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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 534
De 08/05 a 10/05/2009
 
 
 

Dia 08/05: 128.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1962, era lançado o primeiro foguetão Atlas Centauro.

Observações: Um pequeno telescópio irá sempre mostrar Titã, a maior lua de Saturno. Esta noite encontra-se a um diâmetro anular para Oeste de Saturno.

Dia 09/05: 129.º dia do calendário gregoriano.
Observações: Lua Cheia, pelas 6:02.

Dia 10/05: 130.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1971 era lançada a Kosmos 419 (USSR). Não conseguiu atingir a órbita da Terra.
Observações: Aproveite a noite para observar o enxame de Hércules, ainda baixo a Este-Nordeste, mas que é um sinal que o Verão se aproxima.

 
 
 
Neste final de semana estreia por todo o mundo o novo filme da saga "Star Trek", uma crónica dos primeiros dias de James T. Kirk e da tripulação da nave Enterprise.
 
 
 
AIA 2009
 
 
  MOTOR WARP DE "STAR TREK" PODE NÃO SER IMPOSSÍVEL  
 

O motor warp (ou "dobra"), um dos maiores marcos da série "Star Trek", pode um dia tornar-se verdadeira ciência em vez de ficção científica.

Alguns físicos dizem que a tecnologia para viajar mais depressa que a luz poderá permitir aos humanos alcançar as estrelas para "escapadelas de fim-de-semana". Mas claramente esta não será uma tarefa fácil. A ciência é complexa, mas não estritamente impossível, de acordo com alguns investigadores estudando maneiras de a tornar realidade.

O truque parece ser encontrar outros meios de propulsão além dos foguetões, que nunca poderão ser capazes de acelerar uma nave a velocidades maiores que a da luz, o limite de velocidade fundamental imposto pela Relatividade Geral de Einstein.

Felizmente para nós, este limite de velocidade aplica-se dentro do espaço-tempo (o contínuo das três dimensões do espaço, mais a do tempo, em que vivemos). Embora qualquer objecto não possa viajar mais depressa que a luz dentro do espaço-tempo, diz a teoria, talvez o próprio espaço-tempo possa.

Imagem do novo filme "Star Trek", que mostra a nave Enteprise a viajar a velocidades superiores à da luz.
Crédito: Paramount Pictures, Spyglass Entertainment, Bad Robot
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"A ideia é obter um bocado do espaço-tempo e movê-lo," afirma Marc Millis, antigo líder do Projecto de Física e Avanços em Propulsão da NASA. "O veículo dentro dessa bolha pensa que não se está a mover. É o espaço-tempo que se está a mover."

Uma razão desta ideia parecer credível é a dos cientistas pensaram que já possa ter acontecido. Alguns modelos sugerem que o espaço-tempo cresceu a um ritmo maior que a velocidade da luz durante um período de rápida inflação pouco tempo depois do Big Bang.

"Se foi possível para o Big Bang, porque não para os nossos motores espaciais?" pergunta Millis.

Para tornar a técnica fazível, os cientistas terão que pensar em novos e criativos meios de propulsão para mover o espaço-tempo em vez da própria nave.

De acordo com a Relatividade Geral, qualquer concentração de massa ou energia dobra o espaço-tempo à sua volta (sendo assim, a gravidade é simplesmente a curvatura do espaço-tempo que faz com que massas menores caiam na direcção de massas menores).

Por isso talvez possa descobrir-se qualquer geometria única de massa ou qualquer forma exótica de energia que possa manipular uma bolha do espaço-tempo e que a possa mover a velocidades superiores à da luz, e transportar quaisquer objectos aí dentro durante a viagem.

"Se descobrirmos alguma maneira de alterar e desequilibar as propriedades do espaço-tempo, onde a parte de trás da nave está a fazer uma coisa e a da frente está a fazer outra, será que o espaço-tempo irá empurrar a nave e movê-la?" disse Millis. Esta ideia foi proposta pela primeira vez em 1994 pelo físico Miguel Alcubierre.

Já alguns estudos anunciaram a descoberta de possíveis assinaturas do movimento do espaço-tempo. Por exemplo, cientistas rodaram anéis suger-gelados num laboratório. Descobriram que giroscópios parados, colocados por cima dos anéis, parecem pensar para eles próprios que estão a rodar simplesmente devido à presença dos anéis em rotação por baixo. Os investigadores postularam que os anéis ultra-gelados estavam de algum modo a arrastar o espaço-tempo, e o giroscópio estava a detectar o efeito.

Outros estudos descobriram que a região entre duas placas de metal paralelas e sem carga, parece ter menos energia que o espaço em redor. Os cientistas denominaram este efeito como uma espécie de "energia negativa," que pode ser exactamente aquilo que se precisa para mover o espaço-tempo.

Desvantagens? Precisaríamos de gigantescas quantidades desta energia negativa para dobrar o espaço-tempo o suficiente para transportar uma bolha mais depressa que a velocidade da luz. Tais descobertas precisariam de acontecer não só na propulsão, mas também na energia. Alguns especialistas pensam que o domínio da força misteriosa chamada energia escura - que se pensa alimentar a expansão do Universo - possa ser a chave.

Embora resultados laboratoriais preliminares sejam muito diferentes de motores warp reais, alguns físicos estão optimistas.

"Ainda nem sequer sabemos se estas coisas são possíveis ou impossíveis, mas pelo menos avançámos até um ponto onde podemos investigá-las e vislumbrar o desconhecido," afirma Millis. "Mesmo que se venha a descobrir que é impossível, ao colocar estas questões, vamos provavelmente fazer descobertas que de outro modo podíamos nem sequer notar."

Links:

Notícias relacionadas:
Wired
Yahoo! News
MSNBC

Velocidade da luz:
Wikipedia

Velocidades superiores à da luz:
Wikipedia
Motor warp (Wikipedia)

 
     
 
 
TAMBÉM EM DESTAQUE
 

Constante de Hubble refinada estreita possíveis explicações da energia escura (via HubbleSite)
O nome "energia escura" é apenas a denominação da força - qualquer que seja - que está fazer com que o Universo expanda. Mas os astrónomos estão cada vez mais compreendendo esta força graças a novas observações de várias estrelas variáveis cefeidas, pelo Hubble, que refinou a medida actual do crescimento do Universo até uma precisão onde o erro é menor que 5%. O novo valor para a velocidade de expansão, conhecida como a Constante de Hubble, ou H0, é 74,2 km/s por megaparsec (margem de erro de +/- 3,6). Os resultados estão em sintonia com uma medição anterior, também pelo Hubble, de 72 +/- 8 km/s/megaparsec, mas são agora duas vezes mais precisos. [Ler fonte]

 
     
 
     
  Um Halo para NGC 6164 - Crédito: Don Goldman  
  Foto  
  (clique na imagem para ver versão maior)  
     
 

A linda nebulosa de emissão NGC 6164 foi criada por uma estrela rara, quente e luminosa de tipo-O, umas 40 vezes mais massiva que o Sol. Vista aqui no centro da nuvem cósmica, a estrela tem uns meros 3 a 4 milhões de anos. Daqui a outros 3 ou 4 milhões de anos, a massiva estrela acabará a sua vida numa explosão de supernova. Com um comprimento de aproximadamente 4 anos-luz, a própria nebulosa tem uma simetria bipolar. Isto torna-a semelhante em aparência às nebulosas planetárias mais familiares - os mantos gasosos que rodeiam estrelas moribundas tipo-Sol. Tal como as nebulosas planetárias, sabe-se que NGC 6164 tem um halo grande e ténue, revelado nesta profunda imagem telescópica da região. Crescendo para o meio interestelar nos arredores, o material no halo é provavelmente oriundo de uma fase activa mais antiga da estrela de tipo-O. A linda paisagem celeste é uma composição de dados de banda-estreita que realçam o gás brilhante, e de dados de banda-larga do campo estelar em redor. NGC 6164 situa-se a 4200 anos-luz na direcção da constelação do Esquadro (Norma).

 


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