno. Provas para um jovem sistema de anéis incluem uma análise de estabilidade básica, e o facto dos anéis serem muito brilhantes e relativamente livres de pequenos e escuros impactos de meteoros. Novas provas, no entanto, levantam a possibilidade de alguns dos anéis de Saturno terem milhares de milhões de anos e sendo assim, tão velhos quanto o próprio Saturno. Inspecções de imagens obtidas pela sonda Cassini em órbita de Saturno indicam que algumas das partículas dos anéis de Saturno temporariamente agregam-se e colidem, "reciclando" as partículas dos anéis ao trazer gelos brilhantes e "frescos" para a superfície. Vistos aqui, esta imagem mostra em cores reais os anéis de Saturno, obtida pela Cassini no passado mês de Outubro. O brilhante e gelado Tétis, uma dos satélites de Saturno, provavelmente avivado por uma chuva de gelo a partir da sua lua irmã Encelado, é visível em frente dos anéis mais escuros.
Ver imagem em alta-resolução
 
EFEMÉRIDES:

Dia 19/12: 353.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1972, a Apollo 17, a última missão lunar tripulada, regressava à Terra.

Observações: Em Dezembro, Cassiopeia está mesmo quase por cima das nossas cabeças, com a sua forma em zigzag oritentada como uma letra M espalmada.

Dia 20/12: 354.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1904, era fundado o Observatório Solar do Mt. Wilson.

Em 1996, morria Carl Sagan, considerado por muitos o maior divulgador da História da Astronomia.
Observações: Aproveite para fazer umas fotos da Grande Nebulosa de Orionte.

Dia 21/12: 355.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1968, lançamento da Apollo 8. William A. Anders, James A. Lovell Jr. e Frank Borman tornaram-se nos primeiros seres humanos a deixar a gravidade da Terra. Esta missão teve como objectivo a primeira visão de perto da superfície da Lua e do seu lado escuro. Duração da missão: 6 dias, 3 horas, 0 minutos e 42 segundos.
Em 1984 era lançada a sonda soviética Vega 2.

Observações: Esta é a noite mais longa do ano (no Hemisfério Norte). O solstício vem às 6:08 da manhã do dia 22. Esta é a posição em que o Sol se encontra mais a Sul e quando começa a sua viagem de seis meses mais para Norte. No Hemisfério Norte, é o começo oficial do Inverno, e no Sul, o Verão.
A Lua encontra-se com as Plêiades. Assim que a noite cai, quem tiver binóculos verá a Lua quase Cheia pertíssimo de M45. O melhor espectáculo vem entre as 21 e as 23, quando a Lua tapa um bocado das Plêiades.

 
 
CURIOSIDADES:
Embora a previsão dos eclipses começasse a ser feita na antiga Mesopotâmia, a primeira previsão de eclipse que não atribuía qualquer carácter místico ou sagrado ao fenómeno foi feita por Tales de Mileto em 585 a.C., supostamente por análise das regularidades dos eclipses descoberta por Tales nas suas viagens entre os Caldeus.

Embora o eclipse se tenha concretizado, existem muitas dúvidas que a matemática que permitiu a previsão a Tales, pudesse permitir a exactidão que se infere de muitos textos históricos e filosóficos. Provavelmente haveria, à semelhança do que ocorria na Mesopotâmia, uma janela temporal de probabilidade de ocorrência, tendo a coincidência exacta, a ter ocorrido, sido meramente fortuita.
 
 
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