Problemas ao ver este email? Consulte a versão web.

Edição n.º 954
26/04 a 29/04/2013
 
Siga-nos:      
 

26/04/13 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS
21:00 - 23:00
Preço: 1€ (crianças até 12 anos grátis)
Pré-inscrição: info@ccvalg.pt ou 289 890 920/22
Palestra sobre um tema de astronomia seguida de observação do céu nocturno com telescópio (dependente da meteorologia favorável)

27/04/13 - DESCOBRINDO O SOL
16:00 - 17:00 (actividade incluída na visita ao Centro; 1€ para participantes que não visitem o Centro - crianças até 12 anos grátis)
Nesta actividade os participantes poderão observar os fenómenos visíveis na "superfície" do Sol e participar em experiências que ajudam a conhecer melhor o astro-rei. As experiências incluem atividades com fornos e painéis solares.

 
EFEMÉRIDES

Dia 26/04: 116.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1803, milhares de fragmentos de meteoros caem sobre os céus de L'Aigle, França; o evento convence a ciência europeia da existência dos meteoros.
Em 1920 decorria o debate Shapley-Curtis sobre a natureza e distância das "nebulosas" espirais, na Academia Nacional de Ciências em Washington, D.C.. Shapley acreditava que a Via Láctea era todo o Universo, enquanto Curtis apoiava a teoria de um "universo ilha".
Em 1933 nascia Arno Penzias, que ganhou o prémio Nobel pelo seu contributo na descoberta da radiação cósmica de fundo.
Em 1962, a sonda Ranger 4 da NASA colide com a Lua.

Em 1994, físicos anunciam a primeira evidência da partícula subatómica T-quark.
Observações: Apos o cair da noite, a Lua nasce por baixo e para a esquerda de Saturno.

Dia 27/04: 117.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1999, passagem do asteróide 1989 ML pela Terra (0,2520 UA).
Em 2002, última telemetria bem sucedida Pioneer 10.

Observações: Durante hoje e amanhã será a melhor altura, em 2013, para observar Saturno. Está com magnitude 0,13.

Dia 28/04: 118.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1900, nascia Jan Oort, astrónomo holandês pioneiro no campo da radioastronomia.

nuvem de Oort tem o seu nome.
Em 1903, M. Wolf descobre o asteróide Iolanda (509).
Em 1913, G. Neujmin descobre o asteróide Faina (751). J. Palisa descobre o asteróide Oskar (750).
Em 1916, M. Wolf descobre o asteróide Henrika (826).
Em 1924, J. Hartmann descobre o asteróide La Plata (1029).
Em 1932, C. Jackson descobre o asteróide Zambesia (1242)
Em 2001, o milionário Dennis Tito torna-se no primeiro turista espacial.
Observações: Oposição de Saturno, pelas 09:00. Aproveite para o observar esta noite.

Dia 29/04: 119.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1715, John Flamsteed observa Urano pela sexta vez.

Em 1861, R. Luther descobre o asteroide Leto (68).
Em 1902, M. Wolf descobre o asteroide Pittsburghia (484).
Em 1921, B. Jekhovsky descobre o asteroide Painleva (953).
Em 1930, C. Jackson descobre o asteróide Libya (1268).
Observações: Aproveite a noite para observar telescopicamente o planeta Saturno, a Sudeste depois do anoitecer. Consegue discernir alguns dos seus satélites?

 
CURIOSIDADES


Cientistas estimam que entre três e cinco estrelas nascem todos os anos dentro da nossa Via Láctea.

 
SONDA CASSINI OBSERVA METEOROS COLIDINDO COM OS ANÉIS DE SATURNO

A sonda Cassini da NASA forneceu a primeira evidência directa de pequenos meteoróides invadindo os fluxos de escombros e colidindo com os anéis de Saturno.

Estas observações fazem dos anéis de Saturno o único local, além da Terra, da Lua e de Júpiter, onde os cientistas e astrónomos amadores foram capazes de observar impactos à medida que ocorrem. O estudo da taxa de impacto de meteoróides fora do sistema saturniano ajuda os cientistas a compreender como os diferentes planetas do nosso Sistema Solar se formaram.

O Sistema Solar está cheio de pequenos objectos velozes. Estes objectos frequentemente colidem com corpos planetários. Os meteoróides em Saturno têm tamanhos estimados entre 1 centímetro e vários metros. Os cientistas levaram anos até distinguir os rastos deixados por nove meteoróides em 2005, 2009 e 2012.

Os detalhes das observações aparecem num artigo publicado na edição de 25 de Abril da revista Science.

Cinco imagens dos anéis de Saturno, obtidas pela sonda Cassini entre 2009 e 2012, que mostram nuvens de material ejectado por impactos de pequenos objectos sob os anéis.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute/Cornell
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Os resultados da Cassini já mostraram que os anéis de Saturno agem como detectores muito eficazes dos mais variados tipos de fenómenos circundantes, incluindo a estrutura interior do planeta e as órbitas das suas luas. Por exemplo, uma ondulação subtil mas com 19.000 km, através dos anéis mais interiores, aponta para um impacto muito grande em 1983.

"Estes novos resultados sugerem que as taxas actuais de impacto para pequenas partículas em Saturno são basicamente as mesmas que na Terra - duas vizinhanças muito diferentes no nosso Sistema Solar - e é emocionante ver isto," afirma Linda Spilker, cientista do projecto Cassini no JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia. "Foi preciso os anéis de Saturno agirem como um grande detector de meteoróides -- com 100 vezes a área da superfície de Terra -- e a grande viagem da Cassini pelo sistema de Saturno para abordar esta questão."

O equinócio de Saturno no Verão de 2009 foi um momento especialmente bom para a observação dos detritos deixados por impactos de meteoróides. O ângulo muito superficial do Sol sobre os anéis fez com que as nuvens de detritos aparecessem brilhantes contra os anéis escuros em imagens obtidas pelas câmaras da Cassini.

A ilustração mostra o corte de uma nuvem de detritos inicialmente circular como resultado das partículas na nuvem terem diferentes velocidades orbitais em torno de Saturno.
Crédito: NASA/Cornell
(clique na imagem para ver animação)
 

"Sabíamos que estes pequenos impactos ocorriam constantemente, mas não sabíamos o tamanho ou frequência, e não esperávamos necessariamente que tomasse a forma de espectaculares nuvens de corte," afirma Matt Tiscareno, autor principal do artigo e cientista participante da Cassini na Universidade de Cornell em Ithaca, Nova Iorque. "A luz do Sol, que brilhava de lado em relação aos anéis no equinócio saturniano, agiu como um dispositivo anti-camuflagem, por isso estas características normalmente invisíveis tornaram-se evidentes."

Tiscareno e colegas pensam agora que os meteoróides deste tamanho provavelmente quebram-se ao primeiro encontro com os anéis, criando pedaços mais pequenos e lentos que de seguida entram em órbita de Saturno. O impacto destes meteoróides secundários nos anéis forma as nuvens. As minúsculas partículas que criam estas nuvens têm uma gama de velocidades orbitais em torno de Saturno. As nuvens que produzem são riscos grandes, diagonais e brilhantes.

"Os anéis de Saturno são invulgarmente brilhantes e limpos, levando a sugerir que os anéis são na realidade muito mais jovens que o próprio Saturno," afirma Jeff Cuzzi, co-autor do artigo e cientista interdisciplinar da Cassini, especializado em anéis planetários e poeira no Centro de Pesquisa Ames da NASA em Moffett Field, Califórnia. "Para avaliar esta dramática afirmação, temos que saber mais sobre a velocidade com que o material de fora bombardeia os anéis. Esta análise mais recente ajuda a preencher as lacunas na história com a detecção de objectos com um tamanho anteriormente impossível de detectar directamente."

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Universe Today
SPACE.com
PHYSORG
redOrbit
National Geographic

Saturno:
Solarviews
Wikipedia
Anéis de Saturno (Wikipedia)

Meteoros, meteoritos:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

Cassini:
Página oficial (NASA)
Wikipedia

 
TEORIA DA GRAVIDADE DE EINSTEIN PASSA MAIS DURO TESTE ATÉ AGORA
Esta impressão de artista mostra o objecto duplo exótico constituído por uma estrela de neutrões, pequeníssima mas invulgarmente pesada, que roda sobre si mesma 25 vezes por segundo, e por uma estrela anã branca que a orbita a cada duas horas e meia. A estrela de neutrões é um pulsar chamado PSR J0348+0432, que emite ondas rádio, ondas estas que podem ser observadas a partir da Terra com rádiotelescópios. Para além de ser muito interessante por si só, este par invulgar é também um laboratório único para testar os limites das teorias físicas. Como o pulsar é extremamente pequeno, o tamanho relativo dos dois objectos não está desenhado à escala.
Crédito: ESO/L. Calçada
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Os astrónomos usaram o VLT (Very Large Telescope) do ESO e radiotelescópios de todo o mundo para encontrar e estudar um invulgar par estelar constituído pela estrela de neutrões de maior massa conhecida até hoje e por uma estrela anã branca. Este estranho sistema binário permite testar a teoria da gravidade de Einstein - a relatividade geral - de maneiras que não tinham sido possíveis até hoje. Até agora, as novas observações estão exactamente de acordo com as previsões da relatividade geral e são inconsistentes com algumas teorias alternativas. Os resultados deste estudo foram publicados na revista Science.

Uma equipa internacional descobriu um sistema binário exótico, constituído por uma estrela de neutrões, pequeníssima mas invulgarmente pesada, que roda sobre si mesma 25 vezes por segundo, e por uma estrela anã branca que a orbita a cada duas horas e meia. A estrela de neutrões é um pulsar que emite ondas rádio, ondas estas que podem ser observadas a partir da Terra com rádiotelescópios. Para além de ser muito interessante por si só, este par invulgar é também um laboratório único para testar os limites das teorias físicas.

O pulsar chamado PSR J0348+0432 é o que resta da explosão de uma supernova. Tem duas vezes a massa do Sol mas um diâmetro de apenas 20 quilómetros. A gravidade à sua superfície é mais de 300 mil milhões de vezes mais potente que a sentida na Terra e no seu centro cada bocadinho do tamanho de um cubo de açúcar tem mais de um milhar de milhões de toneladas de matéria enfiada lá dentro. A anã branca sua companheira é apenas um pouco menos exótica: trata-se de um resto brilhante de uma estrela muito mais leve, que perdeu a sua atmosfera e que se encontra a arrefecer lentamente.

"Estava a observar o sistema com o VLT do ESO, à procura de variações na radiação emitida pela anã branca, causadas pelo seu movimento em torno do pulsar," diz John Antoniadis, um estudante de doutoramento no Instituto Max Planck de Rádioastronomia (MPIfR) em Bona, e autor principal do artigo científico que descreve estes resultados. "Uma análise rápida fez-me perceber que o pulsar é um verdadeiro peso pesado. Tem duas vezes a massa do Sol, o que o torna na estrela de neutrões de maior massa conhecida até hoje e é também um excelente laboratório para a física fundamental."

Impressão de artista do sistema PSR J0348+0432.
Crédito: NRAO, Antoniadis, et al.
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A teoria da relatividade geral de Einstein, que explica a gravidade como uma consequência da curvatura do espaço-tempo criada pela presença de matéria e energia, tem resistido a todos os testes desde o primeiro momento da sua publicação, há quase um século atrás. Mas não pode ser a explicação derradeira e deverá a determinado momento perder a sua validade.

Os físicos construíram outras teorias de gravidade que levam a previsões diferentes das da relatividade geral. Para algumas destas alternativas, as diferenças são apenas notórias para campos gravitacionais extremamente fortes, os quais não podem ser encontrados no Sistema Solar. Em termos de gravidade, PSR J0348+0432 é de facto um objecto extremo, mesmo quando comparado com outros pulsares que foram usados em testes de alta precisão da relatividade geral de Einstein. Em campos gravitacionais tão fortes, pequenos aumentos na massa podem levar a grandes variações no espaço-tempo em torno destes objectos. Até agora, os astrónomos não tinham ideia do que podia acontecer na presença de uma estrela de neutrões de massa tão elevada como PSR J0348+0432. Este objecto oferece a oportunidade única de levar estes testes a território desconhecido.

A equipa combinou as observações da anã branca, obtidas pelo VLT, com o sinal muito preciso do pulsar obtido pelos rádiotelescópios. Um binário tão próximo emite ondas gravitacionais e perde energia, o que faz com que o período orbital varie muito ligeiramente, sendo que as previsões para esta variação feitas pela relatividade geral e pelas outras teorias, são diferentes.

"As nossas observações rádio foram tão precisas, que já conseguimos medir a variação do período orbital, um valor da ordem das 8 milionésimas de segundo por ano, exactamente o que a teoria de Einstein prevê," diz Paulo Freire, outro elemento da equipa.

Este é apenas o começo dos estudos detalhados sobre este objecto tão invulgar e os astrónomos irão utilizá-lo para testar a relatividade geral com cada vez mais precisão, à medida que o tempo passa.

Links:

Notícias relacionadas:
ESO (comunicado de imprensa)
NRAO (comunicado de imprensa)
Apresentação dos resultados - Centro Aspen para Física (formato PDF)
Science (requer subscrição)
spaceref
Universe Today
PHYSORG
SPACE.com
Sky & Telescope
Discovery News
redOrbit
UPI.com
ars technica

Pulsares:
Wikipedia
Animação de um pulsar (em formato Quicktime)
Catálogo ATNF de Pulsares

PSR J0348+0432:
SIMBAD

Teoria Geral da Relatividade:
Wikipedia

ESO:
Página oficial
Wikipedia

VLT:
Página oficial
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Raios-X do Resto de Supernova SN 1006
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: NASA/CXC/P. Frank Winkler (Middlebury College)
 
O que parece um puff é na realidade restos da mais brilhante supernova já registada na história da Humanidade. No ano 1006, iluminou os céus nocturnos por cima de áreas agora conhecidas como China, Egipto, Iraque, Itália, Japão e Suíça. A nuvem de detritos em expansão da explosão estelar, encontrada na direcção da constelação do Hemisfério Sul, Lobo, ainda mostra um espectáculo de luz cósmica vista por todo o espectro electromagnético. De facto, a composição acima é resultado de três imagens obtidas em raios-X pelo Observatório Chandra. Agora conhecida como o resto de supernova SN 1006, a nuvem de detritos parece medir cerca de 60 anos-luz em diâmetro e representa os restos de uma estrela anã branca. Parte de um sistema binário, a anã branca compacta gradualmente capturou material da sua companheira estelar. O acumular de massa finalmente despoletou uma explosão termonuclear que destruiu a anã branca. Dado que a distância ao resto de supernova ronda os 7000 anos-luz, esta explosão na realidade aconteceu 7000 anos antes de a luz chegar à Terra em 1006. As ondas de choque no resto de supernova aceleram as partículas até energia extremas e pensa-se que sejam uma fonte dos misteriosos raios cósmicos.
 

Arquivo | Feed RSS | CCVAlg.pt | CCVAlg - Facebook | CCVAlg - Twitter | Remover da lista

Os conteúdos das hiperligações encontram-se na sua esmagadora maioria em Inglês. Para o boletim chegar sempre à sua caixa de correio, adicione listmaster@ccvalg.pt à sua lista de contactos. Este boletim tem apenas um carácter informativo. Por favor, não responda a este email. Contém propriedades HTML - para vê-lo na sua devida forma, certifique-se que o seu cliente suporta este tipo de mensagem, ou utilize software próprio, como o Outlook, o Windows Mail ou o Thunderbird.

Recebeu esta mensagem por estar inscrito na newsletter do Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve. Se não a deseja receber ou se a recebe em duplicado, faça a devida alteração clicando aqui ou contactando-nos.

Esta mensagem do Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve destina-se unicamente a informar e não pode ser considerada SPAM, porque tem incluído contacto e instruções para a remoção da nossa lista de email (art. 22.º do Decreto-lei n.º 7/2004, de 7 de Janeiro).

2013 - Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve.