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RETRATO PLANETÁRIO DO HUBBLE CAPTURA MUDANÇAS NA GRANDE MANCHA VERMELHA DE JÚPITER
16 de outubro de 2015

 


Esta nova imagem do maior planeta do Sistema Solar, Júpiter, foi feita durante o programa OPAL (Outer Planet Atmospheres Legacy). As imagens do programa torma possível a determinação das velocidades dos ventos de Júpiter, a identificação de diferentes fenómenos na sua atmosfera e o acompanhamento de mudanças nas suas características mais famosas. O mapa foi observado no dia 19 de janeiro de 2015, entre as 02:00 e as 12:30 (UT).
Crédito: NASA, ESA, A. Simon (GSFC), M. Wong (UC Berkeley) e G. Orton (JPL-Caltech)
(clique na imagem para ver versão maior)

 

Cientistas usando o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA produziram novos mapas de Júpiter que mostram mudanças contínuas na sua famosa Grande Mancha Vermelha. As imagens também revelam uma estrutura rara em forma de onda na atmosfera do planeta que não era vista há décadas. A nova imagem é a primeira numa série de retratos anuais dos planetas do Sistema Solar exterior, que nos vão dar novos vislumbres desses mundos remotos e ajudar os cientistas a estudar como mudam ao longo do tempo.

Esta nova imagem de Júpiter captura uma ampla gama de características, incluindo ventos, nuvens e tempestades. Os cientistas por trás das novas imagens obtiveram exposições de Júpiter com a câmara WFC3 do Hubble durante um período superior a 10 horas e produziram dois mapas de todo o planeta a partir dessas observações. Estes mapas tornam possível a determinação das velocidades dos ventos de Júpiter, a fim de identificar fenómenos diferentes na sua atmosfera e acompanhar as mudanças nas suas características mais famosas.

As novas imagens confirmam que a grande tempestade, que já está presente em Júpiter há pelo menos 300 anos, continua a encolher. A tempestade, conhecida como Grande Mancha Vermelha, é vista aqui a rodopiar no centro da imagem do planeta. Tem vindo a diminuir de tamanho a um ritmo notavelmente mais rápido e de ano para ano há já algum tempo. Mas agora, a taxa de contração parece estar a abrandar novamente, embora a mancha ainda seja cerca de 240 km mais pequena do que era em 2014.

O tamanho da mancha não é a única mudança avistada pelo Hubble. No centro da mancha, mancha esta que tem uma cor menos intensa do que anteriormente, está um filamento invulgar que pode ser visto abrangendo quase toda a largura do vórtice. Este filamento roda e gira ao longo do período de 10 horas da sequência de imagens, distorcido por ventos que sopram a 540 km/h.

Há uma outra característica de interesse nesta nova imagem do nosso vizinho gigante. Para norte do equador do planeta, os investigadores encontraram uma estrutura rara em forma de onda, de um tipo que só tinha sido avistado no planeta apenas uma vez, há décadas atrás pela missão Voyager 2, lançada em 1977. Nas imagens da Voyager 2 a onda era pouco visível e os astrónomos começaram a pensar que a sua aparência era apenas um acaso, já que nada do género tinha sido visto novamente. Até agora.

A onda atual foi encontrada numa região repleta de ciclones e anticiclones. Ondas similares - chamadas ondas baroclínicas - aparecem por vezes na atmosfera da Terra, no local de formação dos ciclones. Segundo os cientistas, a onda pode ser originária de uma camada clara por baixo das nuvens, tornando-se apenas visível quando se propaga para a camada de cima.

As observações de Júpiter fazem parte do programa OPAL (Outer Planet Atmospheres Legacy), que permitirá ao Hubble dedicar tempo, cada ano, para observar os planetas exteriores. Além de Júpiter, já foram observados Neptuno e Úrano como parte do programa e os mapas destes planetas serão colocados no arquivo público. Saturno será adicionado à série mais tarde. A coleção de mapas irá crescer ao longo do tempo e ajudar os cientistas não só a compreender as atmosferas dos planetas gigantes no Sistema Solar, como também as atmosferas do nosso próprio planeta e dos planetas descobertos em torno de outras estrelas.

 


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O movimento das nuvens de Júpiter pode ser visto através da comparação do primeiro mapa com o segundo. A ampliação mostra a Grande Mancha Vermelha em diferentes comprimentos de onda e revela uma características filamentária nunca antes vista.
Crédito: NASA/ESA/Goddard/UC Berkeley/JPL-Caltech/STScI
(clique na imagem para ver versão maior)


Na Cintura Equatorial Norte de Júpiter, os cientistas avistaram uma onda rara que só tinha sido observada uma vez. É parecida com uma onda que por vezes ocorre na atmosfera da Terra durante a formação dos ciclones. Esta ampliação a cores falsas de Júpiter mostra ciclones (setas) e as ondas (linhas verticais).
Crédito: NASA/ESA/Goddard/UC Berkeley/JPL-Caltech/STScI
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Links:

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
NASA (comunicado de imprensa)
Hubblesite
UC Berkeley (comunicado de imprensa)
Artigo científico
The Astrophysical Journal
Google Hangout sobre Júpiter e sobre o Hubble (via YouTube)
Júpiter em 4K (NASA Goddard via YouTube)
Astronomy
SPACE.com
Universe Today
POPULAR SCIENCE
Astronomy Now
spaceref
(e) Science News
redOrbit
Discovery News
UPI
Engadget
The Verge
Forbes
SIC Notícias
Expresso
TSF
AstroPT

Júpiter:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Grande Mancha Vermelha (Wikipedia)

Telescópio Espacial Hubble:
Hubble, NASA 
ESA
STScI
SpaceTelescope.org
Base de dados do Arquivo Mikulski para Telescópios Espaciais

 
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