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Edição n.º 973
02/07 a 04/07/2013
 
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EFEMÉRIDES

Dia 02/07: 183.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1967, os satélites de raios-gama Vela 3 e 4, lançados com a intenção de detectar explosões de bombas nucleares, tornaram-se famosos pela sua inesperada descoberta dos GRB's (explosões de raios-gama).
Em 1985, era lançada a missão Giotto. O seu objectivo era passar pelo cometa Halley e enviar de volta as primeiras imagens do núcleo de um cometa.

O primeiro encontro ocorreu a 13 de Março de 1986, a uma distância de 596 km. A Giotto também estudou o Cometa P/Grigg-Skjellerup durante a sua missão. 
Observações: Se tiver acesso a um céu suficientemente escuro, a Via Láctea forma agora um magnífico arco ao longo de todo o céu a Este após o anoitecer. Percorre desde Cassiopeia baixa a Norte-Nordeste, para cima, passando por Cisne e pelo Triângulo de Verão a Este, e descendo pelo "Bule de Chá" de Sagitário a Sul-Sudeste.

Dia 03/07: 184.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1969, ocorre a maior explosão na história dos foguetões quando o soviético Soyuz N-1 (5L) explode e subsequentemente destroi a sua plataforma de lançamento. Esta é também uma das maiores explosões artificiais não-nucleares da História da Humanidade.
Em 2006, o asteróide denominado 2004 XP14 passa a 432.308 km da Terra.

Observações: Ao lusco-fusco, tente avistar Vénus baixo a Oeste-Noroeste. Com o aproximar da noite, consegue discernir as estrelas do enxame do Presépio (M44) poucas décimas de grau por baixo do planeta? É um desafio complicado - as mais brilhantes têm magnitude pouco superior a 6, cerca de 10.000 vezes mais ténues que Vénus!
Um desafio bem mais simples é observar cerca de meio-grau para cima de Saturno em busca da estrela de magnitude 4,2, Kappa Virginis.

Dia 04/07: 185.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1054 foi detectada pela primeira vez uma brilhante supernova registada pelos astrónomos chineses, árabes e possivelmente pelos povos indígenas do continente americano.

Ficou visível durante meses, até o suficiente para ser vista durante o dia. Deu origem ao remanescente de supernova que recebeu o nome de Nebulosa do Caranguejo e que é também conhecido por M1.
Em 1997, a Pathfinder aterrava em Marte.
Em 2005, a Deep Impact colide com o cometa Tempel 1
Em 2006, missão STS-121 do vaivém espacial Discovery.
Em 2012, é anunciada no CERN a descoberta de partículas consistentes com o bosão de Higgs no LHC (Large Hadron Collider).
Observações: As duas estrelas mais brilhantes do Verão, Vega e Arcturo, estão altas a Este e a Sudoeste, respectivamente. Bem para baixo de Arcturo está o planeta Saturno e, para baixo e para a direita, Espiga. Quase à mesma altura a Sudeste está a supergigante alaranjada Antares, por entre estrelas mais fracas da secção superior de Escorpião.

 
CURIOSIDADES


A Voyager 1 detém o recorde de objecto mais distante feito pelo Homem. Este recorde não será quebrado num futuro previsível. Nem a New Horizons, que viaja para Plutão e que foi lançada com uma velocidade bem superior, conseguirá ultrapassá-la: a sua velocidade final, isto é, após completar as suas manobras no Sistema Solar, será inferior à velocidade actual da Voyager 1.

 
VOYAGER 1 EXPLORA FRONTEIRA FINAL DA NOSSA "BOLHA SOLAR"

Dados da Voyager 1, agora a mais de 18 mil milhões de quilómetros do Sol, sugerem que a sonda está perto de se tornar no primeiro objecto feito pelo Homem a chegar ao espaço interestelar.

Pesquisas usando dados da Voyager 1 e publicadas na revista Science fornecem novos detalhes sobre a última região que a nave terá que atravessar antes de sair da heliosfera, ou a bolha em torno do nosso Sol, e entrar no espaço interestelar. Os três artigos descrevem como a entrada da Voyager 1 numa região denominada autoestrada magnética resultou em observações simultâneas da maior taxa já medida de partículas carregadas oriundas do exterior da heliosfera e do desaparecimento de partículas carregadas do interior da heliosfera.

Os cientistas já viram dois dos três sinais da chegada interestelar que esperavam: o desaparecimento das partículas carregadas à medida que se afastam no campo magnético solar, e raios cósmicos do exterior que se aproximam. Os cientistas ainda não viram o terceiro sinal, uma mudança abrupta na direcção do campo magnético, o que indicaria a presença do campo magnético interestelar.

Impressão de artista da sonda Voyager 1.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Esta última e estranha região antes do espaço interestelar está entrando em foco graças à Voyager 1, o explorador mais distante da Humanidade," afirma Ed Stone, cientista do projecto Voyager no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, EUA. "Se olhássemos para os dados dos raios cósmicos e das partículas energéticas separadamente, pensaríamos que a Voyager já tinha chegado ao espaço interestelar, mas a equipa acha que a Voyager 1 ainda não chegou lá porque ainda estamos dentro do domínio do campo magnético do Sol."

Os cientistas não sabem exactamente quão longe a Voyager 1 tem que ir para alcançar o espaço interestelar. Estimam que pode levar vários meses, ou mesmo anos, para lá chegar. A heliosfera estende-se, pelo menos, 13 mil milhões de quilómetros para lá dos planetas no nosso Sistema Solar. É dominada pelo campo magnético do Sol e por um vento ionizado que se expande na direcção oposta à do Sol. No exterior da heliosfera, o espaço interestelar contém matéria de outras estrelas e o campo magnético presente na região vizinha da Via Láctea.

A Voyager 1 e a sua gémea, Voyager 2, foram lançadas em 1977. Visitaram Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno antes de embarcar na sua missão interestelar em 1990. Pretendem agora sair da heliosfera. A medição do tamanho da heliosfera faz parte da missão das Voyager.

Os artigos científicos focam-se em observações levadas a cabo entre Maio e Setembro de 2012 pelos instrumentos de raios cósmicos, partículas carregadas de baixa energia e pelo magnetómetro da Voyager 1, com alguns dados adicionais das partículas carregadas obtidos em Abril deste ano.

A Voyager 2 está aproximadamente a 15 mil milhões de quilómetros do Sol e ainda dentro da heliosfera. A Voyager 1 estava a cerca de 18 mil milhões de quilómetros do Sol a 25 de Agosto quando alcançou a autoestrada magnética, também conhecida como região de depleção, uma ligação com o espaço interestelar. Esta região permite com que as partículas carregadas viagem para dentro e para fora da heliosfera ao longo de uma suave linha do campo magnético, em vez de saltarem em todas as direcções como se estivessem presas em estradas locais. Pela primeira vez na região, os cientistas detectaram raios cósmicos de baixa energia originários de estrelas moribundas.

"Vimos um desaparecimento dramático e rápido das partículas de origem solar. Diminuíram de intensidade por mais de 1000 vezes, como se houvesse uma enorme bomba de vácuo na rampa de entrada para a autoestrada magnética," afirma Stamatios Krimigis, investigador principal do instrumento de partículas carregadas de baixa energia, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins em Laurel, no estado americano do Maryland. "Nós nunca tínhamos testemunhado tal diminuição, excepto quando a Voyager 1 saiu da gigante magnetosfera de Júpiter, há cerca de 34 anos atrás."

Outro comportamento das partículas carregadas observado pela Voyager 1 também indica que a sonda está ainda numa região de transição para o meio interestelar. Durante a travessia para esta nova região, as partículas carregadas provenientes da heliosfera que diminuíram mais rapidamente foram aquelas disparadas ao longo das linhas do campo magnético solar. As partículas que se moviam perpendicularmente ao campo magnético não diminuíram tão rapidamente. No entanto, os raios cósmicos que se moviam nas linhas de campo da região da autoestrada magnética eram ligeiramente mais numerosos do que aqueles que se moviam perpendicularmente ao campo. No espaço interestelar, a direcção das partículas carregadas em movimento não tem importância.

Ao longo de 24 horas, o campo magnético proveniente do Sol também começou a acumular-se, como um engarrafamento de carros. Mas os cientistas foram capazes de quantificar que o campo magnético quase não mudou de direcção - por não mais de 2 graus."

"Um dia fez uma grande diferença na região, com o campo magnético subitamente aumentando e tornando-se extraordinariamente suave" afirma Lenoard Burlaga, autor principal de um dos artigos, do Centro Aeroespacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland. "Mas dado que não houve mudança significativa na direcção do campo magnético, estamos ainda observando as linhas do campo magnético que originam no Sol."

Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
2012/12/04 - Voyager 1 da NASA encontra nova região no espaço profundo
2012/10/09 - Voyager 1 pode já ter deixado o Sistema Solar
2012/06/19 - Dados da Voyager 1 apontam para futuro interestelar
2011/12/02 - Sondas Voyager detectam radiação Lyman-Alpha da Via Láctea
2011/06/10 - Uma grande surpresa no limite do Sistema Solar
2011/03/11 - Voyager 1 procura resposta que sopra ao vento
2009/12/25 - Resolvido mistério nos confins do Sistema Solar
2007/12/12 - Sistema Solar é "esborrachado"
2005/05/27 - Voyager alcança fronteira do Sistema Solar

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Science (requer subscrição)
Science - 2 (requer subscrição)
Science - 3(requer subscrição)
Astronomy
Nature
New Scientist
Scientific American
ScienceNews
PHYSORG
National Geographic
Discovery News
Wired
UPI.com
BBC News
UPI.com
RT
Reuters
Forbes

Sonda Voyager 1:
Página oficial (NASA)
Heavens Above
Voyager 1 (Wikipedia)

Sistema Solar:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
LANÇAMENTO DO IRIS

Os cientistas esperam que o mais recente observatório solar da NASA responda à questão fundamental de como o Sol cria uma energia tão intensa. Lançado no passado dia 27 de Junho, o IRIS vai apontar um telescópio para uma região do Sol chamada cromosfera em busca de sinais de como a energia move-se desde a superfície do Sol até à brilhante coroa, aquecendo desde os 6000 graus até milhões de graus no processo.

O IRIS (Interface Region Imaging Spectrograph) é um telescópio ultravioleta de 2,1 metros que aponta para o Sol com o objectivo de discernir características tão pequenas quanto 240 km. Vai observar mais ou menos 1% da superfície do Sol. "O IRIS irá mostrar a cromosfera solar no maior detalhe já observado," afirma Adrian Daw, cientista do projecto. "Tenho a opinião que vamos ver algo que não esperávamos ver."

O observatório IRIS, na sala de montagem, com os seus painéis solares estendidos.
Crédito: Lockheed Martin
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Os cientistas planeiam combinar os resultados dos estudos do IRIS com as informações do SDO (Solar Dynamics Observatory) da NASA, que observa todo o Sol ao mesmo tempo. "O IRIS funciona quase como um microscópio para o telescópio do SDO," afirma Jim Hall, gestor do Programa de Lançamentos da NASA para o IRIS. "Ele vai observar cuidadosamente regiões específicas para ver como ocorrem as mudanças na matéria e na energia. Vai trazer-nos colectivamente uma visão mais completa do Sol."

As respostas são relevantes para muitos aspectos da vida, incluindo os comportamentos do Sol que ditam muitos elementos do clima da Terra e os padrões climáticos. As aberrações como as ejecções de massa coronal, vulgarmente conhecidas como proeminências solares, são também de grande interesse para os engenheiros que desenham naves espaciais e que têm de descobrir maneiras de proteger os instrumentos e os componentes electrónicos.

O IRIS foi lançado para baixa órbita terrestre a bordo de um foguetão Pegasus XL. O Pegasus é famoso por ser o único foguetão com asas da NASA. Embora seja pequeno em comparação com os gigantescos foguetões que lançam satélites pesados e sondas para órbita e para mundos distantes, o tamanho e flexibilidade do Pegasus permitiu o lançamento de inúmeras missões que seriam demasiado pequenas para foguetões maiores.

O avião "Stargazer" lança um foguetão Pegasus (2006).
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O foguetão Pegasus e o IRIS foram transportados até quase 12 km de altitude na barriga do avião "Stargazer" após ter levantado voo da Base Aérea de Vandenberg na Califórnia. O avião libertou o foguetão Pegasus e este começou a sua viagem até órbita.

O IRIS foi colocado numa órbita quase polar, o que significa que atravessa as regiões polares norte e sul da Terra.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
redOrbit
Universe Today
PHYSORG
Scientific American
New Scientist
Discovery News
Reuters

IRIS:
NASA
Wikipedia

Foguetão Pegasus:
Orbital
Wikipedia

Stargazer:
Orbital
Wikipedia

SDO:
NASA
Canal do SDO no YouTube
Wikipedia

Sol:
Wikipedia
Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Hiperião: Um Mundo com Estranhas Crateras
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Equipa de Imagem da CassiniSSIJPLESANASA
 
O que está no chão das estranhas crateras de Hiperião? Ninguém tem a certeza. Para ajudar a responder a esta questão, a sonda robótica Cassini, actualmente em órbita de Saturno, passou por esta lua com a textura de esponja em 2005 e em 2010 e capturou imagens em detalhes sem precedentes. A imagem acima, em cores falsas, obtida durante a passagem de 2005, mostra um notável mundo repleto de estranhas crateras e com uma superfície invulgar. As ligeiras diferenças em cor provavelmente coincidem com diferenças na composição da superfície. No chão da maioria das crateras encontra-se um tipo de material escuro ainda desconhecido. A inspecção da imagem mostra características brilhantes indicando que o material escuro pode ter em alguns locais apenas algumas dezenas de metros de espessura. Hiperião mede cerca de 250 km em diâmetro, tem uma rotação caótica e tem uma densidade tão baixa que pode até abrigar um vasto sistema de cavernas no seu interior.
 

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