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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 645
De 11/05 a 13/05/2010
 
 
 

Dia 11/05: 131.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1918 nascia Richard Feynman, que em conjunto com Julian Schwinger e Sin-Itiro Tomonaga, ganhou o prémio Nobel da Física pelo seu trabalho sobre electrodinâmica quântica. Também trabalhou na investigação do acidente do vaivém Challenger.
Em 1916 morria Karl Schwarzschild.

Usando a teoria da gravitação de Einstein, que descreve a forma como o espaço-tempo é curvado pela matéria, explica que quando uma estrela se contrai, existe um ponto em que a sua gravidade é tão forte que nem a luz pode escapar, o agora famoso buraco negro. Este ponto é conhecido como o raio de Schwarzchild e é igual à massa do objecto multiplicada pelo dobro da constante da gravidade e dividida pela velocidade da luz ao quadrado.
Observações: Saturno brilha alto a Sul por estas noites, à espera do seu telescópio - com os seus anéis quase de lado, o máximo que estarão durante os próximos 15 anos.

Dia 12/05: 132.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1965, a sonda soviética Luna 5 colide com a Lua.

Observações: Arcturo, de maior magnitude que Saturno, brilha alta a Sudeste. Por baixo de Saturno e Arcturo encontrará Espiga. Procure para baixo e para a direita de Espiga em busca das quatro estrelas que formam a constelação de Corvo.

Dia 13/05: 133.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1733, num registo de um eclipse solar transmitido para a Sociedade Real, o astrónomo sueco Bigerus Vassenius torna-se na primeira pessoa a notar o brilho da Terra na Lua durante a totalidade.

Ele escreve que o seu telescópio, com um diâmetro focal de 6.4 metros, consegue observar algumas das principais características da Lua durante a obscuridade total.
Em 1999, lançamento do SETI@Home. Depois de alguns anos de preparação, o maior projecto informático distribuído do mundo começa a pesquisar os céus em busca de sinais enviados por uma civilização extraterrestre inteligente.
Observações: Vega, o homólogo de Verão de Arcturo (no que respeita ao brilho), já se encontra a subir por cima do horizonte a Nordeste após o anoitecer. Está mais perto, a 25 anos-luz. À medida que se torna mesmo noite, procure para baixo e para a esquerda de Vega, a estrela Deneb.

 
 
 
A última missão do Atlantis, antes que a NASA reforme os vaivéns espaciais, tem lançamento previsto para dia 14 de Maio.
 
 
 
  DESCOBERTO O ENXAME GALÁCTICO MAIS DISTANTE ATÉ AGORA  
 

Uma equipa internacional de astrónomos alemães e japoneses descobriu o enxame galáctico mais distante até agora conhecido - a 9,6 mil milhões de anos-luz. As observações em raios-X e no infravermelho mostraram que o enxame tem predominantemente galáxias velhas e massivas, demonstrando que as galáxias formaram-se quando o Universo era ainda muito jovem. Estas e outras observações similares providenciam novas informações não só sobre a evolução galáctica, mas também sobre a história do Universo como um todo.

Os enxames de galáxias são os maiores aglomerados no Universo. A nossa Galáxia, a Via Láctea, faz parte do enxame de Virgem, que compreende entre 1000 e 2000 galáxias. Ao observar as galáxias e enxames muito distantes da Terra, os astrónomos podem observar o passado, pois a sua luz emitida levou milhares ou milhares de milhões de anos a alcançar os telescópios dos astrónomos.

Uma equipa internacional de astrónomos do Instituto Max Planck para a Física Extraterrestre, da Universidade de Tóquio e da Universidade de Quioto, descobriu o enxame galáctico mais distante já observado. As observações em raios-X feitas pelo Subaru XMM-Newton Deep Field ajudaram a identificar os candidatos, e as observações no infravermelho usando o telescópio Subaru forneceram a informação da distância. Uma particularidade desta descoberta consiste no uso de comprimentos de onda infravermelhos, invisíveis ao olho nu. Isto é ditado pela expansão do Universo, que força as galáxias distantes a terem grandes velocidades, mudando a sua luz visível para comprimentos de onda infravermelhos. O instrumento MOIRCS (Multi-Object Infrared Camera and Spectrometer) acoplado ao telescópio Subaru trabalha em comprimentos de onda quase-infravermelhos, onde as galáxias são mais luminosas.

"O instrumento MOIRCS tem uma capacidade extremamente poderosa de medir distâncias às galáxias. Isto foi o que tornou possível a nossa difícil observação," afirma Masayuki Tanaka da Universidade de Tóquio. "Embora tenhamos confirmado só algumas galáxias massivas àquela distância, existem evidências convincentes de que o enxame é um enxame real e gravitacionalmente ligado."

O enxame SXDF-XCLJ0218-0510.
Crédito: Instituto Max Planck para a Física Extraterrestre
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O facto das galáxias individuais estarem ligadas pela gravidade foi confirmado por observações num comprimento de onda totalmente diferente: a matéria entre as galáxias do enxame é aquecida até temperaturas extremas e emite luz em comprimentos de onda muito mais pequenos que o visível à vista desarmada. A equipa usou por isso o observatório espacial XMM-Newton para observar esta radiação em raios-X.

"Apesar das dificuldades em recolher fotões em raios-X com um telescópio de tamanho similar a um telescópio de quintal, detectámos uma clara assinatura de gás quente no enxame," explica Alexis Finoguenov do Instituto Max Planck para Física Extraterrestre.

A combinação destas observações em diferentes comprimentos de onda levou à descoberta pioneira do enxame galáctico à distância de 9,6 mil milhões de anos-luz - 400 milhões de anos mais para o passado que o enxame que anteriormente detinha este recorde.

A análise dos dados recolhidos acerca das galáxias individuais mostra que o enxame contém já uma abundância de galáxias massivas e evoluídas, formadas qualquer coisa como 2 mil milhões de anos antes. Dado que os processos dinâmicos de envelhecimento galáctico são lentos, a presença destas galáxias requer que o enxame se agregue através da fusão de grupos massivos de galáxias, cada alimentando a sua galáxia dominante. O enxame é por isso um laboratório ideal para o estudo da evolução galáctica, numa altura em que o Universo tinha cerca de um-terço da sua idade actual.

Dado que estes distantes enxames galácticos são importantes exemplos da estrutura a larga-escala e das flutuações de densidade primordial no Universo, observações semelhantes no futuro irão proporcionar importantes informações para os cosmólogos. Os resultados obtidos até agora demonstram que as capacidades infravermelhas actuais conseguem fornecer uma análise detalhada das populações galácticas distantes e que a combinação com dados em raios-X se torna numa nova e poderosa ferramenta. A equipa está, então, à procura de enxames ainda mais distantes.

Links:

Notícias relacionadas:
Instituto Max Planck (comunicado de imprensa)
Universe Today
Science Daily
Astronomy
Discover
PHYSORG.com

Universo:
Universo (Wikipedia)
Idade do Universo (Wikipedia)
Estrutura a grande-escala do Universo (Wikipedia)
Big Bang (Wikipedia)
Cronologia do Big Bang (Wikipedia)

Telescópio Subaru:
Página oficial
Wikipedia

Observatório XMM-Newton:
ESA
Wikipedia

 
     
 
 
TAMBÉM EM DESTAQUE
 

Herschel revela o lado desconhecido do nascimento de uma estrela (via ESA)
Os primeiros resultados científicos do observatório espacial de infravermelhos da ESA, Herschel, revelam detalhes escondidos da formação das estrelas. As novas imagens mostram milhares de galáxias distantes a formar estrelas furiosamente e belíssimas nuvens de formação de estrelas, espalhadas ao longo da Via Láctea. Uma imagem chega mesmo a captar o 'impossível', uma estrela no processo da sua formação. [Ler fonte]

 
     
 
     
  Cratera Herschel em Mimas - Crédito: Equipa de Imagem da CassiniISSJPLESANASA  
  Foto  
  (clique na imagem para ver versão maior)  
     
 

Porque é que esta cratera gigante em Mimas tem umas cores tão estranhas? Mimas, uma das luas mais pequenas das redondas em torno de Saturno, contém a cratera Herschel, uma das maiores crateras de impacto do Sistema Solar. A sonda Cassini, actualmente em órbita de Saturno, capturou esta imagem da cratera Herschel num detalhe sem precedentes, enquanto fazia uma passagem rasante a 10.000 quilómetros do mundo gelado há pouco mais de um mês atrás. Vista aqui em cores falsas, a imagem inclui informações a cores de imagens mais antigas de Mimas, que em conjunto mostram mais claramente que a paisagem da Herschel tem tons ligeiramente diferentes que o terreno vizinho em redor, altamente craterado. A diferença da cor poderá proporcionar pistas da composição da superfície e da história violenta de Mimas. Um impacto em Mimas, maior que o que criou a cratera Herschel com 130 km, provavelmente teria destruído completamente a lua.

 


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