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LUA DE SATURNO, REIA, TAMBÉM PODE TER ANÉIS |
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Impressão de artista do anel de detritos que pode orbitar a segunda maior lua de Saturno, Reia.
Crédito: NASA/JPL/JHUAPL
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A sonda Cassini descobriu provas de material em órbita de Reia, a segunda maior lua de Saturno. É a primeira vez que anéis foram descobertos em torno de uma lua.
Um largo disco de detritos e pelo menos um anel parece ter sido detectado por um conjunto de seis instrumentos a bordo da Cassini, especificamente desenhados para estudar as atmosferas e partículas em torno de Saturno e das suas luas.
"Até agora, só se conheciam planetas que tinham anéis, mas agora Reia parece ter alguns traços familiares em relação ao seu parente anular, Saturno," disse Geraint Jones, cientista da Cassini e autor principal de um artigo que aparece na edição de dia 6 de Março da revista Science. Jones começou o seu trabalho no Instituto Max Planck para a Pesquisa no Sistema Solar, em Katlenburg-Lindau, Alemanha, e está agora no Laboratório de Ciência Espacial Mullard, na Universidade de Londres.
Reia tem aproximadamente 150 km de diâmetro. O aparente disco de detritos mede alguns milhares de quilómetros, de ponta a ponta. As partículas que compõem este disco e quaisquer anéis embebidos provavelmente variam entre o tamanho de pequenos seixos até pedregulhos. Uma nuvem de poeira adicional pode extender-se até 5900 km desde o centro do satélite, quase oito vezes o raio de Reia.
"Tal como a descoberta de planetas à volta de outras estrelas, e luas em torno de asteróides, estes achados estão a abrir caminho para um novo campo de anéis em torno de luas," disse Norbert Krupp, cientista que trabalha com o Instrumento de Imagem Magnetosférica da Cassini, no Instituto Max Planck para a Pesquisa no Sistema Solar.
Desde a descoberta, os cientistas da Cassini levaram a cabo simulações numéricas para determinar se Reia pode manter anéis. Os modelos mostram que o campo gravítico de Reia, em combinação com a sua órbita em torno de Saturno, pode permitir a formação de anéis e aí permanecerem durante muito tempo.
A descoberta foi fruto de um voo rasante da Cassini por Reia em Novembro de 2005, quando instrumentos na sonda observaram o ambiente em torno do satélite. Três instrumentos estudaram a poeira directamente. A existência de alguns detritos era já esperada porque uma "chuva de poeira" atinge constantemente as luas de Saturno, incluindo Reia, libertando partículas para o espaço à sua volta. Outras observações de outros instrumentos mostraram como a lua estava interagindo com a magnetosfera de Saturno, e excluiram a possibilidade de uma atmosfera.
Além desta ténue nuvem de poeira, as evidências da existência de um disco de detritos vieram também de uma queda gradual em Reia no número de electrões detectados por dois instrumentos da Cassini. O material perto de Reia parecia proteger a Cassini da comum chuva de electrões. O Instrumento de Imagem Magnetosférica da Cassini detectou quedas, breves mas fortes, na quantidade de electrões em ambos os lados da lua, sugerindo a presença de anéis dentro do disco de detritos. Os anéis de Urano foram descobertos de um modo semelhante, pelo Observatório Aéreo Kuiper da NASA em 1977, quando a luz de uma estrela piscou à medida que passava por trás dos anéis de Urano.
"Ver quase as mesmas assinaturas nos dois lados de Reia foi o argumento decisivo," acrescenta Jones. "Depois de excluir muitas outras possibilidades, dissémos que isto são muito provavelmente anéis. Ninguém estava à espera de anéis numa lua."
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Impressão de arista da sonda da NASA/ESA/ASI, Cassini-Huygens, em órbita de Saturno e dos seus magníficos anéis. O brilho no magnetómetro na parte de baixo da sonda é o reflexo do Sol.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior) |
Uma possível explicação para estes anéis é poderem ser restos de uma colisão com um asteróide ou um cometa no passado distante de Reia. Tal colisão pode ter libertado grandes quantidades de gás e partículas sólidas em torno de Reia. Assim que o gás dissipitou, tudo o que restou foram as partículas anulares. Outras luas de Saturno, como por exemplo Mimas, mostram evidências de uma colisão catastrófica que quase destruiu por completo a lua.
"A diversidade no nosso Sistema Solar nunca pára de nos surpreender," disse Candy Hansen, co-autora e cientista da Cassini no Espectógrafo de Ultravioleta no JPL da NASA. "Há muitos anos pensávamos que Saturno era o único planeta com anéis. Agora podemos ter uma lua de Saturno que é uma versão em miniatura do seu parente ainda mais elaboradamente decorado."
Estes achados anulares tornam Reia uma candidata principal para estudos mais aprofundados. Observações iniciais pela equipa de imagem quando Reia estava perto do Sol no céu não detectaram a poeira em torno da lua remotamente. Estão planeadas observações adicionais para procurar partículas maiores.
Links:
Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
NASA (comunicado de imprensa)
Science (requer subscrição)
The Planetary Society
PhysOrg.com
SPACE.com
SpaceRef
New Scientist
National Geographic
Wired
MSNBC
Associated Press
Reuters
Slashdot
Reia:
Solarviews
Wikipedia
Saturno:
Solarviews
Wikipedia
Cassini:
Página oficial (NASA)
Wikipedia |
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DESCOBERTO ANTIGO LAGO EM MARTE POTENCIALMENTE HABITÁVEL |
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De acordo com novas imagens, uma cratera em Marte pode há muito tempo atrás ter sido um lago habitável. Capturadas pela sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), estas sugerem que a Cratera Holden, polvilhada com detritos, já teve uma calma massa de água que pode ter albergado vida. No entanto, não existem até agora nenhumas provas convincentes da existência de vida, passada ou presente, em Marte.
Os detritos na cratera incluem uma mistura de pedregulhos quebrados e de partículas mais pequenas chamadas megrabrecias.

Cientistas da equipa HiRISE descobriram o que pode ser um antigo lago habitável na Cratera Holden. Esta imagem mostra parte do limite exterior da Cratera Holden.
Crédito: NASA/JPL/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)
"A Cratera Holden tem alguns dos mais bem expostos depósitos de lagos e de antigas megabrecias conhecidas em Marte," disse Alfred McEwen, cientista da câmara HiRISE da MRO. "Ambos contêm minerais que se formam na presença de água e marcam ambientes potencialmente habitáveis. Este seria um excelente local para enviar um rover ou uma missão de envio de amostras, de modo a fazer grandes avanços na questão da vida em Marte."
Essa missão poderá ser o Mars Science Laboratory da NASA, com lançamento previsto para o próximo ano. A Cratera Holden é um dos seis locais de aterragem em consideração.
A cratera de impacto Holden formou-se dentro de uma maior bacia de impacto que foi entrecruzada por canais grandes e naturais. Blocos de até 50 metros foram disparados desde a bacia pelo impacto, antes de caír novamente para a superfície e formar a camada de megabrecia.
A água mais tarde veio a assentar uma fina camada de sedimentos por cima da megabrecia, incluindo argilas que podem ter preservado quaisquer sinais de vida que possam aí ter existido.
"Se estivéssemos à procura na Terra por um ambiente que preservasse sinais relacionados com a habitabilidade, este é um dos tipos de ambientes que estudaríamos," disse John Grant, cientista da HiRISE.

Ampliação de uma secção da imagem da HiRISE da Cratera Holden (direita), que mostra camadas reveladas quando o limite foi quebrado, libertando água que forçou a erosão de partes da cratera. Desde a parte de baixo até cima, estas incluem a base de megabrecia do impacto, contrastando com lisas camadas sedimentares, outra unidade um pouco mais escura e mais grosseira, e material escuro soprado pelo vento à superfície. Estas camadas correspondem às camadas no esquema (esquerda).
Crédito: NASA/JPL/Universidade do Arizona/J. Grant et al
A argila podia ter permanecido escondida se não fosse um toque de sorte, quando o limite da cratera Holden se desagregou devido à força de quase 4000 quilómetros cúbicos de água que continha. A cheia daí resultante desfez os blocos com tamanhos de um campo de futebol e deixou detritos destes enormes pedregulhos, diz Grant, mas também revelou partes das camadas argilosas.
O primeiro longo período molhado da Cratera Holden provavelmente durou milhares de anos, enquanto o segundo lago que se formou depois da quebra dos limites da cratera pode ter durado apenas centenas de anos, acrescenta Grant.
De acordo com os cientistas da HiRISE, grande parte das provas de longos períodos de condições molhadas em Marte assentam-se na história mais longínqua do planeta. A água pode ter fluído mais tarde devido apenas a eventos catastróficos, tais como impactos na superfície do planeta.
Links:
Notícias relacionadas:
Universidade do Arizona (comunicado de imprensa)
HiRISE (comunicado de imprensa)
PhysOrg.com
MSNBC
Science Daily
Megabrecias:
Ernstson Claudin Impact Structures
Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Google Mars
MRO:
Página oficial da NASA
Página oficial do JPL
HiRISE
Wikipedia
Mars Science Laboratory:
NASA
Wikipedia |
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EFEMÉRIDES: |
Dia 08/03: 68.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1977 os anéis de Urano eram descobertos durante observações aéreas de ocultações da NASA.

Em 1999, a primeira fase da missão de mapeamento de Marte pela sonda Mars Global Surveyor começa.
Em 2002, o asteróide 2002 EM7, com um tamanho entre 300 e 400 metros, passa a 450,000 quilómetros da Terra. Observadores só o descobriram quatro dias depois, a 12 de Março.
Observações: Desde hoje até Quarta, Marte encontra-se a 2º Norte do enxame aberto M35 em Gémeos. Use binóculos.
Dia 09/03: 69.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1564 nascia David Fabricius, descobridor da primeira estrela variável (Mira, ou Omicron Ceti).
Em 1974, voo rasante da sonda soviética Mars 7 por Marte.

Observações: Mesmo depois do anoitecer por esta altura, o céu alto a Norte é razoavelmente pobre em estrelas, desde a Polar até Cocheiro. Este é o reino da grande mas ténue constelação Camelopardalis, a Girafa. Se tem acesso a um céu escuro e está à procura de um desafio, tente observar a sua figura de 4.ª magnitude usando um mapa celeste.
Dia 10/03: 70.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1999, ocorreu a maior aproximação do cometa C/1998 M5 (LINEAR) pela Terra (1,534 UA).

Observações: Girafa é o lar da grande galáxia NGC 2403, de magnitude 9, que seria mais conhecida pelos astrónomos amadores se não ficasse numa constelação tão obscura. A galáxia, no entanto, não é muito difícil de encontrar. Fica a uns 8º do nariz da Ursa Maior.
Dia 11/03: 71.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1811 nascia Urbain Le Verrier, que previu a existência de Neptuno, o que mais tarde levou à sua descoberta.

Em 1897, um meteorito entrava na atmosfera sobre New Martinsville (West Virgínia) tendo-se estilhaçado sobre esta cidade, com muitos danos físicos.
Observações: Para os observadores do Hemisfério Sul, esta semana poderão encontrar a estrela variável avermelhada S Carinae na sua fase mais brilhante (5.ª ou 6.ª magnitude).
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CURIOSIDADES: |

Mercúrio tem um período de rotação sideral que demora cerca de dois terços da sua órbita, o que faz com que o dia de Mercúrio demore dois períodos de translação (dois anos mercurianos).
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ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS: |

Cometa sobre Califórnia
Crédito: P-M Hedén (Clear Skies, TWAN)
Ainda a cortejar-nos com a sua presença nos céus do Hemisfério Norte, o já ténue Cometa Holmes situa-se no topo desta colorida imagem celeste registada a 4 de Março. A nebulosa de emissão vermelha por baixo é NGC 1499, conhecida como a Nebulosa da Califórnia devido à sua semelhança com o contorno do estado na costa Oeste dos EUA. Claro, as duas nuvens cósmicas só por acaso é que se situam quase à mesma direcção (relativamente ao nosso ponto de vista), é que aparecem tão perto uma da outra e são de tamanho similar. A Nebulosa da Califórnia tem na realidade 100 anos-luz de comprimento e encontra-se a 1500 anos-luz de distância, vagueando pelo Braço de Orionte da Via Láctea. O Cometa Holmes tem cerca de 20 segundos-luz de diâmetro, viaja pelo nosso Sistema Solar a uns meros 25 minutos-luz de distância, para lá da órbita de Marte. As moléculas na cabeleira gasosa do cometa fluorescem com a luz solar. O brilho da Nebulosa da Califórnia é característico da recombinação dos átomos de hidrogénio com os há muito perdidos electrões, originalmente quebrados (ionizados) pela luz estelar ultravioleta. A providenciar a luz estelar energética está Xi Persei, a proeminente estrela por baixo da nebulosa.
Ver imagem em alta-resolução
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