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Edição n.º 902
26/10 a 29/10/2012
 
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EFEMÉRIDES

Dia 26/10: 300.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1959, o mundo vê pela primeira vez o outro lado da Lua, graças à sonda soviética Luna 3.
Em 1965, lançamento do primeiro satélite francês, o Astérix 1.

Em 1968, o cosmonauta soviético Georgy Beregovoy pilota a Soyuz 3 para o espaço, numa missão de quatro dias.
Observações: Mercúrio na sua maior elongação Este, pelas 23 horas (visível no hemisfério Sul).

Dia 27/10: 301.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1961, primeiro lançamento com sucesso do foguetão Saturno I

Em 1994, é inquestionavelmente identificado o primeiro objecto de massa subestelar, Gliese 229B.
Em 2005, é lançado o micro-satélite SSETI Express do Cosmódromo de Plesetsk.
Observações: A Lua brilha perto do canto mais baixo do Grande Quadrado de Pégaso. Do canto esquerdo estende-se uma linha de três estrelas, que formam a coluna e a perna de Andrómeda.

Dia 28/10: 302.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1971 a Grã-Bretanha lança o Prospero, o seu primeiro satélite. 
Em 1974, lançamento da sonda Luna 23.
Em 2009, a NASA lança com sucesso a sua missão Ares I-X, o único lançamento do cancelado programa Constellation

Observações: Assim que seja possível, aponte o seu telescópio para Júpiter e conseguirá observar a sombra de Europa passar atmosfera do planeta. O evento acaba cerca das 23:35.
Esta noite muda a hora. Às 2 horas da madrugada de Domingo, atrase o relógio uma hora.

Dia 29/10: 303.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1991, a sonda Galileu faz a sua maior aproximação de 951 Gaspra, a primeira a visitar um asteróide.
Em 1998 o vaivém espacial Discovery partia para o espaço levando a bordo o astronauta John Glenn de 77 anos.

Glenn, que fora o primeiro norte-americano a orbitar a Terra em 1962, tornou-se deste modo a pessoa mais velha a alguma vez ter estado no espaço.
Observações: Lua Cheia, pelas 20:49.

 
CURIOSIDADES


A sonda Cassini, com a inclusão da Huygens e do adaptador de lançamento, é a terceira maior nave interplanetária não tripulada enviada para o espaço. Tem o mesmo tamanho que um autocarro de 30 passageiros e mede 4 metros em largura e 6,8 em altura. Pesa aproximadamente 5,650 kg. Apenas as duas sondas Phobos enviadas pela União Soviética são mais pesadas.

 
NOVO ESTUDO TRAZ EXOPLANETA DUVIDOSO DE "VOLTA DOS MORTOS"

Um segundo olhar para os dados do Telescópio Espacial Hubble da NASA está a reanimar a alegação de que a estrela Fomalhaut hospeda um exoplaneta massivo. O estudo sugere que o planeta, com o nome de Fomalhaut b, é um objecto raro e possivelmente único que está completamente encoberto por poeira.

Em Novembro de 2008, astrónomos do Hubble anunciaram a descoberta do exoplaneta, chamado Fomalhaut b, como o primeiro observado directamente no visível em torno de outra estrela. O objecto foi fotografado dentro de um vasto anel de detritos em torno mas afastado da estrela-mãe. A localização do planeta e a sua massa - não mais do que três vezes a massa de Júpiter - pareciam as correctas para a sua gravidade explicar a aparência do anel.

Estudos recentes afirmaram que esta interpretação planetária estava incorrecta. Com base no movimento aparente do objecto e a falta de uma detecção infravermelha pelo Telescópio Espacial Spitzer, os cientistas argumentaram que o objecto era uma nuvem de poeira de curta duração sem qualquer relação com um planeta.

Esta imagem no visível obtida pelo Telescópio Espacial Hubble mostra a vizinhança da estrela Fomalhaut, incluíndo a localização do seu anel de poeira e planeta em questão, Fomalhaut b. Uma máscara coronográfica ajudou a diminuir o brilho da estrela. Esta imagem combina duas observações de 2006 obtidas com máscaras de diferentes tamanhos (1,8 e 3 arcosegundos).
Crédito: NASA/ESA/T. Currie, U. Toronto
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Uma nova análise, no entanto, traz a primeira conclusão exoplanetária de volta à vida.

"Embora os nossos resultados desafiem seriamente o artigo da descoberta original, fazem-no de uma forma que realmente torna a interpretação do objecto muito mais limpa e deixa intacta a conclusão final, que Fomalhaut b é de facto um planeta enorme," afirma Thayne Currie, astrónomo anteriormente do Centro Aeroespacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, EUA, e agora na Universidade de Toronto.

O estudo relata que o brilho de Fomalhaut b varia por um factor de aproximadamente dois e citou isto como evidência de que o planeta estava a atrair gás. Estudos seguintes interpretaram esta variabilidade como evidência de que o objecto era na realidade uma nuvem transitória de poeira.

No novo estudo, Currie e a sua equipa reanalisaram observações da estrela feitas com o Hubble em 2004 e 2006. Facilmente recuperaram o planeta em observações feitas em comprimentos de onda visíveis perto dos 600 e 800 nanómetros, e fizeram uma nova detecção na luz violeta perto dos 400 nanómetros. Em contraste com a pesquisa anterior, a equipa descobriu que o planeta permaneceu com brilho constante.

A equipa tentou detectar Fomalhaut b no infravermelho usando o Telescópio Subaru no Hawaii, mas foi incapaz de o fazer. As não-detecções com o Subaru e Spitzer significam que Fomalhaut b deve ter menos de duas vezes a massa de Júpiter.

Outra questão controversa tem sido a órbita do objecto. Se Fomalhaut b é responsável pela borda do anel interior, então ele deve seguir uma órbita alinhada com o anel e agora deve estar movendo-se na sua velocidade mais lenta. A velocidade implícita no estudo original parecia ser muito mais rápida. Além disso, alguns pesquisadores argumentaram que Fomalhaut b segue uma órbita inclinada, que passa através do plano do anel.

Impressão de artista do exoplaneta, Fomalhaut b, em órbita da sua estrela, Fomalhaut.
Crédito: ESA; Hubble, M. Kornmesser; e ESO, L. Calçada e L.L. Christensen
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Usando dados do Hubble, a equipa de Currie estabeleceu que Fomalhaut b move-se com uma velocidade e direcção consistentes com a ideia original de que a gravidade do planeta modifica o anel.

"O que temos visto nas nossas análises é que a distância mínima do objecto a partir do disco quase não mudou nos últimos dois anos, o que é um bom sinal de que está numa órbita que esculpe o anel," explicou Timothy Rodigas, estudante pós-graduado na Universidade do Arizona e membro da equipa.

A equipa de Currie também abordou estudos que interpretam Fomalhaut b como uma nuvem de poeira compacta não gravitacionalmente ligada a um planeta. Perto do anel de Fomalhaut, a dinâmica orbital espalharia ou dissiparia completamente tal nuvem em coisa de 60.000 anos. Os grãos de poeira experimentariam forças adicionais, que operam em escalas de tempo muito mais rápidas, à medida que interagem com a luz da estrela.

"Dado o que sabemos acerca do comportamento da poeira e do ambiente onde o planeta está localizado, pensamos que estamos vendo um objecto planetário completamente embebido em poeira em vez de uma nuvem de poeira flutuando livremente," afirma o membro da equipa, John Debes, astrónomo do STSI (Space Telescope Science Institute) em Baltimore, EUA.

Um artigo descrevendo os achados foi aceite para publicação na revista The Astrophysical Journal Letters.

Dado que os astrónomos detectam Fomalhaut b graças à luz da poeira em redor e não graças à luz ou calor emitido pela sua atmosfera, já não é classificado como um "exoplaneta observado directamente". Mas porque tem a massa ideal e está no local ideal para esculpir o anel, a equipa de Currie acha que deve ser considerado um "planeta identificado a partir de imagens directas."

Fomalhaut foi novamente alvo do Hubble em Maio passado mas por outra equipa científica. Essas observações estão actualmente sob análise e devem ser publicadas em breve.

Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
15/05/2012 - Anéis de poeira podem não significar planetas
17/04/2012 - ALMA revela funcionamento de sistema planetário próximo
27/09/2011 - Descuido exoplanetário levanta dúvidas
15/11/2008 - Grandes descobertas: primeiras imagens de planetas em torno de outras estrelas
24/06/2005 - A "Cintura de Kuiper" de Fomalhaut

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
YouTube
PHYSORG
Universe Today
New Scientist

Fomalhaut:
Wikipedia
Fomalhaut b (Wikipedia)

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net

Telescópio Espacial Hubble:
Hubble, NASA 
ESA
STScI
SpaceTelescope.org
Wikipedia

 
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  84 milhões de estrelas e ainda estamos a contá-las (via ESO)
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ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - A Nebulosa da Medusa
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Ken Crawford (Obs. Rancho Del Sol)
 
Filamentos de gás brilhante, trançado e serpenteado, sugerem o nome popular desta nebulosa, a Nebulosa da Medusa. Também conhecida como Abell 21, esta Medusa é uma nebulosa planetária velha a 1500 anos-luz de distância na direcção da constelação de Gémeos. Tal como o seu nome mitológico, a nebulosa está associada com uma transformação dramática. A fase de nebulosa planetária representa o estágio final da evolução de estrelas de baixa-massa como o Sol, à medida que se transformam de gigantes vermelhas em anãs brancas e no processo libertam as suas camadas exteriores. A radiação ultravioleta da estrela quente alimenta o brilho nebular. A estrela transformada da Medusa está perto do centro da brilhante forma em crescente. Nesta impressionante imagem telescópica, filamentos mais ténues são claramente vistos a estenderem-se para baixo e para a esquerda da região crescente e brilhante. A Nebulosa da Medusa tem um tamanho estimado de mais de 4 anos-luz.
 

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