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Edição n.º 907
13/11 a 15/11/2012
 
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EFEMÉRIDES

Dia 13/11: 318.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1833, deu-se a Grande Chuva de Meteoros das Leónidas.

Durante as quatro horas que precederam o nascer-do-dia, os detritos do cometa Tempel-Tuttle iluminaram o céu nocturno, causando pânico a quem os observava. 
Em 1999, a falha de um quarto giroscópio deixa em maus lençóis o Telescópio Espacial Hubble até que o encontro SM3A (missão STS-103 do vaivém espacial) o repara a 20 de Dezembro de 1999.
Observações: Lua Nova, pelas 22:08.
Orionte nasce a Este por volta das 21 horas. As três estrelas da sua cintura estão quase na vertical. A alaranjada Betelgeuse está para a esquerda da Cintura e a esbranquiçada Rigel está para a direita. Cerca de 21º para cima de Betelgeuse está o planeta Júpiter.
Por volta das 22:50, Europa surge por trás do planeta Júpiter.

Dia 14/11: 319.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1969, lançamento da Apollo 12 às 11:22 EST do Centro Espacial Kennedy. A segunda aterragem lunar teve lugar no Oceano das Tempestades, perto do local de aterragem da Surveyor 3.
Em 1971, programa Mariner: a Mariner 9 chega a Marte, tornando-se na primeira sonda a orbitar outro planeta.  
Em 1999, primeira confirmação de um planeta extrasolar.
Em 2003, os astrónomos Michael E. Brown, Chad Trujillo e David L. Rabinowitz descobrem 9033 Sedna, um objecto trans-Neptuniano.

Observações: Vega é a estrela mais brilhante a Oeste ao começo da noite. Bem para a sua esquerda, a Sudoeste, está Altair. A companheira de terceira magnitude de Altair, Gamma Aquilae (Tarazed), está à distância de um dedo (com o braço esticado) para a direita de Altair.

Dia 15/11: 320.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1738, nascia William Herschel.

Foi o primeiro astrónomo a fazer observações sistemáticas do espaço para além do nosso Sistema Solar. Descobriu Urano (1781), o movimento do Sol na Via Láctea (1785), a companheira do binário de Castor (1804, e de acordo com as leis de Kepler), e a radiação infravermelha. Herschel também descobriu muitos enxames, nebulosas e galáxias enquanto observava o céu nocturno e compilou catálogos cujos dados básicos são ainda hoje utilizados.
Em 1966, a Gemini 12 regressa à Terra caindo no Atlântico em segurança.
Em 1988, a União Soviética lança o seu primeiro e último vaivém espacial, o Buran.
Em 1990, o vaivém espacial Atlantis é lançado na missão STS-38.
Observações: Por volta das 05:15 e até ao amanhecer, é possível observar telescopicamente a sombra de Io passar pela atmosfera de Júpiter. A partir das 05:30, Io desaparece em frente do disco planetário.

 
CURIOSIDADES


A Nebulosa do Boomerang é o local mais frio jamais encontrado no Universo (naturalmente), com uma temperatura de -272º C. Até o brilho reminescente do Big Bang é mais quente que a nebulosa (-270º C).

 
DESCOBERTA DE GIGANTE ABERTURA EM DISCO DE ESTRELA TIPO-SOL PODE INDICAR MÚLTIPLOS PLANETAS

Uma equipa internacional de astrónomos, liderada por Jun Hashimoto (Observatório Astronómico do Japão) e Ruobing Dong (Universidade de Princeton, EUA) usou o instrumento HiCIAO (High Contrast Instrument for the Subaru Next Generation Adaptive Optics) acoplado ao Telescópio Subaru para observar e examinar PDS 70 (PDS é uma abreviação "Pico dos Dias Survey", um nome de catálogo baseado no grande estudo dos anos 90 decorrido no Observatório Pico dos Dias no Brazil. Cerca de cem objectos foram catalogados. O 70º objecto na lista foi o alvo desta pesquisa), uma estrela jovem com cerca de 10 milhões de anos e com uma massa semelhante à do Sol. As imagens capturadas a partir das observações mostram claramente uma lacuna gigante dentro do disco protoplanetário, a maior já encontrada em estrelas com baixa massa e semelhantes ao Sol. É em discos protoplanetários que se formam planetas, e a força gravitacional de planetas recém-nascidos pode explicar o enorme espaço entre o limite interno do disco e a estrela central. Nenhum planeta, independentemente de quão pesado ou eficiente é na sua formação, é suficiente para criar uma abertura tão grande. Os investigadores pensam que a lacuna no disco protoplanetário de PDS 70 pode ter resultado do nascimento de vários planetas. As imagens de alto contraste a partir das observações permitiram aos cientistas estudar os detalhes do disco, e em seguida foram capazes de revelar directamente o local de formação de possivelmente um ou mais planetas. A equipa de pesquisa está agora a tentar detectar esses planetas.

Os discos protoplanetários ocorrem em torno de muitas estrelas tipo-Sol; são compostos por gás e poeira que rodeiam as estrelas e providenciam os materiais a partir de onde os planetas como a Terra são formados. Os astrónomos observam os discos protoplanetários para melhor compreender a sua evolução e a formação de planetas. Os discos em torno de estrelas mais pesadas tendem a ser mais prolongados e mais brilhantes, e portanto mais fáceis de estudar em detalhe; as estrelas menos massivas representam um desafio maior para a pesquisa. O objectivo do Projecto SEEDS (Strategic Exploration of Exoplanets and Disks with Subaru), iniciado em 2009, é estudar os discos em torno de estrelas menos massivas como o Sol.

Como parte do Projecto SEEDS, a equipa escolheu como alvo PDS 70, localizada a cerca de 460 anos-luz na direcção da constelação de Centauro, que tem 90% da massa do Sol. Tem uma idade estimada em aproximadamente 10 milhões de anos, ou seja, é muito jovem em termos cósmicos relativamente ao tempo de duração de 10 mil milhões de anos de estrelas como o Sol e à sua idade actual de 4,6 mil milhões de anos. Observações anteriores da distribuição da energia espectral e observações directas pelo VLT no Chile, sugeriram a presença de um disco, mas não foram capazes de determinar os detalhes da sua estrutura.

As observações com o HiCIAO acoplado do Telescópio Subaru mostram claramente um espaço de baixa densidade entre PDS 70 e a borda interior do disco em seu redor, com um raio tão grande quanto 70 UA (unidade astronómica, a distância entre a Terra e o Sol, cerca de 150 milhões de quilómetros). A primeira imagem mostra uma área mais escura na vizinhança da estrela, o que significa que existe aí menos material. As imagens de alto contraste obtidas pelo HiCIAO permitiram a descoberta.

O instrumento HiCIAO acoplado ao Telescópio Subaru capturou esta imagem infravermelha do disco protoplanetário em torno da estrelas PDS 70. Uma máscara de software bloqueou a luz na vizinhança imediata da estrela central. As cores na imagem indicam a luminosidade da radiação infravermelha; a área esbranquiçada tem uma radiação infravermelha mais forte do que as áreas azuladas. A área escura perto de PDS 70, fora da máscara, é a lacuna referida no texto.
Crédito: NAOJ
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O enorme tamanho da lacuna no disco em torno de PDS 70 levou a equipa a questionar a formação da mesma. Ao estudar os detalhes da distribuição da energia espectral (traçando o brilho da luz em comparação com o comprimento de onda) da estrela em si e o disco, descobriram um outro disco a uma distância de apenas 1 UA. A segunda imagem ilustra a estrutura de disco duplo. O disco interior e mais pequeno está muito próximo da estrela, mas as observações actuais não mostram claramente essa parte do disco porque está por trás da máscara HiCIAO, que bloqueia a brilhante luz da estrela central. As forças gravitacionais do(s) planeta(s) embebido(s) no disco podem ser responsáveis por este tipo de lacuna no disco, pois podem afastar o material do disco, e a "limpeza" de material significa que menos radiação infravermelha é emitida dessa área. Seria muito difícil um único planeta ser responsável pela criação da abertura. No entanto, a realização de observações para detectar tais planetas é difícil, porque a luz difusa do disco pode obscurecer a luz muito fraca emitida pelos planetas.

Impressão de artista de PDS 70 e dos seus dois discos protoplanetários, mostrando a grande abertura entre ambos. A força gravitacional de vários planetas recém-nascidos é provavelmente responsável pelo desenvolvimento da grande abertura entre os dois discos.
Crédito: NAOJ
(clique na imagem para ver versão maior)
 

As imagens de alto contraste obtidas pelo HiCIAO revelaram detalhes surpreendentes do disco protoplanetário de PDS 70. O líder da equipa, Jun Hashimoto, comentou: "Graças à combinação poderosa do Telescópio Subaru e do HiCIAO, somos capazes de estudar os discos em torno de estrelas semelhantes ao Sol. PDS 70 mostra como o nosso Sistema Solar pode ter sido na sua infância. Quero continuar este tipo de pesquisa para entender a história da formação planetária." Ruobing Dong, também líder da equipa, concordou e acrescentou: "A imagem directa de planetas no processo de formação em discos protoplanetários seria o ideal, para que possamos aprender quando, onde e como os planetas são formados."

A equipa está consciente do desafio que o contraste entre os planetas muito ténues e as suas estrelas-mãe. Além disso, a elevada actividade e variabilidade da luz de estrelas jovens torna as observações ainda mais difíceis. A detecção de planetas gigantes é mais fácil, porque causa mais perturbações gravitacionais nos discos. Dado que os planetas gigantes criam espaços mais amplos nos discos, as suas estruturas induzidas são mais fáceis de observar. "O estudo SEEDS de sistemas como PDS 70, com uma lacuna gigante que pode ter sido esculpida por vários planetas gigantes, abre um caminho promissor para estudar directamente a formação planetária em discos," concluiu Ruobing.

Links:

Notícias relacionadas:
Observatório Nacional Astronómico do Japão (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
PHYSORG
Universe Today
redOrbit

Discos protoplanetários:
Wikipedia

Observatório Nacional Astronómico do Japão:
Página principal
Wikipedia

Telescópio Subaru:
Página oficial
Wikipedia

Projecto SEEDS:
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Galáxia Anel Polar NGC 660
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Observatório Gemini, AURATravis Rector (Univ. do Alaska em Anchorage)
 
Este retrato cósmico mostra NGC 660, uma composição detalhada através de filtros de banda larga e estreita, obtida pelo Telescópio Gemini Norte em Mauna Kea, Hawaii. A mais de 20 milhões de anos-luz e situada dentro dos limites da constelação de Peixe, a peculiar aparência de NGC 660 marca-a como uma galáxia anel polar. Um tipo raro de galáxia, as galáxias anéis polares têm uma população substancial de estrelas, gás e poeira orbitando em anéis quase perpendiculares ao plano do disco galáctico. A configuração de aparência bizarra pode ter sido provocada pela captura de material de uma galáxia que passava perto, com os fragmentos capturados eventualmente colocados num anel em rotação. A violenta interacção gravitacional explica as inúmeras regiões de formação estelar espalhadas ao longo do anel de NGC 660. A componente de anel polar pode também ser usada para explorar o de outra forma invisível halo de matéria escura ao calcular a influência gravitacioncal da matéria escura sobre a rotação do anel e do disco. Maior que o disco, o anel de NGC 660 mede mais de 50.000 anos-luz.
 

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