EQUIPA DA DAWN PARTILHA NOVOS MAPAS E INFORMAÇÕES SOBRE CERES
2 de outubro de 2015
Este mapa de Ceres foi criado com imagens obtidas pela Dawn durante a sua órbita de mapeamento a alta altitude, em agosto e setembro de 2015.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
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Esta semana, na Conferência Europeia de Ciência Planetária em Nantes, França, estão a ser debatidos os mistérios de Ceres. A sonda Dawn da NASA está a fornecer aos cientistas vistas tentadoras e outros dados sobre o intrigante planeta anão que continuam a analisar.
"Ceres continua a surpreender e a confundir, enquanto examinamos o nosso grande número de imagens, espectros e agora rajadas de partículas energéticas," afirma Chris Russell, investigador principal da Dawn na Universidade da Califórnia em Los Angeles, EUA.
Um novo mapa topográfico codificado a cores mostra mais de uma dúzia de nomes recentemente aprovados para características em Ceres, todos nomes de espíritos agrícolas, divindades e festivais de culturas por todo o mundo. Estes incluem Jaja, a deusa abecásia da colheita e Ernutet, a deusa egípcia da colheita com cabeça de cobra. Uma montanha com 20 quilómetros de diâmetro, perto do polo norte de Ceres, é agora chamado Ysolo Mons, o nome do festival albanês que assinala o primeiro dia da colheita da beringela.
Outro novo mapa de Ceres, em cores falsas, realça diferenças composicionais presentes à superfície. As variações são mais subtis do que em Vesta, o porto de escala anterior da Dawn. Também estão disponíveis novas imagens topográficas e codificadas por cores da cratera Occator, o lar das manchas brilhantes de Ceres, e de uma montanha com 6 km de altura em forma de cone. Os cientistas ainda estão a tentar identificar os processos que podem produzir estes e outros fenómenos únicos.
"As formas irregulares das crateras em Ceres são especialmente interessantes, assemelhando-se com crateras que vemos na lua gelada de Saturno, Reia," afirma Carol Raymond, vice-investigadora principal da Dawn no JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia. "São muito diferentes das crateras em forma de tigela em Vesta."
Uma observação surpreendente veio do espectrómetro de raios-gama e neutrões da Dawn. O instrumento detetou três surtos de eletrões energéticos que podem resultar da interação entre Ceres e a radiação do Sol. A observação não é ainda totalmente compreendida, mas pode ser importante na formação de uma imagem completa de Ceres.
Este mapa codificado a cores obtido pela sonda Dawn da NASA mostra os altos e baixos da topografia à superfície do planeta anão Ceres. Está legendado com os nomes de características aprovados pela União Astronómica Internacional.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
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"Esta é uma observação muito inesperada para a qual estamos agora testando hipóteses," afirma Russell.
A Dawn está atualmente em órbita de Ceres, a uma altitude de 1470 km, e a sonda vai capturar imagens de toda a superfície do planeta anão até seis vezes nesta fase da missão. Cada ciclo de imagem demora 11 dias.
Começando já em outubro e prolongando-se até dezembro, a Dawn vai descer até à sua órbita mais íntima e final, a uma altitude de 375 km. O orbitador continuará a fotografar Ceres e a obter outros dados com maiores resoluções. Permanecerá operacional, pelo menos, até meados de 2016.
A Dawn fez história como a primeira missão a alcançar um planeta anão e a primeira a orbitar dois alvos extraterrestres distintos, quando chegou a Ceres no dia 6 de março de 2015. Realizou observações extensas de Vesta em 2011 e 2012.
Esta vista, feita com imagens obtidas pela sonda Dawn da NASA, mostra uma montanha alta em forma de cone em Ceres.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA/PSI
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Esta vista, feita com imagens obtidas pela sonda Dawn da NASA, é um mapa topográfico codificado a cores da cratera Occator em Ceres.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
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Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
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