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UM CONTO DE UM COMETA
12 de Julho de 2005
 

Dados dos instrumentos da Deep Impact indicam que uma imensa nuvem de material fino como pó foi libertado quando a sonda colidiu com o núcleo do cometa Tempel 1 a cerca de 10 quilómetros por segundo. A nuvem indica que o cometa está coberto por um material tão fino quanto pó-de-talco. A equipa científica da missão continua a estudar os gigabytes de dados recolhidos durante o encontro do passado dia 4 com o cometa de 5 km (de largura) por 11 km (de comprimento).

"A maior surpresa foi a opacidade da pluma criada pela colisão e a luz que emitia," disse o principal investigador da missão, o Dr. Michael A'Hearn da Universidade de Maryland, College Park. "Isto sugere que o pó escavado da superfície do cometa era extremamente fino, mais parecido com pó-de-talco do que com areia da praia. E a superfície não é definitivamente o que a maioria das pessoas espera quando pensam em cometas -- um cubo de gelo."

Como pode um cometa que viaja pelo nosso Sistema Solar ser composto por uma substância com menos força que a neve ou até pó-de-talco?

"Temos que pensar nisto tendo em contexto o seu ambiente," disse o Dr. Pete Schultz, cientista da missão Deep Impact da Universidade Brown, em Providence, Rhode Island. "Este objecto com o tamanho de uma cidade está flutuando no vácuo. A única altura em que é perturbado é quando o Sol o cozinha um pouco ou quando alguém faz colidir um objecto metálico do tamanho de uma máquina de lavar roupa de 370 kg a cerca de 37,000 quilómetros por hora.

O processo de revisão dos dados não está a saltar nem uma das aproximadamente 4,500 imagens recolhidas pelas três câmaras da sonda durante o encontro.

"Estamos a observar tudo desde os últimos momentos da sonda «Impactor» até às fotos finais tiradas horas depois," acrescenta A'Hearn. "Observar estes últimos momentos de vida da «Impactor» tem sido espectacular. Podemos discenir com clareza detalhes da superfície até 4 metros em diâmetro. Isto é quase dez vezes melhor que qualquer outra missão anterior."

Estes momentos finais foram importantes, pois são a base para todas as descobertas científicas subsequentes. Conhecer a localização e ângulo do local de impacto é o melhor local onde começar. Os engenheiros estabeleceram que a «Impactor» recebeu (inesperadamente) duas vezes "chuvas" de partículas da cauda antes do impacto. Isto perturbou as câmaras durante alguns momentos antes do sistema de controlo de altitude da sonda resolver o problema. Colidiu num ângulo oblíquo de aproximadamente 25 graus em relação à superfície do cometa. Foi aí que o fogo de artifício começou.

A pluma de material cometário foi propulsionada rapidamente, a cerca de 5 quilómetros por segundo. A cratera estava a começar a ser formada. Os cientistas estão ainda a analisar os dados em ordem a determinar o tamanho exacto da cratera. Mesmo assim, já podem dizer que se situa na ordem de grandeza original esperada, entre os 50 e os 250 metros de largura.

A sonda-mãe, que observou o evento, superou largamente todas as expectativas durante a sua aproximação com o cometa. Esta está agora a mais de 7 milhões de quilómetros de distância de Tempel 1, viajando a uma velocidade de aproximadamente 37,000 quilómetros por hora. Está neste momento a ser extensivamente testada, e todos os sistemas parecem estar em excelentes condições. Sendo assim, e se tudo correr como previsto, parece que o seu próximo alvo cometário será o Cometa Boethin.

Links:

Notícias relacionadas:
http://www.physorg.com/news5059.html
http://www.sptimes.com/2005/07/11/Opinion/Renewed_excitement_on.shtml
http://www.spaceflightnow.com/deepimpact/050708powder.html
http://english.aljazeera.net/NR/exeres/08C446ED-99B0-4E52-913F-2C22DB3815F5.htm
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1227889&idCanal=13

Deep Impact:
http://www.nasa.gov/mission_pages/deepimpact/main/index.html?skipIntro=1
http://deepimpact.jpl.nasa.gov/home/index.html
http://www.nasa.gov/mission_pages/deepimpact/images/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Deep_Impact_%28space_mission%29


Imagem do cometa Tempel 1, 50 minutos depois da colisão. A foto representa o brilho, o branco indicando os materiais mais brilhantes e o preto os materiais mais ténues. O brilho é uma medida de luz solar reflectida. O Sol está localizado para a direita, fora da imagem. Devido à porção iluminada do cometa ser brilhante, aparece branca. Os pontos azuis para o canto superior esquerdo são estrelas.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD
 
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