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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 515
De 25/03 a 26/03/2009
 
 
 

Dia 25/03: 84.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1665 era descoberta a maior lua de Saturno, Titã.

Em 1992, o cosmonauta Sergei Krikalev regressa à Terra após 10 meses a bordo da estação espacial Mir.
Observações: Aproveite a noite para observar telescopicamente as galáxias na constelação de Virgem.

Dia 26/03: 85.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1958, o exercito dos Estados Unidos lança o Explorer 3.

Observações: Lua Nova, pelas 16:08.

 
 
 
O norte americano Robert Haag tornou-se a primeira pessoa no mundo presa por contrabando de meteoritos. Aconteceu na Argentina quando tentava transportar para fora do país um meteorito de 37 toneladas.
 
 
 
 
AIA 2009
 
 
  ESTRELA JOVEM E MASSIVA EXPLODE "ANTES DO SEU TEMPO"  
 

Novas imagens obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble revelam uma estrela jovem e massiva que parece ter explodido antes do seu tempo. A estrela, a mais pesada já ligada à explosão de uma supernova, pode desafiar os modelos de quando estas fornalhas estelares acabam as suas vidas.

Estrelas com mais de oito vezes a massa do Sol terminam as suas vidas em explosões dramáticas quando as fornalhas nucleares nos seus núcleos ficam sem combustível e colapsam para formar estrelas de neutrões ou buracos negros.

Todos os anos são observadas centenas de supernovas, mas os astrónomos identificaram apenas um punhado de estrelas responsáveis pelas gigantescas explosões. Para tal, precisam de pesquisar em imagens arquivadas para identificar as estrelas condenadas antes das explosões, pesquisando novamente anos depois das explosões para confirmar o seu desaparecimento.

Agora, uma equipa liderada por Avishay Gal-Yam do Instituto Científico Weizmann em Israel, descobriu um destes "progenitores" de supernovas que parece ser um verdadeiro "outlier". A estrela, que se encontrava na galáxia NGC 266, a uns 200 milhões de anos-luz de distância, aumentou brevemente de brilho no céu durante uma explosão em 2005, antes de desaparecer por completo.

Imagem obtida na Terra da galáxia NGC 266 com a supernova 2005gl.
Crédito: Observatório Puckett
(clique na imagem para ver versão maior)
 

As observações do Hubble sugerem que a outrora estrela era uma variável azul luminosa, uma estrela massiva com pelo menos 50 vezes a massa do Sol, que ejecta a maioria do seu próprio material para o espaço numa série de libertações. Eta Carinae, situada entre duas gigantescas nuvens de material com a forma de uma ampulheta, por ela libertadas, é um exemplo clássico de uma estrela deste género.

Esta classificação chegou como uma surpresa, dado que não se esperava que as variáveis azuis luminosas explodissem. Os modelos estelares prevêm que estas estrelas ainda evoluam mais - em outros tipos estelares, libertando todo o hidrogénio das suas superfícies e a maioria da sua massa, antes de gastar o combustível e entrar na sua fase supernova.

Mas "a nossa estrela, quando explodiu, ainda tinha algum do seu invólucro de hidrogénio. Parece ter explodido antes do seu tempo," diz o membro da equipa Douglas Leonard, da Universidade Estatal San Diego na Califórnia, EUA.

Esta explosão pode ter acontecido até um milhão de anos mais cedo, afirma Leonard. Mas a sua idade não pode ser determinada com muita precisão. O tempo de vida de uma estrela é governado principalmente pela sua massa, que pode ser estimada através do estudo da sua cor. Mas as imagens arquivadas do Hubble tinham dados em apenas um comprimento de onda, impedindo uma boa estimativa da sua massa e idade.

A causa para esta explosão é desconhecida. "Neste ponto, a teoria convencional não tem uma boa explicação para isto," afirma Leonard.

Fotos de arquivo do Hubble, usadas para descobrir a estrela progenitora de uma supernova que explodiu em 2005.
Crédito: Observatório Puckett (topo), NASA, ESA e A. Gal-Yam (fotos de baixo)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Uma possibilidade, realça, é a estrela estar mais perto da sua morte no seu núcleo, e por alguma razão não ter perdido todo o seu hidrogénio à superfície, parecendo "bem de saúde".

No núcleo, todos os elementos mais leves poderiam-se ter fundido para criar ferro, o átomo mais pesado que as estrelas podem produzir. Sem combustível, o núcleo poderá não ter sido capaz de resistir às pressões interiores da gravidade. Os seus electrões e protões terão-se combinado para formar uma estrela de neutrões enquanto as ondas de choque despedaçaram as camadas exteriores da estrela, criando uma supernova.

Mas se a estrela tivesse tido massa suficiente, a explosão poderia ter sido ainda mais exótica. As altas temperaturas e as pressões no núcleo poderiam ter convertido a luz em pares de partículas, no qual uma é um electrão e a outra é a sua homóloga de antimatéria, um positrão. Isto poderia ter provocado uma queda na pressão e eventualmente despoletado reacções nucleares, capazes de despedaçar a estrela.

Os astrónomos sugeriram que tal processo pode explicar algumas supernovas surpreendentemente brilhantes, observadas nos últimos anos. Mas não é ainda claro se este cenário de antimatéria poderá explicar a morte da estrela no novo estudo, dado que a sua supernova não foi extraordinária.

O achado pode também desafiar alguns modelos estelares que prevêm que as estrelas mais massivas, aquelas com mais de 40 massas solares, deveriam colapsar directamente em buracos negros sem a criação de uma supernova.

"Penso que é uma descoberta realmente extraordinária," diz o astrónomo Stephen Smartt da Universidade Queen em Belfast, no Reino Unido. Smartt, que também pesquisa estrelas responsáveis por supernovas observadas, anunciou duas dessas descobertas a semana passada. "Isto realmente impulsiona-nos a revisitar os nossos modelos para ver se conseguimos simular uma explosão com este regime."

Links:

Notícias relacionadas:
Nature (requer subscrição)
Science (requer subscrição)
Universe Today
HubbleSite
SPACE.com
New Scientist
Scientific American
PHYSORG.com
MSNBC

Supernovas:
Wikipedia
NASA

 
     
 
 
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Para alguns poderá parecer-se com um grande monstro do espaço, mas é mais grande que monstro. Para outros poderá ser um bonito cavalo-marinho, mas o objecto escuro mais para a direita da imagem é na realidade um pilar inanimado de poeira com cerca de 20 anos-luz de comprimento. A estrutura poeirenta com esta forma curiosa encontra-se na nossa vizinha Grande Nuvem de Magalhães, numa região de formação estelar muito perto da enorme Nebulosa da Tarântula. A nebulosa energética está a criar um enxame estelar denominado NGC 2074, cujo centro está visível mesmo ao cimo da imagem na direcção do pescoço do cavalo-marinho. A representativa imagem a cores foi tirada o ano passado pela câmara WFPC2 a bordo do Telescópio Espacial Hubble, em honra da 100.000.ª viagem do Hubble em torno da Terra. À medida que se formam estrelas no enxame, a sua luz e ventos irão lentamente erodir os pilares gasosos ao longo dos próximos milhões de anos.

 


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