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Edição n.º 904
02/11 a 05/11/2012
 
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EFEMÉRIDES

Dia 02/11: 307.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1885, nascimento de Harlow Shapley, pioneiro americano na determinação da distância das estrelasenxames e do centro da Via Láctea

Corajosamente e correctamente afirmava que os enxames globulares encontravam-se à volta da Galáxia, e que esta era muito maior do que inicialmente se pensava, centrada a milhares de anos-luz na direcção de Sagitário. Foi director do Observatório de Harvard durante muitos anos.
Em 1917, inauguração do telescópio de 100 polegadas do Monte Wilson.
Em 2000, chegava à ISS a primeira tripulação residente, a bordo da Soyuz TM-31.
Observações: Assim, que seja visível e até às 22 horas, aponte o seu telescópio para Júpiter e conseguirá discernir a sombra de Io passar pela atmosfera do planeta.
Quando a Lua ficar visível, olhe para a direita e um pouco para baixo e encontrará a constelação de Orionte.

Dia 03/11: 308.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1679 ocorre o pânico generalizado na Europa com a aproximação de um grande cometa.
Em 1957, primeira forma de vida e morte terrestre no espaço: a cadela Laika é lançada a bordo do soviético Sputnik 2 e morre depois de uma semana em órbita.

Em 1973 era lançada a Mariner 10. Chegou a Vénus a 5 de Fevereiro de 1974, maior aproximação a 5700 km. Devolveu imagens do topo das nuvens venusianas.
Observações: Fomalhaut, a "estrela de Outono", chega à sua altitude máxima no céu a Sul por volta das 20:30. O lado Oeste do Grande Quadrado de Pégaso, bem acima, quase que aponta exactamente na sua direcção. Consegue observar o resto da ténue constelação de Peixe Austral?
A meio da noite, Capela brilha a Nordeste. Para a sua direita, a Este, está o pequeno enxame das Plêiades - e por baixo de M45 está a alaranjada Aldebarã.

Dia 04/11: 309.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 2003 foi registada a mais forte erupção solar conhecida.

Observações: A partir das 22:45 e até por volta das 01:10 de dia 5, é possível observar telescopicamente a sombra de Europa passar pela atmosfera de Júpiter.

Dia 05/11: 310.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1743, são organizadas observações científicas coordenadas do trânsito de Mercúrio por Joseph-Nicolas Delisle.
Em 1906, nascia Fred Whipple, que propôs o modelo da "bola de neve suja" para o núcleo dos cometas. 

Em 2007, o primeiro satélite lunar da China, Chang'e 1, entra em órbita da Lua.
Observações: Vega é ainda a estrela mais brilhante alta a Oeste por estas noites. A estrela brilhante para cima de Vega é Deneb, que marca a cabeça dos Cisne.

 
CURIOSIDADES


A Nebulosa de Orionte está a 1344 ± 20 anos-luz de distância e é a região de formação estelar mais próxima.

 
CURIOSITY ANALISA PRIMEIRAS AMOSTRAS DE SOLO MARCIANO

O rover Curiosity da NASA completou experiências iniciais que mostram que a mineralogia do solo marciano é semelhante a solos basálticos intemperizados de origem vulcânica.

Os minerais foram identificados na primeira amostra de solo marciano analisado recentemente pelo rover. O Curiosity usou o instrumento CheMin para obter os resultados, que estão preenchendo lacunas e acrescentando confiança em estimativas anteriores da composição mineralógica da poeira e do solo difundido no Planeta Vermelho.

"Tivemos muitas inferências anteriores e discussões acerca da mineralogia do solo marciano," afirma David Blake do Centro de Pesquisa Ames da NASA em Moffett Field, Califórnia, EUA, que é o investigador principal do CheMin. "Os nossos resultados quantitativos providenciam identificações refinadas e em alguns casos, novas, dos minerais nesta primeira análise por difracção de raios-X em Marte."

Este gráfico mostra os resultados da primeira análise de solo marciano pelo CheMin do rover Curiosity.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Ames
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"A identificação dos minerais nas rochas e no solo é fundamental para o objectivo da missão de avaliar as condições ambientais do passado. Cada mineral regista as condições em que se formou. A composição química de uma rocha fornece apenas informação mineralógica ambígua, como no caso de estudo para o diamante e para a grafite, que têm a mesma composição química, mas que são notavelmente diferentes em termos de estrutura e propriedades.

O CheMin usa difracção por raios-X, a prática padrão para os geólogos na Terra, usando instrumentos de laboratório muito maiores. Este método fornece identificações mais precisas de minerais do que qualquer método usado anteriormente em Marte. A difracção por raios-X "lê" a estrutura interna dos minerais ao registar como os seus cristais interagem distintamente com raios-X. As inovações do Centro Ames levaram a um instrumento de difracção por raios-X compacto o suficiente para caber dentro do rover.

Estes avanços tecnológicos da NASA têm outras aplicações cá na Terra, incluindo equipamento compacto e portátil de difracção de raios-X para a exploração de petróleo e gás, análise de objectos arqueológicos e triagem de produtos farmacêuticos falsificados, entre outros usos.

Este par de imagens obtidas com a câmara do mastro do Curiosity mostram a porção superior do depósito com o nome de "Rocknest".
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
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"A nossa equipa está exultante com estes primeiros resultados do instrumento," afirma Blake. "Eles aumentam a nossa expectativa para análises futuras pelo CheMin nos meses e quilómetros que se seguem para o Curiosity."

A amostra específica para a primeira análise do CheMin foi solo recolhido pelo Curiosity numa mancha de poeira e areia que a equipa chamou de Rocknest. A amostra foi processada através de uma peneira para excluir partículas maiores do que 150 micrómetros, mais ou menos a largura de um cabelo humano. A amostra tem pelo menos dois componentes: poeira distribuída globalmente em tempestades de areia e areia fina de origem mais local. Ao contrário de rochas investigadas pelo Curiosity há algumas semanas, com vários milhares de milhões de anos e indicativas de água corrente, o material que o CheMin analisou é mais representativo de processos modernos em Marte.

"Grande parte de Marte está coberto por poeira, e nós tínhamos uma compreensão incompleta da sua mineralogia," afirma David Bish, co-investigador do CheMin da Universidade de Indiana em Bloomington, EUA. "Nós sabemos agora que é mineralogicamente semelhante ao material basáltico, com quantidades significativas de piroxénio, feldspato e olivina, o que não era inesperado. Cerca de metade do solo é material não-cristalino, como vidro vulcânico ou produtos de intemperismo do vidro."

Esta imagem mostra a marca da "mordidela" onde o Curiosity recolheu solo marciano.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
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Bish disse, "Até agora, os minerais que o Curiosity analisou são consistentes com as nossas ideias iniciais dos depósitos da Cratera Gale, que registam uma transição através do tempo a partir de um ambiente húmido até um ambiente seco. As rochas antigas, como os conglomerados, sugerem água corrente, enquanto os minerais do solo mais jovem são consistentes com interacção limitada com água."

Durante a missão principal de dois anos do rover, os cientistas vão utilizar os 10 instrumentos a bordo do Curiosity para investigar se a área da Cratera Gale já teve condições ambientais favoráveis à vida microbiana.

Links:

Cobertura da missão do rover Curiosity pelo CCVAlg:
02/10/2012 - Curiosity descobre que tempo em Marte é surpreendentemente quente
28/09/2012 - Rover Curiosity descobre antigo leito na superfície marciana
21/09/2012 - Rover Curiosity aponta armas para rocha invulgar na sua viagem
07/09/2012 - Rover Curiosity começa actividades com o seu braço robótico
31/08/2012 - Curiosity começa viagem para Este
28/08/2012 - Curiosity envia incrível imagem em alta-resolução do Monte Sharp
21/08/2012 - Laser e braço do Curiosity passam primeiros testes
10/08/2012 - Curiosity envia 1.º panorama a cores
07/08/2012 - Curiosity aterra em Marte!
03/08/2012 - Rover Curiosity: tudo ou nada
31/07/2012 - Aterragem de rover marciano segue grande tradição dramática com 40 anos
17/07/2012 - Rover Curiosity a caminho da aterragem no início de Agosto
20/12/2011 - Rover marciano da NASA começa pesquisa no espaço
25/11/2011 - Como é que o Curiosity vai para Marte? Com muito cuidado
22/11/2011 - Mega-rover pronto para pesquisar sinais de vida em Marte
05/07/2011 - Rover Curiosity poderá subir monte com altura do Kilimanjaro

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
PHYSORG
SPACE.com
Universe Today
POPSCI
Discover Magazine
Mars Daily
redOrbit
BBC News

Rover Curiosity (MSL):
NASA
NASA - 2 
NASA - 3
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
ESTUDO INTERNACIONAL SUGERE EXISTÊNCIA DE BURACO NEGRO NA ESPADA DE ORIONTE

Uma equipa internacional de astrofísicos lançou luz sobre o mistério de longa data da força por trás de um aglomerado de estrelas indisciplinadas e rápidas localizadas na famosa espada de Orionte.

Usando modelos informáticos sofisticados, a equipa descobriu que estas estrelas velozes, visíveis no céu nocturno e conhecidas como o Enxame da Nebulosa de Orionte, são potencialmente mantidas juntas graças à poderosa atracção gravitacional de um buraco negro com até 200 vezes a massa do Sol.

Formado há um ou dois milhões de anos atrás, o enxame da Nebulosa de Orionte tem sido conhecido pelas suas propriedades estranhas. As estrelas no enxame movem-se a uma velocidade rápida, como se o todo o enxame estivesse desfazendo-se. Em comparação com o número de estrelas de baixa-massa que podem ser vistas no enxame, o número de estrelas de grande massa é muito baixo e são particularmente velozes.

Imagem da Nebulosa de Orionte com o enxame estelar no seu centro. O possível buraco negro poderá residir algures entre as quatro estrelas brilhantes que marcam o centro do enxame. Estas estrelas formam o famoso Trapézio da Nebulosa de Orionte.
Crédito: NASA/ESA/Telescópio Hubble
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Estas propriedades têm sido um enigma para os astrónomos, dado todo o conhecimento que têm sobre como as estrelas são formadas e distribuídas," afirma Dr. Baumgardt, da Escola de Matemática e Física da Universidade de Queensland, na Austrália. Baumgardt é co-autor do estudo recentemente publicado na revista The Astrophysical Journal.

A equipa criou um modelo de computador do enxame da Nebulosa de Orionte representando uma nuvem de gás interestelar e contendo a combinação certa de estrelas leves e pesadas. Os cientistas então passaram a calcular o movimento dessas estrelas no sistema.

"No nosso modelo, tivemos que inventar um novo método de lidar com o gás e com o modo como é conduzido para fora do enxame pelas estrelas de elevada massa," afirma o autor principal do estudo, Dr. Ladislav Subr, da Universidade Charles em Praga. Baumgardt disse que tais modelos do enxame foram um desafio de modelar devido ao grande número de cálculos necessários.

As análises mostraram que, à medida que o gás estava sendo conduzido para fora, o enxame começou a expandir-se, o que explica o porquê da maioria das estrelas se mover rapidamente. Muitas das estrelas massivas foram expelidas para fora do enxame, enquanto algumas foram levadas para o centro do grupo e colidiram aí com a estrela mais massiva. A partir de um determinado momento, esta estrela de grande massa tornou-se instável e implodiu num buraco negro, com uma massa cerca de 200 vezes maior que a do Sol.

Duas imagens do Trapézio na Nebulosa de Orionte, obtidas pelo Hubble. A da esquerda é uma imagem no visível e mostra algumas estrelas por entre o gás e poeira. A da direita é uma imagem infravermelha que penetra as nuvens e revela um enxame de estrelas.
Crédito: Visível - NASA, C. R. O'Dell e S.K. Wong; Infravermelho - NASA, K.L. Luhman e G. Schneider, E. Young, H. Rieke, A. Cotera, H. Chen, M. Rieke, R. Thompson
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"O nosso cenário explica muito bem virtualmente todas as propriedades observadas no enxame da Nebulosa de Orionte, ou seja, o seu baixo número de estrelas de grande massa, e as suas velozes estrelas centrais, e sugere que as estrelas massivas perto do centro deste enxame estão ligadas por um buraco negro," afirma Subr.

A equipa disse que a descoberta tem implicações dramáticas para a nossa compreensão de como as estrelas massivas se formam e como tais aglomerados estelares ricos saem dos seus casulos gasosos. "A existência de um buraco negro massivo 'à nossa porta' seria uma mudança dramática para os intensos estudos desses objectos enigmáticos," afirma Pavel Kroupa, professor da Universidade de Bona na Alemanha.

Links:

Notícias relacionadas:
Universidade de Queensland (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
PHYSORG

Nebulosa de Orionte:
Wikipedia
Trapézio (Wikipedia)
SEDS.org

Buraco negro:
Wikipedia

 
TAMBÉM EM DESTAQUE
  Descobertas supernovas super-luminosas e distantes (via Swinburne University of Technology)
Duas supernovas "super-luminosas" - explosões estelares entre 10 e 100 vezes o brilho dos outros tipos de supernova - foram detectadas no Universo distante. A descoberta quebra o recorde de supernova mais distante já detectada. Ler fonte
     
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Tal como uma estrela de Hollywood que retoca a sua maquilhagem, o asteróide gigante Vesta remexe constantemente a sua camada mais externa de modo a apresentar uma face jovem. Dados da sonda Dawn da NASA mostram que uma espécie de desgaste que ocorre na Lua e noutros corpos que visitámos no Sistema Solar interior não altera Vesta da mesma maneira. Ler fonte
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Nebulosa Planetária PK 164 +31.1
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Fundação DescubreCAHAOAUVDSA, Vicent Peris (OAUV), Jack Harvey (SSRO), PixInsight
 
É nisto que o Sol se irá tornar? Muito possivelmente. A bolha de gás em expansão na imagem acima é a nebulosa planetária PK 164 +31.1, os restos da atmosfera de uma estrela tipo-Sol expelida à medida que esgotava o seu armazenamento de hidrogénio no núcleo. Visível perto do centro da nebulosa está o que resta do próprio núcleo -- uma estrela anã branca azulada. Esta nebulosa planetária particularmente fotogénica mostra conchas detalhadas de gás provavelmente expelido em momentos diferentes do fim da sua vida, e cuja estrutura não é totalmente compreendida. Esta imagem de céu profundo de PK 164 +31.1 obtida no Observatório de Calar Alto, na Espanha, mostra muitas outras estrelas da nossa própria Via Láctea, bem como várias galáxias longínquas. PK 164 +31, também conhecida como Jones-Emberson 1, está situada a cerca de 1600 anos-luz de distância na direcção da constelação do Lince. Devido ao seu brilho baixo (magnitude 17), o objecto é apenas visível com um telescópio de bom tamanho. Embora a nebulosa em expansão vá desaparecer nos próximos milhares de anos, a anã branca central pode muito bem sobreviver durante milhares de milhões de anos -- até uma altura em que o nosso Universo seja um lugar muito diferente.
 

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