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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 393
De 01/03 a 04/03/2008
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  ESTRELAS PEQUENAS AJUDAM NA FORMAÇÃO DE ESTRELAS MASSIVAS
   

As superestrelas de Hollywood precisam das condições ideais para explodir numa cena, um fenómeno partilhado pelas raras estrelas celestres supermassivas.

Dois cientistas pensam que descodificaram a receita gasosa para criar estrelas 100 vezes maiores que o Sol, talvez resolvendo o mistério da sua formação. Mark Krumholz, da Universidade de Princeton em New Jersey, e o seu colega Christopher McKee da Universidade de Berkeley na Califórnia, usaram modelos matemáticos para mostrar como as estrelas pequenas podem alimentar a formação superestelar.


Simulação do colapso de uma nuvem gasosa interestelar numa estrela massiva. O lado esquerdo mostra a nuvem no seu todo, o lado direito mostra uma ampliação em torno da estrela massiva no centro.
Crédito: Mark Krumholz

"A gravidade tende a quebrar as nuvens interestelares em bocados mais pequenos, prevenindo a formação de estrelas massivas," diz Krumholz. "Mas as estrelas pequenas que aquecem a nuvem de gás podem ajudar, forçando a gravidade a criar uma estrela gigante."

Krumholz e McKee relatam as suas descobertas na edição de 28 de Fevereiro da revista Nature.

Embora as estrelas massivas sejam um milhão de vezes mais raras que as estrelas mais comuns - aquelas cerca de 80% mais pequenas que o Sol - são as que movem e modelam o Universo. "São muito raras, mas as estrelas massivas são os actores principais nas galáxias," diz Krumholz. "São elas que conseguem puxar e aquecer o gás interestelar, que é essencialmente de onde todas as estrelas vêm."

Também explicou que as estrelas grandes polvilham o cosmos com elentos necessários para a vida. "Enriquecem o Universo com metais das suas supernovas," diz, notando que apenas as estrelas enormes são poderosas o suficiente para fundir pequenos átomos e criar materiais pesados.

Para formar uma superpotência galáctica, Krumholz diz que uma nuvem gasosa interestelar precisa de ser milhares de vezes mais densa que a média. O problema é que a gravidade tende a quebrar as densas nuvens de gás em bocados e impedir a formação de estrelas massivas.

"O desafio não é conseguir ter gás suficiente, é tornar a nuvem numa região pequena o suficiente e prevenindo a sua fragmentação," disse.

Se umas poucas e pequenas estrelas se formam dentro da nuvem, Krumholz explicou, podem aquecer a nuvem e aumentar a sua "coluna de densidade," ou pressão. O processo de aquecimento previne a gravidade de tomar controlo da nuvem, quebrando-a e formando apenas estrelas pequenas. "Aquecer o gás ajuda a pressão ganhar à influência da gravidade, forçando a nuvem gasosa a colapsar numa estrela massiva," acrescenta Krumholz.

Esta nova visão de formação estelar salienta a raridade das estrelas massivas - o único tipo que os astrónomos na Terra conseguem observar nas galáxias distantes - mas direcciona à possibilidade de mais estrelas se formarem nas galáxias do que previamente se pensava.

"Podem existir partes significantes nas galáxias ondas estrelas massivas não se conseguem formar, mas estrelas de pequena massa como Sol conseguem," diz Krumholz. "Estimamos o número de estrelas numa galáxia pela quantidade de luz que vemos, e se faltam estrelas massivas, então é possível que tenhamos subestimado dramaticamente a formação estelar nas regiões distantes do Universo."

Links:

Notícias relacionadas:
UC Berkeley (comunicado de imprensa)
Artigo científico (em formato PDF)
Nature (requer subscrição)
Universe Today
New Scientist
SPACE.com
Wired
MSNBC
SpaceRef

Formação estelar:
Animação do colapso de uma nuvem interestelar gasosa numa estrela gigante (formato MPG)
Wikipedia

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
  Foto  
A Nebulosa da Águia no Hidrogénio, Oxigénio e Enxofre - Crédito: IAC, Daniel Lopez
Estrelas brilhantes e azuis estão sendo formadas nos escuros pilares da Nebulosa da Águia. Tornada famosa por uma imagem do Telescópio Espacial Hubble em 1995, a Nebulosa da Águia mostra o processo dramático de formação estelar. A imagem do lado foi tirada por um telescópio de 0,8 metros nas Ilhas Canárias e captura parte de M16, o enxame aberto de estrelas em criação. A grande quantidade de detalhe da imagem origina da obtenção de imagens em comprimentos de onda específicos, emitidos pelo hidrogénio, oxigénio e enxofre. Há 5 milhões de anos que as brilhantes estrelas azuis de M16 se têm estado a formar constantemente, mais recentemente nas famosas colunas centrais de gás e poeira, que foram informalmente denominada de Pilares da Criação e a Fada. A luz demora cerca de 7.000 anos a chegar até nós vinda de M16, que se prolonga por 20 anos-luz e pode ser vista de binóculos na direcção da constelação da Serpente.
Ver imagem em alta-resolução
 
 
 
EFEMÉRIDES:

Dia 01/03: 61.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1927, nascimento de George Abell, que catalogou 2712 enxames galácticos e determinou os números relativos de galáxias com vários brilhos intrínsecos. Morreu em 1983.
Em 1967, a sonda soviética Venera 3 torna-se na primeira a impactar noutro planeta, nomeadamente Vénus, mas a sonda falha mesmo antes de chegar ao planeta e não envia nenhuns dados.
Em 1982, a soviética Venera 13 envia as primeiras fotografias a cores de Vénus (a Venera 14 seguiu-a 4 dias depois). Foi lançada a 30 de Outubro de 1981 e a Venera 14 a 4 de Novembro de 1981.
Em 2002, lançamento da missão STS-109, com objectivo de manutenção do Telescópio Espacial Hubble.
Observações: À medida que anoitece, olhe para cima em busca da brilhante estrela Capela. Capela passa quase no zénite.

Dia 02/03: 62.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1972, a sonda americana Pioneer 10 é lançada. Torna-se na primeira a passar pela cintura de asteróides e a alcançar o planeta Júpiter (em 1973). A primeira sonda a saír do Sistema Solar. A Pioneer 10 transporta uma placa desenhada para identificar a sua origem caso seja encontrada à deriva pela Via Láctea. Em 2003, após 31 anos, a Pioneer 10 deixa finalmente de se ouvir.
Observações: Com nenhuma Lua esta semana, tente procurar a Luz Zodiacal à medida que anoitece. Vai precisar de um céu limpo e sem poluição. A luz zodiacal é uma grande, estreita e inclinada pirâmide de um brilho pérola que se estende desde o horizonte a Oeste e sobe pelas constelações do zodíaco. O que está a ver é poeira interplanetária no plano do Sistema Solar, iluminada pela luz solar. Esta é a melhor altura do ano para observar a Luz Zodiacal se estiver no Hemisfério Norte - porque é quando a eclíptica se prolonga mais na direcção perpendicular ao horizonte ao pôr-do-Sol.

Dia 03/03: 63.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1959, lançamento da sonda Pioneer 4, a primeira missão à Lua com êxito. Falhou a Lua por 59,500 km em vez dos esperados 32,000 km, pelo que não conseguiu testar as câmaras, mas enviou dados excelentes sobre a radiação através dos seus contadores Geiger.
Em 1969, lançamento da Apollo 9.
Observações: Ao amanhecer, procure a Lua. O brilhante objecto por cima da Lua é o planeta Júpiter.

Dia 04/03: 64.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1835 nascia Giovanni Schiaparelli, director do Observatório de Milão, que tornou famosos os "canais de Marte".
Em 1979, a sonda Voyager 1 descobre os anéis de Júpiter.
Em 1999, voo rasante do asteróide 1998 VD35 pela Terra (0.169 UA).
Observações: Ao amanhecer de hoje, a Lua aponta para Vénus e Mercúrio.

 
 
CURIOSIDADES:
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