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NOTÍCIAS ASTRONÓMICAS - N.º 93
18 de Janeiro de 2005
arrow IMAGENS DE TITÃ thingy

A sonda Huygens aterrou na lua do gigante Saturno, Titã, na Sexta-feira passada, cumprindo com sucesso a sua missão. Esta foi de um êxito estrondoso, enviando de volta extraordinárias imagens e sons. Os dados levarão tempo a interpretar correctamente, mas os primeiros sinais indicam que a superfície de Titã é única.

Depois dos detalhados mas âmbiguos mapas produzidos pela sonda da NASA, Cassini, as imagens da Huygens são notavelmente reais. Características escuras e ventosas atravessando uma brilhante região são provavelmente canais de drenagem que cortam as geladas terras-altas. Existem planícies lisas, escuras e extensas que podem ser resultado de "cheias", de acordo com o líder da equipa de imagem, Marty Tomasko.

A sonda da Agência Espacial Europeia também registou o som da sua descida pela atmosfera de Titã, e produziu também um clip de áudio dos bips de radar da sonda, com a ajuda da Sociedade Planetária.

A nível terrestre, a Huygens capturou imagens de um campo de rochas redondas, que parecem ter sido objecto de erosão por qualquer tipo de fluxo líquido, tal como os calhaus que encontramos em riachos.

Seguidamente deixamos algumas imagens tiradas pela Huygens e respectiva legenda:


Uma das primeiras imagens tiradas pela Huygens, a uma altitude de 16.2 km, com uma resolução de aproximadamente 40 metros por pixel. Mostra aparentemente canais de drenagem escuros, culminando numa linha de costa.
Crédito: ESA/NASA/University of Arizona


Imagem tirada a uma altitude de 8 km com uma resolução de 20 metros por pixel. Mostra o que poderá ser o local de aterragem, com linhas de costa e limites entre partes altas e baixas.
Crédito: ESA/NASA/University of Arizona


As rochas de Titã mostram sinais de erosão (indicando possivelmente actividade fluvial), a cor da lua parece cor-de-laranja. A superfície é mais escura do que se pensava, consistindo numa mistura de água e hidrocarbonos gelados.
Crédito: ESA/NASA/University of Arizona
(clique na imagem para ver maior)


Nesta imagem é bem visível o limite entre o terreno escuro e o mais alto claro, marcado pelo que parecem ser canais de drenagem. Estas imagens foram tiradas a uma altitude de cerca de 8 km com uma resolução de cerca de 20 metros por pixel.
Crédito: ESA/NASA/University of Arizona


Nesta imagem temos um visão panorâmica de 360º do local de aterragem da Huygens. No lado esquerdo, por trás da Huygens, temos uma zona delimitadora das áreas clara e negra. Os riscos brancos perto desta fronteira podem ser "nevoeiro" de metano ou vapor de etano, dado que não eram imediatamente visíveis a maiores altitudes. À medida que ia descendo, a sonda desviou-se para um planalto (centro da imagem) enquanto se dirigia para o seu local de aterragem numa área escura (direita). Esta área é possivelmente formada por canais de drenagem que podem conter material líquido. Pelo desvio da sonda, a velocidade do vento foi estimada em cerca de 6-7 metros por segundo. Foram tiradas a uma altura de 8 km com uma resolução de cerca de 20 metros por pixel.
Crédito: ESA/NASA/University of Arizona
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Esta imagem é uma composição de 30 imagens tiradas pela Huygens de uma altitude de 8 até 13 km enquanto descia até ao local de aterragem. As imagens foram tiradas com uma resolução de 20 metros por pixel e cobrem uma área de cerca de 30 quilómetros.
Crédito: ESA/NASA/University of Arizona
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Se estas hipóteses tentadoras se vierem a tornar facto, este novo mundo foi largamente alterado por líquidos. Às temperaturas da superfície de Titã, -170ºC, os líquidos etano ou metano podem formar lagos ou riachos. Existem algumas nuvens, mas isso apenas significa que as tempestades são raras e intensas.

No local de aterragem da sonda Huygens, o líquido pode não estar muito distante. Quanto a sonda atingiu a superfície, uma vareta de metal na sua base penetrou 15 centímetros no chão. Durante uma fracção de segundo, a força do impacto atingiu altos níveis rapidamente e depois baixou para um mais ou menos constante, sugerindo que a superfície é dura com material mais mole por baixo - uma consistência que um dos cientistas da missão comparou com "crème brûlée".

O material genérico no local de aterragem, tal como nas outras áreas escuras de Titã, é provavelmente parecido com alcatrão que se acumulou na superfície, mas os cientistas permanecem na dúvida. Dados espectrais registados pela Huygens podem revelar mais quando foram devidamente analisados e comparados com medições em laboratório.

Os cientistas terão que esperar até se saber mais sobre a complexa química orgânica da atmosfera de Titã, sobre a qual esperam que lhes forneçam mais pistas sobre a origem da vida na Terra. Dois instrumentos estudaram os gases e aerosóis na atmosfera, mas poderá levar meses a analisar os dados.

Até agora, as equipas de análises químicas apenas registaram as medições de um gás: o cromatógrafo de gás e espectómetro de massa da Huygens detectou um "sopro" de metano no impacto, indicando que existe alguma espécie de reservatório de metano líquido ou sólido na superfíce, talvez na forma de geada ou orvalho. A câmara também avistou o que pode ser um banco de nevoeiro, talvez composto de metano.

A imagem que temos de Titã poderá mudar radicalmente nos próximos meses, mas apenas pode ficar mais interessante. "Não é nada como Marte ou Vénus," disse Ralph Lorenz, estudioso de Titã. "Tem um aroma apenas seu."

Links:

Notícias relacionadas:
http://skyandtelescope.com/news/article_1443_1.asp
http://news.nationalgeographic.com/news/2005/01/0114_050114_huygensdescent.html
http://www.space.com/missionlaunches/huygens_update_050115.html
http://www.space.com/missionlaunches/huygens_images_050114.html
http://www.nature.com/news/2005/050117/full/050117-1.html
http://www.theaustralian.news.com.au/common/story_page/0,5744,11964791%255E29098,00.html
http://news.xinhuanet.com/english/2005-01/17/content_2470521.htm
http://news.ft.com/cms/s/fc8a556c-682d-11d9-a11e-00000e2511c8.html
http://www.usatoday.com/tech/science/space/2005-01-16-titan-usat_x.htm http://english.chosun.com/w21data/html/news/200501/200501160027.html
http://cooltech.iafrica.com/space/403967.htm
http://www.guardian.co.uk/space/article/0,14493,1391516,00.html
http://science.slashdot.org/article.pl?sid=05/01/15/1742245&tid=160
http://english.aljazeera.net/NR/exeres/34E2C511-E96C-4ECF-B574-CE8D6AFF81E2.htm
http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/4177401.stm
http://edition.cnn.com/2005/TECH/space/01/17/titan.images.reut/index.html
http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1213178
http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1213150
http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1213115
http://dn.sapo.pt//2005/01/17/sociedade/dados_tita_podem_levar_tres_geracoes.html
http://dn.sapo.pt//2005/01/16/sociedade/sonda_envia_sons_mais_distantes_um_m.html
http://dn.sapo.pt//2005/01/16/sociedade/dados_poderao_a_tratados_portugal.html
http://pesquisa.sapo.pt/?barra=lusomundo&channel=jn&q=huygens&Img.x=0&Img.y=0
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=154370
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=154393
http://noticias.clix.pt/Ciencias/81185.html
http://www.nasa.gov/mission_pages/cassini/media/cassini-011405.html

Ouça os sons de Titã:
Durante a descida: http://esamultimedia.esa.int/images/huygens_alien_winds_descent.mp3
Sinais de radar: http://esamultimedia.esa.int/images/huygens_alien_winds_descent_radar.mp3

Sonda Huygens:
http://www.esa.int/SPECIALS/Cassini-Huygens/index.html
http://saturn.jpl.nasa.gov/home/index.cfm
http://www.nasa.gov/mission_pages/cassini/main/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Huygens_probe

Quem era Huygens?
http://en.wikipedia.org/wiki/Christiaan_Huygens

Todas as imagens ("raw" - não processadas) enviadas pela Huygens:
http://esamultimedia.esa.int/docs/titanraw/index.htm

Titã:
http://www.solarviews.com/eng/titan.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Titan

Saturno:
http://en.wikipedia.org/wiki/Saturn_%28planet%29
http://www.solarviews.com/eng/saturn.htm

ESA:
http://www.esa.int

NASA:
http://www.nasa.gov

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arrow ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS thingy
     
Foto  
Nebulosa de Oríon - Crédito: Joint Astronomy Centre; processamento de imagem por C. Davis, W. Varricatt
No limite de uma densa nuvem molecular, filamentos de gás, poeira cósmica e uma multidão de estrelas jovens acenam nesta penetrante imagem da Nebulosa de Órion. Estruturas atraentes na bem conhecida região de formação de estrelas são reveladas aqui em luz infravermelha como vista por um novo olho hawaiano - WFCAM - uma poderosa câmara de campo amplo posta em uso pelo Telescópio Infravermelho do Reino Unido (UKIRT) em Mauna Kea. Apenas uma fracção do campo completo da WFCAM, esta foto cobre cerca de 11 anos-luz a 1.500 anos-luz de distância da nebulosa. Na imagem, a luz infravermelha de outra maneira invisível foi mapeada em cores visíveis. O vermelho representa uma estreita banda de emissão no infravermelho proveniente das moléculas de hidrogénio num comprimento de onda de 2.12 micrómetros, o verde é emissão em 2.2 micrómetros e o azul é emissão em 1.25 micrómetros. A luz visível tem um comprimento de onda de cerca de 0.5 micrómetros.
Ver imagem em alta-resolução
     
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  ESPAÇO ABERTO  
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Observação astronómica, dia 12 de Fevereiro, na açoteia do CCVAlg, às 21:30. Observação dependente das condições atmosféricas.

 
 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 18/01: 18º dia do  calendário gregoriano.
História: 
Em 2000, o brilho de raios-X visto em todas as direcções do espaço foi resolvido em emissões a partir de fontes discretas pelo Telescópio de raios-X Chandra, acabando com a noção de que os raios-X vêm de gases quentes distantes.
Em 2000 a NASA termina as suas tentativas de comunicar com a Mars Polar Lander. O contacto foi perdido a 3 de Dezembro de 1999 durante a fase de aterragem da missão.
Observações: O asteróide 14 Irene (magnitude 10.9) passa a 5º Sul da brilhante estrela variável delta Librae.

Dia 19/01: 19º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1747 nascia Johann Bode, autor da Lei de Titius-Bode, uma progressão quase geométrica das distâncias dos planetas a partir do Sol.
Em 1851 nasceu Jacobus Kapteyn, que estudou a distribuição e o movimento de meio milhão de estrelas e criou o primeiro modelo moderno do tamanho e estrutura da Via Láctea.

Dia 20/01: 20º dia do  calendário gregoriano.
História: Simon Mayr nasceu em 1573. Observou as luas de Júpiter quase ao mesmo tempo que Galileu e deu-lhes os nomes gregos que usamos hoje em dia.
Em 1930 nascia Buzz Aldrin. O seu primeiro voo espacial foi a Novembro de 1966 como co-piloto da missão Gemini 12, quando atingiu um record de 5 horas e meia num passeio espacial. A Julho de 1969, como parte da missão lunar Apollo 11, torna-se no segundo homem a pisar a Lua. Os seus companheiros na missão eram Michael Collins e Neil Armstrong.

 
 
  CURIOSIDADES:  
 
Com pelo menos 63 luas, Júpiter e seus satélites são em si um mini "sistema-solar".
 
 
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