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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 475
De 13/12 a 16/12/2008
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  MARS RECONNAISSANCE ORBITER COMPLETA MISSÃO PRIMÁRIA
   


Impressão de artista da sonda MRO.
Crédito: NASA/JPL
(clique na imagem para ver versão maior)

A sonda Mars Reconnaissance Orbiter da NASA acaba de completar a sua fase científica primária de dois anos. Descobriu sinais de uma complexa história marciana de mudança de clima que produziu uma diversidade de ambientes molhados passados.

A sonda enviou 73 terabits (aproximadamente 9344 gigas) de dados científicos, mais do que todas as outras missões a Marte combinadas. Irá continuar a fazer crescer este recorde à medida que prossegue examinando Marte num detalhe sem precedentes durante a sua próxima fase operacional que durará outros dois anos.

Entre as grandes descobertas da fase primária está a revelação que a acção da água na e perto da superfície de Marte teve lugar durante centenas de milhões de anos. Esta actividade foi também pelo menos regional e possivelmente global em períodos intermitentes. A sonda também observou que as assinaturas de uma variedade de ambientes molhados, alguns ácidos, outros alcalinos, aumenta probabilidade de existirem locais em Marte que possam revelar provas de vida passada, se alguma vez aí existiu.

Desde que atingiu a sua posição a 300 km por cima de Marte em Outubro de 2006, a MRO também conduziu 10.000 observações sequenciais de áreas prioritárias. Registou imagens de quase 40% do planeta numa resolução que pode revelar com detalhe objectos do tamanho de casas, 1% em detalhe suficiente para observar características com o tamanho de uma secretária. Este estudo cobriu quase 60% de Marte com mapeamentos minerais em bandas com a resolução de um estádio de futebol. A sonda também reuniu quase 700 mapas meteorológicos diários e globais, dúzias de perfis da temperatura atmosférica, e centenas de perfis de radar da subsuperfície e do interior das calotes polares.

"Estas observações estão agora no nível de detalhe necessário para testar hipóteses sobre quando e como a água mudou Marte e onde as missões futuras serão mais produtivas à medida que pesquisam por regiões habitáveis em Marte," disse Richard Zurek, cientista do projecto MRO no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia.

Incluídas nas observações estão centenas de pares estéreo usados para fazer detalhados mapas topográficos e imagens clássicas em suporte de outras missões marcianas. Uma imagem mostrou o rover Opportunity, estacionado no limite da Cratera Victória, e outra a sonda Phoenix durante a sua descida até à superfície. Os dados da Mars Reconnaissance Orbiter levaram a equipa da Phoenix a mudar o local de aterragem da Phoenix, e estão sendo usados para seleccionar o local de aterragem do próximo rover da NASA, o Mars Science Laboratory, que tem lançamento previsto para 2011. Durante os cinco meses de operações da Phoenix, que terminaram em Novembro, a MRO e a Mars Odyssey partilharam importantes papéis de comunicação ao re-enviar comandos para o "lander", e dados da Phoenix para a Terra.

A Mars Reconnaissance Orbiter descobriu camadas repetitivas nas calores polares permanentes de Marte. Os padrões sugerem ciclos de mudança climática, que ainda estão activos hoje em dia. Podem registar possíveis efeitos das mudanças cíclicas da oscilação e da órbita de Marte nos padrões da luz solar global. Os ciclos climáticos recentes são indicados através de detecção por radar de depósitos de gelo à subsuperfície fora das regiões polares, mais perto do equador, onde o gelo perto da superfície não é permanentemente estável. Outros resultados revelam detalhes de antigos leitos de rios, neblinas atmosféricas e movimentos de água, bem como a constante mudança do clima em Marte.

A maioria das observações da sonda serão descontinuadas por umas semanas enquanto o Sol se encontra entre a Terra e Marte, o que irá perturbar as comunicações. Este mês, a MRO começará a nova fase de novas observações científicas, à medida que Marte completa outra órbita em torno do Sol, o que demora aproximadamente dois anos terrestres.

"Esta sonda exemplifica na perfeição o melhor das nossas capacidades do suporte científico e de outras actividades marcianas," dise Michael Meyer, líder científico do Programa de Exploração de Marte na sede da NASA em Washington. "A MRO superou os seus próprios objectivos e as nossas expectativas. Estamos ansiosos por novas descobertas enquanto continuamos a estudar o Planeta Vermelho em grande detalhe."

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)

MRO:
Página oficial da NASA
Página oficial do JPL
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Google Mars

 
  HUBBLE DESCOBRE DIÓXIDO DE CARBONO NUM PLANETA EXTRASOLAR
   


Impressão de artista do planeta extrasolar com o tamanho de Júpiter, HD 189733b, eclipsado pela sua estrela-mãe.
Crédito: ESA, NASA, M. Kornmesser (ESA/Hubble), e STScI
(clique na imagem para ver versão maior)

O Telescópio Espacial Hubble da NASA descobriu dióxido de carbono na atmosfera de um planeta em órbita de outra estrela. Este achado é um passo importante na direcção da descoberta de bio-traços químicos de vida extraterrestre.

O planeta com o tamanho de Júpiter, chamado HD 189733b, é demasiado quente para a vida. Mas as observações do Hubble são uma demonstração prova-de-conceito que a química base da vida pode ser medida em planetas extrasolares. Os compostos orgânicos podem também ser um sub-produto dos processos da vida e a sua detecção num planeta tipo-Terra pode um dia providenciar as primeiras evidências de vida para lá do nosso planeta.

As observações anteriores de HD 189733b pelo Hubble e pelo Telescópio Espacial Spitzer já tinham descoberto vapor de água. No início deste ano, o Hubble descobriu metano na atmosfera do planeta.

"O Hubble foi desenhado principalmente para as observações do Universo distante, e no entanto está abrindo uma nova era da astrofísica e das ciências planetárias comparativas," disse Eric Smith, cientista do programa Hubble na sede da NASA em Washington. "Estes estudos atmosféricos irão começar a determinar as composições e processos químicos operando em mundos distantes que orbitam outras estrelas. O futuro desta recém-aberta fronteira da ciência é extremamente promissora, pois esperamos descobrir muitas mais moléculas nas atmosferas dos exoplanetas."

Mark Swain, investigador no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia, usou a câmara infravermelha do Hubble e o seu espectómetro para estudar a radiação emitida pelo planeta, que se situa a 63 anos-luz de distância. Os gases na atmosfera do planeta absorvem certos comprimentos de onda do quente e brilhante interior planetário. Swain identificou dióxido de carbono e monóxido de carbono. As moléculas deixam uma impressão espectral única na radiação do planeta que alcança a Terra. Esta é a primeira vez que se obtém um espectro de emissão no infravermelho de um planeta extrasolar.

"O dióxido de carbono é a razão principal para esta exaltação porque, nas condições ideais, pode ter uma ligação com a actividade biológica tal como acontece na Terra," disse Swain. "O facto de termos sido capazes de detectá-la e estimar a sua abundância é muito importante, para o esforço a longo-prazo da caracterização planetária, da descoberta da sua composição e para saber se são um possível anfitrião para a vida."

Método de estudo da composição atmosférica de HD 189733b
Crédito: NASA, ESA e A. Feild (STScI)
(clique na imagem para ver versão maior)

Este tipo de observação é melhor feita em planetas com órbitas que cruzam a estrela em relação à Terra. Rotineiramente passam em frente e depois por trás da estrela-mãe, um fenómeno que nós bem conhecemos, os eclipses. O planeta HD 189733b passa por trás da sua companheira-mãe uma vez a cada 2,2 dias. Os eclipses proporcionam uma oportunidade para subtraír a luz da própria estrela, quando o planeta está bloqueado, da estrela e do planeta juntamente antes do eclipse. Isto isola a emissão do planeta e torna possível a análise química da sua atmosfera.

"Desta maneira, estamos a usar o eclipse do planeta por trás da estrela para analisar o lado diurno do planeta, que contém as porções mais quentes da sua atmosfera," disse o membro da equipa Guatam Vasisht do Jet Propulsion Laboratory. "Estamos a começar a descobrir as moléculas e a desvendar a sua quantidade para ver as mudanças entre o lado diurno e o lado nocturno."

Esta demonstração bem sucedida de observar a radiação perto do infravermelho emitida por um planeta é muito encorajante para os astrónomos que planeiam usar o Telescópio Espacial James Webb da NASA, com lançamento previsto para 2013. Estes biomarcadores são melhor observados em comprimentos de onda perto do infravermelho. Os astrónomos estão ansiosos por usar o James Webb para pesquisar espectroscopicamente biomarcadores num planeta terrestre com o tamanho da Terra, ou uma "super-Terra" com várias vezes a massa do nosso planeta.

"O telescópio James Webb deverá ser capaz de fazer medições muito mais sensíveis destes eventos eclipsantes primários e secundários," conclui Swain.

Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
11/10/2005 - O melhor trânsito exoplanetário até agora
14/07/2007 - Descoberta água em planeta extrasolar
13/02/2008 - Detectadas moléculas orgânicas pela primeira vez num planeta extrasolar
22/03/2008 - Detectada a primeira molécula orgânica num planeta extrasolar

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
HubbleSite (comunicado de imprensa)
Nature (requer subscrição)
Universe Today
SPACE.com
New Scientist
Discover
PHYSORG.com
Scientific American
BBC News
Wired News
AFP
Reuters
Destak

HD 189733b:
Wikipedia

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
Catálogo de planetas extrasolares vizinhos (PDF)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net
Extrasolar Visions

Telescópio Espacial Hubble:
Hubble, NASA
STScI
Wikipedia

 
 
 
EFEMÉRIDES:

Dia 13/12: 348.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1920, era medido o primeiro diâmetro estelar (Betelgeuse), por Francis Pease com um interferómetro no Mt. Wilson.

Observações: A chuva de meteoros Geminídeas atinge o seu máximo esta noite, mas a luz da Lua irá iluminar o céu e esconder muitos dos meteoros. A melhor altura para observação é a partir das 22:00 até ao amanhecer. Com aquela luz, pode ver em média um meteoro a cada vários minutos. A Lua está para a direita da constelação de Gémeos, e poderão parecer radiar de lá! Claro, não observe os meteoros nessa direcção, mas de qualquer outra mais escura.

Dia 14/12: 349.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1546 nasce Tycho Brahe.

Nascido em Knudstrup, o astrónomo dinamarquês estabeleceu o primeiro observatório moderno e alterou muitas teorias Copernianas. Deu a Kepler o seu primeiro trabalho no campo.
Em 1962, a sonda americana Mariner 2 encontra Vénus e torna-se na primeira sonda interplanetária com êxito.
Observações: Assim que a Lua nasça a Este, olhe para cima e um pouco para a esquerda do nosso satélite em busca de Pollux e Castor. Para baixo e para a direita estará Procyon.

Dia 15/12: 350.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1911, Roald Amundsen escreve no seu diário o estranho comportamento do Sol no céu ao chegar ao Pólo Sul (possivelmente o primeiro grupo a alcançar qualquer um dos pólos).
Em 1965 as Gemini 6 e 7 realizam o seu primeiro encontro entre duas naves em órbita da Terra. Os astronautas da Gemini 6 eram Walter Schirra e Thomas Stafford, e os da Gemini 7 Frank Borman e James A. Lovell Jr.
Em 1970, a sonda soviética Venera 7 aterra em Vénus e torna-se na primeira sonda a transmitir dados de outro planeta. Embora esta transmissão tivesse durado apenas 23 minutos, possivelmente devido à sonda ter aterrado de lado por causa de uma avaria no seu pára-quedas, os sensores de temperatura e pressão confirmaram que a pressão à superfície do planeta era noventa vezes maior que na Terra e a temperatura era de mais de 475 graus centígrados.
Em 1984 era lançada a Vega 1 (missão para o planeta Vénus e Cometa Halley).

Observações: Esta noite a Lua forma um triângulo quase equilátero com Pollux por cima e Procyon para a direita.

Dia 16/12: 351.º dia do calendário gregoriano.
História: Nascimento de Edward Emerson Barnard, astrónomo americano.

É mais conhecido pela sua descoberta da estrela de Barnard em 1916, com este nome em sua honra.
Em 1965 a Pioneer 6 foi lançada para uma órbita solar entre Vénus e a Terra.
Em 2000, usando dados científicos registados pela sonda em Júpiter, Galileu, a 20 de Maio, os cientistas do JPL anunciam provas de um oceano salgado por baixo da superfície de Ganimedes, a maior lua do Sistema Solar. Junta-se a Calisto e a Europa como luas de Júpiter com prováveis oceanos de água líquida por baixo do gelo.
Observações: Ainda nem é Inverno, mas a Ursa Maior já está começando a sua longa ascensão anual no céu nocturno. Pelas 21:00 já consegue ver a frigideira a nascer por trás do horizonte a Norte-Nordeste. Estará na sua posição mais alta nas quentes noites de Maio e Junho.

 
 
CURIOSIDADES:

A primeira pessoa a descobrir um cometa com um telescópio foi Gottfried Kirch a 14 de Novembro de 1680.
 
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS:

Foto

Retrato de NGC 281
Crédito:
Ken Crawford (Observatório Rancho Del Sol)

Observe com cuidado a nuvem cósmica catalogada como NGC 281 e é quase impossível não ver as estrelas do enxame aberto IC 1590. Mas, formadas dentro da nebulosa, as estrelas jovens e massivas do enxame, na realidade alimentam o brilho nebular. As cativantes formas na fotografia de NGC 281 são colunas esculpidas e densos glóbulos de poeira vistos de silhueta, que sofrem erosão devido aos instensos e energéticos ventos e à radiação das estrelas do enxame. Se sobreviverem tempo suficiente, as estruturas poeirentas podem também ser locais de formação estelar futura. Por vezes denominada Nebulosa Pacman devido à sua forma geral em imagens de campo maior, NGC 281 está a aproximadamente 10.000 anos-luz na direcção da constelação Cassiopeia. Esta composição foi obida através de filtros de banda-estreita e mostra a emissão dos átomos de hidrogénio, enxofre e oxigénio em tons de verde, vermelho e azul respectivamente. À distância estimada, prolonga-se por mais de 80 anos-luz.
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