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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 548
De 12/06 a 14/06/2009
 
 
 

Dia 12/06: 163.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1967 era lançada Venera 4 que seria a primeira sonda a trazer amostras da atmosfera de outro planeta (Vénus) para a Terra.

Em 2004, um meteorito condrito de 1,3 kg atinge uma casa em Ellserslie, Nova Zelândia, provocando grandes danos mas nenhuns ferimentos.
Observações: Aproveite a noite para observar a constelação de Escorpião. Consegue ver os seus dois famosos enxames abertos por cima da cauda (M6 e M7)?

Dia 13/06: 164.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1983 a sonda Pioneer 10 torna-se o primeiro artefacto humano a abandonar o sistema planetário solar.

Observações: Antes do amanhecer, observe a Lua a Este-Sudeste. O ponto mais brilhante para a sua esquerda é o planeta Júpiter.

Dia 14/06: 165.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1967 era lançada a Mariner 5 (EUA): missão de voo rasante por Vénus (3,900 km a 19 de Outubro de 1967).

Observações: À medida que anoitece, observe Capela a Noroeste. Veja como pisca a uma altitude tão baixa! Os binóculos poderão ajudar a distinguir as cores vívidas.

 
 
 
Segundo um estudo muito recente, actualmente cerca de um-quinto da população mundial já não consegue observar a Via Láctea devido à poluição luminosa.
 
 
AIA 2009
 
 
  PODE TER SIDO DESCOBERTO PRIMEIRO PLANETA EXTRAGLÁCTICO  
 

De acordo com uma nova simulação, usando tecnologia actual, conseguimos descobrir planetas noutras galáxias. O estudo suporta uma tentativa na detecção de um planeta em Andrómeda, o nosso vizinho galáctico maior e mais próximo.

A ideia é usar microlentes gravitacionais, na qual uma fonte estelar distante é brevemente ampliada pela gravidade de um objecto passando em frente dela. Já se descobriram vários planetas na nossa galáxia com esta técnica, até distâncias de milhares de anos-luz.

Aumentar este método de milhares até milhões de anos-luz não vai ser fácil, diz Philippe Jetzer da Universidade de Zurique na Suíça, mas é possível.

Jetzer e cinco colegas simularam microlentes na Galáxia de Andrómeda, que se encontra a mais de 2 milhões de anos-luz de distância. Começaram a popular Andrómeda com planetas, assumindo que teriam os mesmos intervalos de tamanhos e órbitas que os planetas extrasolares conhecidos na nossa própria Galáxia. "Estas são suposições razoáveis, provavelmente certas até um factor de dois," disse Jetzer.

Depois calcularam como é que estes planetas se poderiam revelar. Quando um sistema estelar que faz de lente se move entre nós e o outro sistema, distorce a luz da estrela de fundo, que parece aumentar de bilho e rapidamente diminuir novamente ao longo de várias semanas ou meses. Se a estrela da lente tiver um planeta em órbita, então a gravidade adicional do planeta pode produzir um padrão irregular de aumento e diminuição de brilho, ou até mesmo proporcionar um breve "clarão" durante horas ou dias.

A nossa vizinha galáxia de Andrómeda, o objecto mais distante visível à vista desarmada. Pode aí já ter sido descoberto um planeta.
Crédito: Robert Gendler
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Ao observar Andrómeda, os telescópios não serão capazes de distinguir estrelas de fundo individuais, mas ao invés poderão observar um efeito similar no brilho de pixeis individuais - que poderão representar várias estrelas - quando uma grande estrela sofre efeito de microlentes.

Quão regularmente se verá um evento revelador de planetas depende de quão poderoso será o telescópio. Um instrumento de 4 metros que observe Andrómeda durante um total de 9 meses poderá descobrir um ou dois planetas - se as suposições por trás das simulações estiverem correctas.

Embora possa ser difícil no futuro obter tanto tempo de telescópio, já foram feitas observações em menor escala e estas irão continuar. No próximo ano, um grupo da Universidade Observatório de Munique começará a procurar eventos de microlentes em Andrómeda usando um novo telescópio de 2 metros no Monte Wendelstein na Alemanha.

Podem ter sorte e avistar o primeiro planeta noutra galáxia... a não ser que isso já tenha acontecido.

Jetzer fez parte de um grupo que avistou um evento de microlentes irregular em Andrómeda usando o Telescópio Isaac Newton na ilha espanhola de La Palma.

Quando anunciaram a sua descoberta em 2004, sugeriram que a lente poderia ser uma estrela binária, mas de acordo com novas simulações, o padrão de lente encaixa melhor numa estrela com uma companheira mais pequena com apenas 6 ou 7 vezes a massa de Júpiter.

"Poderá ser um planeta," diz Andrew Gould da Universidade Estatal do Ohio, que não fez parte da equipa. O debate provavelmente não terá fim, dado que os eventos de microlentes ocorrem aleatoriamente, não se repetem e, no futuro próximo, outras técnicas não serão capazes de detectar planetas para lá da Via Láctea.

Links:

Notícias relacionadas:
Artigo científico (formato PDF)
Universe Today
Technology Review

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
Catálogo de planetas extrasolares vizinhos (PDF)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net
Extrasolar Visions

Galáxia de Andrómeda (M31):
SEDS.org
Wikipedia

 
     
 
 
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  Estrelas e Poeira na Coroa Austral - Crédito: Adam Block, NOAO, AURA, NSF  
  Foto  
  (clique na imagem para ver versão maior)  
     
 

Uma nuvem de poeira cósmica estende-se através de um rico campo de estrelas nesta imagem telescópica de campo-largo na direcção da Coroa Austral. Provavelmente a menos de 500 anos-luz de distância e bloqueando eficazmente a luz de estrelas de fundo mais distantes da Via Láctea, a parte mais densa da nuvem mede aproximadamente 8 anos-luz de comprimento. Na sua ponta (mais para a esquerda) está uma série de bonitas nebulosas azuis catalogadas como NGC 6726, 6727, 6729 e IC 4812. A sua característica cor azul é produzida à medida que a luz de estrelas quentes é reflectida pela poeira cósmica. O pequeno mas intrigante arco amarelado perto das nebulosas azuis é a jovem estrela variável R Coronae Australis. O magnífico enxame globular NGC 6723 é visto aqui por baixo e para a esquerda da nebulosa. Enquanto que NGC 6723 parece estar mesmo entre as constelações de Coroa Austral e Sagitário, na realidade situa-se a quase 30,000 anos-luz de distância, muito para lá da nuvem de Coroa Austral.

 


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