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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 518
De 01/04 a 02/04/2009
 
 
 

Dia 01/04: 91.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1960 os Estados Unidos lançavam o primeiro satélite meteorológico, TIROS-1.

Em 1997, o Cometa Hale-Bopp passa o seu periélio.
Observações: Esta noite a Lua brilha mesmo a meio de caminho entre Capela (para a sua direita) e Procyon (para a sua esquerda).

Dia 02/04: 92.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1994, o líder de esquadrão Rakesh Sharma é lançado a bordo de um Soyuz T-11, e torna-se o primeiro indiano no espaço.

Observações: Lua em Quarto Crescente, pelas 15:34.

 
 
  Pode parecer completamente absurdo, mas o módulo lunar das missões Apollo, que levou homens à Lua, precisava de menos poder de processamento do que os telemóveis de hoje em dia!
 
 
 

 
AIA 2009
 
 
  REVELADA A ZONA MAIS HABITÁVEL DE MARTE  
 

Provas estão sendo reunidas de que a sonda Phoenix da NASA aterrou num local amistoso para os micróbios.

A Phoenix aterrou em Marte no dia 25 de Maio de 2008 e foi desenhada para estudar a história da água e a potencial habitabilidade do solo rico em gelo do ártico marciano. Não levou instrumentos desenhados para encontrar vida. Até à data, não existem provas que Marte já teve vida.

Mas os investigadores dizem que o local de aterragem tem ou teve os ingredientes necessários para suportar vida como a conhecemos. Recentemente, os cientistas revelaram evidências controversas de água líquida no local de aterragem. A água é um ingrediente-chave da vida.

Os cientistas estão a afirmar que a sonda Phoenix da NASA aterrou na zona mais habitável já visitada em Marte. O robot descobriu água gelada, bem como grandes quantidades de perclorato - um composto químico utilizada como fonte de energia por inúmeras espécies de micróbios aqui na Terra.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Agora, Peter Smith, o investigador principal da missão Phoenix, da Universidade do Arizona em Tucson, EUA, diz que quatro artigos estão actualmente em revisão para publicação científica, acerca de quatro grandes descobertas da missão.

Smith e outros cientistas da Phoenix providenciaram a semana passada uma análise do que a sonda descobriu no Planeta Vermelho, durante a 40.º Conferência de Ciência Lunar e Planetária.

Carol Stoker do Centro de Pesquisa Ames da NASA - e co-investigadora da equipa científica da Phoenix - salientou que um dos objectivos da recolha de amostras da Phoenix, no seu local de aterragem nas planícies Norte, era a determinação do ambiente ter sido ou não favorável para a vida, algures durante a sua história.

Stoker disse que tendo em conta o nosso conhecimento actual da vida, o potencial para a habitabilidade num espaço e tempo específico, tem em conta três factores: a presença de água líquida; a presença de uma fonte de energia biologicamente disponível; e a presença dos constituintes químicos para a vida numa forma biologicamente disponível. Além destes factores, a temperatura e a actividade da água devem ser altas o suficiente para suportar o seu crescimento.

Uma grande descoberta da Phoenix, no solo marciano, foi a identificação de sais de perclorato no local de aterragem. O perclorato e o clorato são compostos usados no metabolismo microbial - fontes de energia requeridas por inúmeras espécies de micróbios aqui na Terra.

Stoker realçou um "índice de habitabilidade" - uma aproximação semelhante à equação de Drake, para avaliar a probabilidade de vida no Universo. Como conclusão geral, Stoker avaliou o local de aterragem da Phoenix como tendo um maior potencial para detecção de vida do que qualquer outro local já visitado em Marte. Além disso, o material gelado que foi estudado pode periodicamente ser capaz de suster actividade biológica moderna.

Investigando ainda mais os dados da Phoenix, embora seja ainda um trabalho em progresso, Stoker disse que providencia informações-chave acerca da habitabilidade potencial de um ambiente no Planeta Vermelho... e os dados sugerem que as condições de habitabilidade já ocorreram em tempos modernos. Esta convicção, afirma, pede mais rovers em Marte, e com capacidade de escavar.

Testes de laboratório a bordo da sonda Phoenix confirmara que uma substância dura e subsuperficial, no seu local de aterragem, contém água gelada.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"O que aqui vemos é que a Phoenix é uma clara vencedora - um índice de habitabilidade muito, muito maior do que qualquer dos outros locais," disse Stoker ao público da conferência. "O local de aterragem da Phoenix é a zona mais habitável das que já visitámos em Marte."

Os resultados da Phoenix mostram que nenhuns químicos prejudiciais à vida microbiana foram detectados no seu local de aterragem, disse o investigador da Universidade de Tufts, Suzanne Young, que fez parte da equipa científica e que trabalha os dados do laboratório de química molhada da Phoenix - parte do conjunto de instrumentos MECA (Microscopy, Electrochemistry and Conductivity Analyzer).

Alguns, mas não todos, dos factores cruciais para a bio-habitabilidade foram descobertos pelo laboratório de química molhada da sonda. Alguns não puderam ser medidos pela Phoenix, explicou Young. Os dados completos acerca destes factores apontam para alguns negativos, mas não são muito fiáveis, por isso são precisas mais missões para completar a imagem da habitabilidade, e possivelmente vida, em Marte.

"Existem muitos micróbios que conseguem fazer muitas coisas... comer rochas e libertar das mesmas coisas que precisam" - um processo, acrescenta Young, que cria um sistema de energia viável para outros micróbios. O ambiente no local de aterragem da Phoenix era muito gentil, afirma Young. "Não decobrimos nada excessivamente tóxico, capaz de fazer coisas terríveis."

Em termos de "checklist" de habitabilidade, "temos muitos pontos positivos em lugares muito bons," explicou Young. "Penso que a Phoenix realmente alargou a possibilidade da séria consideração de olhar para o passado e talvez para o presente da vida em Marte... mas é ainda um trabalho em progresso," afirma.

Impressão de artista da sonda Phoenix na sua zona de aterragem no ártico marciano.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Por agora, a missão terminou.

À medida que a energia solar disponível diminuía com o avançar do inverno Marciano, a missão foi declarada como terminada (talvez, isto é) no dia 2 de Novembro quando os controladores na Terra não foram capazes de restabelecer contacto com a sonda.

"Iremos tentar novamente em Outubro mas as hipóteses são muito baixas," afirma Smith. "No entanto, é conhecida como a missão Phoenix e, por mais minúscula que seja, a probabilidade existe. Ainda podemos voltar," acrescenta.

Young concorda que existe uma necessidade de enviar novamente uma sonda para a região polar norte de Marte.

"Houve coisas que não fizémos," disse. "Existem informações que supostamente deveríamos ter recebido mas que não recebemos. Mas nós não descobrimos nenhumas impossibilidades... não descobrimos nada que é um verdadeiro 'não'. E acrescentámos muito à possibilidade - por isso precisamos de mais missões. Precisamos de escavar mais fundo... precisamos de voltar."

Links:

Notícias relacionadas:
SPACE.com
MSNBC

Phoenix:
Página oficial (Universidade do Arizona)
Página oficial (NASA)
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
     
 
 
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