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Edição n.º 781
30/08 a 01/09/2011
 
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EFEMÉRIDES

Dia 30/08: 242.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1984, o vaivém Discovery fazia a sua viagem inaugural, a missão STS-41-D.

Em 1999, aproximação máxima do cometa Forbes (0,978 UA).
Observações: A área entre as constelações de Sagitário e Escorpião é extremamente rica em objectos estelares. Porquê? Porque é na sua direcção que está localizado o coração da nossa Via Láctea: o Centro Galáctico. Ao observar esta zona com uns meros binóculos poderá observar muitos enxames abertos, alguns enxames globulares e algumas nebulosas.

Dia 31/08: 243.º dia do calendário gregoriano.
Observações: Ao início da noite, Cassiopeia já se encontra tão alta a Nordeste quanto a Ursa Maior está baixa a Noroeste.

Dia 01/09: 244.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1804, Juno, um dos maiores asteróides da cintura principal, é descoberto pelo astrónomo alemão Karl Ludwig Harding.
Em 1859, o físico solar Richard Carrington observa a primeira proeminência solar.

Uma intensa aurora ocorreu no dia seguinte.
Em 1979, voo rasante da Pioneer 11 por Saturno (maior aproximação, 20,900 km). A Pioneer 11 mapeou a magnetosfera e o campo magnético de Saturno e descobriu que a sua maior lua, Titã, era fria demais para suportar vida.
Em 2000, um objecto com meio quilómetro, conhecido como 2000 QW7 -- apenas descoberto a 26 de Agosto de 2000, com o sistema NEAT da NASA/JPL -- passou pela Terra a uma distância ligeiramente maior que 12 vezes a distância à Lua. 
Observações: Baixa ao anoitecer, procure Espiga para a direita da fina Lua. Ainda mais para a direita está Saturno.

 
CURIOSIDADES


As observações mais antigas de manchas solares remontam ao ano 364 AC, com base em comentários num catálogo estelar do astrónomo chinês Gan De.

 
AVANÇOS NAS MANCHAS SOLARES

Imagine prever um furacão semanas antes da tempestade se transformar num rodopiar de nuvens. Este é o género de previsão que os meteorologistas podem apenas sonhar. Mas poderá o sonho tornar-se realidade? Um novo estudo por investigadores da Universidade de Stanford nos EUA sugere que tais previsões podem um dia ser possíveis - não na Terra, mas no Sol.

"Aprendemos a detectar manchas solares antes de serem visíveis ao olho humano," afirma Stathis Ilonidis, estudante pós-doutorado da mesma universidade. "Isto pode levar a importantes avanços na previsão meteorológica espacial."

As manchas solares são o prenúncio de tempestades solares. Visíveis como manchas escuras no disco solar, são o começo de proeminências explosivas e ejecções de massa coronal (CMEs) que por vezes atingem o nosso planeta. As consequências variam desde auroras até quebras de comunicações e electricidade.

Cientistas descobriram uma maneira de detectar manchas solares até dois dias antes de alcançarem a superfície do Sol.
Crédito: Universidade de Stanford
 

Os astrónomos estudam continuamente as manchas solares há mais de 400 anos, e sabem as suas características básicas: as manchas solares são ilhas magnéticas com o tamanho de planetas que flutuam no plasma solar. Embora os detalhes ainda sejam tema de debate, os cientistas na generalidade concordam que as manchas solares nascem nas profundezas do Sol através da acção do dínamo solar interno. A partir daí viajam para a superfície, transportadas por "bóias" magnéticas; uma mancha solar que emerge à superfície é um pouco como um submarino que emerge das profundezas do oceano.

Na edição de 19 de Agosto de revista Science, Ilonidis e seus colegas Junwei Zhao e Alexander Kosovichev anunciaram que conseguem ver manchas solares enquanto estão ainda "submersas".

A sua técnica de análise é chamada de "heliosismologia tempo-distância," e é semelhante a uma técnica muito comum usada em estudos sísmicos. Tal como as ondas sísmicas que viajam através do corpo terrestre revelam o interior do planeta, as ondas acústicas que viajam pelo corpo solar podem revelar o interior da estrela. Felizmente para os heliosismólogos, o Sol tem ondas acústicas em abundância. O corpo do Sol está literalmente a rugir com movimentos turbulentos e assim é possível uma detecção antecipada das manchas solares.

"Obviamente não podemos ouvir estes sons através do espaço," explica Ilonidis, "mas podemos observar as vibrações que fazem na superfície do Sol." Os instrumentos a bordo de duas sondas, a venerável SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) e a mais jovem SDO (Solar Dynamics Observatory) monitorizam constantemente o Sol em busca de actividade acústica.

As manchas solares submergidas têm um efeito detectável na acústica interior do Sol - nomeadamente, as ondas sonoras viajam mais depressa através de uma mancha solar que através do plasma em redor. Uma grande mancha solar pode fazer "saltar" uma onda acústica entre 12 a 16 segundos. "Ao medir estas diferenças temporais, conseguimos descobrir a mancha solar escondida."

Ilonidis afirma que a técnica parece ser mais sensível às manchas solares localizadas a cerca de 60.000 km da superfície do Sol. A equipa não sabe bem o porquê desta "distância mágica", mas é uma boa distância porque proporciona quase dois dias de antecedência até que a mancha solar alcance a fotosfera.

"Esta é primeira vez que alguém foi capaz de apontar para uma zona do Sol e afirmar 'uma mancha está prestes a aparecer aqui,'" afirma o professor Phil Scherrer, orientador da tese de Ilonidis, do Departamento de Física da Universidade de Stanford. "É um grande avanço."

"Esta técnica tem limites," avisa Ilonidis. "Podemos dizer que uma mancha solar vem aí, mas não conseguimos ainda prever se uma mancha em particular irá produzir uma proeminência orientada na direcção da Terra."

Até agora conseguiram detectar cinco manchas solares emergentes - quatro com a SOHO e uma com a SDO. Dessas cinco, duas produziram proeminências de classe-X, o tipo mais poderoso de explosão solar. Isto encoraja a equipa a acreditar que a sua técnica pode contribuir positivamente para as previsões meteorológicas espaciais. Dado que a heliosismologia é informaticamente intensiva, o acompanhamento regular de todo o Sol não é ainda uma realidade - "simplesmente não possuímos ainda essa capacidade tecnológica", afirma Ilonidis - mas acredita que é apenas uma questão de tempo até que avanços nos seus algoritmos permitam uma detecção rotineira de manchas solares escondidas.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Universidade de Stanford (comunicado de imprensa)
Astronomy
Scientific American
Discover
UPI.com
io9

Manchas solares:
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Hickson 44 em Leão
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Stephen Leshin
 
Ao procurar por galáxias no céu, o astrónomo canadiano Paul Hickson e seus colegas identificaram cerca de 100 grupos compactos de galáxias, agora apelidados apropriadamente de Grupos Compactos de Hickson. As quatro proeminentes galáxias vistas nesta paisagem celeste pertencem a um tal grupo, Hickson 44, e estão a cerca de 100 milhões de anos-luz na direcção da constelação de Leão. As duas galáxias espirais no centro da imagem são: NGC 3190, com os seus braços distorcidos de poeira, e NGC 3187 com a forma de um S. Visível é também a galáxia elíptica NGC 3193 à direita, e juntas constituem o grupo Arp 316. A espiral no canto superior esquerdo é NGC 3185, o quarto membro do grupo Hickson. Tal como outras galáxias nos grupos de Hickson, estas mostram sinais de distorção e avançada formação estelar, evidências de guerras gravitacionais que eventualmente irão resultar em fusões galácticas numa escala de tempo cósmica. Sabe-se agora que as fusões são parte normal da evolução das galáxias, incluindo a nossa própria Via Láctea. Para efeitos de escala, à distância estimada de Hickson 44, NGC 3190 mede mais ou menos 75.000 anos-luz de diâmetro.
 

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