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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 683
De 21/09 a 23/09/2010
 
 
 

Inserida na Semana da Astronomia da Escola E.B. 2, 3 José Neves Júnior, o Núcleo de Astronomia do CCVAlg vai realizar uma observação astronómica na açoteia do CCVAlg no dia 1 de Outubro, entre as 21:30 e as 23:30.
Entrada livre. Observação dependente das condições atmosféricas.

 
 
 

Dia 21/09: 264.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1974, a Mariner 10faz o seu segundo voo rasante por Mercúrio

Em 2003 termina a missão da Galileu, quando a sonda colide com a atmosfera de Júpiter.
Observações: A pequena e ténue constelação do Escudo, alta a Sul após o anoitecer, situa-se numa das partes mais ricas da Via Láctea. Contém não só o famoso enxame aberto M11, como também o bonito enxame globular NGC 6712, a grande mas ténue nebulosa planetária IC 1295 - e a pequena nebulosa planetária Kohoutek 4-8.

Dia 22/09: 265.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 2001, numa passagem arriscada, a sonda da NASA Deep Space 1 navega com êxito pelo Cometa Borrelly, dando aos cientistas o melhor olhar de dentro do núcleo denso e gelado de pó e gás (até à data).
Observações: Aproveite a noite para observar Júpiter, que se encontra em oposição. A menos de 1º do planeta, encontra-se Urano.

Dia 23/09: 266.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1846, Neptuno é descoberto pelo astrónomo francês Urbain Jean Joseph Le Verrier e pelo astrónomo inglês John Couch Adams; a descoberta é verificada pelo astrónomo alemão Johann Galle.
Em 1999, a NASA anunciava ter perdido o contacto com a Mars Climate Orbiter. 

Observações: Lua Cheia, pelas 10:18.
Pelas 03:09 da madrugada começa o Outono no Hemisfério Norte, e a Primavera no Hemisfério Sul. Este equinócio marca a altura em que o Sol atravessa o equador, movendo-se para Sul durante o resto do ano. A duração do dia e da noite são aproximadamente iguais.

 
 
 
A Terra gira em torno do seu eixo a 1674,4 km/h (no equador). Por isso, nada podia ser mais falso que a afirmação "Estou parado(a)!"
 
 
 
  DESCOBERTA DE EXOPLANETA HABITÁVEL PODERÁ SER ANUNCIADA EM MAIO DE 2011  
 

Segundo dois investigadores, se a descoberta de planetas extrasolares continuar ao seu ritmo actual, o primeiro planeta tipo-Terra em torno de outra estrela será anunciado em Maio do próximo ano.

A velocidade do progresso científico é muitas vezes difícil de medir. Mas em certas circunstâncias, os dados são inequívocos e fáceis de medir, criando uma tendência. E quando isso acontece, os futurólogos não estão muito longe, extrapolando e prevendo a forma como as coisas serão.

O exemplo mais famoso é a Lei de Moore, que prevê que a densidade dos transistores nos circuitos integrados duplica mais ou menos a cada dois anos. Esta tendência já decorre há mais de 40 anos e parece certo assim continuar pelo menos por outros 10.

Na semana passada, foi apresentado outro conjunto de dados que torna possível uma corajosa previsão acerca do futuro. Samuel Arbesman da Escola de Medicina de Harvard em Boston (EUA) e Gregory Laughlin da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz (EUA), salientam que os astrónomos têm descoberto planetas extrasolares a um ritmo cada vez maior desde 1995.

As descobertas seguem um padrão bem conhecido: os primeiros planetas extrasolares são necessariamente massivos, muitas vezes o tamanho de Júpiter, sendo por isso mais fáceis de detectar. As técnicas evoluíram com o passar dos anos e os astrónomos têm descobertos planetas cada vez mais pequenos, alguns com apenas poucas vezes a massa da Terra.

Existe outro factor adicional a ter em conta para um planeta ser habitável -- a temperatura à superfície tem que suportar água líquida para a vida (como nós a conhecemos) existir. E isso, claro, depende do tamanho da estrela, da distância do planeta e das condições à superfície, tais como o efeito de estufa.

Impressão de artista do sistema planetário em torno de Gliese 581. Pensa-se que contém pelo menos quatro exoplanetas.
Crédito: ESO/L. Calçada
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Os astrónomos já descobriram gigantes gasosos super-quentes e bolas de neve como Neptuno. E também aqui a tendência continua na direcção da descoberta de um planeta na zona habitável (há quem afirme que Gliese 581 d cai nesta categoria, embora não seja do tipo-Terra em tamanho).

Não há controvérsia entre os astrónomos acerca da descoberta de um planeta tipo-Terra. A única questão é quem o irá descobrir e quando.

Agora, Arbesman e Laughlin trabalharam estes dados e fizeram projecções para prever o quando da descoberta de um planeta tipo-Terra. Os resultados têm uma distribuição larga em termos temporais -- uma probabilidade de 0,66 na descoberta de outra Terra em 2013, 0,75 em 2020, mas 0,95 em 2264.

No entanto, dizem que a média da data da descoberta (probabilidade 0,5) é no início de Maio de 2011, que por várias razões é a data que realçam no seu artigo.

É sem dúvida uma previsão corajosa. A maior equipa na caça exoplanetária é a que está por trás do telescópio espacial Kepler, lançado em Março deste ano especificamente para encontrar planetas extrasolares. A equipa anunciou os seus primeiros dados em Junho e estão actualmente a ser analisados. O primeiro conjunto de candidatos planetários será anunciado em Fevereiro do próximo ano.

Gráfico [não à escala] da habitabilidade de planetas extrasolares ao longo do tempo. Os pontos mais escuros são valores máximos de H para os exoplanetas no seu ano da descoberta. A linha oblíqua é a melhor curva-t, usando um modelo não-linear, onde R=28,78 e y=2011:10. A linha horizontal indica o valor máximo de H (H=1), a presença de um planeta tipo-Terra habitável. Convém referir que o ponto escuro quase na linha de H máximo é Gliese 581 d, situado na zona habitável da sua estrela-mãe. Com um valor de H igual a 0,01, está ainda longe de ser um exoplaneta tipo-Terra habitável.
Crédito: Arbesman e Laughlin
 

Muitos astrónomos esperam que dentro deste conjunto esteja um planeta habitável tipo-Terra. Mas segundo Arbesman e Laughlin, temos que esperar um pouco mais. "Devido ao limitado tempo-base da missão, os candidatos a planeta descobertos pelo Kepler a serem anunciados em Fevereiro de 2011 devem ser demasiado quentes para suportar valores significativos de H (a sua unidade de medida da habitabilidade)," afirmam.

O que significa que não será esta equipa a ganhar o prémio. Esta previsão não é muito rebuscada. Várias novas técnicas tornaram os telescópios terrestres quase tão sensíveis como o Kepler e certamente à beira de descobrir uma Terra versão 2.0.

A importância de tal descoberta é difícil de subestimar. A ideia de uma Terra 2.0 em órbita de outra estrela poderá ter um impacto significativo na psique global e providenciar o foco para um esforço internacional de caracterizar este lugar. Vamos querer saber mais. Quem quer que faça o anúncio tornar-se-á certamente uma cara bem conhecida a nível global.

E tudo isto poderá acontecer em Maio de 2011, pelo menos de acordo com Arbesman e Laughlin. Marque a data no seu calendário.

Links:

Notícias relacionadas:
Technology Review (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formado PDF)
Universe Today
Wired

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
Catálogo de planetas extrasolares vizinhos (PDF)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net
Extrasolar Visions

 
     
 
 
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  Nuvens Escuras da Nebulosa Carina - Crédito: NASAESAet al., e Hubble Heritage Team (STScI/AURA); Reconhecimento: M. Livio (STScI) e N. Smith (UC Berkeley)  
  Foto  
  (clique na imagem para ver versão maior)  
     
 

Que formas negras se escondem nas nuvens da Nebulosa Carina? Estas sinistras figuras são na realidade nuvens moleculares, nós de gás e poeira molecular tão espessa que se tornaram opacas. No entanto, estas são normalmente muito menos densas que as nuvens da atmosfera da Terra. Na imagem acima está parte da imagem mais detalhada já obtida da Nebulosa Carina, uma secção onde as nuvens moleculares escuras são particularmente abundantes. A imagem foi recentemente recapturada e re-colorida com base na luz emitida pelos átomos de oxigénio. O todo da Nebulosa Carina cobre mais de 300 anos-luz e situa-se a cerca de 7.500 anos-luz na direcção da constelação da Quilha (Carina, em Latim). NGC 3372, conhecida como a Grande Nebulosa Carina, é o lar de estrelas massivas e nuvens em mutação. Eta Carinae, a estrela mais energética da nebulosa, foi uma das estrelas mais brilhantes do céu na terceira década do século XIX, mas desde aí diminuíu drasticamente de brilho. Estão também disponíveis versões legendadas e com zoom da maior composição da imagem.

 


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