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22% DAS ESTRELAS TIPO-SOL TÊM PLANETAS TIPO-TERRA NA ZONA HABITÁVEL
8 de Novembro de 2013

 

Quão comuns são planetas como a Terra? Esta tem sido uma questão que astrónomos e sonhadores têm ponderado ao longo de décadas, e agora, graças ao telescópio Kepler, têm uma resposta. De acordo com um estudo recente de dados do Kepler, uma em cada cinco estrelas semelhantes ao Sol na nossa Galáxia têm planetas do tamanho da Terra que podem albergar vida.

"O que isto significa é que, quando olhamos para as milhares de estrelas no céu nocturno, a estrela mais próxima parecida com o Sol, com um planeta do tamanho da Terra na sua zona habitável, está provavelmente a apenas 12 anos-luz de distância e pode ser vista a olho nu. Isto é incrível," afirma o estudante Erik Petigura, da Universidade da Califórnia em Berkeley, que liderou a análise dos dados do Kepler e do Observatório Keck.

A missão do telescópio Kepler era tentar encontrar pequenos planetas rochosos com o potencial para albergar água líquida e talvez os ingredientes necessários para os blocos de construção da vida. Durante quatro anos, o telescópio espacial monitorizou o brilho de mais de 150.000 estrelas, registando uma medição a cada 30 minutos.

Para um estudo recente, os cientistas focaram-se em 42.000 estrelas parecidas com o Sol (do tipo G e K), procurando diminuições periódicas no brilho que ocorrem quando um planeta transita - ou passa em frente - da sua estrela-mãe. Uma equipa de cientistas da missão Kepler e do telescópio Kepler no Hawaii anunciaram que a partir desse estudo, descobriram 603 planetas, 10 dos quais são do tamanho da Terra e orbitam na zona habitável, onde as condições permitem água à superfície.

Uma vez que existem cerca de 200 mil milhões de estrelas na nossa Galáxia, e dessas 40 mil milhões são como o Sol, realça o caçador de planetas Geoff Marcy, isso dá-nos cerca de 8,8 mil milhões de planetas do tamanho da Terra na Via Láctea.

Mas Marcy também advertiu que planetas tipo-Terra em órbitas tipo-Terra não são necessariamente hospitaleiros para a vida, mesmo que orbitem na zona habitável de uma estrela onde a temperatura não é muito quente nem muito fria.

"Alguns podem ter atmosferas espessas, tornando-se demasiado quentes à superfície para que moléculas tipo-DNA consigam sobreviver. Outros podem ter superfícies rochosas que podem abrigar água líquida adequada para organismos vivos," realça Marcy. "Nós não sabemos que gamas de planetas e seus ambientes são adequados para a vida."

Todos os planetas potencialmente habitáveis descobertos no estudo encontram-se em redor de estrelas do tipo-K, que são mais frias e ligeiramente mais pequenas que o Sol, acrescenta Petigura. Mas a análise da equipa mostra que o resultado para as estrelas do tipo-K podem ser extrapolados para estrelas do tipo-G como o Sol.

O observatório espacial Kepler está agora lesionado devido a defeitos nas rodas de reacção, mas os cientistas dizem que caso o Kepler tivesse continuado a operar numa missão estendida, teria obtido dados suficientes para detectar directamente um punhado de planetas do tamanho da Terra nas zonas habitáveis de estrelas do tipo-G.

Se as estrelas no campo de visão do Kepler são representativas das estrelas na vizinhança solar, então o planeta (tipo-Terra) mais próximo deverá orbitar uma estrela a menos de 12 anos-luz da Terra e pode ser vista a olho nu. Os instrumentos futuros para capturar imagens e obter espectros destas Terras podem necessitar de observar apenas umas poucas dúzias de estrelas vizinhas em ordem a detectar uma amostra de planetas tipo-Terra a residir nas zonas habitáveis das suas estrelas hospedeiras.

"Para a NASA, este número - que cada quinta estrela tem um planeta parecido com a Terra - é realmente importante, porque as missões que sucedem ao Kepler vão tentar obter uma imagem real de um planeta, e o tamanho do telescópio a ser construído depende de quão perto estão estes planetas tipo-Terra," afirma Andrew Howard, astrónomo do Instituto para Astronomia da Universidade do Hawaii. "Uma abundância de planetas em órbita de estrelas próximas simplifica estas missões de acompanhamento."

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)

Observatório W. M. Keck (comunicado de imprensa)
Instituto para Astronomia da Universidade do Hawaii (comunicado de imprensa)
Universidade da Califórnia em Berkeley (comunicao de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
Universe Today
SPACE.com
redOrbit
PHYSORG
New Scientist
National Geographic
UPI.com
BBC News
RT
The Verge
Boas Notícias
Notícias SAPO
RTP
Diário Digital

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Lista de planetas confirmados (Wikipedia)
Lista de planetas não confirmados (Wikipedia)
Lista de exoplanetas potencialmente habitáveis (Wikipedia)
Lista de extremos (Wikipedia)
Open Exoplanet Catalogue
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net

Telescópio Espacial Kepler:
NASA (página oficial)
Arquivo de dados do Kepler
Descobertas planetárias do Kepler
Mapa das zonas de estudo do Kepler (formato PDF)
Wikipedia

Observatório W. M. Keck:
Página oficial
Wikipedia


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Impressão de artista da "zona habitável", a gama de órbitas onde a água líquida existe à superfície de um planeta. Os autores descobriram que 22% de estrelas tipo-Sol contêm um planeta entre uma e duas vezes o tamanho da Terra na zona habitável.
Crédito: Petigura/UC Berkeley, Howard/UH-Manoa, Marcy/UC Berkeley
(clique na imagem para ver versão maior)


Análises de quatro anos de medições precisas do Kepler mostram que 22±8% de estrelas tipo-Sol têm planetas tipo-Terra na zona habitável. Se estes planetas são tão prevalentes localmente como são no campo de visão do Kepler, então a distância até ao mais próximo deverá rondar os 12 anos-luz.
Crédito: Petigura/UC Berkeley, Howard/UH-Manoa, Marcy/UC Berkeley
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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