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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 581
De 09/09 a 10/09/2009
 
 
 
 

Dia 09/09: 252.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1839, foi feita por John Herschel a primeira fotografia em chapa de vidro.
Curiosamente, a foto era a do telescópio de 12 metros de seu pai, William Herschel, que caíra em desuso durante algumas décadas e que foi depois desmontado.
Em 1892, o astrónomo Edward Emerson Barnard, do Observatório Lick descobre o satélite mais interior de Júpiter, Amalthea.

Observações: Aproveite a noite para observar telescopicamente a Grande Mancha Vermelha de Júpiter, a partir das 2 da manhã de dia 10.

Dia 10/09: 253.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1985, a sonda ICE (International Cometary Explorer) fez o primeiro voo rasante de um cometa, o cometa Giacobini-Zinner.

Observações: Aproveite a noite para observar o Enxame de Hércules (M13).

 
 
 
Uns pequenos invertebrados, denominados tardígrados, foram os primeiros animais a sobreviver no espaço.
 
 
 
AIA 2009
 
 
  ASTRONAUTAS PODEM ALCANÇAR MARTE NA DÉCADA DE 2020, AFIRMA PAINEL  
 

Segundo um painel nomeado pela Casa Branca, a Humanidade poderá orbitar Marte na década de 2020 - mas só se o orçamento da NASA for maior. De acordo com um sumário do relatório do painel, anunciado na Terça-feira, à sua quantia actual, a agência será incapaz de deixar a baixa órbita terrestre durante pelo menos duas décadas.

Durante o mandato do presidente George W. Bush, foi ordenado à NASA que pusesse astronautas na Lua até 2020. Mas em Maio, a administração do presidente Obama nomeou um painel de especialistas espaciais para rever os planos das viagens tripuladas da agência espacial. O painel é liderado pelo antigo administrador da Lockheed Martin, Norman Augustine.

Embora o seu relatório final esteja ainda em vias de acabamento, na Terça-feira o comité enviou um sumário das suas conclusões para a Casa Branca e para a NASA. Uma decisão final sobre a direcção futura da NASA depende da Casa Branca e do Congresso americano.

O sumário contém uma lista de cinco possíveis maneiras de avançar o programa de voo espacial tripulado da NASA, sem preferir uma a qualquer das outras.

Uma destas opções, denominada Percurso Flexível, levaria os astronautas a uma série de destinos cada vez mais distantes, começando com uma missão para orbitar a Lua. Uma missão a um asteróide seguir-se-ia mais tarde, e o plano culminaria então numa missão a Marte, que o painel afirma que poderia ser alcançada na segunda metade da década de 2020.

Para evitar problemas financeiros, esta opção adiaria o desenvolvimento de quaisquer veículos de aterragem e outro hardware necessário para realmente colocar astronautas na superfície do planeta.

Ao invés, orbitariam Marte, encontrando-se com uma das suas luas. O relatório não explica se a nave realmente aí aterraria ou se apenas orbitaria em torno dela.

O comité já tinha discutido previamente a ideia do Percurso Flexível numa das suas reuniões públicas, mas as conclusões do seu relatório são mais específicas no que respeita a quando esta missão a Marte deveria ocorrer.

Tal missão não levaria astronautas a visitar a superfície marciana directamente. Mas permitiria que a explorassem usando robots controlados remotamente, que potencialmente poderiam recolher amostras de rochas, amostras estas que poderiam ser trazidas para a Terra para um estudo mais detalhado.

Robots na superfície marciana, como os rovers Spirit e Opportunity, não podem ser controlados em tempo real da Terra. Isto porque existe um atraso de 20 minutos em cada lado devido ao tempo que os sinais de rádio demoram a viajar entre os dois planetas. Quando os problemas aparecem, há um grande intervalo de tempo antes que consigamos enviar novos comandos aos robots, atrasando o seu progresso.

"Humanos ou humanos ajudados por robots, podem levar a cabo a exploração científica de superfícies planetárias, particularmente as complexas, mais efectivamente que robots sozinhos," disse Steven Squyres, da Universidade de Cornell e líder da missão dos rovers, ao comité em Agosto, citando a possibilidade de controlar rovers a partir de órbita em torno do Planeta Vermelho.

Mas o comité avisa que sem mais dinheiro, a NASA ficaria-se apenas pela baixa órbita terrestre até pelo menos à decada de 2030. "O comité conclui que a inexistência de um plano compatível com o orçamento do Ano Fiscal de 2010 não permitirá a continuação da exploração humana de um modo significativo," afirma o sumário do relatório. Levar a cabo o programa do Percurso Flexível ou levar astronautas à Lua antes da década de 2030 necessitaria de mais 3 mil milhões de dólares por ano, para lá dos 18,7 mil milhões planeados para a agência, diz o relatório.

Opções do programa integrado.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Das cinco grandes opções anunciadas no relatório, duas não requerem um aumento do orçamento:

- Programa de registo: a NASA continuaria a construír os foguetões Ares I e V, e a cápsula tripulada Orion, desenhada para missões humanas à Lua. Mas não teria dinheiro para o equipamento de aterragem lunar, e para o suporte da estação espacial a partir de 2015.

- ISS + Lua: este prolongaria a vida da estação espacial até 2020 e usaria veículos comerciais para levar as tripulações até uma órbita terrestre baixa em vez do foguetão Ares I. A NASA construiria uma versão mais leve do Ares V e não teria dinheiro para o equipamento de aterragem lunar.

O relatório sublinha outras três opções que a agência poderia perseguir se conseguisse receber mais 3 mil milhões de dólares extra por ano:

- Lua primeiro/base: o suporte da ISS acabaria em 2015. A NASA continuaria os seus planos de enviar astronautas de novo à Lua, incluindo a construção do Ares V, Ares I e Orion. As missões lunares humanas aconteceriam na segunda metade da década de 2020.

- Variante Lua primeiro: o suporte da ISS seria prolongado até 2020. Os veículos comerciais fariam o acesso até órbita terrestre baixa. A NASA desenvolveria uma versão mais leve do Ares V ou um veículo derivado do vaivém espacial para suportar as missões lunares.

- Percurso flexível: os astronautas orbitariam a Lua e Marte, e visitariam um ou mais asteróides. Estas missões poderiam usar uma versão mais leve do Ares V, um veículo baseado no vaivém espacial, ou versões modificadas dos actuais foguetões comerciais Atlas V ou Delta IV. O suporte da estação espacial seria prolongado até 2020. Os veículos comerciais fariam o acesso até baixa órbita terrestre.

O comité também recomendou:

- A existência de concorrência entre companhias de lançamento espacial, para providenciar serviços de lançamento para tripulações da NASA até baixa órbita terrestre;

- O uso de recursos da NASA para prolongar a vida da Estação Espacial Internacional até pelo menos 2020, em ordem a maximizar o retorno de milhares de milhões de dólares investidos na sua construção;

- A exploração do espaço para lá da órbita terrestre, cooperativamente com outros países, espalhando o esforço financeiro entre outros participantes;

- O estudo da possibilidade de prolongar a operação do vaivém espacial até 2015 - actualmente previsto para se reformar em 2010.

Links:

Notícias relacionadas:
Sumário do relatório (em formato PDF)
Powerpoint do futuro do voo espacial tripulado (NASA)
Universe Today
SPACE.com
PHYSORG.com
SpaceRef
Nature
Wired News
BBC News
Associated Press
Reuters
New York Times
The Wall Street Journal

Programa Constellation:
NASA
Wikipedia
Ares I (NASA)
Ares I (Wikipedia)
Ares V (Wikipedia)
Ares V (Wikipedia)

 
     
 
 
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Novas imagens do Super-Hubble esperadas hoje (via SPACE.com)
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  Júpiter por cima do Mediterrâneo - Crédito: Tunç Tezel (TWAN)  
  Foto  
  (clique na imagem para ver versão maior)  
     
 

Na imagem acima, uma pitoresca paisagem celeste acompanha a serena costa da Túrquia. No panorama composto digitalmente, o Farol de Gelidonya brilha no plano da frente, à beira de um calmo Mar Mediterrâneo. À esquerda, Júpiter é o ponto mais brilhante da imagem e do mesmo lado do Sol do que a Terra, estava quase no seu brilho máximo anual. Brilhando com quase magnitude -3, Júpiter é mais brilhante que qualquer outra estrela do céu, até mais brilhante que Marte durante a sua famosa oposição de Agosto de 2003. À direita, a banda da Via Láctea desaparece na distante neblina atmosférica por cima de Júpiter, que se está a aproximar do seu ponto mais próximo do Sol (o periélio da sua órbita elíptica) e aparecerá ainda mais brilhante durante a sua próxima oposição em Setembro de 2010.

 


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