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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 502
De 23/02 a 24/02/2009
 
 
 

Dia 23/02: 54.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1950, descoberta do asteróide (29075) 1950 DA. Foi observado durante 17 dias e depois diminuiu de brilho até não poder ser visto durante meio século. No fim do ano 2000 (31 de Dezembro), um objecto foi reconhecido como sendo o há muito perdido 1950 DA. Observações do objecto descrevem a rocha como tendo 1.1 km de diâmetro e uma rotação de 2.1 horas, a rocha com o período de rotação mais rápido já encontrada no nosso Sistema Solar.
Em 1987, supernova na Grande Nuvem de Magalhães visível a olho nu, resultado de uma explosão da supergigante azul Sanduleak 69. Conhecida como SN1987A, foi a primeira supernova "próxima" dos últimos três séculos.
SN1987A. Crédito: HST
Em 1999, conjunção de Júpiter com Vénus. As conjunções não são eventos raros. Mas as conjunções planetárias são raramente tão próximas e Vénus e Júpiter são os objectos mais brilhantes do céu, a seguir ao Sol e à Lua.
Observações: Jupiter e Mercúrio em conjunção antes do nascer do Sol.
Continue a observar o cometa Lulin que atinge esta semana a maior proximidade à Terra podendo ser visto com binóculos.

Dia 24/02: 55.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1968 foi descoberto o primeiro pulsar, por Jocelyn Bell Burnell, numa pesquisa em rádio. Hewish e Ryle, co-directores do projecto, receberam o prémio Nobel da Física em 1974 por conjugar as observações com um modelo duma estrela de neutrões em rotação.
Jocelyn Bell
Em 1969 a sonda americana Mariner 6 era lançada. A 31 de Julho de 1969, passou a 3330 km de Marte e enviou de volta 74 imagens.
Em 1979, lançamento da sonda Solwind P78-1.
Em 1996 a sonda Polar foi lançada para estudar a região dos pólos da Terra, uma região activa do geoespaço.
Observações: Lua Nova.
Esta noite será possível observar uma quadruplo trânsito de satélites de Saturno, já que Titã, Mimas, Dione e Encelado passarão em frente do planeta projectando as suas sombras sobre o mesmo. O telescópio Espacial Hubble vai observar este evento embora o satélite Titã seja o único suficientemente grande para ser observado do solo com telescópios amadores. O fenómeno não será visivel de Portugal.

 
 
 

A Lua vista da Terra tem o mesmo diâmetro aparente que o Sol. A Terra vista da Lua tem quatro vezes o diâmetro aparente do Sol.

 
 
 
AIA 2009
 
 
  FERMI CAPTURA MAIOR EXPLOSÃO DE RAIOS GAMA DETECTADA  
 

O telescópio espacial Fermi da agência detectou uma enorme explosão no espaço que os cientistas dizem ser a maior erupção de raios gama (gamma-ray burst) vez detectada, segundo um artigo publicado na quinta-feira, na revista Science Express.

Segundo os astrofísicos, a espectacular explosão, que ocorreu em Setembro de 2008 na constelação Carina, envolveu energias produzidas que são 3000 a mais de cinco mil milhões de vezes maiores que as transportadas pela luz visível com a mesma intensidade.

Exemplo de fotografia e respectiva legenda

O brilho remanescente do GRB 080916C's X-ray surge a laranja e amarelo nesta perspectiva que mistura imagens de ultravioleta / óptico e raios-X dos telescópios da Swift.
Crédito:NASA / Swift / Stefan Immler


"A radiação visível tem uma gama de energias entre os dois e três electrão-volt e a energia das radiações detectadas variou entre os milhões e os milhares de milhões de electrão-volt", disse o astrofísico Frank Reddy da agência espacial NASA.

"Se você pensar nisso em termos de energia, os raios-X são mais energéticos, porque penetram na matéria não sendo detidos por nada, sendo essa a razão porque são capazes de atravessar o meio interestelar sendo visíveis a grandes distâncias", disse Reddy .

Uma equipe liderada por Jochen Greiner do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre da Alemanha determinou que o enorme gama-ray burst ocorreram 12,2 mil milhões de anos-luz de distância. Para que se tenha ideia da enormidade desta distância, o Sol está a oito minutos e 20 segundos-luz da Terra, e Plutão a apenas 6 horas-luz de distância do Sol.

Tendo em conta a enorme distância da Terra a que a erupção ocorreu, os cientistas consideram que trabalharam com uma explosão que foi mais forte do que 9000 supernovas - as gigantescas explosões que ocorrem no final da vida de uma estrela de grande massa em que nos primeiros instantes a supernova possui uma luminosidade semelhante à da nossa Galáxia inteira - e que os gases dos jactos que emitiram os primeiros raios-gama se terão movido pelo espaço quase à velocidade da luz.

"A enorme potência e velocidade desta explosão tornam-na o evento mais extremo registado até à data," disse uma declaração emitida pelo Departamento de Energia.

O colapso de estrelas muito massivas pode produzir explosões violentas, acompanhadas de fortes explosões de raios gama-luz, constituindo estas erupções alguns dos eventos mais brilhantes do universo.

Os astrónomos acreditam que mais explosões de raios-gama ocorrem quando estrelas massivas exóticas correr fora do combustível nuclear. Tal como um núcleo da estrela colapsa para formar um buraco negro, os jactos de material – alimentados por processos ainda não totalmente entendidos – são projectados quase à velocidade da luz. Os jactos abrem caminho através da estrela em colapso e continuam através do espaço, onde interagem com o gás ao redor da estrela. Isto gera emissões pós eruptivas (afterglows) brilhantes que desaparecem com o tempo.

As erupções longas, que duram mais de dois segundos, ocorrem em estrelas massivas que estão a sofrer colapso, enquanto rajadas duração inferior a dois segundos ocorrem em estrelas mais pequenas.

"Sabe-se que são a rotação e o o colapso para o buraco negro central que alimentam os jactos, mas ninguém sabe exactamente como. O jactos rasgam através da estrela e a supernova sucede aos jactos", disse Reddy.

Estudar as erupções de raios-gama permite aos cientistas "estudar uma estrela individual a uma distância a que nem sequer as galáxias se conseguem ver claramente", disse Reddy.

A observação destas explosões massivas também poderá levantar o véu sobre mais enigmas do Espaço, incluindo as que surgiram associadas à erupção detectada pelo Fermi, como o "curioso tempo de atraso" entre as emissões de mais alta e mais baixa energia.

Esse lapso de tempo apenas tinha sido observado numa erupção anterior, e "pode significar que as emissões de mais alta energia e mais baixa energia são provenientes de diferentes partes do jacto ou criadas através de um mecanismo diferente," disse o físico Peter Michelson da Universidade de Stanford , o investigador chefe do telescópio Fermi .

"As emissões das erupções a estas energias são ainda mal compreendidas, e o Fermi está a dar-nos as ferramentas para compreendê-los. Dentro de poucos anos, teremos uma perspectiva bastante boa com uma amostra significativa de erupções, o que poderá fornecer algumas respostas", disse Michelson.

Os astrofísicos estimam que existem centenas de biliões de galáxias. Neste perspectiva, o telescópio Fermi e o satélite Swift da NASA têm detectado "cerca de 1000 gamma-ray bursts por ano, ou seja, cerca de uma erupção por galáxia a cada 100.000 anos", disse Reddy.

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