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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 642
De 30/04 a 03/05/2010
 
 
 

Dia 30/04: 120.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1006, a mais brilhante supernova é observada pelos Chineses e Egípcios na constelação do Lobo ( Lupus).

Em 1913, Neujmin e Belyavskij descobrem os asteroides Sulamitis (752) e Tiflis (753).
Em 1935, C. Jackson descobre o asteroide Magoeba (1355) e Numidia (1368). 
Observações: Por volta das 23 e a madrugada de dia 1, a Lua nasce a Este e encontra-se para a esquerda de Antares, em Escorpião.

Dia 01/05: 121.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1930, o planeta anão Plutão recebe o seu nome oficial.
Em 1949, Gerard Kuiper descobria Nereida.

É o segundo satélite de Neptuno, o mais exterior e terceiro maior dos satélites conhecidos deste planeta.
Observações: Ao lusco-fusco, use binóculos para avistar a estrela de 4.ª magnitude, Kappa 1 Tauri, a cerca de 0,2º do planeta Vénus.

Dia 02/05: 122.º dia do calendário gregoriano.
Observações: Os observadores amadores normalmente assumem que até as mais brilhantes galáxias do Enxame de Virgem estão para lá do alcance de uns binóculos. Mas será verdade? Se tem um céu bem escuro e binóculos com pelo menos 50mm, escolha uma noite sem Lua (como esta) e tente observá-las.

Dia 03/05: 123.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1715, durante um eclipse na Inglaterra, Edmond Halley é o primeiro a registar o fenómeno mais tarde conhecido por Contas de Baily (há quem diga que Francis Baily foi o primeiro a notar estes efeitos mais tarde em 1836, daí o seu nome).

Também observa vermelhas e brilhantes proeminências e a assimetria este-oeste na coroa, a que atribui a uma atmosfera na Lua ou no Sol.
Observações: Aproveite esta noite para observar os três planetas visíveis actualmente, Vénus ao anoitecer, baixo a Oeste, Marte alto e em Caranguejo, e finalmente Saturno em Virgem.

 
 
 
Um planeta anão é um corpo que orbita em torno do Sol com gravidade suficiente para ter uma geometria quase esférica, mas que é incapaz de limpar a sua órbita de outros objectos e não é um satélite(ex: Ceres, Plutão e Eris).
 
 
 
  ÁGUA GELADA DESCOBERTA PELA PRIMEIRA VEZ EM ASTERÓIDE  
 

Os asteróides podem muito bem não ser os bocados de rocha inerte que os cientistas há muito pensam que são.

Josh Emery, do departamento de ciências terrestres e planetárias da Universidade do Tennessee, Knoxville, EUA, descobriu evidências de água gelada e material orgânico no asteróide 24 Themis. Estas evidências suportam a ideia de que os asteróides podem ser os responsáveis por trazer água e material orgânico para a Terra.

Os achados estão detalhados na edição de 29 de Abril da revista Nature.

Usando o Telescópio Infravermelho da NASA em Mauna Kea, Hawaii, Emery e Andrew Rivkin da Universidade Johns Hopkins em Laurel, Maryland, EUA, examinaram a superfície de 24 Themis, um asteróide com 200 quilómetros em diâmetro que está situado entre Marte e Júpiter. Ao medir o espectro infravermelho reflectido pelo objecto, os investigadores descobriram que o espectro é consistente com água gelada e determinaram que 24 Themis está permeado com uma fina camada de gelo. Também detectaram material orgânico.

Ilustração do asteróide 24 Themis com dois pequenos fragmentos em órbita.
Crédito: Gabriel Pérez, Servicio Multimedia, Instituto de Astrofisica de Canarias, Tenerife, Espanha
 

"Os materiais orgânicos detectados parecem ser moléculas complexas. 'Chovendo' numa Terra primitiva como meteoritos, estas podem ter dado o pontapé inicial para o começo da vida," afirma Emery.

Emery notou que a descoberta de gelo na superfície de 24 Themis foi surpreendente porque esta é demasiado quente para o gelo aí ficar durante muito tempo.

"Isto significa que o gelo é muito abundante no interior de 24 Themis e talvez em muitos outros asteróides. Este gelo pode ser a resposta ao puzzle da origem da água na Terra," afirma.

Mesmo assim, a origem da água no asteróide é incerta.

A distância de 24 Themis ao Sol faz com que o gelo vaporize. No entanto, as descobertas dos cientistas sugerem que a vida dos gelos no asteróide varia entre os milhares e os milhões de anos, dependendo da latitude. Por isso, o gelo deverá estar a ser regularmente reabastecido. Os cientistas teorizam que isto é alcançado por um processo de libertação gasosa no qual o gelo enterrado por baixo da superfície lentamente escapa como vapor, migra através de rachas à superfície ou escapa rapidamente e esporadicamente quando 24 Themis é atingido por detritos espaciais. Dado que Themis faz parte de uma "família" de asteróides formada a partir de um grande impacto e subsequente fragmentação de um corpo maior há muito tempo atrás, este cenário salienta que o corpo-mãe também continha gelo e tem profundas implicações para a formação do Sistema Solar.

A descoberta de gelo abundante em 24 Themis demonstra que a água é muito mais comum na cintura principal de asteróides do que se pensava.

Órbita do asteróide 24 Themis.
Crédito: U. Tennessee, J. Emery
 

"Os asteróides são geralmente vistos como sendo muito secos. Parece agora que quando os asteróides e planetas se formavam no início do Sistema Solar, o gelo prolongou-se para a região da cintura de asteróides," afirma Emery. "Aplicando esta visão para sistemas planetários em torno de outras estrelas, os constituintes da vida - água e material orgânico - podem ser mais comuns perto da zona habitável de cada estrela. Os próximos anos vão ser muito excitantes à medida que os astrónomos investigam para descobrir se estes blocos da vida também aí 'fizeram das suas'."

A descoberta dos cientistas também confunde ainda mais cometas com asteróides. Há muito que os asteróides são considerados rochosos e os cometas gelados. Além do mais, uma teoria afirma que foram os cometas que trouxeram a água para a Terra. Esta teoria foi descartada quando se descobriu que a água dos cometas tem assinaturas isotópicas diferentes que a água na Terra.

Agora, graças às descobertas de Emery e Rivkin, muitos questionam-se se os asteróides poderão ser os responsáveis por polvilhar a Terra com os ingredientes da vida.

Links:

Notícias relacionadas:
Universidade do Tennessee (comunicado de imprensa)
JPL (comunicado de imprensa)
Nature (requer subscrição)
SPACE.com
Nature
Scientific American
National Geographic
PHYSORG.com
The Register
AFP
UPI
Wired
BBC News
CNN

24 Themis:
Wikipedia
JPL (dados)

Asteróides:
SEDS
NASA
Wikipedia

 
     
 
 
     
  Galáxia NGC 4731 - Crédito: Stephen Leshin  
  Foto  
  (clique na imagem para ver versão maior)  
     
 

A galáxia espiral barrada NGC 4731 situa-se a uns 65 milhões de anos-luz de distância. A esplêndida galáxia-ilha reside no grande enxame galáctico de Virgem. As cores deste retrato cósmico realçam os inúmeros e jovens enxames estelares ao longo dos braços espirais da galáxia. Estes braços largos são distorcidos pela interacção gravitacional com um outro membro do enxame de Virgem, a gigante galáxia elíptica NGC 4697. NGC 4697 está para lá da imagem, mas aqui pode também ser vista a galáxia irregular NGC 4731A, perto da parte de baixo e ela própria com os seus enxames estelares azuis. Claro, as estrelas individuais e brilhantes da imagem estão muito mais perto, pertencendo à nossa própria Via Láctea. NGC 4731 mede mais de 100.000 anos-luz em diâmetro.

 


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