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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 484
De 12/01 a 13/01/2009
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  BALÃO DA NASA CAPTA MISTÉRIO CÓSMICO NO RÁDIO
   

Escutar o princípio do Universo acaba de se tornar mais complicado. Uma equipa liderada por Alan Kigut do Centro Aeroespacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, anunciou a descoberta um ruído cósmico no rádio com um volume seis vezes maior do que o esperado.

A descoberta vem de um instrumento chamado ARCADE (Absolute Radiometer for Cosmology, Astrophysics, and Diffuse Emission) a bordo de um balão. Em Julho de 2006, o instrumento foi lançado a partir do Complexo de Balões Científicos Columbia da NASA em Palestina, Texas, e voou até uma altitude de quase 37 mil metros, onde a atmosfera se dilui com o vácuo do espaço.

Um misterioso ruído no rádio atravessa o cosmos, impedindo os astrónomos de observar o calor das primeiras estrelas. O instrumento ARCADE a bordo de um balão científico descobriu esta estática (banda branca no topo), num voo em Julho de 2006. O ruído é seis vezes maior do que o esperado. Os astrónomos não sabem porquê.
Crédito: NASA/ARCADE/Roen Kelly
(clique na imagem para ver versão maior)

A missão ARCADE tinha o objectivo de pesquisar o céu em busca do calor da primeira geração de estrelas. Ao invés, descobriu um puzzle cósmico.

"O Universo realmente surpreendeu-nos," diz Kogut. "Em vez dos ténues sinais que esperávamos encontrar, aqui estava este alto ruído seis vezes maior do que tínhamos previsto." A análise detalhada excluiu uma origem de estrelas primordiais ou de fontes de rádio conhecidas, incluindo gás no halo exterior da nossa Galáxia. A fonte deste barulho de fundo cósmico no rádio permanece um mistério.

Muitos objectos no Universo emitem ondas de rádio. Em 1931, o físico americano Karl Jansky detectou pela primeira vez estática da nossa própria Via Láctea. Emissões semelhantes de outras galáxias criam um ruído de fundo no rádio.

O problema, realça o membro da equipa Dale Fixsen da Universidade de Maryland em College Park, é que parecem não existir galáxias-rádio suficientes para explicar o sinal que o ARCADE detectou. "Teríamos que as agrupar no Universo como sardinhas," disse. "Não sobraria espaço entre uma galáxia e a outra."


O ARCADE observou cerca de 7% do céu. A região observada é a colorida neste mapa estelar em rádio. O plano da nossa Via Láctea, percorre o centro.
Crédito: NASA/ARCADE
(clique na imagem para ver versão maior)

O muito procurado sinal das primeiras estrelas permanece escondido por trás deste recém-detectado ruído de rádio. Complica os esforços para detectar as primeiras estrelas, que se pensa terem sido formadas há 13 mil milhões de anos atrás -- não muito, em termos cósmicos, depois do Big Bang. Mesmo assim, estes ruídos radiofónicos cósmicos poderão proporcionar pistas importantes acerca do desenvolvimento das galáxias quando o Universo tinha menos de metade da idade actual. Desvendar as suas origens deverá providencar novas informações acerca do desenvolvimento das fontes de rádio no começo do Universo.

"Isto é o que torna a Ciência tão excitante," dise Michael Seiffer, membro da equipa do JPL da NASA em Pasadena, Califórnia. "Nós começámos num caminho para medir algo -- neste caso, o calor das primeiras estrelas -- mas encontrámos algo totalmente diferente, algo ainda sem explicação."

Seiffer e Kogut anunciaram os seus achados na 213.ª reunião da Sociedade Astronómica Americana em Long Beach, Califórnia. Quatro trabalhos científicos detalhando os resultados do ARCADE foram submetidos ao Astrophysical Journal.


O desenho revolucionário do ARCADE torna-o super-sensível aos ruídos cósmicos. Arrefecido até 2,7 graus acima do zero absoluto devido à imersão em mais de 1800 litros de hélio líquido, cada dos sete radiómetros do ARCADE alternativamente observam o céu e um alvo de calibração.
Crédito: NASA/ARCADE
(clique na imagem para ver versão maior)

O ARCADE é o primeiro instrumento a medir o céu no rádio com precisão suficiente para detectar este misterioso sinal. Para aumentar a sensibilidade dos receptores de rádio do ARCADE, foram imersos em mais de 1800 litros de hélio líquido ultra-frio. A temperatura operacional do instrumento situava-se apenas 2,7 graus acima do zero absoluto.

Esta é a mesma temperatura que a radiação cósmica de fundo em microondas, o calor remanescente do Big Bang que foi descoberto como uma fonte de ruído cósmico no rádio em 1965. "Se o ARCADE tem a mesma temperatura que a radiação cósmica de fundo, então o calor do instrumento não pode contaminar o sinal cósmico," explica Kogut.


O ARCADE é lançado no veu voo de Julho de 2006 a partir do Complexo de Balões Científicos Columbia da NASA em Palestina, Texas. O balão levou o instrumento até à sua altura de observação de quase 37 mil metros.
Crédito: NASA/ARCADE
(clique na imagem para ver versão maior)

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
SPACE.com
Astronomy
New Scientist
Discover
SpaceRef
Universe Today
Science Daily
FOX News
UPI

ARCADE:
Página oficial
Artigos científicos
Wikipedia

 
   
 

ASTRO-CURTAS

Uma maneira barada de ir até Marte? (via Remarkable Technologies, Inc.)
Os vaivéns espaciais vão ser reformados em Setembro de 2010. A NASA recentemente quis saber o que as pessoas pensavam acerca do seu futuro pós-reforma, e muitos acham que deveriam ser colocados em museus ou em parques científicos. Mas Eric Knight tem uma nova ideia do que fazer com eles: mandá-los para Marte. Diz que a fórmula é simples e permitirá aos humanos viajar até Marte em anos, não décadas. [Ler fonte]

Estrelas mais rápidas que uma bala (via NASA)
Uma equipa de astrónomos que pesquisava nebulosas pré-planetárias com o Hubble, em vez disso encontrou estrelas que se movem a 50 km/s, e que já viajaram 160 anos-luz do local onde nasceram. São 14 as estrelas jovens correndo por regiões de gás interestelar denso, criando estruturas com a forma de pontas de flecha e caudas de gás brilhante.
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Analogia dos "faróis" já não funciona com os pulsares (via NASA)
O Telescópio de Raios-Gama Fermi da NASA descobriu 12 pulsares de apenas raios-gama, bem como 18 emissões de raios-gama a partir de pulsares conhecidos ou suspeitos no rádio. E o que o telescópio descobriu está a mudar a maneira como vemos estes objectos. A antiga analogia era a de um farol que pulsava numa estreita faixa a partir dos pólos magnéticos da estrela de neutrões. Mas a nova pesquisa mostra que tal não acontece. Uma nova classe de pulsares em raios-gama mostra que estes formam-se numa região maior que o feixe de rádio tipo-farol.
[Ler fonte]

 
 
 
EFEMÉRIDES:

Dia 12/01: 12.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1820 é fundada a "British Royal Astronomical Society".

Em 2005 é lançada a partir de Cabo Canaveral a sonda Deep Impact.
Observações: Procure Régulo, uma estrela que anuncia a distante chegada da Primavera, esta noite para baixo e para a esquerda da Lua.

Dia 13/01: 13.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1610, Galileu Galilei descobria a quarta lua de Júpiter, Calisto.

Em 2000, foram descobertos buracos negros solitários à deriva na Galáxia.
Observações:
Vénus na sua maior elongação Este, pelas 14:42.

 
 
CURIOSIDADES:

Daqui a cinco mil milhões de anos, pensa-se que o dia terrestre tenha uma duração de 48 horas. Infelizmente, é quando os cientistas pensam que o Sol alcance o final da sua vida.
 
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS:

Foto

Pôr-do-Sol Marciano
Crédito:
Mars Exploration Rover Mission, Texas A&M, Cornell, JPL, NASA

Este mês, os rovers marcianos celebram o seu quinto aniversário de operações na superfície do Planeta Vermelho. Este sereno pôr-do-Sol, parte do seu enorme legado de imagens de Marte, foi registado pelo Spirit a 19 de Maio de 2005. As cores na imagem foram ligeiramente exageradas mas seriam provavelmente familiares para o olho do explorador humano. Claro, as finas partículas de pó marciano suspensas na fina atmosfera dão ao céu uma cor avermelhada, mas a poeira também dispersa a luz azul para cima, criando um tom azulado perto do pôr-do-Sol. O Sol está a pôr-se por trás da Cratera Gusev, à distância de uns 80 km. Porque Marte está mais longe que a Terra, o Sol é menos brilhante e tem apenas dois-terços do tamanho que tem no nosso planeta.
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