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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 610
De 23/12 a 24/12/2009
 
O NÚCLEO DE ASTRONOMIA DO CCVALG DESEJA A TODOS UM FELIZ NATAL!!
 
 
 

Dia 23/12: 357.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1672, Giovanni Cassini descobre a lua de Saturno Rea.
Observações: Conhece a constelação de Cocheiro? Encontra-se bem alta após o anoitecer esta altura do ano. Encontra-se para a esquerda das Híades (em Touro) e a sua estrela mais brilhante é Capella.

Dia 24/12: 358.º dia do calendário gregoriano.
História: A tripulação da Apollo 8 entra em órbita da Lua, os primeiros humanos a fazê-lo.

Orbitam o nosso satélite natural 10 vezes e enviam de volta imagens televisivas, programa este que se tornou num dos mais vistos na História.
Em 1979, lançamento do primeiro Ariane.
Observações: Lua em Quarto Crescente, pelas 17:36.

 
 
 
A Nuvem de Oort é considerada o limite externo do Sistema Solar, encontrando-se a cerca de 100,000 UA (1,5 anos-luz) do Sol. Pensa-se que os cometas de período longo provêm da nuvem de Oort. Jan Oort considerou que seria uma nuvem pois os cometas de longo período não possuem qualquer direcção privilegiada para a sua órbita.
 
 
AIA 2009
 
 
  NATAL E NEVE: OS LUGARES MAIS FRIOS DO SISTEMA SOLAR  
 

A cada vez mais pequena calote polar em torno do pólo norte da Terra pode muito bem ser o território do Pai Natal, mas existem muitos outros territórios frios no Sistema Solar onde ele pode viver. Aqui ficam alguns dos locais mais frios do Sistema Solar.

Marte

Se o Pai Natal está à procura de outra zona com neve para a oficina onde constrói os presentes, as regiões polares norte de Marte oferecem uma opção do outro mundo. O ano passado, a sonda Phoenix da NASA observou neve a caír na região Vastitas Borealis, onde aterrou a 25 Maio de 2008, para escavar a superfície em busca de água gelada. As trincheiras escavadas pela sonda revelaram gelo subsuperficial, providenciando mais informações acerca da história da água no Planeta Vermelho. Além da queda de neve, a Phoenix observou a formação de geada na superfície marciana, à medida que o Inverno começava no hemisfério norte - pensa-se que a Phoenix ficou coberta de gelo e de geada, desde que a NASA perdeu contacto com ela em Novembro de 2008.

Gelo espreita pela superfície de Marte após a sonda Phoenix ter usado o seu braço robótico para escavar uma trincheira no chão. A confirmação de gelo subsuperficial nas regiões norte do Planeta Vermelho ajuda os cientistas a melhor compreender o seu ciclo de água. Esta imagem foi capturada no dia 13 de Junho de 2008.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona/Universidade A&M do Texas
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Titã

Pensa-se que lagos de metano e etano líquido polvilhem a paisagem desta lua saturniana, num ambiente mais frio que o da Antárctica. Mas apesar do seu estado mais frio, o vento, as chuvas e os processos tectónicos em Titã, segundo os cientistas, tornam-no numa das analogias mais parecidas com a Terra, no Sistema Solar. Embora a temperatura média à superfície do satélite, -180º C, mantenha a água gelada, o metano e etano existem no estado líquido e podem oferecer um porto de abrigo para a vida.

Encelado

Em vez de precipitação à superfície, a gelada lua de Saturno tem geysers de vapor de água que entram em erupção à sua superfície - um processo denominado criovulcanismo. Decorre actualmente um aceso debate acerca da composição exacta do planeta e das plumas expelidas da sua superfície. Há quem afirme que a lua contém uma camada superficial gelada por cima de uma região de água líquida, enquanto outros dizem que é um corpo gelado, composto por gelo e rocha.

Nesta impressão de artista, a sonda Cassini faz um voo rasante pela lua de Saturno, Encelado, com o objectivo de estudar as plumas dos geysers que são libertados a partir de gigantes fissuras na região polar sul do satélite.
Crédito: NASA, Karl Kofoed
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Europa

A lua de Júpiter, Europa, é também um mundo gelado, que se pensa ter uma camada superficial de água gelada (a uma temperatura de -184º C), com um possível oceano de água líquida por baixo. A sua superfície gelada é adequada para a patinagem no gelo, pois é um dos locais mais lisos do Sistema Solar, marcado por algumas falhas e riscas, mas com relativamente poucas crateras. Mas apesar da sua crosta gelada e das suas frias temperaturas superficiais, alguns cientistas pensam que o calor do dínamo interior da lua e dos efeitos de marés de Júpiter possam manter o oceano quente o suficiente para suportar vida.

Cometas

Se o trenó não for suficiente, o Pai Natal pode sempre vir à boleia num cometa. Estes corpos do Sistema Solar podem não parecer frios à medida que viajam periodicamente pelo céu, mas são na realidade colecções de poeira, água gelada e bocados de rocha. Estas "bolas de neve sujas", como são por vezes denominadas, são oriundas dos limites mais longínquos do Sistema Solar - a Cintura de Kuiper e a Nuvem de Oort. Desenvolvem as suas tantalizantes caudas quando a sua órbita os aproxima do Sol e os materiais voláteis se vaporizam graças à radiação solar - mas no Sistema Solar exterior, os cometas permanecem aglomerados de material gelado, restícios da formação do Sistema Solar.

Urano

O sétimo planeta a contar do Sol e um dos quatro gigantes gasosos do Sistema Solar, Urano é por vezes colocado numa categoria denominada de "gigantes gelados," bem como o seu vizinho Neptuno. A atmosfera de Urano - composta por hidrogénio, hélio, água, gelo de amónia e metano - é a mais fria de todas as atmosferas do Sistema Solar, com uma temperatura mínima de -224º C.

Plutão

No início deste ano, os cientistas determinaram que a atmosfera de Plutão é mais quente do que se pensava, "quente" sendo um termo relativo. O "ar" por cima da superfície do planeta anão mede ainda -180º C, enquanto a sua superfície -220º C. Desde a sua demoção como planeta principal em 2006, que Plutão está agrupado numa classe de corpos conhecidos como Objectos da Cintura de Kuiper (KBO), que se encontram até uma distância 100 vezes maior que a distância entre a Terra e o Sol.

Impressão de artista da superfície de Plutão, de acordo com novos estudos atmosféricos. A imagem mostra zonas de metano puro à superfície.
Crédito: ESO/L. Calçada
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O próprio espaço

Embora todos estes mundos acima sejam muito mais frios que qualquer local na Terra, um dos locais mais frios do espaço é ele próprio. A radiação cósmica de fundo que permeia o Universo (restício teórico do Big Bang) tem uma temperatura de -270º C. É melhor o Pai Natal instalar um aquecedor no seu trenó.

O Telescópio Planck

O lugar mais frio do Sistema Solar não é um cometa, nem o próprio espaço, mas algo feito pelo Homem: é o telescópio Planck da ESA. Já perto da sua posição orbital final - onde irá observar a radiação cósmica de fundo - o telescópio está a ser arrefecido até uma temperatura operacional de -273,05º C. Esta temperatura é apenas 0,1º C acima do zero absoluto, a temperatura teoricamente mais fria, possível no nosso Universo.

Crateras polares na Lua

Paradoxalmente, o lugar (natural) mais frio do Sistema Solar não é um objecto distante na Cintura de Kuiper. Ao invés, fica muito mais perto do Sol. Em Setembro, a Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA registou a temperatura das crateras permanentemente à sombra no pólo sul da Lua (onde a sua companheira LCROSS descobriu depósitos de água gelada após colidir numa destas crateras em Outubro). Os instrumentos da LRO descobriram que as crateras tinham uma temperatura de -238º - mais frias, até, que a superfície de Plutão. Pai Natal, é melhor levar consigo uns cobertores!

Esta imagem mostra as temperturas lunares diurnas (esquerda) e nocturnas (direita), em Kelvin, registadas pela Lunar Reconnaissance Orbiter.
Crédito: NASA/UCLA
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  Tutulema: Analema de um Eclipse Solar - Crédito: Cenk E. Tezel e Tunç Tezel (TWAN)  
  Foto  
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Se saísse à rua exactamente à mesma hora todos os dias e tirasse uma imagem que incluísse o Sol, como pareceria ele mover-se? Com grande planeamento e esforço, uma tal série de imagens pode ser obtida. O percurso anual do Sol, com a figura-8, é denominado analema. Esta Segunda-feira, dia do Solstício de Inverno no hemisfério norte da Terra, o Sol estará na parte de baixo do analema. Analemas criados a diferentes latitudes vão parecer ligeiramente diferentes, bem como analemas criados a uma diferente hora do dia. Com ainda mais planeamento e esforço, a série pode incluír um eclipse total do Sol numa das imagens. Na fotografia está o analema de um eclipse solar, ou tutulema - um termo inventado pelos fotógrafos com base na palavra turca para eclipse. A sequência de imagens foi registada na Túrquia no início de 2005. A imagem-base para a sequência é a da fase total de um eclipse solar, observado em Side, Túrquia, a 29 de Março de 2006. Vénus foi também visível durante a totalidade, encontrando-se para baixo e para a direita.

 


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