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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 392
De 27/02 a 29/02/2008
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  MISSÃO ULISSES CHEGANDO AO FIM
   

A sonda Ulisses, que tem a missão de estudar os pólos do Sol e a influência da nossa estrela no espaço em volta, está a morrer. Depois de mais de 17 anos no espaço - quase quatro vezes o seu tempo de vida esperado - a missão está finalmente sucumbindo ao seu duro ambiente e provavelmente irá morrer de causas naturais durante os próximos dois meses.

A Ulisses é uma missão da ESA e da NASA. Foi lançada em 1990 a partir de um vaivém espacial e foi a primeira missão a estudar o ambiente do espaço por cima e por baixo dos pólos do Sol. Originalmente desenhada para um tempo de vida de cinco anos, a missão ultrapassou todas as expectativas. As enormes quantidades de dados que a Ulisses enviou mudaram para sempre o modo como os cientistas vêm o Sol e o seu efeito no espaço que o rodeia.

Impressão de artista que mostra a sonda Ulisses da ESA/NASA. Lançada em 1990, a sonda construída pela Europa visita as duas regiões polares do Sol a cada 6,2 anos, à medida que orbita o Sol numa órbita que é quase perpendicular à eclíptica, o plano no qual a Terra e os planetas se movem.
Crédito: ESA
(clique na imagem para ver versão maior)

Está no seu sexto ano em órbita do Sol. O seu longo percurso pelo espaço leva-a até à órbita de Júpiter e de volta novamente. Quanto mais longe se aventura do Sol, mais fria a sonda se torna. Se desce abaixo dos 2ºC, o seu combustível congela.

Este não tem sido um problema no passado porque a Ulisses transporta aquecedores para manter uma temperatura funcional a bordo. A sonda é alimentada pelo decaímento de um isótopo radioactivo e ao longo de mais de 17 anos, esta fonte de energia tem estado lentamente a caír. Agora, a sonda já não tem energia suficiente para fazer correr simultaneamente todos os seus sistemas científicos, de comunicação e de aquecimento.

"Esperamos que certas partes da sonda alcancem os 2ºC dentro de pouco tempo," diz Richard Marsden, cientista do Projecto Ulisses da ESA e gestor da missão. Isto irá bloquear os tubos de combustível, tornando a sonda impossível de manobrar.

Numa tentativa de resolver este problema, a equipa do projecto da ESA-NASA aprovou um plano para temporariamente desligar o transmissor principal da nave. Isto libertaria 60 watts da sua energia para ser canalizada para os instrumentos científicos e para o aquecedor. Quando os dados fossem transmitidos para a Terra, a equipa planeava ligar de novo o transmissor. Infelizmente, durante o primeiro teste deste método em Janeiro, a fonte de energia do transmissor de rádio não conseguiu ser ligada novamente.

"A decisão para desligar o transmissor não foi tomada de ânimo leve. Era a única maneira de continuar a missão científica," diz Marsden, um veterano já com 30 anos de experiência no projecto, tendo trabalhado no projecto 12 anos antes de ter sido lançada.

A sonda Ulisses (que tem o nome do herói da lenda grega), mapeia o espaço desconhecido por cima e por baixo de ambos os pólos do Sol. A sua órbita leva-a até Júpiter.
Crédito: ESA
(clique na imagem para ver versão maior)

Depois de muitas tentativas, a equipa do projecto Ulisses acha que é altamente improvável que o transmissor de banda-X seja recuperado. Acreditam que a culpa pode ser traçada até à fonte de energia, o que significa que a energia extra que esperavam ganhar afinal não pode ser redireccionada para o aquecedor e para os instrumentos científicos.

Por isso, a sonda perdeu a sua capacidade de enviar grandes quantidades de dados científicos para a Terra e enfrenta o congelamento gradual das suas linhas de combustível. Isto assinala o fim desta missão de tremendo êxito. "A Ulisses é um tremendo e velho cavalo de trabalho. Produziu enormes quantidades de dados científicos e durou muito mais do que alguma vez esperávamos," diz Marsden. "Isto iria acontecer no próximo ano ou dois, apenas aconteceu mais cedo do que se esperava."

A equipa planeia continuar a operar a sonda na sua capacidade reduzida o tempo que puder ao longo das próximas semanas. "Vamos espremer as suas últimas gotas de Ciência," diz Marsden.

Links:

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
NASA (comunicado de imprensa)
SPACE.com
Universe Today
New Scientist
Discovery Channel
Wired

Sonda Ulisses:
Página da ESA
Página da NASA
Onde está a Ulisses hoje? (formato PDF)
Wikipedia

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
  Foto  
Misteriosa neblina ácida em Vénus - Crédito:ESA/MPS, Katlenburg-Lindau, Alemanha
Porque é que uma neblina ácida se espalhou por Vénus? As nuvens irregulares foram descobertas em Julho passado pela sonda europeia Venus Express, actualmente em órbita de Vénus. A neblina lisa e clara é rica em ácido sulfúrico, criada quando um processo desconhecido faz subir o vapor de água e o dióxido de enxofre desde as partes mais baixas da atmosfera até às partes mais altas. Aí, a luz solar quebra estas moléculas e algumas delas são recombinadas para formar o volátil ácido sulfúrico. Ao longo de vários dias, as nuvens ácidas espalharam-se desde o pólo Sul de Vénus até englobar metade do planeta. A imagem em cores-falsas de Vénus foi tirada no passado dia 23 de Julho na radiação ultravioleta, e mostra a rara neblina como regiões relativamente lisas na parte de baixo do globo. A causa destes riscos mais escuros nas nuvens não é ainda bem compreendido e está sendo investigada.
Ver imagem em alta-resolução
 
 
 
EFEMÉRIDES:

Dia 27/02: 58.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1967, os astronautas da Apollo 1 - Virgil (Gus) Grissom, Edward H. White II e Roger B. Chaffee - morrem num incêndio na plataforma de lançamento, durante um teste da Apollo 204 (AS-204), que era para ser a primeira missão tripulada à Lua, com lançamento a 21 de Fevereiro de 1967.

Observações: Aproveite a noite para observar o enxame do Presépio, ou M44, em Caranguejo.

Dia 28/02: 59.º dia do calendário gregoriano.
Observações: Mesmo depois do anoitecer esta semana, Orionte situa-se perfeitamente erecto com os seus dois pés (Rigel e Saiph) perfeitamente nivelados. Por cima do Caçador brilha o pequeno Marte. Para a sua esquerda, a cerca de dois punhos à distância de um braço, está Procyon, a estrela do Cão Menor, seguindo-o à medida que viaja pelo céu. Para baixo e para a esquerda de Orionte, e a uma distância semelhante, está a mais brilhante Sirius, a estrela do Cão Maior.

Dia 29/02: 60.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1504, Cristovão Colombo usa o seu conhecimento de um eclipse lunar nessa noite para convencer os nativos americanos a lhe providenciar mantimentos.

Observações: Lua em Quarto Minguante, pelas 02:18.

 
 
CURIOSIDADES:

A Galáxia de Andrómeda (M31, objecto mais distante visível a olho nu) tem um desvio para o azul espectralmente. Isto significa que a Via Láctea e Andrómeda estão a aproximar-se. Ainda mais, sabe-se que irão colidir num futuro muito afastado.
 
 
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