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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 620
De 12/02 a 15/02/2010
 
 
 

Dia 12/02: 43.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1961, era lançada a sonda soviética Venera 1, a Vénus.
Em 2001, a sonda NEAR Shoemaker tornava-se a primeira nave humana a pousar num asteróide, de nome 433 Eros.

Observações: O asteróide 4 Vesta, em Leão, é um alvo fácil com binóculos este mês. Actualmente com magnitude 5,87, deverá alcançar magnitude 5,84 a partir de dia 18 e até 1 de Março.

Dia 13/02: 44.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1633, Galileu Galilei chegava a Roma para ser julgado pela Inquisição.

Em 2004, o Centro para Astrofísica Harvard-Smithsonian descobre o maior diamante conhecido do Universo, a anã branca BPM 37093.
Observações: Aproveite a noite para observar as Plêiades (M45) com binóculos. Quantas estrelas conta no enxame?

Dia 14/02: 45.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1898, nascia Fritz Zwick, o primeiro a identificar as supernovas como uma classe separada de objectos e a sugerir a possibilidade das estrelas de neutrões; Zwicky também catalogou galáxias em enxames e desenhou motores a jacto.
Em 1989, o primeiro de 24 satélites GPS é colocado em órbita.
Em 1990, as câmaras da Voyager 1 apontaram para o Sol e tiraram uma série de imagens da estrela e dos planetas, fazendo o primeiro "retrato" do nosso Sistema Solar visto de fora.

Em 2000, a sonda NEAR torna-se na primeira a orbitar um asteróide, 433 Eros.
Observações: Lua Nova, pelas 02:54.

Dia 15/02: 46.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1564 nascia Galileu Galilei, um dos astrónomos mais famosos de sempre. Foi o primeiro a utilizar o telescópio para observar os céus, observando as manchas solares e também os satélites de Júpiter.
Em 1828 nascia Júlio Verne.

Durante a sua vida escreveu 54 obras relacionadas com a ficção científica.
Em 1999, lançamento do IKONOS 2 Athena 2.
Observações: Um sinal que a Primavera se aproxima - a constelação de Leão sobe para cima do horizonte a Este ao anoitecer.

 
 
 
As nebulosas planetárias são bolhas de gás em expansão emitidas por uma estrela de massa solar no final da sua vida e nada têm a ver com sistemas planetários de estrelas.
 
 
 
  WISE ESPIA UM COMETA COM O SEU PODEROSO OLHO INFRAVERMELHO  
 

O telescópio WISE da NASA (Wide-field Infrared Survey Explorer) descobriu o seu primeiro cometa, um dos muitos que se espera que a missão encontre por entre os milhões de outros objectos durante o seu estudo de todo o céu no infravermelho.

Oficialmente com o nome "P/2010 B2 (WISE)," mas simplesmente conhecido como WISE, o cometa é um corpo de gelo com mais de 2 km em diâmetro. Provavelmente foi formado por volta da mesma altura que o nosso Sistema Solar, há cerca de 4,5 mil milhões de anos atrás. O cometa WISE nasceu nos recantos mais longínquos e frios do Sistema Solar, mas após uma longa história de ser empurrado pelas forças gravitacionais de Júpiter, assentou numa órbita bem mais próxima do Sol. De momento, o cometa está a afastar-se do Sol e está a cerca de 175 milhões de quilómetros da Terra.

A nódoa avermelhada no centro desta imagem é o primeiro cometa descoberto pelo telescópio WISE da NASA.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Os cometas são antigos reservatórios de água. São dos poucos lugares além da Terra no Sistema Solar interior onde se sabe que existe água," afirma Amy Mainzer do JPL da NASA em Pasadena, Califórnia. Mainzer é a investigadora principal do NEOWISE, um projecto para descobrir e catalogar novos asteróides e cometas avistados pelo WISE (o acrónimo combina WISE com NEO, NEO sendo "near-Earth object").

"Com o WISE, temos uma ferramenta poderosa para descobrir novos cometas e aprender mais sobre esta população como um todo. A água é necessária para a vida como a conhecemos, e os cometas podem dizer-nos quanta água existe no nosso Sistema Solar."

Espera-se que o telescópio WISE, lançado para uma órbita polar em torno da Terra a 14 de Dezembro de 2009, descubra entre alguns e até dúzias de novos cometas, além de centenas de milhares de asteróides. Os cometas são mais difíceis de descobrir do que os asteróides porque são muito mais raros no Sistema Solar interior. Ao passo que os asteróides viajam na "cintura principal" entre as órbitas de Marte e Júpiter, a maioria dos cometas orbitam muito mais longe, nos recantos mais gelados do nosso Sistema Solar.

Tanto os asteróides como os cometas podem "caír" para órbitas que os aproximam do percurso da Terra em torno do Sol. A maioria destes objectos são asteróides mas alguns são cometas. Espera-se que o WISE descubra novos cometas vizinhos, e isto dar-nos-á uma melhor ideia de quão perigosos podem ser para a Terra.

"É muito improvável que um cometa atinja a Terra," realça James Bauer, cientista do JPL que trabalho no projecto WISE, "Mas, na rara hipótese que aconteça, pode ser muito perigoso. As novas descobertas do WISE vão dar-nos estatísticas mais precisas acerca da probabilidade de tal evento, e quão poderoso seria um destes impactos."

O telescópio espacial avistou o cometa durante o seu estudo rotineiro do céu no dia 22 de Janeiro. O seu software topo-de-gama "arrancou" o cometa da torrente de imagens enviadas do espaço ao observar objectos que se movem relativamente às estrelas de fundo. A descoberta do cometa foi seguida por uma combinação de astrónomos profissionais e amadores usando telescópios nos EUA.

Todos os dados são catalogados no Centro de Planetas Menores, em Cambridge, Massachusetts, o "escritório" global para todas as observações e órbitas de planetas menores e cometas.

O cometa WISE demora 4,7 anos a orbitar o Sol, estando o seu afélio a cerca de 4 UA de distância, e o seu periélio a 1,6 UA (perto da órbita de Marte). Uma UA (unidade astronómica) é a distância entre a Terra e o Sol. O calor do Sol faz com que os gases e poeiras sejam libertados do cometa, resultando numa cabeleira poeirenta e numa cauda.

Embora este corpo em particular esteja a libertar material activamente, o WISE também será capaz de descobrir cometas inactivos ou mortos. Nos cometas que já orbitaram muitas vezes o Sol, os seus componentes gelados sofrem erosão, deixando para trás apenas um núcleo escuro e rochoso. Não se sabe muito acerca destes objectos porque são difíceis de observar no visível. O olho infravermelho do WISE deverá ser capaz de observar o ténue brilho de alguns destes cometas escuros, respondendo a questões como onde e como se formam.

"Os cometas mortos podem ser mais escuros que o carvão," afirma Mainzer. "Mas no infravermelho, saltam à vista. Uma questão que esperamos ver respondida com o WISE é quantos cometas mortos constituem a população de NEOs."

A missão passará os próximos oito meses a mapear o céu uma vez e meia. A primeira parte dos seus dados estará disponível para o público na Primavera de 2011, e o catálogo final um ano depois. Imagens e descobertas importantes serão anunciadas durante a missão.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
JPL (comunicado de imprensa)
UCLA (comunicado de imprensa)
Killer Asteroid Project
Universe Today
SPACE.com

Cometas:
Wikipedia
Cometography.com

WISE:
NASA
Universidade de Berkeley
Wikipedia

 
     
 
 
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  Lançamento Nocturno do Vaivém Endeavour - Crédito: NASA  
  Foto  
  (clique na imagem para ver versão maior)  
     
 

Por vezes, o vaivém espacial descola à noite. Na imagem, o vaivém Endeavour levanta voo nas primeiras horas de dia 8, a partir da plataforma de lançamento 39A no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, EUA, com destino à ISS. Os lançamentos nocturnos são úteis, pois torna mais fácil alcançar a estação espacial durante certas alturas do ano, e frequentemente causa impacto a quem o observa. O vaivém encontra-se no meio da enorme pluma libertada pelos poderosos foguetões, que elevam o autocarro espacial com dois milhões de quilos até órbita. A missão do Endeavour, apelidada STS-130, inclui a entrega do módulo Tranquility. Este módulo trará mais espaço aos astronautas da estação e inclui um grande conjunto circular de janelas desenhadas para oferecer espectaculares vistas da Terra, do céu, e da própria estação espacial.

 


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