Left Marker
Logo
Com dificuldades em ler o boletim?
Veja online | No site | Feed RSS | Remover da lista
BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 416
De 21/05 a 23/05/2008
Right Marker
Menu
 
  COMO A PHOENIX ATERRARÁ EM MARTE
   

A sonda Phoenix Mars Lander da NASA faz questão em não se incendiar na sua descida até à superfície ártica do Planeta Vermelho daqui a uns dias. A nova sonda marciana tentará evitar o falhado destino da sua antecessora, a Mars Polar Lander da NASA, quando activar um pára-quedas e 12 motores para travar a sua queda, e assim fazer uma aterragem bem sucedida.

"Esta não é uma simples viagem," disse Ed Weiler, vice-administrador do Directorado de Missões Científicas da NASA na sede da agência em Washington. "Aterrar uma sonda em Marte em segurança é extremamente complicado e arriscado."


A Phoenix atravessa a atmosfera marciana, protegida pelo seu escudo térmico à medida que usa a fricção para diminuir de velocidade.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona

Os cientistas da Phoenix referem-se à descida da sonda como "sete minutos de terror" que irão definir o futuro da missão de 420 milhões de dólares. A sonda, equipada com um braço robótico, irá aterrar no pólo norte marciano no dia 25 de Maio para estudar a água gelada da zona e determinar se a região foi já habitável para a vida primitiva.

"Esperamos que o resultado da aterragem seja diferente do da Mars Polar Lander," disse Rob Grover, engenheiro da NASA no JPL (Jet Propulsion Laboratory) da NASA em Pasadena, Califórnia, EUA. A MPL (Mars Polar Lander) entrou na atmosfera marciana perto do pólo sul do planeta em 1999, mas uma falha de software desligou prematuramente os motores da sonda. Colidiu com a superfície a uma velocidade de 80 km/h em vez de aterrar lentamente. Desde aí, a NASA trabalhou para se assegurar que a Phoenix não sofre do mesmo mal.

"A causa provável número um terá sido o indicador no sensor de aterragem," disse Grover, acrescentando que este transmitiu dados falsos à MPL, dizendo que já tinha aterrado. Desde aí, os engenheiros corrigiram o problema de software e tornaram todo o sistema mais robusto de modo a evitar futuros erros.

"Sentimos que testámos adequadamente este veículo," disse o gestor do projecto Phoenix, Barry Goldstein, e acrescentando que há sempre espaço para o inesperado. "Nós disparamos 26 eventos pirotécnicos nos últimos 14 minutos deste veículo, e cada um deles tem que correr como planeado... Estamos muito confiantes no sucesso do 25.º."

O que realmente se passou com a MPL continua algo incerto porque a sonda não tinha como comunicar com a Terra uma vez que entrasse na atmosfera marciana. Este não vai ser o caso com a Phoenix, que tem uma pequena frota de três sondas a orbitar Marte, já preparadas para observar e transmitir informações sobre a aterragem da Phoenix.


Um sumário dos eventos que terão lugar durante a aterragem.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona

(clique na imagem para ver versão maior)

Para Goldstein, a parte mais preocupante é o hiato comunicacional de três segundos entre a libertação do casulo em volta da sonda durante a sua viagem e os primeiros sinais na rede de retransmissão. Se a Phoenix falha a sua aterragem, quaisquer sinais anteriores serão vitais para descobrir qual o seu destino, afirma. "Para mim são esses três segundos que me vão realmente preocupar."

Na concha traseira da Phoenix encontra-se uma antena capaz de transmitir um sinal a uma frequência ultra-alta até à Terra via Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) ou Mars Odyssey da NASA. A Mars Express da ESA está também preparada para responder caso seja necessária para uma emergência, dizem os gestores da missão. "Esta é a primeira vez, para qualquer aterragem em Marte, em que haverá uma linha de retransmissões orbitais, tanto para a aterragem como quando estiver na superfície," disse Grover.

A descida e aterragem da Phoenix será como a pretendida para a MPL, caindo pela atmosfera marciana a cerca de 21.000 km/h. É algo semelhante às descidas em 2004 dos dois rovers da NASA, Spirit e Opportunity, embora a chegada da Phoenix marque a primeira aterragem a motores desde as missões Viking da NASA nos anos 70.

A sonda combina novas tecnologias com métodos testados e aprovados para aterragem, incluindo um algoritmo no software que vem ainda da era das Apollo e que era utilizado para a entrada na Terra, com o objectivo de guiar a sonda no início da descida pela atmosfera marciana. O pára-quedas, da era das Viking, está desenhado para abrir assim que a Phoenix alcance uma altitude de 12,6 km acima de Marte, diminuindo a velocidade da sonda enquanto viaja pela atmosfera a uma velocidade supersónica. O radar de aterragem da sonda deverá começar a fornecer dados sobre a altitude e sobre a velocidade da descida à medida que a Phoenix se aproxima da superfície, para que o computador de bordo possa fazer os ajustes necessários para a aterragem. "Por volta do momento de abertura do pára-quedas, poderão haver erros de posição na ordem dos quilómetros," disse Groover. "É aí que o radar será essencial, porque liga-se e adquire novos dados sobre a altitude."


Impressão de artista da Phoenix Mars Lander no momento antes de tocar o solo nas planícies árticas de Marte.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)

Dois minutos após a abertura do pára-quedas, a Phoenix estará a aproximadamente 1 km acima da superfície. A sonda libertará então a sua concha traseira e cairá livremente durante meio segundo antes de activar os seus motores. Nove dos doze motores irão pulsar furiosamente 10 vezes por segundo - um efeito que Grover comparou a "uma aterragem com martelos pneumáticos." Os restantes três motores não-pulsantes deverão ser constantes para ajudar do ganho de estabilidade. "Mesmo antes do tocar no solo, o veículo fará uma pirueta," disse Goldstein, acrescentando que esta manobra ajudará os painéis solares, vitais para a Phoenix. "Na realidade, rodamos a sonda para maximizar a exposição solar."

Os navegadores no JPL poderão transmitir novas ordens para o computador da Phoenix até três horas antes da aterragem, caso sejam necessários ajustes no percurso. No entanto, Grover e os outros engenheiros da NASA apenas poderão ficar à espera e confiar na tecnologia da sonda uma vez que a Mars Phoenix Lander comece a sua descida. Durante esse tempo, está sozinha.

Links:

Notícias relacionadas:
SPACE.com
Universe Today
BBC News
Discovery Channel
Reuters
National Geographic

Phoenix:
Página oficial
Wikipedia
Kit de aterragem (formato PDF)
Descida de entrada e aterragem (vídeo em formato Flash, cortesia YouTube)

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Marte e ESA (vídeo em formato Flash)
Procurar água nos locais certos (vídeo em formato Flash)

 
ESPAÇO ABERTO 2008

Observação astronómica, dia 24 de Maio de 2008, na açoteia do CCVAlg, entre as 21:30 e as 23:30. Acesso pelo portão do jardim. Entrada gratuita.
Observação dependente das condições atmosféricas
.
 
 
 
EFEMÉRIDES:

Dia 21/05: 142.º dia do calendário gregoriano.
Observações: O céu após o cair da noite não tem ainda Lua, por isso os observadores perto do equador ou no Hemisfério Sul têm uma janela de escuridão para observar o Cometa Boattini. Aumentou de brilho até cerca de magnitude 6. Esta semana atravessa a parte Norte da constelação do Compasso.

Dia 22/05: 143.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1969, o módulo lunar na Apollo 10 passava a 8 milhas náuticas da superfície da Lua.

Observações: Saturno encontra-se na quadratura Este, 90º Este do Sol.
Esta noite Marte passa à direita de um par de estrelas de 6.ª magnitude no enxame do Presépio (M45).

Dia 23/05: 144.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1958, o satélite Explorer 1 deixava de emitir.

Observações:
Marte ainda se encontra perto de M45.
Os madrugadores de Sábado poderão encontrar Júpiter perto da Lua, perto do horizonte a Sul.

 
 
CURIOSIDADES:

Os instrumentos acoplados ao radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, são tão sensíveis que poderiam registar uma chamada feita por um telemóvel em Vénus.
 
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS:

Foto

Um nascer-do-Sol perigoso em Gliese 876d
Crédito:
Inga Nielsen (Hamburg Obs., Gate to Nowhere)

No planeta Gliese 876d, o nascer-do-Sol pode ser perigoso. Embora ninguém saiba de facto quais as condições neste planeta que orbita bem de perto uma anã vermelha variável, Gliese 876, a ilustração do lado dá-nos uma boa imagem. Com uma órbita bem menor que a de Mercúrio e uma massa de algumas vezes a da Terra, Gliese 876d pode rodar tão lentamente que podem existir diferenças dramáticas entre os lados diurno e nocturno. Gliese 876d está representado com assinalável vulcanismo, provavelmente provocado por deslocações gravitacionais de marés e pelo aquecimento interno do planeta, e ainda também sendo mais volátil durante o dia. A anã vermelha que nasce na imagem mostra muita actividade magnética estelar, que inclui dramáticas e violentas proeminências. No seu céu, uma hipotética lua vê a sua fina atmosfera ser expelida pelo vento estelar da anã vermelha. Gliese 876d excita a imaginação em parte porque é um dos poucos planetas extrasolares que se sabe estar perto da zona habitável da sua estrela-mãe.
Ver imagem em alta-resolução

 
 
Fórum de Astronomia
 
Bottom thingy left    
Browser recomendado
 
"Feed" RSS do nosso site
 
Página do Centro Ciência Viva do Algarve
  Bottom thingy right
Boletim informativo. Por favor não responda a este e-mail.
Compilado por: Miguel Montes e Alexandre Costa
 
Leitor de e-mail recomendado Browser recomendado Calendário de actividades astronómicas Arquivos de todas as edições dos boletins astronómicos Fórum de discussão sobre Astronomia Página do Centro Ciência Viva do Algarve Browser recomendado Software recomendado para a leitura correcta desta newsletter