Dia 15/03: 74.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1713 nascia Nicolas Lacaille, cujas medições confirmaram o bojo equatorial da Terra; deu nome a 14 constelações do Hemisfério Sul.

Em 1972, a NASA anunciava o seu programa do Vaivém Espacial.
Em 2004, foi anunciada a descoberta de 90377 Sedna, o objecto natural mais longínquo já observado no Sistema Solar (além dos cometas de longo-período).
Observações: Aproveite o lusco-fusco para observar Mercúrio e Júpiter, que deverão estar muito próximos um do outro (menos de 2º), baixos a Oeste.

Dia 16/03: 75.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1926, o foguete lançado pelo físico Robert H. Goddard torna-se no primeiro a combustível líquido; demonstra a praticabilidade dos foguetões e convence Goddard que um dia estes serão capazes de fazer aterrar seres humanos na Lua. 

Goddard lança o seu aparelho num voo de dois segundos e meio a partir de um campo pertencente à sua tia Effie perto de Auburn, Massachusetts. Viaja 56 metros a uma velocidade de 96,6 km/h e alcança uma altitude de apenas 12,5 metros.
Em 1966 era lançada a Gemini 8- o primeiro acoplamento de dois veículos espaciais no espaço (com Agena).
Em 1999, a equipa da Lunar Prospector no Centro de Pesquisa Ames da NASA anuncia descobertas que confirmam que a massa da Lua é na sua maioria material ejectado da Terra aquando do impacto com um objecto do tamanho de Marte.
Observações: Esta noite a Lua situa-se entre uma linha que passa por Régulo (para a sua esquerda e para baixo), Procyon e que acaba em Orionte.

Dia 17/03: 76.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1958 era lançada a primeira sonda a energia solar, a Vanguard 1.

Transportava um sensor de medição de temperatura e um transmissor de rádio. O seu sistema de energia parou em 1964, embora se pensasse que continuaria a orbitar a Terra e a transmitir dados durante 1.000 anos.
Observações: Durante as próximas duas semanas Mercúrio continua a dar o seu melhor espectáculo de 2011 (para observadores a latitudes médias norte) - mesmo enquanto Júpiter desce ainda mais para baixo.

Depois de mais de uma dúzia de voltas pelo Sistema Solar interior, a sonda MESSENGER da NASA vai entrar em órbita de Mercúrio no dia 17 de Março de 2011. A resistente sonda -- que transporta sete instrumentos científicos e está fortificada contra o ambiente extremo perto do Sol -- vai ser a primeira a orbitar o planeta mais próximo do Sol.

Às 13:45 (hora de Portugal), a sonda MESSENGER -- após apontar o seu maior motor muito perto da direcção em que viaja -- vai dispará-lo durante quase 14 minutos, e outros motores mais pequenos durante outro minuto adicional, diminuindo a sua velocidade para 862 m/s e consumindo 31% do combustível que transportava durante o lançamento. Após completar a manobra de inserção orbital, resta-lhe menos de 9,5% de combustível, mas a sonda fica ainda com muito para futuras manobras orbitais de correcção.

A inserção orbital vai colocar a sonda numa órbita com a duração de 12 horas em torno de Mercúrio e a uma altitude mínima de 200 km. À altura da inserção, a MESSENGER vai estar a 46,14 milhões de quilómetros do Sol e a 155,06 milhões de quilómetros da Terra.

Impressão de artista da sonda MESSENGER em órbita de Mercúrio. Crédito: NASA/JHU/APL (clique na imagem para ver versão maior)

A MESSENGER tem estado numa missão de seis anos para se tornar a primeira a orbitar Mercúrio. A sonda seguiu um percurso pelo Sistema Solar interior, incluindo uma passagem rasante pela Terra, duas por Vénus e três por Mercúrio. Esta viagem impressionante está a enviar os primeiros novos dados do planeta desde a missão Mariner 10 há mais de 30 anos atrás.

No dia 7 de Março, as antenas das três estações terrestres do DSN (Deep Space Network) começaram a monitorização constante, permitindo com que os engenheiros de controlo do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins observassem a MESSENGER durante a aproximação final a Mercúrio. A sonda também começou a executar a última sequência de comandos da viagem, que inclui a manobra de inserção orbital.

"Este é um marco para a nossa pequena equipa de operações, mas com muita experiência, que assinala o fim de seis anos e meio de 'pastoreio' por seis 'flybys' planetários, cinco grandes manobras propulsivas, e dezasseis manobras de correcção da trajectória, todas enquanto se preparava a injecção orbital e as operações da missão primária," afirma Eric Finnegan, engenheiro de sistemas da MESSENGER.

"A viagem da missão MESSENGER está a chegar ao fim," afirma Sean Solomon, investigador principal da MESSENGER e que pertence ao Instituto Carnegie de Washington, EUA. "A inserção orbital é o último desafio que permite ir para um novo nível do jogo, a operação da primeira sonda em órbita do planeta mais interior do Sistema Solar. A equipa da MESSENGER está preparada e anseia pelo começo das operações orbitais."

Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
2008/10/04 - Mercúrio regressa a Mercúrio
2008/07/05 - Superfície de Mercúrio dominada por actividade vulcânica
2008/02/06 - Os mistérios de Mercúrio, velhos e novos
2008/01/26 - Mercúrio visto pela sonda MESSENGER
2008/01/16 - Sonda MESSENGER passa por Mercúrio
2008/01/12 - Sonda MESSENGER fará histórico voo rasante por Mercúrio
2005/06/07 - MESSENGER fotografa Terra e Lua
2004/04/03 - MESSENGER com destino a Mercúrio

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Astronomy
SPACE.com
SPACE.com - 2
Universe Today
PHYSORG.com
SpaceRef
Popular Science
Associated Press

Sonda MESSENGER:
NASA 
JHUAPL
Wikipedia

Mercúrio:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

A ISS (ou Estação Espacial Internacional) mudou outra vez de aparência. Num encontro levado a cabo recentemente, o vaivém espacial Discovery, no seu último voo, visitou a ISS e trouxe componentes, entre eles o LMPLM (Leonardo Multi Purpose Logistics Module). A ISS e muitos dos seus módulos e grandes painéis solares são visíveis na imagem obtida pela tripulação do Discovery após deixar a ISS para regressar à Terra. O posto espacial mais avançado de sempre tem crescido ao longo dos últimos anos, e tal é fácil de verificar através da comparação com imagens passadas. Também visíveis são os muitos diferentes tipos de módulos e naves de reabastecimento. A construção da ISS começou em 1998.